Reproduzo entrevista concedida ao jornalista André Cintra, publicada no sítio Vermelho:
Pelo menos três centenas de blogueiros, tuiteitos, jovens jornalistas e estudantes de comunicação devem participar, de 20 a 22 de agosto, em São Paulo, do 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. O evento — um marco histórico para todos aqueles que usam a internet como arma contra a ditadura da mídia — já tinha 210 inscritos até a tarde desta segunda-feira (2).
Segundo Altamiro Borges, o Miro — presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro da Comissão Organizadora —, o encontro tem três grandes objetivos: a troca de experiência entre os blogueiros, a construção de um movimento de blogs no Brasil e um debate sobre a viabilidade de uma agência de notícias própria. É o que Miro revela na primeira parte desta entrevista ao Vermelho — a segunda será publicada nesta quarta-feira (4).
Quem são os blogueiros progressistas? De onde veio a ideia de fazer um encontro especificamente com esse público?
Há todo tipo de blog, o que inviabilizaria um encontro mais aberto. A ideia é realmente reunir blogueiros que falam mais de política, de cultura, e que estejam fazendo hoje a luta contra-hegemônica à mídia que está aí. É um encontro para quem acha que essa mídia manipula — e para quem faz do blog um instrumento de luta contra-hegemônica.
O encontro também é aberto a quem participa de qualquer outra rede social?
Na verdade, até mesmo quem não tem blog ou Twitter pode participar. Se a pessoa é ligada nisso, pode participar sem problema nenhum.
Quais são os objetivos do encontro?
Um primeiro grande objetivo é se relacionar, trocar experiências. Essa turma toda só se conhece no mundo virtual e vai se conhecer agora no mundo presencial. Outro objetivo é construir um movimento de blogs no Brasil, a exemplo do que já tem em alguns países — com destaque para a iniciativa estadunidense da Coalizão de Blogueiros. Essa experiência já existe há alguns anos e tem tido capacidade de fazer a luta contra-hegemônica.
O encontro não vai mexer com os blogs, não vai interferir em blog nenhum. O que se quer é preservar como questões sagradas a autonomia e a diversidade de cada blog — mas criando uma sinergia, vendo como se relacionar. Já pintaram algumas ideias. Uma delas é constituir um certo amparo jurídico para os blogueiros mais débeis financeiramente, já que hoje há muito processos contra blogueiros.
Outra ideia: como há diversos blogs espalhados pelo Brasil, por que não potencializá-los para produzir reportagens e matérias locais? Uma constatação que tem é que o blog produz muita opinião e pouco conteúdo informativo. Por que não aproveitar essa extensa rede para fazer uma espécie de agência de blogueiros?
Quais entidades estão por trás do encontro?
Formalmente, são três entidades — o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, onde nasceu a ideia; a Altercom (Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação), uma entidade nova que junta a mídia alternativa; e o Movimento dos Sem-Mídia, que é encabeçada pelo Eduardo Guimarães e procura, como seu nome já diz, dar voz aos que não têm voz na mídia hegemônica.
Também existe uma comissão organizadora, composta por pessoas que você já conhece — Luiz Carlos Azenha, Paulo Henrique Amorim, Luis Nassif, Altamiro Borges, Conceição Lemes, Eduardo Guimarães, Conceição Oliveira, Rodrigo Vianna e Diego Casaes.
Por que a ideia de abrir o encontro com um show de chorinho do Luis Nassif?
Normalmente, atividades desse tipo são encerradas com um show — mas vamos fazer diferente. Como a gente sabe que essa turma não se conhece, vamos começar com esse momento lúdico, mais informal, para todos conversarem, se conhecerem, se relacionarem.
