quarta-feira, 19 de julho de 2017

Temer eleva impostos. Cadê o pato da Fiesp?

Por Altamiro Borges

O covil golpista de Michel Temer decidiu nesta quarta-feira (19) elevar os tributos que incidem sobre os combustíveis. Numa primeira etapa, haverá o aumento do PIS e Cofins cobrados sobre a gasolina e o diesel. A nova alíquota já entra em vigor nesta quinta-feira, após a publicação do decreto em edição extra do Diário Oficial da União. Já em uma segunda fase, a Cide, o outro tributo que incide sobre os combustíveis, também será elevada. Nesse caso, o governo precisa esperar 90 dias para começar a arrecadar. O anúncio da cacetada, tomada após reunião de emergência do usurpador com sua equipe econômica no Palácio do Planalto, não gerou protestos dos patinhos amarelos que foram às ruas para exigir o “Fora Dilma”. O picareta Paulo Skaf, que manda na Federação das Indústrias de São Paulo e fantasiou os ‘coxinhas’ otários, também ainda não se manifestou.

Moro é mais nocivo do que Bolsonaro

Por Renato Rovai, em seu blog:

A cada pesquisa presidencial aumenta o número de pessoas preocupadas com uma possível vitória de Bolsonaro em 2018. Não à toa, afinal ele é o único candidato que tem crescido de forma consistente.

O susto guarda relação com o que as pessoas acham que se tornaria o país na mão de um maluco de extrema direita do tipo Bolsonaro. E o que ele poderia fazer com a nossa já combalida democracia.

É razoável que quem preza a democracia não queira entregar o governo a alguém que entre outras coisas não tem respeito algum por direitos humanos básicos. E que entre outras coisas faz um discurso de estímulo à violência.

O ódio da classe média não é à corrupção

Janot tem bambu de denúncias contra Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Embora tenha declarado não ter pressa em apresentar novas denúncias contra Michel Temer, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem bambu estocado para apresentar até quatro, e não apenas mais duas denúncias contra Temer antes de 17 de setembro, quando deixa o cargo. Se a votação da primeira denúncia em plenário fosse hoje, Temer escaparia. Mas os deputados da base que livraram a cara dele na CCJ andaram dizendo, antes do recesso, pelos corredores e cafés da Câmara, que receberam emendas apenas para votar contra a primeira denúncia, a de corrupção passiva, não tendo compromisso com outros pedidos de licença que venham a tramitar no segundo semestre.

Pobreza e barbárie no Brasil do golpe

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

As forças do golpe que liquidaram o governo eleito democraticamente em 2014 atacam os pobres sem cessar, na expectativa de trazer de voltar à Belíndia, modelo de sociedade da década de 1970 constituído pelos governos autoritários. Mas na realidade, o atual conjunto de reformas conduzidas em meio a mais grave recessão já vivida pelo país aponta para outro modelo de sociedade, o Bahaiti.

O regime militar que predominou por 21 anos no Brasil (1964-1985) não se sustentou apenas no autoritarismo. A garantia do rápido crescimento econômico foi a senha necessária para o apoio político em troca da expansão dos negócios aos capitalistas e da ocupação aos trabalhadores.

Reformas de Temer são legados da escravidão

Por José Eduardo Bernardes, no jornal Brasil de Fato:

“Essas reformas são um legado escravista", afirma Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará (1991-1994), a respeito das reformas trabalhista e da Previdência, propostas pelo presidente golpista, Michel Temer (PMDB). "A reforma trabalhista é um retrocesso do Brasil ao século 19 e deixa o trabalhador em uma situação de absoluto abandono, o que é intolerável”, completa.

Ciro participou, na manhã desta terça-feira (18), da reunião nacional da Frente Brasil Popular — organização que reúne movimentos populares e centrais sindicais —, em São Paulo, ao lado de Alexandre Padilha, ex-ministro da Saúde (2011-2014) e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, e do senador João Capiberibe (PSB-AP).

Por que Lula?

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Sem surpresa, o país recebeu a anunciada condenação de Lula, sentença que já estava pronta antes mesmo da mal articulada denúncia do Ministério Público Federal, antes mesmo do julgamento na ‘República de Curitiba’, pois, antes de tudo, estava lavrada pelas classes dominantes – os rentistas da Avenida Paulista, as “elites” alienadas, a burguesia preconceituosa, um empresariado sem vínculos com os destinos do povo e de seu país. Uma “elite” movida pelo ódio e pela inveja que alimenta a vendeta. Denúncia, julgamento, condenação constituem uma só operação política, cujo objetivo é avançar mais um passo na consolidação do golpe em progresso iniciado com a deposição da presidenta Dilma Rousseff.

Michel Temer volta para o colo da Globo?

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Muito se especulou, nos últimos dias, sobre uma suposta “guerra” entre Globo e Michel Temer.

Para ser franco, eu nunca acreditei muito. Sempre me pareceu que a Globo tentava “driblar” as narrativas, ou seja, ela faz um movimento para um lado, e vai para o outro.

