quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Bolsonarismo censura, intimida e persegue

Renda Cidadã: a pedalada de Bolsonaro

Três ondas que poderão engolfar Bolsonaro

Crise e a quebradeira de pequenas empresas

Naturalizamos o horror?

Por Maria Rita Kehl, no site da Fundação Lauro Campos e Marielle Franco:

É noite. Sinto que é noite/
não porque a treva descesse/
(bem me importa a face negra)/ mas porque dentro de mim/
no fundo de mim, o grito/
se calou, fez-se desânimo//

Sinto que nós somos noite/
que palpitamos no escuro/
e em noite nos dissolvemos/ Sinto que é noite no vento/ noite nas águas, na pedra/
E de que adianta uma lâmpada?/
E de que adianta uma voz?…

Carlos Drummond de Andrade, “Passagem da Noite”, em A rosa do Povo (1943-45)

Nós, humanos, nos acostumamos com tudo. Melhor: com quase tudo. Há vida humana adaptada ao frio do Ártico e ao sol do Saara, à mata Amazônica ou o que resta dela assim como às estepes russas. Há vida humana em palacetes e palafitas, em academias de ginástica e UTIS de hospital. E o pulso ainda pulsa. Há pessoas sequestradas por psicopatas durante décadas, há meninas e meninos estuprados pelo tio ou pelo patrão da mãe. Sem coragem de contar, porque podem levar a culpa pelo crime do adulto. E o pulso ainda pulsa.

Invasões em terras indígenas aumentam 130%


Em 2019, a violência contra povos indígenas se amplificou em âmbito nacional. Relatório Anual do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), divulgado nesta quarta-feira (30), identificou crescimento de mais de 130% nas invasões possessórias às Terras Indígenas. O que aponta para danos ao meio ambiente, ao patrimônio da União e ao modo de vida dos povos originários.

O estudo mostra que no ano passado ocorreram 256 invasões de territórios indígenas, bem mais que as 109 invasões de 2018, o que resulta no porcentual elevado anunciado hoje. Já no ano passado, o Cimi mostrava que as invasões vinham em crescimento, com alta de 13%, considerando as 109 ocorrências em relação ao total de 96 invasões de 2017.

Renda mínima, sim! Corte na educação, não!

Editorial do site Vermelho:

Não foi Bolsonaro, mas sim o Congresso Nacional, com a ação destacada da oposição, que tomou a iniciativa de instituir o auxílio emergencial de R$ 600. Agora, o presidente cortou pela metade essa quantia. E, novamente, é a oposição que se empenha para manter o R$600, sem redução, até dezembro. O debate, agora, é como fica a situação da população carente a partir de janeiro de 2021. É o que está em pauta no exame do Orçamento do governo federal para o ano próximo.

Até dezembro, agora

Por João Guilherme Vargas Netto


Há duas quase unanimidades sobre o auxílio emergencial de 600 reais por mês votado pelo Congresso Nacional.

A primeira delas confirma com números seus efeitos positivos para as pessoas, para o comércio, para as arrecadações fiscais e para a economia em geral; sem o auxílio a pandemia teria sido, além de mortífera, um verdadeiro pandemônio.

A segunda quase unanimidade é o silêncio sobre a manutenção do auxílio, pelo menos até dezembro e a inação para discutir, votar e derrotar a MP 1.000 que cortou o auxílio pela metade e eliminou milhões de beneficiários.

As únicas instituições nacionais representativas que se posicionaram afirmativamente exigindo a manutenção do auxílio foram as centrais sindicais.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

“Novo normal” será de agravamento da crise



Entrevista com Nelson Marconi, professor de macroeconomia e finanças públicas da Fundação Getúlio Vargas e coordenador do Fórum de Economia da FGV. Integra a Associação Keynesiana Brasileira (AKB) e o Projeto Brasil Nação. Nas eleições de 2018, coordenou a equipe que elaborou o programa econômico desenvolvimentista do ex-ministro Ciro Gomes (PDT)

A lei do emprego

Por Duarte Pereira

Na rinha capitalista,
as mutações tecnológicas
são cada vez mais velozes.
A riqueza multiplica-se.
Diminui o tempo necessário
para criá-la.
Deveria aumentar
o tempo livre
para o lazer e a alegria.

Projeto de Bolsonaro tira verbas da Educação

Por Carlos Pompe


O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta segunda-feira, 28, a intenção de criar o Renda Cidadã como substituto do Bolsa Família e do auxílio emergencial que termina em dezembro. Não informou detalhes, custo ou valor do novo benefício, mas já antecipou que parte dos recursos serão desviados da educação – mais precisamente, pretende usar 5% do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), recentemente aprovado no Congresso à revelia do governo. As entidades sindicais da área de educação repudiaram a iniciativa governamental.

Jovens, pandemia e oportunidades de trabalho

Já temos uma justiça miliciana?

Pandemia, vacina e a volta às aulas

Pressão pela saída de Salles se intensifica

É crime atrás de crime por este governo!

