quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Relato da "marcha contra a corrupção"

Por Clara Roman, na CartaCapital:

Era a estreia da estilista Giovana Dias, de 41 anos, em uma manifestação de rua. Uma estreia com estilo: não foi por uma causa qualquer, mas contra a corrupção que, dizem por aí, corrói os bons hábitos nacionais. Como parte do coro dos indignados, ela estacionou numa área próxima da concentração e seguiu os manifestantes a pé.

Queda dos juros e a mídia rentista

Por Dennis de Oliveira, na Revista Fórum:

A recente decisão de corte dos juros da taxa Selic evidenciou uma situação que merece ser mais refletida sobre o jornalismo econômico: a sua estreita vinculação com o mercado especulativo que se manifesta, de forma sutil, pela preferência de trabalhar com fontes apresentadas como “técnicas”, mas que expressam interesses particulares de determinados segmentos da economia.

Analisando rapidamente a cobertura da decisão do corte da taxa de juros por parte do Copom em 31/08, na revista Veja e nos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo levantamos as seguintes fontes que foram entrevistadas pelos órgãos de comunicação:

1– Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Telecomunicações no governo FHC e atual sócio da consultoria de investimentos Quest Investimentos empresa que atua no mercado de títulos mobiliários;

2– Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central entre 1980 e 1983, proprietário da Projeta Consutoria Econômica e membro do conselho administrativo da empresa de consultoria empresarial Marfrig Group e da Cia. Vale do Rio Doce.

3– Mônica Baumgartten de Bolle – sócia da Galanto Consultoria, chefiou a área de Pesquisa Macroeconômica Internacional do Banco BBM de 2005 a 2006. Trabalhou no Fundo Monetário Internacional em Washington, D.C. entre 2000 e 2005, tendo participado em missões para diversos países. Participou ativamente na renegociação da dívida externa do Uruguai em 2003, e foi colaboradora de diversas notas técnicas do FMI sobre crises financeiras e reestruturação de dívidas soberanas.

4– Alexandre Schartzman – economista do Banco Santander

5– Juan Jelsen – economista da empresa de consultoria Tendências que tem, entre os seus clientes, bancos como o Santander, Banco do Brasil, HSBC e a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). Jelsen tem defendido ardorosamente a concessão de serviços de infra-estrutura públicas para a iniciativa privada, conforme se verifica nesta entrevista (clique aqui para ler).

6– Guilherme Maia, da consultoria M. Safra;

7– Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central no governo FHC.

8– Cristiano Souza, economista do Banco Santander

9– Jornal Financial Times

10– Banco Bradesco

11– Ministro Guido Mantega.

Destas onze fontes presentes no noticiário sobre a queda dos juros, apenas a fonte oficial do governo (ministro Guido Mantega) foi favorável a medida do Copom e mesmo assim, o foco da entrevista com o ministro foi no sentido dele defender o governo da acusação de “intromissão política na ‘autonomia’ (sic) do Banco Central”. O jornal Financial Times, citado pela agência Estado e pela revista Veja também aparece como uma fonte favorável à medida com a argumentação da “coragem” do BC de enfrentar a recessão.

Todas as fontes apresentadas como “analistas” e “economistas técnicos” são ligadas direta ou indiretamente ao mercado financeiro ou ao grande capital. Também é sintomático a presença de ex-ministros ou ocupantes de cargos no governo tucano, como o famoso Luiz Carlos Mendonça de Barros ou os economistas da PUC-RJ e da Tendências Consultoria, pertencentes a um grupo de pensamento ortodoxo que teve presença marcante no governo tucano (como, por exemplo, os economistas Edward Amadeo, Pedro Malan, entre outros).

O que se percebe é um claro alinhamento ideológico do noticiário econômico por meio da seleção de fontes, um mecanismo comum no jornalismo já detectado pelo pensador norte-americano Noam Chomsky na sua clássica obra Manufacturing Consent (O consenso fabricado). De forma sub-reptícia, o noticiário econômico esconde os interesses particulares das fontes entrevistadas que atuam como consultores de players do mercado financeiro e especulativo sobre a manta de “analistas”, “mercado” e “economistas”. Uma omissão de informação que transforma o interesse particular de um segmento da economia – o mercado especulativo – como algo exato, lógico e universal para todos.

Economistas que estão fora do espectro de influência do mercado financeiro são ignorados. Ou mesmo consultores de outros segmentos sociais, como economistas vinculados ao movimento sindical (o Dieese, por exemplo) sequer são lembrados para, pelo menos, oferecer contrapontos a estas análises. O noticiário não é plural, portanto.

Sobrou como contraponto a visão do colunista José Paulo Kupfer: “Se a coordenação de expectativas do BC se limitasse às do mercado financeiro, não haveria dúvida de que este é um momento de ampla falta de sintonia. Mas, se tal coordenação deve englobar os outros segmentos da economia e, enfim, a sociedade em geral, a conversa da credibilidade precisa de qualificação e ir bem mais longe.” (grifos meus, texto retirado da coluna do Estadão). Este alerta de Kupfer passa muito distante da concepção de cobertura econômica dos jornais, principalmente quando o caderno de economia do jornal Folha de S. Paulo um dia chamou “Dinheiro” e hoje tem o nome de “Mercado”.

