sábado, 13 de abril de 2019

Chile e os 'vampiros' contra a aposentadoria

Por Felipe Bianchi e Leonardo Severo, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Em Valparaiso, terceira cidade mais populosa do Chile e sede do Congresso Nacional, aposentados deram seus relatos de como é viver sob o modelo de Previdência desejado, para o Brasil, por Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. A reportagem do ComunicaSul esteve na cidade e, de passagem pelo Clube da Terceira Idade, colheu depoimentos sobre o tema em meio a animados jogos de bingo, dama e dominó. Apesar do clima agradável, a realidade descrita pelos chilenos parece mais filme de terror, já que a maioria precisa seguir trabalhando e o que ganham de pensão, em grande parte dos casos, garante apenas a subsistência.

Golpe no Banco Central e a Previdência

Editorial do site Vermelho:

O Projeto de Lei assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que será enviado ao Congresso Nacional para estabelecer a autonomia do Banco Central (BC), traduz bem a imagem famosa da entrega da chave do galinheiro à raposa. Essa tese é antiga; ela é um dos pontos prioritários da agenda neoliberal, vendida como uma das vacas sagradas da especulação financeira.

A cadeira da presidência do BC, nesse modelo de gestão política, é considerada um dos postos mais importantes entre todos os ocupados na área econômica do governo. Seu ocupante é o responsável por conduzir o processo que transfere renda do orçamento público para os cofres privados em proporções gigantescas, basicamente por meio do controle da taxa básica de juros, a Selic. Deduz-se facilmente que o interesse pela independência do BC vem somente de banqueiros e especuladores.

A alma brasileira está doente

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Tudo que é sadio pode ficar doente. A doença sempre remete à saúde. Esta é a referência maior e funda a dimensão essencial da vida em sua normalidade.

As dilacerações sociais, as ondas de ódio, ofensas, insultos, palavras de baixo calão que estão dominando nas mídias sociais ou digitais e mesmo nos discursos públicos, revelam que a alma brasileira está enferma.

As mais altas instâncias de poder se comunicam com a população usando notícias falsas (fake news), mentiras diretas e imagens que se inscrevem no código da pornografia e da escatologia. Esta atitude revela a falta de decência e do sentido de dignidade e respeitabilidade, inerentes aos mais altos cargos de uma nação. No fundo,perdeu-se um valor essencial, o respeito a si e aos outros, marca imprescindível de uma sociedade civilizada.

Desafio da oposição é repetir 1974 em 2020

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                   

Em 15 de novembro de 1974, o eleitorado brasileiro foi às urnas para escolher os ocupantes das 22 vagas em disputa para o Senado e a totalidade das 364 cadeiras que à época compunham a Câmara dos Deputados. Quatro anos antes, quando boa parte da oposição pregara o bicote às urnas, já que muitos dos seus líderes estavam presos, cassados, banidos ou mortos, a Arena obtivera uma esmagadora vitória.

De onde vem o super-ministro da economia?

Por Ladislau Dowbor, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Ninguém se reinventa. E ninguém é chamado para dirigir a 8ª economia do mundo sem ser apoiado por um conjunto de interesses. Neste país onde se cobra ao mês juros que no resto do mundo se cobra ao ano, e se afundou em dívidas 64 milhões de adultos, mas também as pequenas e médias empresas, e até o Estado com a dívida pública, vale a pena lembrar de quem se trata.

O Economist de 13 de dezembro de 2018, na reportagem “Jair Bolsonaro must tackle Brazil´s soaring pensions spending” apresenta o nosso novo ministro da Economia: “Paulo Guedes, who studied at the University of Chicago and co-founded BTG Pactual, Brazil’s foremost home-grown investment bank”. Portanto, universidade de Chicago, onde se formaram os chamados “Chicago boys” que apoiaram ditaduras e desastres sociais por onde passaram. E no Brasil, co-fundador do Banco BTG Pactual.