Democracias frágeis e ameaçadas

Volta às aulas em Manaus é macabra

Por Altamiro Borges

Eleito na onda bolsonarista, o governador do Amazonas, o "outsider" Wilson Lima (PSC), insiste em cometer insanidades – o que quase causou o seu impeachment. Agora, em pleno aumento das mortes provocadas pelo coronavírus, o aloprado decidiu impor a volta às aulas para 217 mil alunos da rede pública em Manaus.

A revista Época registra: “O aumento dos casos de Covid-19, após período de aparente estabilidade, resultou em nova determinação de fechamento de bares, restaurantes e balneários em Manaus. No entanto, decreto publicado pelo governador manteve a volta às aulas em mais de 100 escolas públicas da capital”.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

A mídia alternativa e os embates políticos

Informais e precários são as maiores vítimas

Júlio Lancellotti e a teologia do conflito

As revelações do ex-ministro Mandetta

Diplomacia evangélica e de fake news

A democracia em crise no Brasil

Trump sonega milhões em impostos

Por Fernando Brito, em seu blog:

Não se sabe, ainda, se terá sido um golpe mortal em sua campanha pela reeleição, porque lá nos Estados Unidos, como por aqui, racionalidade anda em falta. Mas a revelação do The New Yor Times de que Donald Trump pagou, em 2016 e 2017 – já na presidência dos EUA – a irrisória quantia de US$ 750 dólares (R$ 4.125) de imposto de renda anuais, não pagou nada durante 10 dos 15 anos analisados e ainda recebeu uma restituição de impostos de US $ 72,9 milhões (R$ 400 milhões) que é objeto de uma auditoria da Receita Federal norte-americana.

Salles quer passar mega boiada no Conama

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

Com aval de Jair Bolsonaro, o ministro Ricardo Salles pretende passar uma mega boiada nesta segunda-feira (28), durante reunião do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). O objetivo é acelerar ainda mais o ritmo da destruição ambiental no país em novo agrado ao agronegócio e ao setor imobiliário.

Para isso, Salles colocou em pauta uma minuta de resolução que revoga três resoluções do Conama. Trata-se da Resolução nº 284, de 30 agosto de 2001, que estabelece regras para o licenciamento de empreendimentos de irrigação; da Resolução nº 302, de 20 de fevereiro de 2002, sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno. E a de nº 303, de 13 de maio de 2002, que cria parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente. A Advocacia-Geral da União deu parecer favorável à proposta.

Uberização, trabalho digital e Indústria 4.0

Do site da Boitempo Editorial:

Organizada por Ricardo Antunes, professor da Unicamp e sociólogo do trabalho, a obra é uma coletânea de artigos que desbrava os temas do trabalho digital, da uberização e plataformização do trabalho e do fenômeno da Indústria 4.0 e suas consequências para o universo laborativo e para a vida dos trabalhadores e trabalhadoras. O livro traz dezenove artigos de importantes pesquisadores e pesquisadoras, brasileiros e estrangeiros, que investigam, em diferentes setores, os impactos sociais decorrentes da expansão do universo maquínico-informacional-digital.

A ameaça golpista de Trump

Charge: Luc Descheemaeker
Editorial do site Vermelho:

Se Bolsonaro arrefeceu sua pregação contra as instituições democráticas, agora é seu grande mestre, Donald Trump, que em desvantagem nas pesquisas eleitorais, afirma que pode não reconhecer o resultado das urnas. É claro, caso ele não seja o vencedor.

Razoavelmente desgastado pelo fracasso de seu governo no combate à pandemia e no momento atrás do candidato do Partido Democrata na corrida à Presidência da República, Trump põe em dúvida a lisura do voto pelos correios. Expediente antigo e tido como seguro pelas instituições estadunidenses.

Os desafios da esquerda em Porto Alegre

Manuela D'Ávila e Miguel Rossetto
Por Claudia Rocha, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:


Na noite desta quinta-feira (24), a entrevistada do quadro "Barão Entrevista" foi a pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, Manuela D'Ávila, que respondeu perguntas de jornalistas e comunicadores participantes do evento, transmitido ao vivo pelo canal do Barão no Youtube.

Com mais de 15 anos de vida pública em cargos parlamentares, a gaúcha já foi vítima de mais de uma onda de disseminação de fakenews. A mais conhecida foi durante a eleição de 2018, quando foi vice na chapa presidencial com Fernando Haddad (PT) e teve que conviver com ameaças e agressões por parte de grupos bolsonaristas, especialmente nas redes.

domingo, 27 de setembro de 2020

Os erros de Bolsonaro-Guedes na pandemia

Muita autocritica é pior que nenhuma

Por Marcos Coimbra, no site Brasil-247:


Em dezembro de 2017, a nove meses da eleição do ano seguinte, o Instituto Vox Populi realizou uma pesquisa nacional, por solicitação da CUT.

É educativo voltar a seus resultados, que ajudam a entender o que nos levou ao desastre de ter um Bolsonaro à frente do governo.

O Brasil estava mal, do ponto de vista da população.

A insatisfação predominava, ainda que em proporção menor que no final de 2016: 52% diziam-se “insatisfeitos”, um número abaixo do registrado no ano anterior, quando eram 60% (para comparar: hoje, a insatisfação está em 64%).

