Reproduzo importante matéria de Conceição Lemes, integrante da comissão organizadora do encontro de blogueiros (*):
Desde que começaram as inscrições para o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, a pergunta que a Danielle Penha, do Centro de Estudos Barão de Itararé, mais responde é esta: “Não sou blogueiro, posso participar?”
Evidentemente que sim. Blogueiros consagrados, iniciantes ou aspirantes, leitores, comentaristas, tuiteiros. Todos serão muito bem-vindos. Afinal, o objetivo de todos nós é o mesmo: contribuir para a democratização dos meios de comunicação e fortalecer as mídias alternativas.
“Já temos 230 inscritos de 18 unidades da federação”, informa Danielle. “Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.”
O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, a Altercom e o MSM (Movimento dos Sem Mídia) são as entidades que apóiam institucionalmente o evento.
Importante. As inscrições vão até dia 13 de agosto devido à logística necessária para receber participantes de outros estados do Brasil e do interior de São Paulo.
Elas custam 100 reais. Estudantes de Comunicação pagam 20. Basta enviar e-mail para este endereço: contato@baraodeitarare.org.br Ou telefonar para (011)3054-1829 .
Conta para depósito de inscrições e cotas
O depósito do valor referente às inscrições e às cotas dos Amigos da Blogosfera deve ser feito na seguinte conta:
Banco do Brasil
Ag. 4300-1
C/C. 50141-7
Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé
CNPJ. 12.250.292/0001-08 (é necessário, caso a transferência seja eletrônica)
Por favor, envie o comprovante por e-mail para contato@baraodeitarare.org.br ou via fax para (011) 3054-1848. Escreva no documento o nome do inscrito.
Já são 19 os Amigos da Blogosfera
Continua a todo o vapor a campanha Amigos da Blogosfera, para ajudará a custear parte das despesas de blogueiros que virão de outros estados.
As cotas custam 3 mil reais. Estas 19 estão confirmadas:
Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo)
CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil)
CUT (Central Única dos Trabalhadores) nacional
CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Federação Nacional dos Urbanitários (FNU)
Federação dos Químicos de São Paulo
Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo
Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo)
Agência T1
Café Azul
Carta Capital
Carta Maior
Conversa Afiada
Revista do Brasil
Revista Fórum
Seja Dita a Verdade
Viomundo
* Comissão Organizadora: Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Altamiro Borges, Conceição Lemes, Eduardo Guimarães, Conceição Oliveira, Rodrigo Vianna, Renato Rovai e Diego Casaes.
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quinta-feira, 5 de agosto de 2010
O que espero do encontro de blogueiros?
Reproduzo artigo de Luiz Carlos Azenha, publicado no blog Viomundo:
A nossa é uma organização declaradamente mambembe. Nossa sede provisória é o Sujinho, restaurante na Consolação, em São Paulo. Quando decidimos vender cotas de patrocínio, com o objetivo de bancar parcialmente a hospedagem, os descontos em passagens e outros pequenos gastos do evento, cada um foi atrás dos contatos que tinha à mão. Até agora tem sido um esforço abertamente colaborativo, bem com a cara da rede: cada um ajuda do jeito que pode. Nada teria sido possível sem a capacidade do Altamiro Borges de agregar pessoas tão diversas e a tenacidade da Conceição Lemes, a nos cobrar prazos e tarefas.
Escrevo em meu nome e é importante que isso fique claro: a blogosfera é muito diversa e é difícil encontrar dois blogueiros que concordem absolutamente sobre um único tema. Por isso, quem imagina que os 200 blogueiros já inscritos vão se submeter a algum tipo de controle, de comando centralizado ou de “ordens superiores” decididamente não conhece a blogosfera.
Como um dos idealizadores do encontro, digo que defendemos mais democracia (não menos) e mais mídia (nunca menos).
Acho importante que os blogueiros se conheçam pessoalmente, para trocar telefones, e-mails, ideias e experiencias.
Acho importante que se discuta a viabilidade comercial da blogosfera, que será tema de uma das mesas (no encontro, pretendo propor que se forme um consórcio de blogs para vender “páginas vistas” conjuntamente às agências).
Acho importante que aqueles que sabem como fazê-lo ajudem os demais a aumentar a audìência de seus espaços, a aproveitar melhor as redes sociais, a fazer vídeos (temas que serão tratados de forma específica).
Acho importante que a gente debata as ameaças já existentes à blogosfera (como a possibilidade de que sejam criados “pedágios” na rede, privilegiando certos conteúdos em detrimento de outros).
Não é muito, mas já é alguma coisa.
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A nossa é uma organização declaradamente mambembe. Nossa sede provisória é o Sujinho, restaurante na Consolação, em São Paulo. Quando decidimos vender cotas de patrocínio, com o objetivo de bancar parcialmente a hospedagem, os descontos em passagens e outros pequenos gastos do evento, cada um foi atrás dos contatos que tinha à mão. Até agora tem sido um esforço abertamente colaborativo, bem com a cara da rede: cada um ajuda do jeito que pode. Nada teria sido possível sem a capacidade do Altamiro Borges de agregar pessoas tão diversas e a tenacidade da Conceição Lemes, a nos cobrar prazos e tarefas.
Escrevo em meu nome e é importante que isso fique claro: a blogosfera é muito diversa e é difícil encontrar dois blogueiros que concordem absolutamente sobre um único tema. Por isso, quem imagina que os 200 blogueiros já inscritos vão se submeter a algum tipo de controle, de comando centralizado ou de “ordens superiores” decididamente não conhece a blogosfera.
Como um dos idealizadores do encontro, digo que defendemos mais democracia (não menos) e mais mídia (nunca menos).
Acho importante que os blogueiros se conheçam pessoalmente, para trocar telefones, e-mails, ideias e experiencias.
Acho importante que se discuta a viabilidade comercial da blogosfera, que será tema de uma das mesas (no encontro, pretendo propor que se forme um consórcio de blogs para vender “páginas vistas” conjuntamente às agências).
Acho importante que aqueles que sabem como fazê-lo ajudem os demais a aumentar a audìência de seus espaços, a aproveitar melhor as redes sociais, a fazer vídeos (temas que serão tratados de forma específica).
Acho importante que a gente debata as ameaças já existentes à blogosfera (como a possibilidade de que sejam criados “pedágios” na rede, privilegiando certos conteúdos em detrimento de outros).
Não é muito, mas já é alguma coisa.
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A crise existencial do Instituto Millenium
Por Altamiro Borges
O jornalista Luis Nassif, sempre bem informado e com trânsito no meio empresarial, informou no final de julho que o Instituto Millenium, que agrega poderosas empresas e o que há de mais conservador na política brasileira, atravessa uma grave “crise de identidade”. Ela teria eclodido após a realização do seminário sobre “liberdade de expressão”, ocorrido em março passado, que foi protagonizado por famosos colunistas da mídia golpista e muitos artistas globais.
O evento teria explicitado a ligação do instituto com a oposição de direita. Entre os convidados, “Roberto Romano, Jabor, Demétrio Magnoli, Reinaldo Azevedo, Eurípedes Alcântara, Otávio Frias Filho e Roberto Civita. Só. Começa o seminário, a ultradireita fez a festa... Conclamaram à guerra, sem direito de resposta aos inimigos (adversários é termo brando)... Só faltou saírem em passeata com grandes bandeiras medievais, daquelas que a TFP gostava de desfraldar”.