O objetivo da Globo, porém, nunca mudou: aprovar a reforma trabalhista e implementar um neoliberalismo radical no país, com privatização de todos os serviços públicos, incluindo saúde e educação.

Isso não é novidade. A elite brasileira sempre tentou fazer isso e nunca deu certo. O país se tornou profundamente desigual. A miséria, a violência urbana, o caos administrativo, o analfabetismo funcional, o recrudescimento de doenças graves, sempre foram a consequência desse tipo de orientação política.

Lava-Jato e o xadrez pós-Temer

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

A condenação de Lula aconteceu em Curitiba, mas o jogo político está bagunçado é em Brasília, terra de uma crise própria chamada Michel Temer.

Um dia após a sentença, o advogado e amigo do peemedebista, Antonio Claudio Mariz de Oliveira, tentou defender o cliente com uma associação ao caso do ex-presidente: “Pau que mata Michel mata Lula”.

No Congresso, petistas juraram que o problema é oposto, Lula atacado e Michel sobrevivente no cargo há dois meses, desde o escândalo da Friboi.

O PSDB segue desnorteado, com o denunciado Aécio Neves a circular incomodamente no partido, e os tucanos sem saber se abandonam Temer, se festejam a sina de Lula ou se silenciam para não alimentar a estratégia lulista de usar a condenação em favor de outra candidatura presidencial dele.

A crise brasileira e a nova guerra-fria

Por Leonardo Boff, em seu blog:

O problema fundamental da crise brasileira não está na corrupção que é endêmica e tolerada pelas instâncias oficiais, porque dela se beneficiam. Se fossem resgatados os milhões e milhões de reais que anualmente os grandes bancos e as empresas deixam de recolher ao INSS, tornaria supérflua uma reforma da Previdência.

O problema não é apenas Lula ou Dilma e muito menos Temer. O centro da questão é a disputa no quadro da nova guerra-fria entre USA e China: quem vai controlar a sétima economia mundial e como alinhá-la à lógica do Império norte-americano, impedindo a penetração da China nos nossos países, especialmente no Brasil pois ela precisa manter seu crescimento com recursos que nós possuímos.

Temer quer o Brasil submisso ao imperialismo

Editorial do site Vermelho:

No final de maio, o governo ilegítimo de Michel Temer fez um pedido de adesão do Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A instituição reúne o conjunto dos países ricos – Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão, com a adesão de alguns outros – que, juntos, têm 1,2 bilhão de habitantes e um PIB de US$ 38,3 trilhões. Reúne os principais países imperialistas e impõe aos demais um ultraliberalismo radical.

A adesão que Michel Temer pretende é a mais veemente ilustração da mudança na política externa brasileira feita por seu governo golpista.

Venezuela: A velha luta de classes nas ruas

Oposicionistas ateiam fogo nas cédulas e nas
atas eleitorais, ao fim de seu “plebiscito informal”
Por Laura Capriglione, de Caracas, no site Jornalistas Livres:

Quem há de dizer que a Venezuela é uma Ditadura? Se alguém sentia falta de uma consulta popular, o país realizou duas no mesmo dia! Uma foi convocada pelo governo do presidente Nicolás Maduro, na forma de uma simulação da eleição para os deputados da Assembléia Nacional Constituinte, que deverá ocorrer de verdade no próximo dia 30 de julho. A outra foi convocada pela Mesa de Unidade Democrática (MUD), a frente de partidos de oposição ao chavismo.

Foi um domingo alegre e iluminado em Caracas. Quente, como sempre. As ruas estavam cheias de famílias, já que 16 de julho é o Dia das Crianças venezuelano. Meninas e meninos com os rostos pintados como bichinhos, em roupas elegantes, viam-se por toda a cidade. As lojas estavam abertas. Nada havia que denunciasse a guerra civil ou os enfrentamentos dramáticos, cheios de sangue, ódio e ira, vistos todos os dias nas televisões e grandes jornais do Brasil. Mas a disputa renhida estava presente.


Petrobras a pleno vapor

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Um dos principais argumentos utilizados pelo bloco que se aventurou pela trilha do golpeachment referia-se à situação da Petrobrás. Como os argumentos relativos às chamadas pedaladas fiscais não paravam em pé, a estratégia foi bombardear o governo Dilma de todos os lados possíveis, até que se cristalizasse a narrativa da condenação pelo “conjunto da obra”.

Quanto àquele triste final dessa novela no Congresso Nacional, todos nos lembramos muito bem de como terminou. Ficou evidente a ausência de evidências para caracterizar qualquer crime de responsabilidade da Presidenta. Afinal, ela apenas havia adotado como procedimento aquilo que sempre vinha sido feito pelos seus antecessores em termos de créditos suplementares do Orçamento. Assim, o julgamento abandonou todo e qualquer embasamento jurídico que justificasse a decisão final. Seguindo o exemplo da sanha lançada pela República de Curitiba, abandonaram-se as provas para se contentar apenas e tão somente com as convicções.