A retórica da equivalência na imprensa

Por João Feres Junior e Eduardo Barbabela, no site Manchetômetro:


No jornal da noite do dia 23 de setembro, no Jornal das 10 da GloboNews, a jornalista Eliane Cantanhede, ao comentar as declarações do General Heleno de que as críticas de nações estrangeiras sobre o desmatamento na Amazônia visam prejudicar o Brasil e derrubar o governo Bolsonaro, disse que os bolsonaristas são iguais aos petistas, pois não aceitam críticas: atribuem a elas a exclusiva função de desmerecer o seu líder.

Não foi a primeira vez que utilizou de tal comparação, no último dia 11 de julho, no mesmo Jornal das 10 da mesma GloboNews, Cantanhede disse que as ameaças de Jair Bolsonaro à imprensa são equivalentes ao tratamento diferenciado que Lula dava aos “blogueiros sujos”.

Educação sofre com ministro homofóbico

Por Carlos Pompe

As recentes declarações do ministro da Educação, Milton Ribeiro, atacando os homossexuais e seus familiares e fugindo às responsabilidades da Pasta em relação aos desafios do ensino no país foram duramente criticas por especialistas em educação, parlamentares e organizações de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI). Para a coordenadora-geral em exercício da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino - Contee, Madalena Guasco Peixoto, Ribeiro “não está preparado nem para ser ministro de um estado de direito e laico e nem para ser administrador público de gestão”.

A democracia é um retrato na parede

Por Marcelo Zero

No Brasil de hoje, há gente que não tem nada a propor.

O governo Bolsonaro, por exemplo, não consegue apresentar nada de positivo a um país que sofre com morte, epidemia, desemprego e fome.

Trata-se de um governo que só destrói o que os outros construíram.

A agenda de Bolsonaro é a agenda da destruição; não a agenda da construção.

É a agenda do ódio; não a agenda da esperança.

Destruição dos direitos dos aposentados. Destruição dos direitos dos trabalhadores. Destruição dos empregos. Destruição dos salários dignos. Destruição da saúde pública. Destruição da educação pública. Destruição da segurança alimentar. Destruição dos sonhos.

Celso de Mello: Sempre a luta de classes

Por Bepe Damasco, em seu blog:


Seria mesmo um otimismo exagerado achar que o judiciário seria capaz de decidir pela suspeição de Moro.

Mas fazer o que?

A luta por justiça e mudanças profundas na sociedade precisa de esperança para manter-se viva, apesar de ser do conhecimento geral o déficit de estofo jurídico, moral e de compromisso com a cidadania do sistema de justiça do Brasil, o mais caro do planeta.

Confesso que também embarquei nessa.

De tão explícita e escandalosa, a perseguição a Lula por parte do então juiz Moro, conforme amplamente provada pela Vaza Jato, levaram-me a acreditar que Têmis, a deusa da Justiça da mitologia grega, acabaria por conquistar corações e mentes da maioria dos ministros da segunda turma do STF.

Professores debatem conjuntura e desafios

O que Bolsonaro escondeu no discurso na ONU

Papel do jornalismo no combate às fake news?

sábado, 26 de setembro de 2020

Bolsonaro, Witzel e Flamengo

Nariz de Bolsonaro cresce na ONU

Paulo Guedes em modo desespero

STF persiste no caminho da desmoralização

Como o WhatsApp vence uma eleição

Imprensa esconde propostas da oposição

O que está em jogo nas eleições na Bolívia?

Os obstáculos do jornalismo econômico

Devastação sem precedentes no Pantanal

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Pandemia e economia penalizam o trabalhador

Esquerda tem de reconectar e não demarcar

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

“Nossa turma ainda não entendeu que internet não é só comunicação, é sobre uma nova forma de organização na sociedade”, diz a certa altura a ex-deputada gaúcha Manuela D’Ávila (PCdoB). Candidata a prefeita de Porto Alegre – e em primeiro lugar, segundo pesquisa divulgada ontem –, ela repetirá algumas vezes a expressão “nossa turma”. Para ao mesmo tempo se referir ao campo progressista e mostrar preocupação com a necessidade de a esquerda se comunicar melhor.

A unidade entre os que combatem o fascismo

Por Claudia Rocha, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:


Na noite desta terça-feira (22), o evento "Barão Entrevista" recebeu o pré-candidato a prefeito na cidade de Belém, capital do Pará, Edmilson Rodrigues. Arquiteto de formação e com longa trajetória política e parlamentar, Edmilson conversou com integrantes do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé sobre diversos temas da conjuntura política - em especial, a unidade partidária no campo da esquerda em sua região.

Risco Bolsonaro afugenta investidores

Editorial do site Vermelho:


O Brasil registrou uma queda nos investimentos diretos de estrangeiros de 85% em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2019, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). Foram US$ 1,4 bilhões contra US$ 9,5 bilhões. É o menor montante para um mês de agosto desde 2016. Já na comparação com o mês anterior, a queda foi de 48%.