“Saia justa com seus patrocinadores”
Mas a reação ao evento foi imediata, principalmente na blogosfera. “O mínimo que se falou do Millenium é que ele seria o novo IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), uma das organizações que conspirou em 1964. Explodiu uma crise entre os patrocinadores... Depois de botar fogo no terreiro, cada artista voltou para seu canto, deixando o Instituto Millenium numa enorme saia justa com seus patrocinadores e com uma enorme crise de identidade”, relata.
Diplomático, Nassif até tenta relativizar os intentos do sinistro instituto. “Bancado por grandes empresários, com um fundo gerido pelo Armínio Fraga, destinava-se a propagar as virtudes da livre iniciativa - ponto importante no debate nacional. Aí foram na conversa de uns espertos e decidiram montar o seminário”. Ao final, ele inclusive faz um alerta. “Espero que o Millenium recupere sua proposta original. E um pouquinho de pluralidade não lhe faria mal algum”.
Golpismo está no seu DNA
Discordo do amigo Nassif. Não acredito na reversão deste instituto, que já nasceu com o projeto de ser um centro do pensamento conservador e um organismo aglutinador do que há de mais reacionário no Brasil. O golpismo está no seu DNA. Criado em 2006, ele é presidido por Patrícia Andrade, filha do falecido jornalista Evandro Carlos de Andrade, um dos mentores da Central Globo de Jornalismo, ex-analista dos bancos Icatu e JPMorgan e uma das signatárias do risível “manifesto contra a ditadura esquerdista na mídia”, escrito pelo fascistóide Olavo de Carvalho.
O Millenium não tem nada de neutro ou plural. É controlado pelas corporações empresariais. Entre os mantenedores estão Jorge Gerdau, o barão da siderurgia, Sergio Foguel, da Odebrecht, Pedro Henrique Mariani, do Banco BBM, Salim Mattar, do grupo Localiza, e Marcos Amaro, da TAM. O gestor do seu fundo patrimonial é Armínio Fraga, o ex-presidente do Banco Central no reinado neoliberal de FHC. Os barões da mídia comandam a entidade. Entre os dez principais mantenedores estão João Roberto Marinho, das Organizações Globo, e Roberto Civita, do Abril.
Sucessão presidencial e pragmatismo
A “crise de identidade” do Instituto Millenium reflete as dificuldades da oposição de direita na sucessão presidencial. No seminário de março, o objetivo maior foi unificar o discurso da mídia hegemônica contra a candidatura Dilma Rousseff. Mas, até agora, a mídia demotucana não está conseguindo abalar a popularidade do presidente Lula nem impedir a sua transferência de votos. Pragmáticos, alguns empresários já temem o futuro e repensam seus “patrocínios”. Talvez seja melhor para os seus negócios se afastarem de um instituto abertamente golpista e de oposição.
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O jornalista Luis Nassif, sempre bem informado e com trânsito no meio empresarial, informou no final de julho que o Instituto Millenium, que agrega poderosas empresas e o que há de mais conservador na política brasileira, atravessa uma grave “crise de identidade”. Ela teria eclodido após a realização do seminário sobre “liberdade de expressão”, ocorrido em março passado, que foi protagonizado por famosos colunistas da mídia golpista e muitos artistas globais.
O evento teria explicitado a ligação do instituto com a oposição de direita. Entre os convidados, “Roberto Romano, Jabor, Demétrio Magnoli, Reinaldo Azevedo, Eurípedes Alcântara, Otávio Frias Filho e Roberto Civita. Só. Começa o seminário, a ultradireita fez a festa... Conclamaram à guerra, sem direito de resposta aos inimigos (adversários é termo brando)... Só faltou saírem em passeata com grandes bandeiras medievais, daquelas que a TFP gostava de desfraldar”.
“Saia justa com seus patrocinadores”
Mas a reação ao evento foi imediata, principalmente na blogosfera. “O mínimo que se falou do Millenium é que ele seria o novo IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), uma das organizações que conspirou em 1964. Explodiu uma crise entre os patrocinadores... Depois de botar fogo no terreiro, cada artista voltou para seu canto, deixando o Instituto Millenium numa enorme saia justa com seus patrocinadores e com uma enorme crise de identidade”, relata.
Diplomático, Nassif até tenta relativizar os intentos do sinistro instituto. “Bancado por grandes empresários, com um fundo gerido pelo Armínio Fraga, destinava-se a propagar as virtudes da livre iniciativa - ponto importante no debate nacional. Aí foram na conversa de uns espertos e decidiram montar o seminário”. Ao final, ele inclusive faz um alerta. “Espero que o Millenium recupere sua proposta original. E um pouquinho de pluralidade não lhe faria mal algum”.
Golpismo está no seu DNA
Discordo do amigo Nassif. Não acredito na reversão deste instituto, que já nasceu com o projeto de ser um centro do pensamento conservador e um organismo aglutinador do que há de mais reacionário no Brasil. O golpismo está no seu DNA. Criado em 2006, ele é presidido por Patrícia Andrade, filha do falecido jornalista Evandro Carlos de Andrade, um dos mentores da Central Globo de Jornalismo, ex-analista dos bancos Icatu e JPMorgan e uma das signatárias do risível “manifesto contra a ditadura esquerdista na mídia”, escrito pelo fascistóide Olavo de Carvalho.
O Millenium não tem nada de neutro ou plural. É controlado pelas corporações empresariais. Entre os mantenedores estão Jorge Gerdau, o barão da siderurgia, Sergio Foguel, da Odebrecht, Pedro Henrique Mariani, do Banco BBM, Salim Mattar, do grupo Localiza, e Marcos Amaro, da TAM. O gestor do seu fundo patrimonial é Armínio Fraga, o ex-presidente do Banco Central no reinado neoliberal de FHC. Os barões da mídia comandam a entidade. Entre os dez principais mantenedores estão João Roberto Marinho, das Organizações Globo, e Roberto Civita, do Abril.
Sucessão presidencial e pragmatismo
A “crise de identidade” do Instituto Millenium reflete as dificuldades da oposição de direita na sucessão presidencial. No seminário de março, o objetivo maior foi unificar o discurso da mídia hegemônica contra a candidatura Dilma Rousseff. Mas, até agora, a mídia demotucana não está conseguindo abalar a popularidade do presidente Lula nem impedir a sua transferência de votos. Pragmáticos, alguns empresários já temem o futuro e repensam seus “patrocínios”. Talvez seja melhor para os seus negócios se afastarem de um instituto abertamente golpista e de oposição.
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Prazo final para o encontro dos blogueiros
Reproduzo matéria publicada no sítio do Barão de Itararé:
Já estão abertas as inscrições para o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. Marcado para os dias 21 e 22 de agosto, em São Paulo, o encontro deve reunir cerca de 300 pessoas — entre blogueiros, tuiteiros, jornalistas, estudantes de comunicação e outros segmentos interessados na luta pela democratização da mídia.
