Por Altamiro Borges
Com o início das prévias internas no PSDB na semana passada, as bicadas tucanas estão cada dia mais sangrentas. Neste fim de semana, o governador João Doria esteve em Minas Gerais para angariar apoios à sua pré-candidatura de prefeitos, vereadores e deputados da legenda. A viagem foi um fiasco, segundo o noticiário, e seu rival no ninho, Aécio Neves, não teve dó nem piedade:
“O Doria inaugurou em Minas o evento 'nem-nem'. Nem um prefeito, nem um vereador. É a nova modalidade de campanha sem eleitor”, ironizou o ex-presidenciável mineiro, que apoia o governador gaúcho Eduardo Leite nas prévias internas e hoje é aliado de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.
terça-feira, 5 de outubro de 2021
Conjecturas sobre o caso Evergrande
Conjecturas? Poderia indagar, perplexo, o leitor. A perplexidade seria compreensível. Os economistas gostam de se apresentar com fiéis aos fatos e, mais ainda, aos hard facts. Ah, leitor, mas um dos segredos mais bem guardados da nossa profissão é que não dispomos quase nunca, para não dizer nunca, de hard facts.
Pode-se até mesmo duvidar se há algo que se possa apresentar como “fatos”, sem aspas. O fato é que “não há fatos, só interpretações”, como dizia Nietzsche. Em geral, mas particularmente no campo da economia. Todos os nossos fatos, especialmente os soft facts, estão contaminados por perspectivas, valores, conjecturas. Sem querer complicar desnecessariamente, o único fato é que não existem fatos – e mesmo esse fato pode ser questionado. E o economista, em particular, está sempre discorrendo sobre temas que ele não domina verdadeiramente.
A vacilada de Bob Fields Neto
Charge: Tjeerd Royaards |
O neto de Roberto Campos, flagrado como dono de uma conta cheia de dólares no Panamá, deveria ser submetido a um castigo. Ler e reler, até aprender, o que avô escreveu nos anos 90.
O primeiro texto texto a ser lido faz parte da “Antologia do bom Senso” (TopBooks, 1996). Bob Fields conta por que um Banco Central deve inspirar e transpirar confiança, segurança e autonomia, a partir do seu comandante, um xerife que deveria ter mandato fixo e ser intocável.
Campos narra que em fevereiro de 1967, um mês antes de Castello Branco passar a ditadura ao comando de Costa Silva, recebeu uma missão.
Era ministro do Planejamento e deveria, por ordem de Castelo, fazer ao futuro presidente-ditador uma explanação sobre as grandes questões econômicas da nova “Constituição” que os militares recém haviam decretado.
A vergonha impressa da mídia brasileira
Por Fernando Brito, em seu blog:
Sim, creiam: os jornais brasileiros – os mesmos que enchem a boca para falar de ética e profissionalismo, fazem quase silêncio absoluto do que é manchete no mundo inteiro, e nos países que menos têm agentes públicos envolvidos com o escândalo do Pandora Papers, que revelas contas e empresas em paraísos fiscais de chefes de estado, dirigentes de alto escalão e megaempresários.
Na nossa cota, nada mais, nada menos que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Escândalo em letras para lá de acanhadas e palavras envergonhadas.
Sim, creiam: os jornais brasileiros – os mesmos que enchem a boca para falar de ética e profissionalismo, fazem quase silêncio absoluto do que é manchete no mundo inteiro, e nos países que menos têm agentes públicos envolvidos com o escândalo do Pandora Papers, que revelas contas e empresas em paraísos fiscais de chefes de estado, dirigentes de alto escalão e megaempresários.
Na nossa cota, nada mais, nada menos que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Escândalo em letras para lá de acanhadas e palavras envergonhadas.
Guedes pode dançar na reforma administrativa
Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:
Aprovada no último dia 23 em comissão especial na Câmara dos Deputados, a reforma administrativa continua sendo o maior dos atuais pesadelos do funcionalismo.
O segmento aproveita o intervalo entre a última votação e a avaliação da proposta pelo plenário para bombardear a medida que faz brilhar os olhos do ministro da Economia, Paulo Guedes, defensor da agenda de Estado mínimo.
Entidades que reúnem servidores têm dividido a energia entre as articulações políticas nas bases estaduais e as agendas na capital federal.
As ações vão desde a organização de shows e peças de teatro com artistas populares para divulgar a campanha contra a reforma e popularizar o tema até o corpo a corpo direto com parlamentares na sede da Câmara.
O segmento aproveita o intervalo entre a última votação e a avaliação da proposta pelo plenário para bombardear a medida que faz brilhar os olhos do ministro da Economia, Paulo Guedes, defensor da agenda de Estado mínimo.
Entidades que reúnem servidores têm dividido a energia entre as articulações políticas nas bases estaduais e as agendas na capital federal.
As ações vão desde a organização de shows e peças de teatro com artistas populares para divulgar a campanha contra a reforma e popularizar o tema até o corpo a corpo direto com parlamentares na sede da Câmara.
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