Essa modalidade de investimento é feita por multinacionais, representa importante fonte de recursos para a economia brasileira e já estava em queda desde o primeiro ano do Bolsonaro; com a pandemia se acentuou. Mas as causas principais são a desconfiança crescente no governo Bolsonaro, em meio à recessão global somada à deterioração da imagem do país no exterior, agravada com o desmatamento e as queimadas na Amazônia e no Pantanal.

"O dilema das redes'' humaniza os culpados

Por Mariana Serafini, no site Carta Maior:
 

Há poucas semanas a Netflix lançou “Dilema das redes”, o documentário dirigido por Jeff Orlowski que denuncia o mau uso feito pelas Big Techs (Google, Facebook, Instagram e várias outras) com os dados dos usuários. Apesar de uma ou outra informação interessante - nada necessariamente novo - o filme peca no ponto chave da questão: não é um dilema. Fora isso, traz entrevistas com meia dúzia de designers, engenheiros de software e programadores do Vale do Silício. Eles trabalharam para construir esse sistema que hoje nos controla. E não é porque se arrependeram, depois de ver o estrago, que são inocentes.

Capitão da Marinha na Casa de Rui Barbosa

Por Jotabê Medeiros, na revista CartaCapital:

O governo federal nomeou hoje o capitão de Mar e Guerra da reserva Carlos Fernando Corbage Rabello como o novo número 2 da Fundação Casa de Rui Barbosa, uma das mais prestigiosas e tradicionais instituições culturais do País, inaugurada em 13 de agosto de 1930. O posto de capitão de Mar e Guerra é a maior patente da Marinha e equivale ao de coronel no Exército e na Aeronáutica. É mais um passo rumo à militarização das instituições culturais do Estado – o governo já entregou a Fundação Nacional de Arte (Funarte) a um coronel do Exército também da reserva, Lamartine Barbosa, e tinha colocado um capitão PM da Bahia, André Porciuncula, na Secretaria de Fomento à Cultura, mas aparentemente recuou nessa última nomeação. O Superintendente de Prestação de Contas da Agência Nacional de Cinema (Ancine) também é um capitão de Mar e Guerra, Eduardo Cavalcanti Albuquerque, nomeado pelo governo Bolsonaro.

Os fardados no poder

Por Roberto Amaral, em seu blog:


Os manuais de história dizem que o Império foi o nosso “regime civil”, em contraste com a República, quando a preeminência da farda extrapola para a intervenção direta. Na realidade, a ascensão política dos militares já se estabelece, num crescendo, a partir da guerra contra o Paraguai, e se assume de corpo inteiro na sequência do golpe de 1889. O vestibular foram as ditaduras dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. Ali tomaram gosto. O poder agrário - reacionário, anti-progresso, que sustentara a monarquia atrasada, nascida velha, e que deveria haver sucumbido com ela -, emerge e reina no curso de toda a república velha, até pelo menos 1930. Seu símbolo foi a política cognominada de “café-com-leite”, caracterizada pelo rodízio de paulistas e mineiros na presidência da república.

Dois grandes economistas brasileiros

Por Paulo Nogueira Batista Jr.

O ano de 2020 marca o centenário do nascimento de Celso Furtado, e as homenagens a ele têm-se multiplicado. Nada mais justo, foi o maior economista brasileiro do século 20. Quem poderia rivalizar com ele? Talvez Mário Henrique Simonsen. E pode ser interessante fazer o contraste entre os dois.

Furtado estudou e ensinou na França. Passou também por Cambridge, na Inglaterra, escola fortemente marcada por Keynes e pela primeira geração de keynesianos, entre eles Nicholas Kaldor e Joan Robinson. A sua formação intelectual traz fortes influências europeias, portanto. Já Simonsen, embora nunca tenha estudado fora do Brasil, tinha suas raízes fincadas na economia tal como praticada nos Estados Unidos.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Brasil e a economia capitalista pós-pandemia



Entrevista com o economista Marcio Pochmann, professor da Unicamp, autor de mais de 60 livros, ex-presidente do Ipea e da Fundação Perseu Abramo e recém-eleito presidente do Instituto Lula

Barão de Itararé entrevista Manuela D'Ávila

Na ONU, Bolsonaro foi Bolsonaro

Por Jeferson Miola, em seu blog:


No discurso na Assembleia Geral da ONU, Bolsonaro não surpreendeu; Bolsonaro foi genuinamente Bolsonaro.

Ele foi autêntico e transparente, não disse nada diferente daquilo que estamos acostumados a ouvir e a acompanhar todo dia. E não transpareceu ser alguém menos torpe, tosco e vomitável que de fato é.

A diferença, talvez, é que no discurso preparado para a ONU Bolsonaro concatenou entre si as peças da lógica destrutiva, mentirosa e perversa representada por ele. E, talvez por isso, visto no seu conjunto, o discurso pareceu mais infame, delirante e distópico que todo caos cotidiano que ele vem produzindo abertamente desde a eleição de 2018.

Dois números redondos: 600 e 1000

Por João Guilherme Vargas Netto

Os números redondos são mais fáceis de memorizar e, às vezes, representam algo mais do que quantificam; são símbolos mágicos.