Os blogueiros praticamente não se conhecem. Eu próprio conheço muitos pela internet, mas, se os vir na rua, nem saberei quem são. Tive o prazer de conhecer, outro dia, o Marco Aurélio Weissheimer, do RS Urgente — mas não conheço pessoalmente, por exemplo, o Antônio Mello, do Rio de Janeiro. Também não conheço essa moçada da Bahia que está fazendo um blog interessante na região de Ilhéus.
Então o encontro abre na sexta-feira, 20 de agosto, com o show do grupo do Luis Nassif na subsede do Sindicato dos Bacários, que fica na Rua Carlos Sampaio. O Paulo Henrique Amorim até brincou: “O blog eu conheço e apoio. O show... a gente vai ver” (risos). O próprio Nassif abriu para que as pessoas colaborassem com o repertório — e abriu também para quem quer dar uma canjinha. Ele me disse que uns três ou quatro já se inscreveram. Será quase um encontro de músicos progressistas também (risos).
O encontro vai levar algum documento comum à votação?
No final do encontro, em 22 de agosto, haverá uma plenária com o relato dos grupos de discussão, que vão se reunir pela manhã. No fim da plenária, a gente parte para a aprovação de uma “Carta dos Blogueiros”. O Eduardo Guimarães e eu é que estamos escrevendo o texto, que estará disponível na internet já na semana que vem, para a turma ir opinando, acrescentando, cortando.
A carta terá dois blocos. No primeiro — que já teve consenso —, estarão as demandas mais gerais da comunicação, como a luta pela Banda Larga, a regulamentação dos pontos sobre a comunicação na Constituição, o Conselho Nacional de Comunicação, a democratização da publicidade oficial e a neutralidade da rede.
O segundo bloco é sobre a organização do movimento blogueiro. Já existe um consenso progressivo sobre alguns temas, como fazer do Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas um evento anual e criar uma assistência jurídica para os blogs. A partir daí, surgem diferenças de opinião. Vamos fazer uma agência de notícia — de produção de conteúdo — de blogueiros? Qual é a forma organizativa dos blogueiros? Há várias opiniões a respeito. Vamos debater essas diferenças no encontro.
Para o último dia do encontro, está prevista também a apresentação de uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade), com a presença do jurista Fábio Konder Comparato. Qual será o objetivo dessa iniciativa?
Fechamos na segunda-feira a participação do professor Fábio Konder Comparato, que é um dos juristas mais respeitados do Brasil. No encerramento do encontro, ele vai apresentar a ideia — que já está ganhando corpo — de uma Adin por omissão do Congresso Nacional na regulamentação dos artigos da Constituição sobre comunicação. Não é uma ação contra este ou aquele deputado. O Congresso é que deve ser responsabilizado por não ter cumprindo seus deveres mesmo 22 anos depois da Constituição de 1988.
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terça-feira, 3 de agosto de 2010
EUA financiam 150 jornalistas anti-chavistas
Reproduzo artigo publicado no sítio Diário Liberdade, editado na Galícia:
Documentos recentemente desclassificados do Departamento de Estado dos Estados Unidos através da Lei de Acesso à Informação (FOIA, por suas siglas em inglês) evidenciam mais de US$ 4 milhões em financiamento a meios e jornalistas venezuelanos durante os últimos anos.
O financiamento tem sido canalizado diretamente do Departamento de Estado através de três entidades públicas estadunidenses: a Fundação Panamericana para o Desenvolvimento (PADF, por suas siglas em inglês), Freedom House e pela Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (Usaid).
Em uma tosca tentativa de esconder suas ações, o Departamento de Estado censurou a maioria dos nomes das organizações e dos jornalistas recebendo esses fundos multimilionários. No entanto, um documento datado de julho de 2008 deixou sem censura os nomes das principais organizações venezuelanas recebendo os fundos: Espaço Público e Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS).
Espaço Público e IPYS são as entidades que figuram como as encarregadas de coordenar a distribuição dos fundos e os projetos do Departamento de Estado com os meios de comunicação privados e jornalistas venezuelanos.