A taxa de inscrição - de R$ 100 - garante participação em todas as atividades da programação e no show de abertura, em 20 de agosto, com o grupo de chorinho do jornalista Luis Nassif. Estudantes universitários têm desconto promocional e pagam apenas R$ 20. As inscrições vão até 13 de agosto.
Para se inscrever, siga os procedimentos abaixo
– Efetue o depósito de R$ 100 (R$ 20 para estudantes), referente à taxa de inscrição, na conta do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé (Banco do Brasil, Agência 4300-1, Conta Corrente 50141-7);
– Encaminhe o comprovante do depósito para o e-mail contato@baraodeitarare.org.br ou para o fax (11) 3054-1848, aos cuidados de Danielle Penha. Informe também seus dados (nome ou nicknane, e-mail, endereço de blog, Twitter ou outra rede social, telefone, cidade e estado);
– Se o seu pedido de inscrição não for confirmado em até dois dias, entre em contato com Danielle Penha no telefone (11) 3054-1829;
– Caso precise de transporte aéreo, aproveite a promoção especial da Gol, que oferece 20% de desconto na compra da passagem (ida e volta) para o encontro. A compra pode ser feita por telefone, no número (11) 5508-4201, ou via internet, através do link http://gol.directtalk.com.br/clientes/custom/voegol/eventos_pax/init_pax.htm. O código da promoção é E10840SP. Preencha todas as informações e clique em entrar. Você será redirecionado para um chat, que é por onde comprará sua passagem. Antes de entrar no chat, consulte as opções disponíveis de horários de voo e de aeroportos;
– Acompanhe as novidades do encontro no site do Barão de Itararé (www.baraodeitarare.org.br).
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Já estão abertas as inscrições para o 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. Marcado para os dias 21 e 22 de agosto, em São Paulo, o encontro deve reunir cerca de 300 pessoas — entre blogueiros, tuiteiros, jornalistas, estudantes de comunicação e outros segmentos interessados na luta pela democratização da mídia.
A taxa de inscrição - de R$ 100 - garante participação em todas as atividades da programação e no show de abertura, em 20 de agosto, com o grupo de chorinho do jornalista Luis Nassif. Estudantes universitários têm desconto promocional e pagam apenas R$ 20. As inscrições vão até 13 de agosto.
Para se inscrever, siga os procedimentos abaixo
– Efetue o depósito de R$ 100 (R$ 20 para estudantes), referente à taxa de inscrição, na conta do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé (Banco do Brasil, Agência 4300-1, Conta Corrente 50141-7);
– Encaminhe o comprovante do depósito para o e-mail contato@baraodeitarare.org.br ou para o fax (11) 3054-1848, aos cuidados de Danielle Penha. Informe também seus dados (nome ou nicknane, e-mail, endereço de blog, Twitter ou outra rede social, telefone, cidade e estado);
– Se o seu pedido de inscrição não for confirmado em até dois dias, entre em contato com Danielle Penha no telefone (11) 3054-1829;
– Caso precise de transporte aéreo, aproveite a promoção especial da Gol, que oferece 20% de desconto na compra da passagem (ida e volta) para o encontro. A compra pode ser feita por telefone, no número (11) 5508-4201, ou via internet, através do link http://gol.directtalk.com.br/clientes/custom/voegol/eventos_pax/init_pax.htm. O código da promoção é E10840SP. Preencha todas as informações e clique em entrar. Você será redirecionado para um chat, que é por onde comprará sua passagem. Antes de entrar no chat, consulte as opções disponíveis de horários de voo e de aeroportos;
– Acompanhe as novidades do encontro no site do Barão de Itararé (www.baraodeitarare.org.br).
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O fortalecimento da mídia progressista
Reproduzo editorial do sítio Carta Maior:
O 1° Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que será realizado de 20 a 22 de agosto, em São Paulo, representa mais um passo importante na luta pela construção de um sistema democrático de comunicação no Brasil. Até o dia 2 de agosto, mais de 200 pessoas já tinham se inscrito para participar do encontro que conta com o apoio do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) e do Movimento dos Sem Mídia (MSM).
A Carta Maior saúda e apóia a iniciativa do evento e destaca o acúmulo que vem sendo construído nos últimos anos na direção do fortalecimento das mídias alternativas no Brasil. Vale a pena fazer uma rápida retrospectiva desse processo.
Em março de 2008, um encontro realizado em São Paulo reuniu 42 jornalistas, estudantes, professores e outras pessoas que atuam na área da comunicação, de diferentes regiões do país. Entre outras questões, discutiu-se o avanço do movimento de comunicação da mídia alternativa em todo o país. Nascia ali a idéia de realizar um encontro nacional para aprofundar esse debate. Após uma série de reuniões e articulações regionais, em junho do mesmo ano foi realizado no Rio de Janeiro o 1° Fórum de Mídia Livre. O encontro que teve lugar no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro reuniu cerca de 500 ativistas de vários estados, confirmando a crescente rejeição à ditadura dos grandes meios de comunicação e a existência de ricas experiências alternativas e independentes em todo o país.
De lá para cá, essa articulação só se fortaleceu. No final de 2009, a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) deu concretude e forma política às articulações que vinham sendo construídas no setor. Entendendo que seus interesses não são representados ou defendidos pelas associações atualmente existentes, pequenos e médios empresários e empreendedores de mídia (revistas, jornais, livros, sites e blogs) começaram a debater a idéia de criar sua própria entidade. Após uma série de encontros e reuniões preparatórias, um seminário realizado dia 27 de fevereiro de 2010, em São Paulo, definiu a criação da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores de Comunicação (Altercom).
A nova entidade nasceu com o objetivo de defender interesses políticos e econômicos das empresas e empreendedores de comunicação comprometidos com os princípios da democratização do acesso à comunicação, da pluralidade e da liberdade de expressão. Quanto mais proprietários e empreendimentos de comunicação houver no país, maior será a liberdade de expressão: essa é uma das idéias centrais que animou a criação da Altercom, que propõe também a adoção de critérios mais transparentes e democráticos na aplicação de verbas públicas em publicidade.
As agendas de todas essas iniciativas se cruzam e são articuladas por um fio condutor comum: a compreensão de que a maioria da população brasileira não tem respeitado hoje o direito à uma informação de qualidade. O 1° Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas será mais uma oportunidade para fazer essa luta avançar.
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O 1° Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, que será realizado de 20 a 22 de agosto, em São Paulo, representa mais um passo importante na luta pela construção de um sistema democrático de comunicação no Brasil. Até o dia 2 de agosto, mais de 200 pessoas já tinham se inscrito para participar do encontro que conta com o apoio do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom) e do Movimento dos Sem Mídia (MSM).
A Carta Maior saúda e apóia a iniciativa do evento e destaca o acúmulo que vem sendo construído nos últimos anos na direção do fortalecimento das mídias alternativas no Brasil. Vale a pena fazer uma rápida retrospectiva desse processo.