Este é o caso dos números 600 e 1000 na atual conjuntura brasileira.

600 reais é o que as centrais sindicais lutam para garantir como auxílio emergencial até dezembro.

1000 é o número da medida provisória do governo que corta pela metade o auxílio e elimina milhões de possíveis beneficiários.

A campanha das centrais sindicais – baseada em um abaixo assinado virtual cujo apoio cresce a cada dia, mas ainda se revela insuficiente – visa mobilizar a base sindical, influenciar os partidos de oposição e todos os outros e comover a opinião pública, levando o presidente da Câmara dos Deputados a colocar em votação a MP 1000.

Aumento da fome e pobreza: até onde?

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:


Segundo dados do IBGE, divulgados em 17 de setembro, o número de brasileiros que enfrentam insegurança alimentar grave subiu 43,7% em cinco anos. Em 2018 havia no Brasil 10,3 milhões de pessoas nessa situação, contra 7,2 milhões em 2013. Conforme a pesquisa, entre a população de 207,1 milhões, 122,2 milhões eram moradores em domicílios com segurança alimentar, enquanto 84,9 milhões viviam com algum nível de insegurança alimentar. Deste último conjunto, 56 milhões estavam em domicílios com insegurança alimentar leve, 18,6 milhões, insegurança alimentar moderada, e 10,3 milhões de pessoas em domicílios com insegurança alimentar grave.

Discurso de Bolsonaro foi primor de cinismo

Por Marcelo Zero

O discurso de Bolsonaro na abertura da Assembleia Geral da ONU foi, como esperado, um primor de cinismo.

Segundo ele, o Brasil é exemplo no combate à pandemia, na preservação ambiental e no campo dos direitos humanos.

As críticas vêm da politização desses temas pela imprensa e por países que têm inveja do Brasil.

O governo fez de tudo para combater a pandemia, com distribuição de recursos para os Estados e para a população, e foi a oposição, com sua tese do isolamento social, que causou uma recessão no país.

As queimadas são ocasionadas pela seca e pelos caboclos e índios que botam fogo em áreas degradadas para pode sobreviver.

Cultura enfrenta pandemia e Bolsonaro

O terrorismo com a inflação

O Brasil na assembleia geral da ONU em 2020

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Coronavírus escancara limites do capitalismo



Entrevista com o economista Renildo Souza. Ex-presidente Sindicato dos Metalúrgicos da Bahia, graduou-se em ciências econômicas pela Universidade Federal da Bahia, onde também fez mestrado e doutorado, foi professor na Faculdade de Economia da UFBA, é coautor do livro A Grande Crise Capitalista Global e autor do livro “Estado e capital na China”

Edmilson Rodrigues, a esquerda unida em Belém

Inflação em alta pressiona dólar e juros

IPCA-15, setembro/2020 — Foto: Economia G1
Por Fernando Brito, em seu blog:

Saíram hoje dois índices de inflação: o IPCA-15, do IBGE, que subiu 0,45% (o dobro dos 0,23% de agosto) e o IPC-Semanal, da Fundação Getúlio Vargas, que marcou uma subida de 0,7%.

A diferença entre os dois índices, em grande parte, explica-se pelo período de coleta de preços: o do IBGE mediu a variação entre 14 de agosto e 11 de setembro, enquanto o da FGV registra a variação de preços registrada entre os dias 23 de agosto e 22 de setembro, ambos comparados a período igual um mês antes.

O que isso quer dizer? É que o processo de alta de preços ao consumidor não parou de crescer e isso, com alta probabilidade, leva a inflação oficial para uma taxa superior aos 0,24% de agosto.

Eleição nos EUA e o pesadelo de Bolsonaro

Por Bepe Damasco, em seu blog:
 

Se todas as pesquisas estiveram apontando na direção correta, Bolsonaro terá sérias dificuldades para dormir na madrugada de 3 para 4 de novembro, quando sai o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos, ou pelo menos uma projeção segura da opção eleitoral dos eleitores norte-americanos.

Claro que ainda estão rolando os dados; que Trump lançará mão dos recursos mais sórdidos e sujos, como é de seu caráter; que o sistema eleitoral híbrido e confuso dos EUA permite qualquer surpresa; que nem sempre ganha quem tem mais votos populares, como aconteceu com Hilary Clinton contra Trump e Al Gore quando disputou com Bush filho e que até uma vacina contra a covid-19 Trump está prometendo entregar antes da eleição.

O retrocesso neocolonial do Brasil

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:
 

A sociedade brasileira vem experimentando há várias décadas um nítido processo de perda de importância das atividades da indústria no conjunto de sua base econômica e produtiva. No entanto, ao contrário do discurso otimista e enganador dos que defendem tal movimento, por aqui ele não se dá na mesma direção das transformações ocorridas na distribuição dos diferentes setores da economia nos chamados países desenvolvidos.