Autonomia do BC é a raposa no galinheiro

Por Nelson Marconi, no blog Cafezinho:

O governo enviou esta semana ao Congresso esta semana o projeto de lei que trata da autonomia do Banco Central (BC). Seus principais pontos são a impossibilidade de demissão do presidente do BC pelo Presidente da República (apenas pelo Senado), excetuando-se os casos usuais de improbidade, etc, a definição de um mandato para o presidente do BC que não coincida com o do Presidente da República, e a impossibilidade de responsabilização dos diretores do BC pelos erros na condução da política monetária e cambial e na regulação do mercado financeiro. O projeto pode parecer, à primeira vista, o supra sumo da modernidade, mas não é bem assim, muito pelo contrário. É, inclusive, semelhante ao que foi instituído para as agências reguladoras no passado que, como sabemos, parece que não têm funcionado muito bem. Com um agravante – trata de um assunto que a população não conhece e impacta a todos sem distinção – a política monetária. Vou explicar a seguir.

As dificuldades da luta contra o fascismo

Por Armando Boito Jr., no jornal Brasil de Fato:

Este é o terceiro e último artigo de uma série que estou publicando aqui no portal Brasil de Fato sobre o neofascismo no Brasil de Bolsonaro. Neste último texto, pretendo indicar rapidamente quais são as dificuldades específicas da luta operária e popular diante de um movimento neofascista como esse que enfrentamos no Brasil atual. O tema é complexo e eu pretendo voltar a ele futuramente e em um trabalho mais alentado. Neste pequeno texto irei apenas indicar alguns pontos.

Uma nota sobre ‘o fim da história’

Por Henrique Braga e Caroline Tresoldi, no site Brasil Debate:

Fazer mais uma nota sobre “O fim da história” pode até parecer fora de compasso. Qual interesse poderia despertar o ensaio de Francis Fukuyama, datado de 1989, bicentenário da Revolução Francesa, que foi criticado por todos os lados durante os anos de 1990?

Para tensionar essa questão, tomemos um exemplo de nosso cotidiano. Ao entrar num jogo do Flamengo nas últimas semanas, um psicólogo e professor universitário, trajado com uma camisa com os dizeres “Flamengo Antifascista”, foi barrado pelo fiscal do estádio – aquele que cuida para que objetos facilmente transformáveis em armas não entrem nos estádios. O fiscal fica na dúvida sobre o “perigo” que pode trazer a tal camisa. Ele aciona a gerência do estádio, que, também demonstrando incerteza sobre o “perigo”, convoca um sargento da Polícia Militar. Este último, do mesmo modo, não sabia ao certo se a camisa era permitida. A camisa foi considerada por todos como “suspeita”, porém, depois de interrogado, o torcedor conseguiu entrar no estádio e, na sequência, gravou um vídeo para registrar o desatino, que viralizou nas redes sociais. Ora, por que tanto receio?

Projeto de Moro não convence ninguém

Por Jordana Pereira, no site da Fundação Perseu Abramo:

Bolsonaro se elegeu defendendo porte de armas, “permissão” para policiais e militares matarem e recrudescimento penal. O ministro Sérgio Moro fez disso uma das agendas principais de seu ministério e entregou no início deste ano um projeto de lei, denominado “anti-crime”.

Prontamente, recebeu críticas de movimentos sociais, entidades e associações especializadas no tema Segurança Pública. Depois, o próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, desdenhou o projeto do ex-juiz dizendo primeiro que a pauta não era prioridade para a Casa (que deveria se concentrar na reforma da Previdência)e, depois, que um outro projeto, o de Alexandre de Moraes, estaria mais adequado para as necessidades do país.

Bolsonaro é engolido pela ignorância

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Sem qualquer constrangimento, o presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, ao voltar de Israel, comparou a dificuldade de governar à de descascar abacaxi. A fruta é boa, mas é preciso ter conhecimento para liberá-la da carapaça. Não é tão fácil.

Bolsonaro é engolido pela ignorância. Não pelo cansaço dos 100 primeiros dias. Ele voltou para uma tarefa que não conhece, entre tantas outras: fazer política com o Congresso.

Vai ter de ir à luta, enfiar a mão na lama. Trata-se de construir rapidamente o apoio do seu governo, ou melhor, do seu “abacaxi”. O vice-presidente Hamilton Mourão vai ajudar nessa missão. E não esconde o que se faz necessário: abrir espaço para conquistar aliados.

A urgente solidariedade a Julian Assange