quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Bolsonaro e o “imexível” do Banco Central

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Mariana Carneiro e Julio Wiziack, na Folha, mostram que o ex-capitão Bolsonaro sabe mesmo a quem deve bater continência.

Já teria decidido pela manutenção, se viesse a ser vencedor, de Ilan Goldfajn no comando do Banco Central, onde está desde que Michel Temer foi guindado ao governo com Henrique Meirelles como seu posto Ipiranga da economia.

Agora é Paulo CPMF Guedes quem faz este papel e Goldfajn já está, segundo a reportagem, sob sua coordenação, depois de dois encontros reservados.

"Bolsodoria" e Alckmin afundam juntos

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Os números divulgados esta semana pelo Ibope sobre as eleições em São Paulo não poderiam ser mais dramáticos para o que sobrou do PSDB de Mario Covas.

Padrinho e afilhado, Geraldo Alckmin e João Doria sentem agora na própria carne os efeitos da traição de que foram vítimas nesta campanha.

Tudo começou quando, ainda no ano passado, logo depois de tomar posse na prefeitura, Doria já se lançou como presidenciável, furando a fila de Alckmin, candidato natural do tucanato por tempo de serviço.

A bandeira da democracia como prioridade

Editorial do site Vermelho:

Todas as constituições democráticas dizem que o povo é soberano. Isso quer dizer que o fundamento da democracia é o voto individual, incondicionalmente livre. No Brasil, esse princípio foi violado pelo golpe de 2016, que anulou o resultado das urnas de 2014 e rasgou o programa de governo eleito. Mas, mesmo com essa mácula, a Constituição é o parâmetro dessas eleições presidenciais. Ela garante a um só tempo o livre exercício do voto e as bases para um projeto de país soberano, desenvolvido e democrático. As circunstâncias, no entanto, exigem ações decididas para que o país não caia em novas aventuras golpistas ainda mais ameaçadoras.

“Austeridade”, história de uma fraude

Por Pedro Rossi, Esther Dweck e Flávio Arantes, no site Outras Palavras:

A austeridade é uma ideia força, poderosa quando transformada em discurso, perigosa quando aplicada politicamente. O comprometimento dos governos com ajustes e consolidações fiscais, que reduz o papel do Estado e distribui sacrifícios à população, se apoia em um discurso, em argumentos teóricos e em uma literatura empírica. O objetivo deste capítulo é analisar – discurso, argumentos e literatura – e mostrar que a austeridade se sustenta em discursos falaciosos, argumentos morais e em evidências empíricas frágeis.

As estratégias dos fãs de Bolsonaro

Da Rede Brasil Atual:

Eleitores do representante da extrema-direita nas eleições de outubro, Jair Bolsonaro (PSL), se comportam como fãs. Alimentados por um discurso radical, chamam seu político preferido de “mito” e utilizam de estratégias para censurar, difamar e provocar os opositores. Um exército de intolerância: gritam que mulheres que não votam no Bolsonaro são “cadelas”, disparam nas redes sociais grande coleção de fake news e até mesmo promovem ataques de hackers contra páginas que repudiam o candidato.

A eleição e a reinvenção da maioria

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Tal como em outras eleições, cá estamos numa campanha em que a disputa presidencial domina completamente a cena, deixando em segundo plano a eleição de deputados e senadores.

Quanto mais forte a polarização, menos atenção dos eleitores sobra para a eleição parlamentar, o que se junta a outros fatores para reforçar previsões pouco animadoras: a renovação do Congresso deve ser baixa, as bancadas conservadoras devem se fortalecer e a dispersão dos votos entre os partidos será grande, aumentando o desafio do futuro presidente, de governador sem maioria.

As pesquisas, os eleitores e os candidatos

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Nas análises sobre as pesquisas, muita coisa está equivocada. Quase sempre se insiste em generalizações que talvez fizessem sentido há algum tempo, mas cuja validade venceu. Há exceções, interpretações que identificam o que é efetivamente relevante para explicar como pensa e se comporta o eleitorado. A regra, no entanto, é outra. Perde-se tempo na descrição de aspectos que, na melhor hipótese, são secundários.

As raízes do ódio fascista no Brasil

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:

Momento de exacerbação de ódio, como o que vivemos no Brasil, não pode ser compreendido senão circunscrevendo-o ao quadro mundial. Eu me lembro, quando clandestino e militante da organização revolucionária Ação Popular, que qualquer análise de conjuntura começava pela situação internacional. Talvez devêssemos retomar isso, por essencial. Sapo não pula por boniteza, mas por necessidade. Há ódio espalhado pelo mundo, incluído nos países capitalistas centrais. Não me anima a ideia da simplificação, como se esse sentimento brotasse espontaneamente, nem que pudéssemos aplacá-lo com quaisquer cantilenas românticas, linha paz e amor, ou com apelo a religiões, até porque há algumas crenças que terminam por incentivar o ódio, como se com isso purgassem os pecados do mundo. O buraco é mais embaixo.

Para entender a greve geral na Argentina

Por Martín Granovsky, no site Carta Maior:

A jornada de 36 horas de protestos, incluindo uma greve geral de 24 horas, configuram um cenário que pode ser lido através de cinco temas essenciais:

1) A comunhão entre as organizações sindicais foi superior às suas diferenças. As duas vertentes que utilizam a sigla CTA (Central de Trabalhadores Argentinos) convocaram juntas uma jornada de protestos, iniciada ao meio dia da segunda-feira (24/9), finalizando à meia-noite que inicia a quarta (26/9). Contou com a adesão do setor da Confederação Geral do Trabalho (CGT) liderado pelos caminhoneiros Hugo e Pablo Moyano, e que também conta com o apoio da Corrente Federal, que inclui, entre outros, os bancários de Sergio Palazzo, os professores particulares de Mario Almirón e María Lázzaro, e os supervisores de eletricidade de Carlos Minucci. Todos eles criaram, na semana passada, uma nova iniciativa, a Frente Sindical para o Movimento Nacional, com uma característica: os membros dessa frente que estão na CGT não formaram uma central nova. A CGT, dirigida pelo triunvirato Héctor Daer, Carlos Acuña e Juan Carlos Schmid, preferiu aderir somente às 24 horas de greve durante a terça-feira, ao menos oficialmente. Mas é o suficiente para dizer que nem todos os setores estavam presentes na manifestação desta segunda – mas quase isso.

Barroso se candidata a iluminista de Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

No perfil que tracei do Ministro Luís Roberto Barroso (clique aqui) mostrei o seu estilo camaleão, de se amoldar aos ventos do momento. Quando os ventos eram moderadamente de esquerda, vestia-se de moderadamente de esquerda e praticava um progressismo moral. Em determinado momento, seu discurso passou para a defesa do empreendedorismo contra o Estado, da maneira mais canhestra possível: incluía loas ao empreendedorismo mesmo em processos que nada tinham a ver com o tema.

Bem-vindos à antessala do fascismo

Por Gustavo Noronha, no site Brasil Debate:

Os primeiros sinais de ressurgimento de uma alternativa fascista no cenário político brasileiro teve seu ovo da serpente chocado nas eleições de 2010. Naquela ocasião, já era possível perceber na campanha presidencial de José Serra, que adotava naquela eleição um discurso cada vez mais reacionário, a reboque de uma elite conservadora espelhada numa mídia perdida. Se nunca pareceu razoável que o PSDB incorporasse uma agenda fascista, a postura na campanha permitiu que estes setores, que antes tinham cautela em expressar abertamente suas opiniões, agora manifestem livremente suas agendas.

Bolsonaro e a semente do fascismo