quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Mídia vitamina discurso policialesco

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Mesmo sendo o país com a terceira maior população carcerária no mundo, perdendo apenas para Estados Unidos e China, impera, no Brasil, a ideia de que a solução para combater a criminalidade é continuar mandando gente - principalmente jovens - para a prisão. Para piorar, as eleições de 2018 mostraram que o discurso policialesco, autoritário e essencialmente punitivista tem "colado" na opinião pública, já que portadores de bandeiras como "bandido bom é bandido morto" e representantes da chamada "bancada da bala" obtiveram votações expressivas, seja no âmbito da presidência, de governos estaduais e para a Câmara dos Deputados.

Há saída no labirinto capitalista?

Por Ladislau Dowbor, no site Outras Palavras:

The most intellectual creature ever to walk the earth, is destroying its only home.” – Jane Goodall

A burrice no poder tende não só a se perpetuar, como nela se afundar. O acúmulo de bobagens ou de tragédias, a partir de um certo ponto, exigiria tamanha confissão de incompetência, que os donos de poder continuam até a ruptura total. Reconhecer a burrice torna-se demasiado penoso. Barbara Tuchman nos dá uma análise preciosa dos mecanismos, no que ela chama de Marcha da Insensatez: “Uma vez que uma política foi adotada e implementada, toda atividade subsequente se transforma num esforço para justificá-la.” Isso levou, por exemplo, cinco presidentes note-americanos sucessivos a se afundarem na guerra do Vietnã, apesar da convicção íntima, hoje conhecida, de que era uma causa perdida. A burrice política obedece a uma impressionante força de inércia. (263)

Vendilhões da Petrobras no banco dos réus

Do site da FUP:

O ex-presidente da Petrobrás, Pedro Parente, e o atual presidente da empresa, Ivan Monteiro, são réus em ações populares que questionam a venda sem licitação da Termobahia e os prejuízos da entrega dos Campos de Lapa e de Iara, no pré-sal da Bacia de Santos, e da Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária que controla uma rede de 4,5 mil quilômetros de gasodutos nas regiões Norte e Nordeste do país. Parente e Monteiro terão que explicar à justiça federal os interesses escusos que estão por trás destas negociatas.

Os retrocessos na vida das trabalhadoras

Por Tita Carneiro, no jornal Brasil de Fato:

Tem sido comum a afirmação de que estamos vivendo um momento de retrocesso dos direitos do povo brasileiro. Mas é disso que se trata. Desde a década de 70, a realidade das brasileiras no mercado era de uma crescente de inserção nas mais variadas profissões. Os anos seguintes se destacaram devido ao crescimento da população economicamente ativa feminina em 111,5%.

Nove ministros estão enrolados na Justiça

Por Thais Reis Oliveira, na revista CartaCapital:

Não só com generais e lunáticos indicados por Olavo de Carvalho caminha o corpo ministerial de Jair Bolsonaro. Chegou a vinte e dois o número de ocupantes anunciados pelo governo de transição, sete a mais que o prometido pelo staff bolsonarista em campanha.

Para um presidente que chegou ao poder erguendo bandeira contra a corrupção e o crime, chama atenção que tantos indicados tenham pendências com a Justiça.

Ao menos nove dos futuros ministros anunciados até agora são investigados ou réus em ações judiciais. A lista vai do caixa 2 confesso por Onyx Lorenzoni (DEM) ao calote no INSS do desconhecido deputado Marcelo Álvaro (PSL), futuro ministro do Turismo.

Geopolítica, o caso Huawei e a Lava-Jato

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – a geopolítica moderna

A prisão de Meng Wanzhou, filha do fundador da gigante de tecnologia Huawei, escancarou até para os idiotas da objetividade o contexto das novas disputas geopolíticas globais, tendo como pano de fundo a legislação anticorrupção e o combate ao terrorismo.

Todas as evidências sobre a interferência externa na Lava Jato eram tratadas por esses sábios da objetividade como teoria conspiratória, “coisas da CIA”, como se a CIA fosse apenas uma ficção de Will Eisner.

Deltan Dallagnol e o escândalo Bolsonaro

Por Jeferson Miola, em seu blog:       

O procurador Deltan Dallagnol não quer que a Lava Jato investigue o escândalo de R$ 1,2 milhão que envolve o assessor dos Bolsonaro.

No tweet em que divulgou essa opinião estapafúrdia [ler aqui], Deltan escreveu:

“Relatório do COAF apontou que 9 ex-assessores de Flávio Bolsonaro repassaram dinheiro para o seu motorista. Toda movimentação suspeita envolvendo políticos e pessoas a eles vinculadas precisa ser apurada com agilidade. É o papel do MP no RJ investigar”.

Ex-mulher de Bolsonaro já tinha dado a pista

Por Mauro Donato, no blog Diário do Centro do Mundo:

Especialistas em contabilidade e em análise de lavagem de dinheiro ouvidos pelo DCM apontam que a evolução patrimonial da família Bolsonaro pode ser fruto de operação ‘caixinha’, como é conhecida a prática de tomar de volta uma parte – ou até a totalidade – do salário de funcionários do gabinete parlamentar.

O escândalo veio à tona após o Coaf detectar uma movimentação de R$ 1,2 milhão do ex-assessor e motorista de Flávio Bolsonaro. Fabrício Queiroz era o receptor de fração dos vencimentos dos demais colegas da Assembleia Legislativa do Rio e, no dia seguinte, fazia saques. Tanto os créditos como os débitos eram feito em dinheiro vivo. Fabrício Queiroz é amigo de longa data da família Bolsonaro.

Impacto do golpe nos indicadores sociais

Por Rafael da Silva Barbosa, no site Brasil Debate:

O recém-divulgado documento do IBGE – Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira 2018 – é uma ótima oportunidade para se discutir os impactos sociais do golpe de Estado, de 31 de agosto de 2016 [1].

Dentre os impactos, se destacam o retorno da concentração de renda, o aumento da pobreza monetária e não monetária e a relativa estagnação das condições da educação.

Para o primeiro ponto, o gráfico 1 é elucidativo. A razão entre os rendimentos volta a crescer, exatamente, no ano em que se consumou o golpe. Em 2016, já com a posse do governo golpista, o fim da política de valorização do salário mínimo e a aprovação da reforma trabalhista, em julho de 2017, que aumentou a proporção de trabalhadores por conta própria e sem carteira de trabalho, agravaram o grau de concentração de renda no Brasil.

A derrota da "Lei da Mordaça"

Editorial do site Vermelho:

O arquivamento do projeto de lei da chamada “Escola sem Partido”, bem alcunhada de “Lei da Mordaça” é um marco na luta em defesa da democracia da liberdade de pensamento. Os defensores do projeto retrógrado não reuniram apoio para aprova-lo na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Foi uma derrota da direita e também do presidente eleito Jair Bolsonaro, que apoia o movimento “Escola Sem Partido”.

“Foi a prova de que a resistência dá certo. Queremos uma educação plural”, comemorou a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), vice-líder da bancada comunista na Câmara.

Não vai ter outro AI-5; nem precisa!

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Aos que me perguntam se, 50 anos depois, corremos o risco de ter um novo Ato Institucional Nº 5, o golpe dentro do golpe da ditadura militar, respondo com convicção: não, não há perigo.

Nem precisa.

As circunstâncias hoje são completamente diferentes daquela época.

A nova ordem que se instala no dia 1º de janeiro de 2019 já começa legitimada pelas urnas, com todos os instrumentos para impor seus projetos de poder, um governo ultraliberal na economia e ultraconservador nos costumes.