Em março de 2008, um encontro realizado em São Paulo reuniu 42 jornalistas, estudantes, professores e outras pessoas que atuam na área da comunicação, de diferentes regiões do país. Entre outras questões, discutiu-se o avanço do movimento de comunicação da mídia alternativa em todo o país. Nascia ali a idéia de realizar um encontro nacional para aprofundar esse debate. Após uma série de reuniões e articulações regionais, em junho do mesmo ano foi realizado no Rio de Janeiro o 1° Fórum de Mídia Livre. O encontro que teve lugar no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro reuniu cerca de 500 ativistas de vários estados, confirmando a crescente rejeição à ditadura dos grandes meios de comunicação e a existência de ricas experiências alternativas e independentes em todo o país.
De lá para cá, essa articulação só se fortaleceu. No final de 2009, a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) deu concretude e forma política às articulações que vinham sendo construídas no setor. Entendendo que seus interesses não são representados ou defendidos pelas associações atualmente existentes, pequenos e médios empresários e empreendedores de mídia (revistas, jornais, livros, sites e blogs) começaram a debater a idéia de criar sua própria entidade. Após uma série de encontros e reuniões preparatórias, um seminário realizado dia 27 de fevereiro de 2010, em São Paulo, definiu a criação da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores de Comunicação (Altercom).
A nova entidade nasceu com o objetivo de defender interesses políticos e econômicos das empresas e empreendedores de comunicação comprometidos com os princípios da democratização do acesso à comunicação, da pluralidade e da liberdade de expressão. Quanto mais proprietários e empreendimentos de comunicação houver no país, maior será a liberdade de expressão: essa é uma das idéias centrais que animou a criação da Altercom, que propõe também a adoção de critérios mais transparentes e democráticos na aplicação de verbas públicas em publicidade.
As agendas de todas essas iniciativas se cruzam e são articuladas por um fio condutor comum: a compreensão de que a maioria da população brasileira não tem respeitado hoje o direito à uma informação de qualidade. O 1° Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas será mais uma oportunidade para fazer essa luta avançar.
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Perguntas ao Serra no debate da Band
Reproduzo texto irreverente de Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada:
Os debates na Band são – como os outros – muito chatos.
As regras são ininteligíveis.
Prefiro quando o Galvão começa a analisar as chances do Brasil na Copa, o que o José Simão chamava de “Data-Galvão”.
Duvido que o Garrincha entendesse como a coisa funciona.
Mas, o PiG elegeu este o momento da virada.
Depois do “zero a zero” da Eliane Catanhêde, hoje à noite o Serra vai recuperar a dianteira que ele manteve no Globope e no Datafalha desde tempos imemoriais.
O Conversa Afiada defende a tese de que debate não decide eleição.
A literatura americana sobre a matéria é mais extensa do que a obra do Fernando Henrique.
Essa eleição é entre o Lula e o FHC.
Entre a sucessora do Lula e o sucessor do FHC.
Não há debate que reverta isso.
Mas, já que o PiG insiste, o Conversa Afiada resolveu participar do debate da Band e formular algumas perguntas ao candidato José Serra.
Por exemplo:
- Ricardo Sergio de Oliveira foi chefe da parte financeira de qual campanha eleitoral de que o senhor participou?
- Por que o senhor não deixou o Juiz Wálter Maierovitch seguir com a ação de Flavio Bierrembach que o acusava de ser corrupto?
- Qual o seu papel na venda do Banespa?
- Qual o seu papel na venda da Vale a preço de banana?
- O Ministro Jorge Hage, da Corregedoria da União, apurou que, sob sua responsabilidade, o Ministério da Saúde super-faturava a compra de ambulâncias. Onde foi parar o dinheiro?
- Quando o senhor foi Ministro da Saúde tinha um serviço de inteligência liderado pelo hoje deputado Marcelo Itagiba. Fazia o que esse serviço?
- Qual a sua responsabilidade na operação que desmanchou a candidatura de Roseana Sarney à presidência em 2002? O Marcelo Itagiba teve nela papel proeminente.
- O senhor é o responsável pelo dossiê contra Paulo Renato de Souza e a mulher de Tasso Jereissati?
- De quem é a casa em que o senhor mora, já que o senhor não declara possuí-la?
- Por que o senhor não fechou o Denarc como sugeriu o Abadia?
- Por que o senhor não acabou com o PCC?
- Por que o senhor passou cinco minutos e não mais no Jardim Romano enquanto esteve alagado?
- Por que o senhor só construiu um quilômetro de metrô?
- Por que o senhor bate em policial e professor?
- Quais são as suas relações com Daniel Dantas? O senhor concordou em que sua filha se associasse à irmã de Dantas em Miami? O senhor contribuiu para que ela fechasse a firma em Miami?
- O senhor poderia mostrar um diploma que lhe desse o direito de dizer, no Brasil e à Justiça Eleitoral, que é engenheiro e economista?
Como diria o Zé Simão, “só estou querendo ajudar”.
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Os debates na Band são – como os outros – muito chatos.
As regras são ininteligíveis.
Prefiro quando o Galvão começa a analisar as chances do Brasil na Copa, o que o José Simão chamava de “Data-Galvão”.
Duvido que o Garrincha entendesse como a coisa funciona.
Mas, o PiG elegeu este o momento da virada.
Depois do “zero a zero” da Eliane Catanhêde, hoje à noite o Serra vai recuperar a dianteira que ele manteve no Globope e no Datafalha desde tempos imemoriais.
O Conversa Afiada defende a tese de que debate não decide eleição.
A literatura americana sobre a matéria é mais extensa do que a obra do Fernando Henrique.
Essa eleição é entre o Lula e o FHC.
Entre a sucessora do Lula e o sucessor do FHC.
Não há debate que reverta isso.
Mas, já que o PiG insiste, o Conversa Afiada resolveu participar do debate da Band e formular algumas perguntas ao candidato José Serra.
Por exemplo:
- Ricardo Sergio de Oliveira foi chefe da parte financeira de qual campanha eleitoral de que o senhor participou?
- Por que o senhor não deixou o Juiz Wálter Maierovitch seguir com a ação de Flavio Bierrembach que o acusava de ser corrupto?
- Qual o seu papel na venda do Banespa?
- Qual o seu papel na venda da Vale a preço de banana?
- O Ministro Jorge Hage, da Corregedoria da União, apurou que, sob sua responsabilidade, o Ministério da Saúde super-faturava a compra de ambulâncias. Onde foi parar o dinheiro?
- Quando o senhor foi Ministro da Saúde tinha um serviço de inteligência liderado pelo hoje deputado Marcelo Itagiba. Fazia o que esse serviço?
- Qual a sua responsabilidade na operação que desmanchou a candidatura de Roseana Sarney à presidência em 2002? O Marcelo Itagiba teve nela papel proeminente.
- O senhor é o responsável pelo dossiê contra Paulo Renato de Souza e a mulher de Tasso Jereissati?
- De quem é a casa em que o senhor mora, já que o senhor não declara possuí-la?
- Por que o senhor não fechou o Denarc como sugeriu o Abadia?
- Por que o senhor não acabou com o PCC?
- Por que o senhor passou cinco minutos e não mais no Jardim Romano enquanto esteve alagado?
- Por que o senhor só construiu um quilômetro de metrô?
- Por que o senhor bate em policial e professor?
- Quais são as suas relações com Daniel Dantas? O senhor concordou em que sua filha se associasse à irmã de Dantas em Miami? O senhor contribuiu para que ela fechasse a firma em Miami?