Os documentos evidenciam que a PADF, o FUPAD, em espanhol, implementou programas na Venezuela dedicados à "promoção da liberdade dos meios e das instituições democráticas", além de cursos de formação para jornalistas e o desenvolvimento de novos meios na Internet devido ao que considera as "constantes ameaças contra a liberdade de expressão" e "o clima de intimidação e censura contra os jornalistas e meios".
Financiamento a páginas na web
Um dos programas da Fupad, pelo qual recebeu US$ 699.996 do Departamento de Estado, em 2007, foi dedicado ao "desenvolvimento dos meios independentes na Venezuela" e para o jornalismo "via tecnologias inovadoras". Os documentos evidenciam que mais de 150 jornalistas foram capacitados e treinados pelas agências estadunidenses e 25 páginas web foram financiadas na Venezuela com dinheiro estrangeiro. Espaço Público e IPYS foram os principais executores desse projeto em âmbito nacional, que também incluiu a outorga de "prêmios" de 25 mil dólares a vários jornalistas.
Durante os últimos dois anos, aconteceu uma verdadeira proliferação de páginas web, blogs e membros do Twitter e do Facebook na Venezuela que utilizam esses meios para promover mensagens contra o governo venezuelano e o presidente Chávez e que tentam distorcer e manipular a realidade sobre o que acontece no país.
Outros programas manejados pelo Departamento de Estado selecionaram jovens venezuelanos para receber treinamento e capacitação no uso dessas tecnologias e para criar o que chamam uma "rede de ciberdissidentes" na Venezuela.
Por exemplo, em abril deste ano, o Instituto George W. Bush, juntamente com a organização estadunidense Freedom House, convocou um encontro de "ativistas pela liberdade e pelos direitos humanos" e "especialistas em Internet" para analisar o "movimento global de ciberdissidentes". Ao encontro, que foi realizado em Dallas, Texas, foi convidado Rodrigo Diamanti, da organização Futuro Presente da Venezuela.
No ano passado, durante os dias 15 e 16 de outubro, a Cidade do México foi a sede da 2ª Cúpula da Aliança de Movimentos Juvenis ("AYM", por suas siglas em inglês). Patrocinado pelo Departamento de Estado, o evento contou com a participação da Secretária de Estado Hillary Clinton e de vários "delegados" convidados pela diplomacia estadunidense, incluindo aos venezuelanos Yon Goicochea (da organização venezuelana Primero Justicia); o dirigente da organização Venezuela de Primera, Rafael Delgado; e a ex-dirigente estudantil Geraldine Álvarez, agora membro da Fundação Futuro Presente, organização criada por Yon Goicochea com financiamento do Instituto Cato, dos EUA.
Junto a representantes das agências de Washington, como Freedom House, o Instituto Republicano Internacional, o Banco Mundial e o Departamento de Estado, os jovens convidados receberam cursos de "capacitação e formação" dos funcionários estadunidenses e dos criadores de tecnologias como Twitter, Facebook, MySpace, Flicker e Youtube.
Financiamento a universidades
Os documentos desclassificados também revelam um financiamento de US$ 716.346 via organização estadunidense Freedom House, em 2008, para um projeto de 18 meses dedicado a "fortalecer os meios independentes na Venezuela". Esse financiamento através da Freedom House também resultou na criação de "um centro de recursos para jornalistas" em uma universidade venezuelana não especificada no relatório. Segundo o documento oficial, "o centro desenvolverá uma rádio comunitária, uma página web e cursos de formação", todos financiados pelas agências de Washington.
Outros US$ 706.998 canalizados pela Fupad foram destinados para "promover a liberdade de expressão na Venezuela", através de um projeto de dois anos orientado ao jornalismo investigativo e "às novas tecnologias", como Twitter, Internet, Facebook e Youtube, entre outras. "Especificamente, a Fupad e seu sócio local capacitarão e apoiarão [a jornalistas, meios e ONGs] no uso das novas tecnologias midiáticas em várias regiões da Venezuela".