O bolsonarismo e as pesquisas de opinião

O céu dos genocidas "está caindo"

Agro, ONU e os 10 milhões com fome no Brasil

Censura editorial ameaça a democracia

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Pandemia causou colapso na economia



Entrevista com o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, professor da Unicamp e Facamp, consultor editorial e articulista da revista CartaCapital e autor de “Escassez da abundância capitalista”, entre outros livros

As ilusões baldias da 'reforma' trabalhista

Como funcionam as eleições nos EUA?

Para por fim à Diplomacia da Vergonha

As mentiras de Bolsonaro na ONU

SUS 30 anos: indispensável à saúde

Editorial do site Vermelho:


O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma grande conquista da jornada da redemocratização que desaguou na Constituição de 1988. No último dia 19, completaram-se 30 anos da promulgação da lei que efetivou sua instituição.. Poucos países no mundo, de porte semelhante ao Brasil, dispõem de algo com a abrangência e a cobertura do SUS. Mesmo enfraquecido com o subfinanciamento, o sistema tem sido um gigante no combate à pandemia do coronavírus.

A Folha e seus neologismos históricos

Por André Bonsanto, no site Manchetômetro:

No já longínquo 17 de fevereiro de 2009, um aparentemente despretensioso editorial da Folha de S. Paulo que fazia crítica ao então presidente venezuelano Hugo Chávez foi responsável pela reatualização de um debate já bastante silenciado nas páginas da imprensa brasileira. O texto procurou estabelecer um paralelo entre o “rolo compressor do bonapartismo chavista”, capaz de destruir os pilares e minar as instituições de controle democrático por dentro, e as chamadas “ditabrandas” – caso do regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 – e que, segundo o jornal, partiu de uma ruptura institucional, preservando ou instituindo “formas controladas de disputa política e acesso à Justiça” [1].

Liberalismo é tragédia para os trabalhadores

Por Jair de Souza

Foi tão somente há alguns dias que vimos se formar um enorme fuzuê quando, inesperadamente, Caetano Veloso declarou publicamente seu rompimento ideológico com o liberalismo.

Se tivesse sido feita aos cochichos e para apenas um punhado de amigos no escondidinho de algum bar, esta insólita revelação poderia ter sido abafada e teria se desvanecido rapidamente sem maiores transtornos para ninguém. Mas, o desbocado do Caetano resolveu fazê-la justo durante uma entrevista para a rede Globo que estava sendo vista por milhões de pessoas pelo Brasil afora. E como se isto por si só já não significasse um violento choque que atordoaria muita gente, ele fez questão de informar que sua mudança radical de opinião aconteceu por influência do jovem comunista Jones Manoel, quem lhe tinha apresentado os trabalhos do filósofo e historiador italiano Domenico Losurdo.

A governabilidade da boçalidade

Por Lincoln Penna, no site do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (Idep):

A presidência de Jair Messias Bolsonaro se aproxima da metade de seu mandato. O que dele dizer senão registrar as manifestações extremas, isto é, a dos que o cultuam ou dos que o combatem pela inépcia, truculência e absoluto desprezo pela vida de seus semelhantes? Situar-se nesse ambiente é um convite a tomar partido, mas inócuo do ponto de vista de quem se propõe a examinar esse panorama político, dado que todas as dúvidas estariam de acordo com os posicionamentos já existentes, favoráveis em absoluto ou terrivelmente críticos na hipótese contrária.

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

"Levante neoliberal" e efeitos da pandemia


Entrevista com Leda Paulani, professora titular da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP), secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão da cidade de São Paulo (gestão do prefeito Fernando Haddad), autora do livro "Brasil Delivery", e integrante Projeto Brasil Nação

Os presentes de Bolsonaro para os EUA

Celso Furtado, o maior economista brasileiro

Os grandes crimes de imprensa dos anos 90

História do tempo presente

Volkswagen e a ditadura militar no Brasil

A política digital do bolsonarismo

Cada vez mais, Brasil é colônia dos EUA

Pantanal em chamas? A culpa é do DiCaprio!

Crimes, abusos e perseguições na Bolívia

domingo, 20 de setembro de 2020

Milhões de famintos e 10 ricaços brasileiros

Por Altamiro Borges


O IBGE divulgou na quinta-feira (17) parte da Pesquisa de Orçamentos Domiciliares que aponta que quatro em cada dez famílias brasileiras sofrem "insegurança alimentar". Para ser mais direto, passam fome! O estudo mostra ainda que os lares chefiados por mulheres e negros são os que mais sofrem.

No relato adocicado da Folha, a pesquisa revela que "quatro em cada dez famílias não têm acesso regular e permanente a quantidade e qualidade suficiente de comida. Isso significa que essa parcela da população precisa limitar o tipo ou a porção de alimentos que vão à mesa, ou até passa fome".

Desemprego e miséria crescerão no Brasil



Entrevista com Clemente Ganz Lúcio, ex-diretor técnico do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Socioeconômicas (Dieese), que analisa os graves erros do rentista Paulo Guedes

As estratégias para a reindustrialização

A volta do servidor público de cabresto

Por Rafael da Silva Barbosa, no site Brasil Debate:


O pai da sociologia e um dos maiores teóricos do Estado, Max Weber (1864-1920) identificou que uma das principais linhas divisórias que definem as nações é o modelo de Estado adotado pelos países. Segundo o intelectual, o poder do Estado moderno não se manifesta exclusivamente pela coação direta e ou nos discursos e declarações dos monarcas, como em estágios anteriores de organização e dominação das sociedades. Em suas palavras, o domínio efetivo no Estado moderno “encontra-se, necessária e inevitavelmente, nas mãos do funcionalismo”.