- O senhor poderia mostrar um diploma que lhe desse o direito de dizer, no Brasil e à Justiça Eleitoral, que é engenheiro e economista?
Como diria o Zé Simão, “só estou querendo ajudar”.
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Jornal Nacional retira Lula do noticiário
Reproduzo artigo de Emerson Luis, publicado no blog “Nas retinas”:
É evidente o esforço do Jornal Nacional para evitar que a candidata Dilma Roussef seja reconhecida pelo público como a candidata do presidente Lula. À medida que Lula aparece ao lado de Dilma, sua popularidade se cola a candidata. Um presidente com mais de 80% de aprovação popular pode sim impulsionar seu sucessor, apesar da mídia brasileira não querer e agora cobrar do presidente imparcialidade nas eleições.
Para atacar o presidente, espalhando preconceitos, a mídia não o trata como o titular do mais alto cargo público do país. Basta lembrar o bando de cachorros loucos que o entrevistou no Roda Viva em 2005, durante a mais grave crise de seu governo.
Recebi de profissionais de mídia, especializados em clipping e acompanhamento de telejornais, tabelas comparativas que mostram como o Jornal Nacional está limando Lula do noticiário em 2010 enquanto em outros jornais, a média de aparições do presidente muda pouco. Isso não é falta de pauta relevante, pois os outros jornais continuam com cobertura frequente dos atos da Presidência.
Em junho de 2010 Lula teve quatro citações no JN Nacional contra nove em 2009. Em julho foram três em 2010 contra 13 em 2009. Aqui você pode baixar a planilhas de visibilidade do PR nos telejornais. E aqui baixe a tabela padrão de discordância do JN. Veja explicação mais detalhada dos dois arquivos:
De janeiro a julho de 2009, o presidente Lula apareceu falando no JN 57 vezes. No mesmo período deste ano, foram 44. Uma redução acima de 20%. No entanto, se descontarmos as sonoras relacionadas ao Irã, que foram 12 no período, aqueda seria de 44%, perto da metade. Na comparação apenas dos dois meses mais recentes, a diferença é impressionante:
– junho de 2009, nove sonoras do Lula no JN (mais de duas por semana);
– junho de 2010, quatro sonoras (uma por semana);
– julho de 2009, 13 sonoras (mais de três por semana);
– julho de 2010, apenas três sonoras (menos de uma por semana).
Na comparação com os principais telejornais das emissoras concorrrentes (Planilha 2) o JN está sempre abaixo da média, mas a divergência mais grosseira ocorre nos últimos quatro meses, tirando maio, quando o assunto Irã distrorceu a curva. Em abril, as sonoras do presidente no JN estão 60% abaixo da média (0,40), em junho, cai para 64% abaixo da média (0,36) e em julho para 77% abaixo da média (0,23).
Dito de outra forma, tirando os meses com distorção do noticiário sobre Irã (março e maio), o JN vinha dando uma sonora do presidente a cada quatro ou cinco edições do telejornal. Em abril e junho, vai para uma a cada 6,5 edições. Em julho, vai para uma a cada nove edições. No mesmo período, os demais telejornais analisados fizeram praticamente o caminho inverso, aumentando a frequência das sonoras do presidente: Repórter Brasil – de uma sonora a cada 2,5 edições em janeiro para uma a cada dois em julho; Jornal da Record – de uma a cada cinco em janeiro para uma a cada 1,6 em julho; Band – de 3,1 para 1,7 e SBT de 4,2 para 1,8.
Na Planilha 1 tem um estudo comparado de mais de 600 matérias ou notas noticiadas pelos telejornais analisados. A cor vermelha indica uma matéria com sonora do presidente, a amarela uma matéria ou nota em que ele é mencionado como protagonista, mas não há sonora, a azul é quando a nota ou matéria só faz referência a ele e a cinza indica que o telejornal não deu nenhuma informação sobre o assunto noticiado nos demais.
Em 24 ocasiões entre janeiro e julho, o JN usou um critério jornalístico que subavaliou o assunto em relação a todos os demais. Destes 24 casos, destacamos 15 exemplos berrantes, que estão na tabela de padrão de discordância e falam por si mesmos.
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É evidente o esforço do Jornal Nacional para evitar que a candidata Dilma Roussef seja reconhecida pelo público como a candidata do presidente Lula. À medida que Lula aparece ao lado de Dilma, sua popularidade se cola a candidata. Um presidente com mais de 80% de aprovação popular pode sim impulsionar seu sucessor, apesar da mídia brasileira não querer e agora cobrar do presidente imparcialidade nas eleições.
Para atacar o presidente, espalhando preconceitos, a mídia não o trata como o titular do mais alto cargo público do país. Basta lembrar o bando de cachorros loucos que o entrevistou no Roda Viva em 2005, durante a mais grave crise de seu governo.
Recebi de profissionais de mídia, especializados em clipping e acompanhamento de telejornais, tabelas comparativas que mostram como o Jornal Nacional está limando Lula do noticiário em 2010 enquanto em outros jornais, a média de aparições do presidente muda pouco. Isso não é falta de pauta relevante, pois os outros jornais continuam com cobertura frequente dos atos da Presidência.
Em junho de 2010 Lula teve quatro citações no JN Nacional contra nove em 2009. Em julho foram três em 2010 contra 13 em 2009. Aqui você pode baixar a planilhas de visibilidade do PR nos telejornais. E aqui baixe a tabela padrão de discordância do JN. Veja explicação mais detalhada dos dois arquivos:
De janeiro a julho de 2009, o presidente Lula apareceu falando no JN 57 vezes. No mesmo período deste ano, foram 44. Uma redução acima de 20%. No entanto, se descontarmos as sonoras relacionadas ao Irã, que foram 12 no período, aqueda seria de 44%, perto da metade. Na comparação apenas dos dois meses mais recentes, a diferença é impressionante:
– junho de 2009, nove sonoras do Lula no JN (mais de duas por semana);
– junho de 2010, quatro sonoras (uma por semana);
– julho de 2009, 13 sonoras (mais de três por semana);
– julho de 2010, apenas três sonoras (menos de uma por semana).
Na comparação com os principais telejornais das emissoras concorrrentes (Planilha 2) o JN está sempre abaixo da média, mas a divergência mais grosseira ocorre nos últimos quatro meses, tirando maio, quando o assunto Irã distrorceu a curva. Em abril, as sonoras do presidente no JN estão 60% abaixo da média (0,40), em junho, cai para 64% abaixo da média (0,36) e em julho para 77% abaixo da média (0,23).
Dito de outra forma, tirando os meses com distorção do noticiário sobre Irã (março e maio), o JN vinha dando uma sonora do presidente a cada quatro ou cinco edições do telejornal. Em abril e junho, vai para uma a cada 6,5 edições. Em julho, vai para uma a cada nove edições. No mesmo período, os demais telejornais analisados fizeram praticamente o caminho inverso, aumentando a frequência das sonoras do presidente: Repórter Brasil – de uma sonora a cada 2,5 edições em janeiro para uma a cada dois em julho; Jornal da Record – de uma a cada cinco em janeiro para uma a cada 1,6 em julho; Band – de 3,1 para 1,7 e SBT de 4,2 para 1,8.