"A Fupad conduzirá cursos de formação sobre os conceitos do jornalismo investigativo e os métodos para fortalecer a qualidade da informação independente disponível na Venezuela. Esses cursos serão desenvolvidos e incorporados no currículo universitário".
Outro documento evidencia que três universidades venezuelanas, a Universidade Central da Venezuela, a Universidade Metropolitana e a Universidade Santa Maria, incorporaram cursos sobre jornalismo de pós-graduação e em nível universitário em seus planos de estudos, financiados pela Fupad e pelo Departamento de Estado. Essas três universidades têm sido os focos principais dos movimentos estudantis antichavistas durante os últimos três anos.
Sendo o principal canal dos fundos do Departamento de Estado aos meios privados e jornais na Venezuela, a Fupad também recebeu US$ 545.804 para um programa intitulado "Venezuela: As vozes do futuro". Esse projeto, que durou um ano, foi dedicado a "desenvolver uma nova geração de jornalistas independentes através do uso das novas tecnologias". Também a Fupad financiou vários blogs, jornais, rádios e televisões em regiões por todo o país para assegurar a publicação dos artigos e transmissões dos "participantes" do programa.
A Usaid e a Fupad
Mais fundos foram distribuídos através do escritório da Usaid em Caracas, que maneja um orçamento anual entre US$ 5 milhões e US$ 7 milhões. Esses milhões fazem parte dos 40 a US$ 50 milhões que anualmente as agências estadunidenses, européias e canadenses estão dando aos setores antichavistas na Venezuela.
A Fundação Panamericana para o Desenvolvimento está ativa na Venezuela desde 2005, sendo uma das principais contratistas da Usaid no país sulamericano. A Fupad é uma entidade criada pelo Departamento de Estado em 1962, e é "filiada" à Organização de Estados Americanos (OEA). A Fupad implementou programas financiados pela Usaid, pelo Departamento de Estado e outros financiadores internacionais para "promover a democracia" e "fortalecer a sociedade civil" na América Latina e Caribe.
Atualmente, a Fupad maneja programas através da Usaid com fundos acima de US$ 100 milhões na Colômbia, como parte do Plano Colômbia, financiando "iniciativas" na zona indígena em El Alto; e leva dez anos trabalhando em Cuba, de forma "clandestina", para fomentar uma "sociedade civil independente" para "acelerar uma transição à democracia".
Na Venezuela, a Fupad tem trabalhado para "fortalecer os grupos locais da sociedade civil". Segundo um dos documentos desclassificados, a Fupad "tem sido um dos poucos grupos internacionais que tem podido outorgar financiamento significativo e assistência técnica a ONGs venezuelanas".
Os "sócios" venezuelanos
Espaço Público é uma associação civil venezuelana dirigida pelo jornalista venezuelano Carlos Correa. Apesar de sua página web destacar que a organização é "independente e autônoma de organizações internacionais ou de governos", os documentos do Departamento de Estado evidenciam que recebe um financiamento multimilionário do governo dos Estados Unidos. E tal como esses documentos revelam, as agências estadunidenses, como a Fupad, não somente financiam grupos como o Espaço Público, mas os consideram como seus "sócios" e desde Washington lhes enviam materiais, linhas de ação e diretrizes que são aplicadas na Venezuela, e exercem um controle sobre suas operações para assegurar que cumprem com a agenda dos Estados Unidos.
O Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS) é nada mais do que um porta-voz de Washington, criado e financiado pelo National Endowment for Democracy (NED) e por outras entidades conectadas com o Departamento de Estado. Seu diretor na Venezuela é o jornalista Ewald Sharfenberg, conhecido opositor do governo de Hugo Chávez. IPYS é membro da agrupação Intercâmbio Internacional de Livre Expressão (IFEX), financiado pelo Departamento de Estado e é parte da Rede de Repórteres Sem Fronteiras (RSF), organização francesa financiada pela NED, pelo Instituto Republicano Internacional (IRI) e pelo Comitê para a Assistência para uma Cuba Livre.