As batalhas perdidas do general Pazuello

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

A confirmação do general Eduardo Pazuello como titular do Ministério da Saúde não chegou a surpreender. Ela reafirma o descaso com a pandemia, o vazio de quadros competentes na órbita bolsonarista e a concepção ultrapassada de que tudo no mundo pode ser traduzido em guerra. Para tal situação, nada melhor que um soldado, capaz de obedecer sem questionar e mandar sem saber muito bem do que está falando.

A submissão de Bolsonaro ao senhor da guerra

Editorial do site Vermelho:


A recepção por parte do governo brasileiro ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, em Boa Vista, capital do estado de Roraima, com uma comitiva chefiada pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, é uma prova de total subserviência ao imperialismo estadunidense. Esse périplo do representante da Casa Branca começou pela Guiana e se estende à Colômbia, países que fazem fronteira com a Venezuela.

Bolsonaro muda em função da reeleição

Por André Singer, no site A terra é redonda:


Jair M. Bolsonaro disse, no decorrer da semana, que irá dar cartão vermelho a quem, dentro de sua equipe de governo, falar em corte de benefícios.

Podem-se inferir desta afirmação algumas indicações sobre as intenções do presidente.

A primeira coisa que cabe notar é o estilo da linguagem, a escolha de uma metáfora ligada ao futebol visando uma forma de comunicação de fácil compreensão, a opção por um discurso que é muito direto e talvez efetivo.

Bolsonaro está se referindo às notícias de que havia na equipe econômica estudos que propunham como fonte de recursos para o programa Renda Brasil o congelamento de benefícios tanto das pessoas carentes com necessidades especiais como dos idosos que recebem aposentadorias, medida que produziria uma economia nos próximos dois anos de 10 bilhões de reais.

Brasil em chamas

Por Frei Betto, em seu site:


Muito antes de a revista “The Economist” qualificar o presidente do Brasil de BolsoNero, eu já havia cunhado a antonomásia. O que não esperava é que os fatos comprovariam a semelhança de atitudes entre o imperador romano, conhecido por tocar lira enquanto Roma pegava fogo, e o principal ocupante do Palácio do Planalto.

O Brasil é incendiado pelo descaso do governo, enquanto o presidente ignora o desastre ambiental e econômico, assim como faz com o genocídio sanitário que já ceifou a vida de quase 140 mil vítimas da Covid-19.

Na primeira quinzena de setembro, houve mais queimadas na Amazônia do que em todo o mês de setembro de 2019. Até o dia 15 foram registrados 20.485 focos de calor no bioma amazônico pelo programa Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No mesmo período do ano passado foram 19.925 focos.

"Bolsonaro mente" e as manchetes dos jornais

Por Luis F. Miguel, no site Diário do Centro do Mundo:

Se a imprensa brasileira seguisse o compromisso sempre alardeado de relatar os fatos a seu público, todas as manchetes começariam com a expressão “Bolsonaro mente”.

Não é “Bolsonaro diz”, “Bolsonaro afirma”, “Bolsonaro declara”, “Bolsonaro opina”. É “Bolsonaro mente”.

A mentira é a base da comunicação de Bolsonaro e de seu governo.

Ele mente sobre seus propósitos, mente sobre suas ações e mente também sobre fatos de conhecimento público.

sábado, 19 de setembro de 2020

Pandemia e o cartão vermelho para Guedes



Entrevista com João Sicsú, professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, sobre a gravidade da crise econômica e o papel do Estado

Tempero da Notícia: Um Brasil em chamas

Tutorial: como incendiar um país

Você é a favor da volta às aulas?

A indústria da morte e o neocolonialismo

A guerra Globo X Record vai esquentar

Presidente da Embratur é o bobo da corte

Preço da comida sobe e auxílio de R$ 600 cai

Pantanal em chamas e Guedes chamuscado

Pandemia, medo e pressão psicológica

Brasil ajoelhado aos pés dos EUA

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A subserviência e o capachismo do governo Bolsonaro e do comando das Forças Armadas do Brasil aos EUA não têm limites.

Engana-se quem imagina que gestos vergonhosos, como a reverência do Bolsonaro à bandeira estadunidense e celebração do 4 de julho na Embaixada dos EUA, a isenção de tarifa de etanol dos EUA, a entrega da base de Alcântara e o financiamento, com orçamento nacional, de oficiais das Forças Armadas para servirem ao Comando Sul dos EUA, poderiam significar o fundo do poço que o Brasil seria capaz de alcançar em termos de ultraje e humilhação.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Losurdo e a luta pela teoria revolucionária

Por Jones Manoel, na revista Princípios:

A distinção entre “negro da casa” e “negro do campo” ficou famosa com Malcolm X. O primeiro se identificava com o senhor de escravos — e colocava-se contra a luta antiescravagista — dadas as suas condições de vida e trabalho um pouco menos brutais na casa grande do que a situação em que viviam os escravizados nas plantations. Malcolm X falava da cooptação e da servidão ao poder instituído numa sociedade escravagista pouco complexa. A ordem burguesa criou várias possibilidades de cooptação e servidão ao poder impossíveis de se imaginar no escravagismo. Se no exemplo de Malcolm eram transparentes as posições políticas e compromissos de cada sujeito, o capitalismo torna a questão bem mais intrincada.