Na Planilha 1 tem um estudo comparado de mais de 600 matérias ou notas noticiadas pelos telejornais analisados. A cor vermelha indica uma matéria com sonora do presidente, a amarela uma matéria ou nota em que ele é mencionado como protagonista, mas não há sonora, a azul é quando a nota ou matéria só faz referência a ele e a cinza indica que o telejornal não deu nenhuma informação sobre o assunto noticiado nos demais.
Em 24 ocasiões entre janeiro e julho, o JN usou um critério jornalístico que subavaliou o assunto em relação a todos os demais. Destes 24 casos, destacamos 15 exemplos berrantes, que estão na tabela de padrão de discordância e falam por si mesmos.
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O direito de criticar a mídia
Reproduzo artigo de Washington Araújo, publicado no Observatório da Imprensa:
A pergunta da hora é... Como conciliar crítica dos meios de comunicação com liberdade de expressão? É que no debate forjado nos últimos meses pelos grandes jornais e revistas do país não vemos espaço para a crítica ao seu modelo de fazer jornalismo.
Não demora muito e ficará estabelecida a percepção de que somente a grande imprensa pode chamar a si o direito de julgar entre o que é crítica legítima aos meios de comunicação e o que não passa de ataque à liberdade de expressão e, no extremo, de disfarçada defesa do controle social da mídia. Ou seja, a liberdade de imprensa passa a ser tutelada exclusivamente por aqueles que defendem a sua "não tutela", seja pelo Estado, seja por outros atores sociais.
Seguindo esta linha de pensamento, podemos inferir que, mesmo sem ser explicitada, a grande imprensa passa a ser de fato a única dona desta preciosa liberdade. E é aqui que o perigo mora. Isto porque a crítica à imprensa, ou a qualquer outra instituição, atividade profissional ou o que seja, encontra amplo respaldo em nosso ordenamento democrático.
A quem interessa interditar o debate?
Por que podemos criticar o sistema educacional do país, e não os meios de comunicação?
Por que podemos criticar o sistema de saúde, e não a imprensa?
Por que podemos criticar os governantes, os parlamentares e os que operam o sistema judiciário, mas não os veículos de comunicação?
Por que nos é permitido debater os modelos econômicos mais adequados ao desenvolvimento do Brasil e devemos nos fechar em copas ante qualquer debate sobre os modelos informativos vigentes no país?
Questionar nosso sistema de comunicação, analisar criteriosamente suas propostas, criticar o tipo de entretenimento que nos é oferecido e, ainda mais, propor mudanças saudáveis para sua gestão, está muito longe de configurar cerceamento à liberdade de qualquer pessoa ou de qualquer instituição. Precisamos admitir que a liberdade de opinar é de todos e a ninguém é concedido o direito de se apropriar deste direito em detrimento dos demais. Menos ainda deveriam se considerar privilegiados enquanto se autodefinem como guardiães profissionais do direito de expressão.
Por que não debatemos a questão do monopólio dos meios midiáticos no Brasil? A quem interessa interditar o debate? Não sabemos, então, que quanto maior a concentração da propriedade dos meios de comunicação, menor é a possibilidade de que se veiculem expressões múltiplas e plurais nos meios de comunicação?
Poucos falam, muitos se calam
Na medida em que as universidades, as organizações não-governamentais, os sindicatos e outros atores sociais tenham acesso a frequências de rádio e de televisão, será dado o passo inicial para se combater de forma eficiente a formação de novos monopólios no negócio chamado comunicação.
Outro tema que merece ser debatido é o que trata da publicidade governamental. Há que se buscar critérios claros e transparentes sobre o que merece constar como atividade oficial, paga com dinheiro de nossos impostos. É óbvio que é necessário que o governo divulgue suas ações. Mas existe uma distância abissal entre divulgar uma campanha de vacinação infantil e divulgar números favoráveis da economia em período eleitoral. A publicidade governamental não pode ser simplesmente guiada por critérios de êxito comercial, pois isto aprofunda ainda mais as assimetrias ora existentes e que favorecem amplamente os grandes anunciantes em detrimento da utilização de outros meios.
Como o leitor pode ver, não faltam temas para azeitar uma pauta de debates que envolva a sociedade como um todo e que tem tudo a ver com a presente questão de liberdade de expressão, onde uns poucos dizem o que isso significa e outros tantos não
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A pergunta da hora é... Como conciliar crítica dos meios de comunicação com liberdade de expressão? É que no debate forjado nos últimos meses pelos grandes jornais e revistas do país não vemos espaço para a crítica ao seu modelo de fazer jornalismo.
Não demora muito e ficará estabelecida a percepção de que somente a grande imprensa pode chamar a si o direito de julgar entre o que é crítica legítima aos meios de comunicação e o que não passa de ataque à liberdade de expressão e, no extremo, de disfarçada defesa do controle social da mídia. Ou seja, a liberdade de imprensa passa a ser tutelada exclusivamente por aqueles que defendem a sua "não tutela", seja pelo Estado, seja por outros atores sociais.
Seguindo esta linha de pensamento, podemos inferir que, mesmo sem ser explicitada, a grande imprensa passa a ser de fato a única dona desta preciosa liberdade. E é aqui que o perigo mora. Isto porque a crítica à imprensa, ou a qualquer outra instituição, atividade profissional ou o que seja, encontra amplo respaldo em nosso ordenamento democrático.
A quem interessa interditar o debate?
Por que podemos criticar o sistema educacional do país, e não os meios de comunicação?
Por que podemos criticar o sistema de saúde, e não a imprensa?
Por que podemos criticar os governantes, os parlamentares e os que operam o sistema judiciário, mas não os veículos de comunicação?
Por que nos é permitido debater os modelos econômicos mais adequados ao desenvolvimento do Brasil e devemos nos fechar em copas ante qualquer debate sobre os modelos informativos vigentes no país?
Questionar nosso sistema de comunicação, analisar criteriosamente suas propostas, criticar o tipo de entretenimento que nos é oferecido e, ainda mais, propor mudanças saudáveis para sua gestão, está muito longe de configurar cerceamento à liberdade de qualquer pessoa ou de qualquer instituição. Precisamos admitir que a liberdade de opinar é de todos e a ninguém é concedido o direito de se apropriar deste direito em detrimento dos demais. Menos ainda deveriam se considerar privilegiados enquanto se autodefinem como guardiães profissionais do direito de expressão.
Por que não debatemos a questão do monopólio dos meios midiáticos no Brasil? A quem interessa interditar o debate? Não sabemos, então, que quanto maior a concentração da propriedade dos meios de comunicação, menor é a possibilidade de que se veiculem expressões múltiplas e plurais nos meios de comunicação?
Poucos falam, muitos se calam
Na medida em que as universidades, as organizações não-governamentais, os sindicatos e outros atores sociais tenham acesso a frequências de rádio e de televisão, será dado o passo inicial para se combater de forma eficiente a formação de novos monopólios no negócio chamado comunicação.