Regulação da mídia não é censura

Editorial do sítio Vermelho:

“É urgente abrir o debate no Congresso Nacional sobre o marco regulador da comunicação social – ordenamento jurídico que amplie as possibilidades de livre expressão de pensamento e assegure o amplo acesso da população a todos os meios – sobretudo os mais modernos como a internet” – este trecho da Resolução Política aprovada dia 4 (domingo) pelo 4º Congresso do Partido dos Trabalhadores causou alvoroço entre os conservadores e os barões da mídia, despertando a costumeira gritaria contra a “censura”, o “totalitarismo” e alegações semelhantes.

Os arapongas tucanos em MG

Por Conceição Lemes, no blog Viomundo:

Os diretores do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) notaram há, pelo menos, uns dez dias que a sede da entidade e professores estavam sendo vigiados por policiais à paisana. A categoria, em greve há 95 dias, reivindica o piso salarial, que o governador Antonio Anastasia (PSDB) se recusa a pagar.

Arias não se indignou com a Zara

Por Altamiro Borges

Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal espanhol El País, adora meter seu bedelho na política interna. Em julho, ele ganhou alguns minutos de fama na mídia demotucana ao criticar os brasileiros, “que não se indignam diante da corrupção”. Ele chegou a insinuar que no Brasil “todos são ladrões”. E concluiu o texto clamando pela “revolta dos indignados”, a exemplo do que ocorre na Espanha.

11 de Setembro e a estratégia do medo

Por Venício Lima, no sítio Carta Maior:

Os 10 anos dos atentados terroristas de 11 de setembro, nos Estados Unidos, constituem mais uma oportunidade para se refletir em torno do recurso à violência na ação política e sobre a centralidade da mídia no conturbado mundo contemporâneo.

Veja tenta justificar seus crimes

Por José Dirceu, em seu blog:

Veja usa toda a Carta ao Leitor desta semana para tentar justificar sua reportagem da edição 2232, de 31 de agosto, a meu respeito. É uma iniciativa para justificar o injustificável. Antes de a matéria ser publicada eu já havia denunciado a tentativa criminosa de seu jornalista, Gustavo Ribeiro, de invadir meu apartamento e o uso ilegal de imagens - obtidas não se sabe de que forma - de cidadãos que se reuniam ou me visitaram no Hotel Nahoum, onde resido quando estou em Brasília.

Corrupção e a marcha dos hipócritas

Por Maurício Caleiro, no blog Cinema&Outras Artes:

O truque é manjado, mais velho que Ali Babá e os 40 ladrões: à falta de um projeto para o país, os setores conservadores, aliados à mídia corporativa, agarram-se a um denuncismo histérico, posando de paladinos da ordem e da moral e fazendo de tudo para pespegar no mandato federal petista a pecha de corrupto-mór.

Os fins e os meios da Veja

Por Marcelo Semer, no blog Sem Juízo:

Na semana que passou, um jornalista da revista Veja foi acusado de ter tentado ingressar sem autorização no apartamento do ex-deputado José Dirceu e a própria revista de ter se utilizado de câmaras no hotel onde estava hospedado para flagrar políticos e autoridades que com ele se reuniam.

Como funciona a velha imprensa

Por Dario Alok, em seu blog:

No sábado, 3 de setembro, foi publicada no Globo Online uma matéria repercutindo o debate sobre a regulação da mídia, um dos temas mais importantes discutidos durante o Congresso do PT.

Motivados pelos recentes acontecimentos no Hotel Naoum, em Brasília, quando repórter da revista Veja tentou invadir o quarto aonde estava hospedado o ex-deputado José Dirceu, a questão da regulação se tornou tema central na agenda dos delegados e militantes do partido.

A Folha e os jornalistas interditados

Por Leandro Fortes, no blog Brasília, eu vi:

As relações arcaicas que ainda prevalecem nas redações brasileiras, sobretudo naquelas ancoradas nos oligopólios familiares de mídia, revelam um terrível processo de adaptação às novas tecnologias no qual, embora as empresas usufruam largamente de suas interfaces comerciais, estabeleceu-se um padrão de interdição ideológica dos jornalistas. Isso significa que a adequação de rotinas e produtos da mídia ao que há de mais moderno e inovador no mercado de informática tem, simplesmente, servido para coibir e neutralizar a natureza política da atividade jornalística no Brasil.

Seminário sobre banda larga


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“Marcha contra corrupção”. Quem agita?

Foto: Marcello Casal Jr-ABr
Por Altamiro Borges

Estão previstas para este 7 de setembro, Dia da Independência, “marchas contra a corrupção” em capitais e importantes cidades do país. O objetivo até parece nobre, mas seus organizadores são mais sujos do que pau de galinheiro. Visam utilizar a bandeira da ética para esconder sua frustração com a derrota nas eleições presidenciais de 2010. O intento é desgastar o governo Dilma.