segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

O ex-motorista do demo Agripino Maia

Por Rafael Duarte, no site Saiba Mais:

O assessor particular de José Agripino Maia (DEM) que recebia dinheiro do Senado mesmo sem nunca ter sido nomeado na Casa, segundo nova denúncia apresentada pela procuradoria geral da República, é primo e ex-motorista do senador, além de sócio do deputado federal Felipe Maia numa empresa que comercializa combustível de aviação.

Raimundo Alves Maia Júnior acompanha José Agripino desde que o senador foi indicado prefeito biônico pela ditadura militar em 1979 e, a partir de então, vem sendo nomeado para sucessivos cargos comissionados nas esferas municipal e estadual do Rio Grande do Norte.

O Médium, a Pastora e o Capitão Messias

Por Céli Pinto, no site Sul-21:

Os três personagens do título podem ser analisados partir de várias entradas: caráter; saúde mental; charlatanismo político. Mas vou deixar a tentação de falar deles de lado, porque estou convencida de que o mais importante é entender as razões do sucesso e da popularidade desses personagens no Brasil do século XXI.

Por que grande quantidade de pessoas, de diferentes origens sociais, culturais ou ideológicas, iam até Abadiânia em busca de solução para seus problemas? Por que imensos templos estão lotados, ouvindo pessoas descontroladas que ameaçam as congregações com o demônio, se dizendo ungidas por Deus para com ele ter interlocução direta? Por que 56 milhões de brasileiros e brasileiras votaram um em candidato para a presidência da República que nunca disse a que veio e, nas raras vezes em que se manifestou, falou de violência e de cortes de direitos que atingem os mais pobres, os menos protegidos, as mulheres, os negros, os sem terra, os indígenas, a população LGBT, todos e todas que dependem de políticas sociais para sobreviver?

Esperando Queiroz

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Há dez dias está em cartaz o escândalo da movimentação financeira suspeita de R$ 1,2 milhão pelo ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro, Fabrício de Queiroz, que sumiu no mundo sem apresentar, de público, a “explicação plausível” que teria dado ao antigo chefe.

Enquanto isso, vão surgindo mais e mais revelações sobre as estranhas relações da família Bolsonaro com os funcionários de seus gabinetes parlamentares.

O sumiço e o silêncio de Queiroz atravancam as investigações, mas também apontam para a gravidade do que poderia revelar.

Ministério de Bolsonaro e o Mundo Bizarro

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

O principal critério de Jair Bolsonaro para a composição de seu ministério tem sido escolher a dedo cidadãos que simbolizem o exato contrário de seus homólogos petistas. É absurdamente meticulosa até aqui a busca por perfis que sejam a imagem invertida dos nomes mais vistosos do PT nos governos Lula e Dilma. Uma espécie de Mundo Bizarro onde os petistas foram substituídos por personagens que são o seu oposto em tudo.

Mentira e manipulação sem intermediários

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Rede Brasil Atual:

Nos anos 1930, um cabo austríaco falava às massas sem intermediários. Usava o rádio e a praça pública. Hoje um capitão reformado brasileiro faz o mesmo usando as redes sociais. Mudam os meios, mas os fins são semelhantes.

O afastamento das chamadas associações intermediárias do jogo democrático, como partidos e sindicatos, é típica de governos autoritários. Projetos e propostas políticas deixam de ser debatidos e refinados através da sociedade organizada para serem impostos à vontade popular através da voz solitária do líder, tendo como sustentação apelos emocionais e demagógicos.

Quem anda no pântano desperta os jacarés

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Todo o noticiário das pequenas imundícies praticadas pelo entorno dos Bolsonaros, a esta altura, não muda mais a natureza das falcatruas, apenas a sua quantidade.

Cada pequeno trambique que aparece, como este do tenente-coronel que assessorou Flávio Bolsonaro por um ano, dos quais seis meses viveu em Portugal, é só mais um salpico de lama num esquema de nepotismo, extorsão e coleta de dinheiro que, a rigor, nem chega a ser novidade em nossa política.

Como nasce o neofascismo no Brasil

Por José Jaime da Silva, no site Carta Maior:

No início existia um Sonho (Americano)

O linguista e filósofo Noam Chomsky define o sonho americano como uma expectativa de mobilidade de classe: você nasce pobre, trabalha muito e fica rico. Apesar de o conceito ser americano podemos falar de um sonho de melhorar de vida no Brasil. Esta visão da sociedade se apoia em hipóteses sobre o funcionamento da sociedade e da economia que são muito irracionais. Primeiro é preciso uma economia que funcione próximo da perfeição: sem crises, sem corrupção, mercados produzindo e vendendo em crescimento, etc. Segundo devem existir mecanismos de mobilidade social que funcionem; e terceiro, oportunidades para todos que querem trabalhar e crescer. Sem me alongar nessas hipóteses que devem ser respeitadas ao pé da letra, podemos dizer que deve existir uma sociedade hierárquica onde quem trabalha pode subir na pirâmide social e ter uma vida melhor.