Outro tema que merece ser debatido é o que trata da publicidade governamental. Há que se buscar critérios claros e transparentes sobre o que merece constar como atividade oficial, paga com dinheiro de nossos impostos. É óbvio que é necessário que o governo divulgue suas ações. Mas existe uma distância abissal entre divulgar uma campanha de vacinação infantil e divulgar números favoráveis da economia em período eleitoral. A publicidade governamental não pode ser simplesmente guiada por critérios de êxito comercial, pois isto aprofunda ainda mais as assimetrias ora existentes e que favorecem amplamente os grandes anunciantes em detrimento da utilização de outros meios.
Como o leitor pode ver, não faltam temas para azeitar uma pauta de debates que envolva a sociedade como um todo e que tem tudo a ver com a presente questão de liberdade de expressão, onde uns poucos dizem o que isso significa e outros tantos não
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A volta da Telebrás e o sorriso de Biondi
Reproduzo artigo de Antonio Lassance, publicado no sítio Carta Maior:
A Telebrás está de volta. Desde o dia 3 de agosto, ela retornou às operações. Seus antigos funcionários foram reconvocados e têm pela frente o desafio de reerguer a empresa, demonstrar a excelência do serviço público e, mais especificamente, implementar o Plano Nacional de Banda Larga.
Quando se informou que a Telebrás seria reativada, houve uma grita geral de algumas empresas telefonia e um ataque feroz da mídia tradicional. Ressuscitar a estatal foi tratado como verdadeira heresia. Na crítica mais amena, um disparate.
A volta da Telebrás não apenas provocou a ira do liberalismo como representou uma derrota amarga, pois incidiu no setor que até hoje é apresentado como modelo do processo de privatização e das benesses dele decorrentes. O tratamento dado ao tema mais uma vez foi acometido de uma patologia crônica, apontada por diversos estudiosos da mídia: a falta de contextualização ou mesmo a descontextualização de um assunto.
Uma falta de contextualização primária esteve na ausência de um diagnóstico sobre o setor, que sabidamente oferece serviços caros e de péssima qualidade. Suas empresas são campeãs de reclamações de usuários e de ações junto aos órgãos de defesa do consumidor.
Outra falta de contextualização, ainda mais importante, está em que poucos se deram ao trabalho de trazer à tona a história da Telebrás e de seu processo de privatização. Lacuna curiosa, pois, afinal, a quem interessaria relembrar tal passado? Resposta: interessaria à maioria das pessoas, aos que têm e aos que não têm acesso aos serviços de telecomunicação.
Até hoje, a melhor forma de contar essa história e travar a batalha da memória contra o esquecimento é revisitar o livro de Aloysio Biondi, “O Brasil privatizado: um balanço do desmonte do Estado”. O livro teve sua primeira edição em 1999. Sua 11ª edição se encontra disponível, gentil e gratuitamente, no site da Editora Fundação Perseu Abramo.
Biondi, como se sabe, foi um monstro sagrado do jornalismo brasileiro, grande mestre do jornalismo econômico. Faleceu há 10 anos (em julho de 2000). “O Brasil privatizado” abria seu capítulo “As estatais: sacos sem fundo?” justamente falando da Telebrás. Biondi relembrava que, entre 1996 e 1997, a empresa teve um salto de 250% em seu lucro, desmentindo categoricamente a mensagem fabricada de que as estatais só davam prejuízo. No livro que tornou-se um clássico para a compreensão sobre o que fizeram com o Brasil nos anos 90, Biondi contextualizava que tanto os prejuízos quanto os lucros das estatais tinham sido fabricados para atender a interesses muito bem identificados.
Dizia ele: “Os prejuízos que o achatamento de tarifas e preços trouxe para as estatais teve efeitos que o consumidor conhece bem: nesses períodos, elas ficaram sem dinheiro para investir e ampliar serviços. Explicam-se, assim, as filas de espera para os telefones, ou as constantes ameaças de ‘apagões’ no sistema de eletricidade. Ou, dito de outra forma: não é verdade que os serviços das estatais tenham se deteriorado por ‘incompetência’. Como também é mentira que ‘o Estado perdeu sua capacidade de investir’, como diz a campanha dos privatizantes. O que houve foi uma política econômica absurda, que sacrificou as estatais”.
Lembrava ainda de uma decisão incrível: em 1989, um decreto do presidente da República proibia o BNDE (hoje BNDES) de realizar empréstimos a empresas estatais.
Biondi era um “antifukuyama”. Só para lembrar, Fukuyama foi um dos garotos propagandas do neoliberalismo, muito badalado durante o governo Reagan, autor de uma tese espalhafatosa sobre o “fim da história” e da vitória do capitalismo sobre tudo e sobre todos. Hoje, se alguém fizer um Google sobre os “francis” existentes na face da Terra, Fukuyama sequer aparece nas sugestões do motor de busca. Fica atrás de Francis Bacon, Francis Ford Copola, Francisco Cuoco e Francisco Alves. Indício de que quem corre o risco de desaparecer é o próprio Fukuyama.
Enfim, Biondi desmentia a tese do fim da história, mostrando que a moda era tentar “cancelar” a história. Contextualizava a esdrúxula decisão que proibia o BNDES de financiar empresas estatais lembrando ter sido ele criado, no governo Juscelino Kubitschek, “exatamente com o objetivo de fornecer recursos para a execução de projetos de infra-estrutura, que exigem desembolso de bilhões e bilhões – e precisam de alguns anos para sua execução”.
A memória do texto de Biondi é mais uma vez útil a um momento em que o BNDES também se tornou alvo de ataques violentos e virulentos à gestão de Luciano Coutinho, veja só, por fazer exatamente aquilo para o qual o banco existe: levantar investimentos e fazer financiamentos.
Biondi também usou o exemplo da Telebrás para relembrar uma diferença básica do setor público em relação ao privado: além de prestar serviços, as estatais deveriam ser utilizadas com o objetivo de justiça social. Tais empresas não têm como objetivo fundamental o lucro, nem têm como sina acumular prejuízos. Seu objetivo fundamental é garantir o atendimento à população em serviços essenciais. O fato de que muitas vezes acumularam prejuízos, além das malversações que acompanharam algumas de suas gestões, decorria das condições de desigualdade do país. A pobreza criava um obstáculo sério ao modelo de negócio de muitas estatais. Milhões de brasileiros excluídos do mercado interno de massas por um modelo de desenvolvimento excludente não tinham como contratar serviços em níveis que garantissem a rentabilidade de certas empresas estatais.
Por isso, na atual situação do país, de expansão acelerada do mercado interno de massas, de ascensão de um contingente expressivo de pessoas à classe média e da tendência de crescimento da economia, do emprego e da renda dos brasileiros, o discurso contra as estatais está obsoleto. É como o relógio quebrado que homenageia a nostalgia e a ostentação, mas é incapaz de fornecer uma informação correta.
As estatais, diante do novo quadro econômico, já podem se dar ao luxo de serem extremamente lucrativas. Mas estão longe de constituir uma ameaça ao setor privado. Elas podem atuar em atividades nas quais empresas privadas têm demonstrado dificuldades crônicas em dar conta do recado ou, como no caso da Petrobrás, podem funcionar como grandes alavancas do crescimento econômico, responsáveis por irrigar inúmeras cadeias produtivas que sequer existiam, ou que haviam sido desativadas.