Horizonte pesado na economia

Por Fernando Brito, em seu blog:

Embora você ainda vá ver muitos ensaios de comemoração da “retomada da economia” pós-Covid (e lembremo-nos de que este “pós” é uma armadilha pronta, porque a pandemia está longe, muito longe, de passar), repare que elas não serão esfuziantes como aqueles “agora a coisa vai” que nos acostumamos desde que nos prometeram o céu depois da derrubada do governo legítimo, em 2016.

E porque isso acontece?

Uma diplomacia fake e terraplanista

Charge: Marcelo Fiedler/Jacobin Brasil
Por Alexandre Padilha, no site Carta Maior:
 

Um dos principais expoentes do olavismo terraplanista neste governo é o Ministério das Relações Exteriores. O Brasil que sempre teve um papel de liderança regional e força global no que diz respeito a sua capacidade de articulação com o mundo, hoje se reduz a um país secundário e que tem a sua política externa organizada em duas vertentes: a subserviência ao Trump e a fake terraplanista.

Nesta semana acionei o Tribunal de Contas da União para investigar a divulgação de notícias falsas por parte da Fundação Alexandre Gusmão, órgão ligado ao Ministério de Relações Exteriores, que divulgou vídeo que dizia que máscaras são “inócuas” no combate à pandemia do novo coronavírus e “nocivas” à saúde. Esta mesma Fundação, em julho deste ano, tentou fazer uma ampla divulgação de palestras de bolsonaristas e olavistas investigados pelo inquérito das fake news.

Ato virtual contra MP que privatiza a Caixa

Do site da Fenae:


Defender a Caixa é defender o Brasil! A Fenae, juntamente com a Frente Parlamentar em Defesa dos Bancos Públicos, o Comitê Nacional em Defesa da Caixa e a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos se unirão na próxima semana para denunciar à população brasileira os ataques à Caixa promovidos pela Medida Provisória 995, que na prática privatiza a empresa.

A intenção é reunir em uma grande live entidades e parlamentares, sociedade, ex-presidentes da empresa, esportistas e artistas num ato virtual na próxima quarta-feira, dia 23, a partir das 19h no Facebook da Fenae para alertar que a MP, ao permitir desmembrar e vender áreas importantes da Caixa, comprometerá o desenvolvimento do país.

Em solidariedade ao padre Júlio Lancellotti

Da Comissão Arns


Nota pública número 25, de 18 de setembro de 2020

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns - Comissão Arns vem a público manifestar solidariedade ao Pe. Júlio Lancellotti, pelo trabalho que realiza em favor dos mais pobres, e expressar sua preocupação com as ameaças que ele vem sofrendo, reiteradamente.

Por décadas, Pe. Júlio oferece seu labor pastoral às pessoas em situação de rua, enfrentando problemas que hoje desafiam governantes e administradores públicos. Grupos marginalizados na cidade de São Paulo têm encontrado neste homem a possibilidade do acolhimento humano, seja na forma de um agasalho, um alimento, um remédio ou de uma palavra de apoio.

Contexto do golpe político-jurídico-midiático

Por Jairo Demm Junkes, no site do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (Ibep):
 

O livro Realidade nacional e crise atual traz uma reflexão importante sobre a situação política nacional em um período recente, realizando profundas considerações de um contexto que, muitas vezes, passa diante de nós de maneira superficial na correria de nossa vida cotidiana.

Parece interessante, inicialmente, contextualizar a palavra golpe. Segundo o dicionário Michaelis de 2010, golpe pode significar: “desgraça, infortúnio, esperteza ou, mais popularmente, manobra traiçoeira”. Conhecer o significado específico desta expressão ajuda a compreender o direcionamento que os autores da obra buscam dar às suas argumentações.

Pompeo e o Apocalipse Bolsonaro

Por Marcelo Zero

Os quatro cavaleiros do Apocalipse são a Peste, a Morte, a Fome e a Guerra.

Três já cavalgam há muito com Bolsonaro.

Graças à indiferença e à incompetência de um governo sociopático, a Peste e a Morte fazem a festa entre nós, especialmente entre os mais pobres.

Rumamos céleres para 150 mil mortos, ante um presidente que ri da tragédia e recomenda o falso milagre da cloroquina. Há um Apocalipse Sanitário no Brasil.

E a morte não é só de seres humanos. Em nome do lucro de poucos, são eliminados, com fogo, animais, plantas e ecossistemas inteiros. O Brasil de Bolsonaro é um assassino do clima e da natureza. Temos também um Apocalipse Ambiental.