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Documentos recentemente desclassificados do Departamento de Estado dos Estados Unidos através da Lei de Acesso à Informação (FOIA, por suas siglas em inglês) evidenciam mais de US$ 4 milhões em financiamento a meios e jornalistas venezuelanos durante os últimos anos.
O financiamento tem sido canalizado diretamente do Departamento de Estado através de três entidades públicas estadunidenses: a Fundação Panamericana para o Desenvolvimento (PADF, por suas siglas em inglês), Freedom House e pela Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (Usaid).
Em uma tosca tentativa de esconder suas ações, o Departamento de Estado censurou a maioria dos nomes das organizações e dos jornalistas recebendo esses fundos multimilionários. No entanto, um documento datado de julho de 2008 deixou sem censura os nomes das principais organizações venezuelanas recebendo os fundos: Espaço Público e Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS).
Espaço Público e IPYS são as entidades que figuram como as encarregadas de coordenar a distribuição dos fundos e os projetos do Departamento de Estado com os meios de comunicação privados e jornalistas venezuelanos.
Os documentos evidenciam que a PADF, o FUPAD, em espanhol, implementou programas na Venezuela dedicados à "promoção da liberdade dos meios e das instituições democráticas", além de cursos de formação para jornalistas e o desenvolvimento de novos meios na Internet devido ao que considera as "constantes ameaças contra a liberdade de expressão" e "o clima de intimidação e censura contra os jornalistas e meios".
Financiamento a páginas na web
Um dos programas da Fupad, pelo qual recebeu US$ 699.996 do Departamento de Estado, em 2007, foi dedicado ao "desenvolvimento dos meios independentes na Venezuela" e para o jornalismo "via tecnologias inovadoras". Os documentos evidenciam que mais de 150 jornalistas foram capacitados e treinados pelas agências estadunidenses e 25 páginas web foram financiadas na Venezuela com dinheiro estrangeiro. Espaço Público e IPYS foram os principais executores desse projeto em âmbito nacional, que também incluiu a outorga de "prêmios" de 25 mil dólares a vários jornalistas.
Durante os últimos dois anos, aconteceu uma verdadeira proliferação de páginas web, blogs e membros do Twitter e do Facebook na Venezuela que utilizam esses meios para promover mensagens contra o governo venezuelano e o presidente Chávez e que tentam distorcer e manipular a realidade sobre o que acontece no país.
Outros programas manejados pelo Departamento de Estado selecionaram jovens venezuelanos para receber treinamento e capacitação no uso dessas tecnologias e para criar o que chamam uma "rede de ciberdissidentes" na Venezuela.
Por exemplo, em abril deste ano, o Instituto George W. Bush, juntamente com a organização estadunidense Freedom House, convocou um encontro de "ativistas pela liberdade e pelos direitos humanos" e "especialistas em Internet" para analisar o "movimento global de ciberdissidentes". Ao encontro, que foi realizado em Dallas, Texas, foi convidado Rodrigo Diamanti, da organização Futuro Presente da Venezuela.
No ano passado, durante os dias 15 e 16 de outubro, a Cidade do México foi a sede da 2ª Cúpula da Aliança de Movimentos Juvenis ("AYM", por suas siglas em inglês). Patrocinado pelo Departamento de Estado, o evento contou com a participação da Secretária de Estado Hillary Clinton e de vários "delegados" convidados pela diplomacia estadunidense, incluindo aos venezuelanos Yon Goicochea (da organização venezuelana Primero Justicia); o dirigente da organização Venezuela de Primera, Rafael Delgado; e a ex-dirigente estudantil Geraldine Álvarez, agora membro da Fundação Futuro Presente, organização criada por Yon Goicochea com financiamento do Instituto Cato, dos EUA.