Passados dez anos desde que perdemos Aloysio Biondi, tem-se a exata dimensão da importância daquilo que ele nos mostrou e de sua contribuição para reverter a cegueira que tomava conta do País. Me arrisco a dizer que, se vivo estivesse, o autor daquele texto célebre e indignado estaria tomado por um sorriso satisfeito com a volta dos elefantes. Até porque, “três elefantes incomodam, incomodam…. incomodam muito mais”.
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A Telebrás está de volta. Desde o dia 3 de agosto, ela retornou às operações. Seus antigos funcionários foram reconvocados e têm pela frente o desafio de reerguer a empresa, demonstrar a excelência do serviço público e, mais especificamente, implementar o Plano Nacional de Banda Larga.
Quando se informou que a Telebrás seria reativada, houve uma grita geral de algumas empresas telefonia e um ataque feroz da mídia tradicional. Ressuscitar a estatal foi tratado como verdadeira heresia. Na crítica mais amena, um disparate.
A volta da Telebrás não apenas provocou a ira do liberalismo como representou uma derrota amarga, pois incidiu no setor que até hoje é apresentado como modelo do processo de privatização e das benesses dele decorrentes. O tratamento dado ao tema mais uma vez foi acometido de uma patologia crônica, apontada por diversos estudiosos da mídia: a falta de contextualização ou mesmo a descontextualização de um assunto.
Uma falta de contextualização primária esteve na ausência de um diagnóstico sobre o setor, que sabidamente oferece serviços caros e de péssima qualidade. Suas empresas são campeãs de reclamações de usuários e de ações junto aos órgãos de defesa do consumidor.
Outra falta de contextualização, ainda mais importante, está em que poucos se deram ao trabalho de trazer à tona a história da Telebrás e de seu processo de privatização. Lacuna curiosa, pois, afinal, a quem interessaria relembrar tal passado? Resposta: interessaria à maioria das pessoas, aos que têm e aos que não têm acesso aos serviços de telecomunicação.
Até hoje, a melhor forma de contar essa história e travar a batalha da memória contra o esquecimento é revisitar o livro de Aloysio Biondi, “O Brasil privatizado: um balanço do desmonte do Estado”. O livro teve sua primeira edição em 1999. Sua 11ª edição se encontra disponível, gentil e gratuitamente, no site da Editora Fundação Perseu Abramo.
Biondi, como se sabe, foi um monstro sagrado do jornalismo brasileiro, grande mestre do jornalismo econômico. Faleceu há 10 anos (em julho de 2000). “O Brasil privatizado” abria seu capítulo “As estatais: sacos sem fundo?” justamente falando da Telebrás. Biondi relembrava que, entre 1996 e 1997, a empresa teve um salto de 250% em seu lucro, desmentindo categoricamente a mensagem fabricada de que as estatais só davam prejuízo. No livro que tornou-se um clássico para a compreensão sobre o que fizeram com o Brasil nos anos 90, Biondi contextualizava que tanto os prejuízos quanto os lucros das estatais tinham sido fabricados para atender a interesses muito bem identificados.
Dizia ele: “Os prejuízos que o achatamento de tarifas e preços trouxe para as estatais teve efeitos que o consumidor conhece bem: nesses períodos, elas ficaram sem dinheiro para investir e ampliar serviços. Explicam-se, assim, as filas de espera para os telefones, ou as constantes ameaças de ‘apagões’ no sistema de eletricidade. Ou, dito de outra forma: não é verdade que os serviços das estatais tenham se deteriorado por ‘incompetência’. Como também é mentira que ‘o Estado perdeu sua capacidade de investir’, como diz a campanha dos privatizantes. O que houve foi uma política econômica absurda, que sacrificou as estatais”.
Lembrava ainda de uma decisão incrível: em 1989, um decreto do presidente da República proibia o BNDE (hoje BNDES) de realizar empréstimos a empresas estatais.
Biondi era um “antifukuyama”. Só para lembrar, Fukuyama foi um dos garotos propagandas do neoliberalismo, muito badalado durante o governo Reagan, autor de uma tese espalhafatosa sobre o “fim da história” e da vitória do capitalismo sobre tudo e sobre todos. Hoje, se alguém fizer um Google sobre os “francis” existentes na face da Terra, Fukuyama sequer aparece nas sugestões do motor de busca. Fica atrás de Francis Bacon, Francis Ford Copola, Francisco Cuoco e Francisco Alves. Indício de que quem corre o risco de desaparecer é o próprio Fukuyama.
Enfim, Biondi desmentia a tese do fim da história, mostrando que a moda era tentar “cancelar” a história. Contextualizava a esdrúxula decisão que proibia o BNDES de financiar empresas estatais lembrando ter sido ele criado, no governo Juscelino Kubitschek, “exatamente com o objetivo de fornecer recursos para a execução de projetos de infra-estrutura, que exigem desembolso de bilhões e bilhões – e precisam de alguns anos para sua execução”.
A memória do texto de Biondi é mais uma vez útil a um momento em que o BNDES também se tornou alvo de ataques violentos e virulentos à gestão de Luciano Coutinho, veja só, por fazer exatamente aquilo para o qual o banco existe: levantar investimentos e fazer financiamentos.
Biondi também usou o exemplo da Telebrás para relembrar uma diferença básica do setor público em relação ao privado: além de prestar serviços, as estatais deveriam ser utilizadas com o objetivo de justiça social. Tais empresas não têm como objetivo fundamental o lucro, nem têm como sina acumular prejuízos. Seu objetivo fundamental é garantir o atendimento à população em serviços essenciais. O fato de que muitas vezes acumularam prejuízos, além das malversações que acompanharam algumas de suas gestões, decorria das condições de desigualdade do país. A pobreza criava um obstáculo sério ao modelo de negócio de muitas estatais. Milhões de brasileiros excluídos do mercado interno de massas por um modelo de desenvolvimento excludente não tinham como contratar serviços em níveis que garantissem a rentabilidade de certas empresas estatais.
Por isso, na atual situação do país, de expansão acelerada do mercado interno de massas, de ascensão de um contingente expressivo de pessoas à classe média e da tendência de crescimento da economia, do emprego e da renda dos brasileiros, o discurso contra as estatais está obsoleto. É como o relógio quebrado que homenageia a nostalgia e a ostentação, mas é incapaz de fornecer uma informação correta.
As estatais, diante do novo quadro econômico, já podem se dar ao luxo de serem extremamente lucrativas. Mas estão longe de constituir uma ameaça ao setor privado. Elas podem atuar em atividades nas quais empresas privadas têm demonstrado dificuldades crônicas em dar conta do recado ou, como no caso da Petrobrás, podem funcionar como grandes alavancas do crescimento econômico, responsáveis por irrigar inúmeras cadeias produtivas que sequer existiam, ou que haviam sido desativadas.
Passados dez anos desde que perdemos Aloysio Biondi, tem-se a exata dimensão da importância daquilo que ele nos mostrou e de sua contribuição para reverter a cegueira que tomava conta do País. Me arrisco a dizer que, se vivo estivesse, o autor daquele texto célebre e indignado estaria tomado por um sorriso satisfeito com a volta dos elefantes. Até porque, “três elefantes incomodam, incomodam…. incomodam muito mais”.
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