domingo, 14 de abril de 2019

Três razões para a queda livre de Bolsonaro

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

No fim de janeiro, dei um diagnóstico fácil: “Quanto à imagem, a luz vermelha já está acesa para Bolsonaro”. Era evidente que a avaliação do governo ia piorar. Antes mesmo de completar cem dias, quando tradicionalmente se considera o fim da “lua de mel” da opinião pública com um novo governo, saiu uma pesquisa do Ibope confirmando o prognóstico. Em pouco mais de dois meses, de meados de janeiro a meados de março, a avaliação positiva do governo caiu 15 pontos porcentuais. A confiança da população deteriorou-se, passando de 62% para 49%.

Maioria rejeita pacotes de Bolsonaro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Pesquisas do Datafolha publicadas nos últimos dois dias mostram que a maioria da população rejeita os pacotes dos superministros Paulo Guedes e Sergio Moro para as reformas na Previdência e na Segurança, os únicos projetos apresentados pelo governo nestes 100 dias.

Diante disso, Bolsonaro fez muito bem em cancelar o pronunciamento que faria na noite de quarta-feira. Não tinha, simplesmente, nada de concreto para falar e mostrar sobre o que fez até agora.

Isso explica também porque o presidente caiu em todas as pesquisas de avaliação do governo na semana passada.

A paranoia olavista do ministro da Educação

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

“Os comunistas estão no topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras. Eles são os donos dos jornais. Eles são os donos das grandes empresas. Eles são os donos dos monopólios”. Quem fala uma bobagem dessas jamais poderia estar junto na mesma sentença com a palavra “educação”, mas são frases saídas da boca do novo chefe do Ministério da…Educação.

“Trocaram um pseudo olavete por um verdadeiro olavete”, comentou um sorridente Olavo de Carvalho sobre a troca de ministros do MEC. O guru de araque do bolsonarismo continuará sendo o principal influenciador do ministério que tem o segundo maior orçamento do governo.

BBB é sintoma de que a sociedade adoeceu

Por Daniel Trevisan, no blog Diário do Centro do Mundo:

A vitória de Paula von Sperling no Big Brother Brasil é mais um sintoma da doença que acometeu o Brasil: um mal que mistura ódio com a falta de noção.

Ela recebeu 61,05% dos votos e surpreendeu até quem já usou a coroa de brother uma vez, a Gleici Damasceno, vencedora no ano passado.

“Isso é sintoma de uma sociedade adoecida. Não sei o que tá acontecendo com a galera”, disse.

Ao longo do programa, Paula von Sperling deu uma série de declarações polêmicas, que resultaram até na abertura de um inquérito policial, em que ela será chamada a depor.

Bolsonaro escolhe entrar na turbulência

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O que fará Jair Bolsonaro depois da reunião de terça-feira, quando, segundo suas palavras, “tentará entender” a razão do anunciado e “desanunciado” reajuste de 5,7%?

Fazendo a intervenção tardia e espalhafatosa que fez na desastrosa política de preços inaugurada por Pedro Parente, com Michel Temer, após o golpe de 2016, Bolsonaro conseguiu fazer de si mesmo refém de seu gesto.

Recuando de seu veto ao aumento, mesmo com índices menores, jogará gasolina na insatisfação dos caminhoneiros, até porque deu a eles, sexta-feira, a sensação de terem todo o poder, inclusive o de obrigar o Presidente a revogar uma decisão já tornada pública pela maior empresa estatal do país.

O santo nome em vão

Foto: Reprodução/Twitter
Por Dolores Vasconcellos, no site Carta Maior:

No Brasil irrisível e sombrio dos dias que correm vale a pena rever com atenção um momento recente, pouco comentado, mas de forte conotação simbólica, enquanto tentamos todos, de todas as formas possíveis, explicar o pesadelo em que nos afundamos. Trata-se do registro de dois minutos da Christian Broadcasting Network, a poderosa rede evangélica cumulada de privilégios pelo governo Trump, gravado no dia 19 de março de 2019 em Washington, durante a visita de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.

A prisão de Assange e o poderio dos EUA

Lava-Jato, Marcelo Bretas e os cursos no FBI

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

As relações entre o Judiciário brasileiro e o Departamento de Justiça resultou na Lava Jato, conforme já mostramos aqui, inclusive mencionando documentos do Wikileaks.

Desde 2015 havia indícios claros dessa cooperação e da maneira como juízes e procuradores do Paraná se valeram do álibi do combate à corrupção para destruir a engenharia nacional, especialmente as empresas que competiam com grupos americanos na América Latina e África.

No Rio, a Lava Jato teve igualmente um viés econômico nítido, que não pode ser atribuído unicamente à ignorância e exibicionismo de procuradores e juiz despreparados. A maneira como investiram contra o BNDES, contra o financiamento da exportação de serviços, seguiu a mesma lógica de desmonte da economia do grupo do Paraná.

Prisão de Assange mostra tempos tirânicos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Nunca houve um jornalista como Julian Assange.

Sua crença revolucionária na liberdade permitiu que homens e mulheres do início do século XXI tivessem uma noção clara e verdadeira dos sistemas de poder que administram o cotidiano de povos e países.

Assange abriu caminho para revelações essenciais - como os vazamentos de Edward Snowden, analista da CIA que hoje vive refugiado na Russia.

Modificou nossa forma de enxergar por dentro a trama política de um mundo dominado por uma potência imperial única, os Estados Unidos.

Em defesa da Petrobras e do consumidor

Por Dilma Rousseff, em seu site:

A Petrobras e sua gestão nos governos do PT voltam a ser alvos de falsas acusações e de fake news. Agora, devido ao aumento de 5,7% no preço do diesel e ao cancelamento deste mesmo aumento pelo Presidente Bolsonaro. Trata-se de uma medida paliativa pois o problema é a submissão do governo aos desígnios do “deus-mercado”.