Junto a representantes das agências de Washington, como Freedom House, o Instituto Republicano Internacional, o Banco Mundial e o Departamento de Estado, os jovens convidados receberam cursos de "capacitação e formação" dos funcionários estadunidenses e dos criadores de tecnologias como Twitter, Facebook, MySpace, Flicker e Youtube.
Financiamento a universidades
Os documentos desclassificados também revelam um financiamento de US$ 716.346 via organização estadunidense Freedom House, em 2008, para um projeto de 18 meses dedicado a "fortalecer os meios independentes na Venezuela". Esse financiamento através da Freedom House também resultou na criação de "um centro de recursos para jornalistas" em uma universidade venezuelana não especificada no relatório. Segundo o documento oficial, "o centro desenvolverá uma rádio comunitária, uma página web e cursos de formação", todos financiados pelas agências de Washington.
Outros US$ 706.998 canalizados pela Fupad foram destinados para "promover a liberdade de expressão na Venezuela", através de um projeto de dois anos orientado ao jornalismo investigativo e "às novas tecnologias", como Twitter, Internet, Facebook e Youtube, entre outras. "Especificamente, a Fupad e seu sócio local capacitarão e apoiarão [a jornalistas, meios e ONGs] no uso das novas tecnologias midiáticas em várias regiões da Venezuela".
"A Fupad conduzirá cursos de formação sobre os conceitos do jornalismo investigativo e os métodos para fortalecer a qualidade da informação independente disponível na Venezuela. Esses cursos serão desenvolvidos e incorporados no currículo universitário".
Outro documento evidencia que três universidades venezuelanas, a Universidade Central da Venezuela, a Universidade Metropolitana e a Universidade Santa Maria, incorporaram cursos sobre jornalismo de pós-graduação e em nível universitário em seus planos de estudos, financiados pela Fupad e pelo Departamento de Estado. Essas três universidades têm sido os focos principais dos movimentos estudantis antichavistas durante os últimos três anos.
Sendo o principal canal dos fundos do Departamento de Estado aos meios privados e jornais na Venezuela, a Fupad também recebeu US$ 545.804 para um programa intitulado "Venezuela: As vozes do futuro". Esse projeto, que durou um ano, foi dedicado a "desenvolver uma nova geração de jornalistas independentes através do uso das novas tecnologias". Também a Fupad financiou vários blogs, jornais, rádios e televisões em regiões por todo o país para assegurar a publicação dos artigos e transmissões dos "participantes" do programa.
A Usaid e a Fupad
Mais fundos foram distribuídos através do escritório da Usaid em Caracas, que maneja um orçamento anual entre US$ 5 milhões e US$ 7 milhões. Esses milhões fazem parte dos 40 a US$ 50 milhões que anualmente as agências estadunidenses, européias e canadenses estão dando aos setores antichavistas na Venezuela.
A Fundação Panamericana para o Desenvolvimento está ativa na Venezuela desde 2005, sendo uma das principais contratistas da Usaid no país sulamericano. A Fupad é uma entidade criada pelo Departamento de Estado em 1962, e é "filiada" à Organização de Estados Americanos (OEA). A Fupad implementou programas financiados pela Usaid, pelo Departamento de Estado e outros financiadores internacionais para "promover a democracia" e "fortalecer a sociedade civil" na América Latina e Caribe.
Atualmente, a Fupad maneja programas através da Usaid com fundos acima de US$ 100 milhões na Colômbia, como parte do Plano Colômbia, financiando "iniciativas" na zona indígena em El Alto; e leva dez anos trabalhando em Cuba, de forma "clandestina", para fomentar uma "sociedade civil independente" para "acelerar uma transição à democracia".
Na Venezuela, a Fupad tem trabalhado para "fortalecer os grupos locais da sociedade civil". Segundo um dos documentos desclassificados, a Fupad "tem sido um dos poucos grupos internacionais que tem podido outorgar financiamento significativo e assistência técnica a ONGs venezuelanas".
Os "sócios" venezuelanos
Espaço Público é uma associação civil venezuelana dirigida pelo jornalista venezuelano Carlos Correa. Apesar de sua página web destacar que a organização é "independente e autônoma de organizações internacionais ou de governos", os documentos do Departamento de Estado evidenciam que recebe um financiamento multimilionário do governo dos Estados Unidos. E tal como esses documentos revelam, as agências estadunidenses, como a Fupad, não somente financiam grupos como o Espaço Público, mas os consideram como seus "sócios" e desde Washington lhes enviam materiais, linhas de ação e diretrizes que são aplicadas na Venezuela, e exercem um controle sobre suas operações para assegurar que cumprem com a agenda dos Estados Unidos.
O Instituto de Imprensa e Sociedade (IPYS) é nada mais do que um porta-voz de Washington, criado e financiado pelo National Endowment for Democracy (NED) e por outras entidades conectadas com o Departamento de Estado. Seu diretor na Venezuela é o jornalista Ewald Sharfenberg, conhecido opositor do governo de Hugo Chávez. IPYS é membro da agrupação Intercâmbio Internacional de Livre Expressão (IFEX), financiado pelo Departamento de Estado e é parte da Rede de Repórteres Sem Fronteiras (RSF), organização francesa financiada pela NED, pelo Instituto Republicano Internacional (IRI) e pelo Comitê para a Assistência para uma Cuba Livre.
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Uma boa idéia: “jornalismo ficha limpa”
Reproduzo artigo de Artur Henrique, presidente da CUT, publicado em seu blog:
O professor da USP e jornalista Bernardo Kucinski apresenta a proposta de criação de uma iniciativa política intitulada “Jornalismo Ficha Limpa”. Seria uma espécie de frente formada por jornalistas que tenham a reputação de qualidade e honestidade e um histórico de coerência. Outro requisito indispensável é ser identificado com o combate às desigualdades sociais. Ter renome também ajuda.
Esses profissionais de comunicação assinariam um manifesto defendendo que jornais, revistas, rádios, TVs e páginas de internet façam uma cobertura das eleições 2010 com objetividade, sem coloração partidária e fornecendo mais espaço para os projetos e propostas do que para bate-bocas menores, trocas de acusação que desviam o foco do que realmente importa. Quer dizer, ao contrário do que ocorre neste momento.
O manifesto pelo “Jornalismo Ficha Limpa” também deveria explicitar quais ações editoriais e linhas de reportagem devem ser consideradas “ficha suja”, de forma tão didática quanto possível ou necessária, para assim expor quem as pratica.
A idéia também aproveitaria a boa acolhida que a população deu ao projeto “Ficha Limpa”, aprovado recentemente pelo Congresso, para mostrar que o processo eleitoral e a ação política também dependem e são influenciados fortemente pela mídia.
A frente que daria início ao “Jornalismo Ficha Limpa” não deveria, na opinião do próprio, incluir Kucinski, por ele ser muito identificado com o PT. Kucinski apresentou a proposta durante debate da Direção Nacional da CUT na última quinta (29), na capital paulista.
Durante as campanhas de 1994, 1998 e 2002, e ainda durante boa parte do primeiro mandato do governo Lula, do qual foi assessor, o professor escrevia um relato diário, matinal e minucioso, do que a imprensa estava veiculando desde o dia anterior. A partir da sua releitura do noticiário, Kucinski então propunha ações políticas para o comando de campanha e assessores de Lula, a partir de oportunidades vislumbradas ou, especialmente, a partir da identificação de tramas que os adversários estariam traçando tendo a imprensa como pista de decolagem.
Lula era leitor assíduo desse relato e foi quem o batizou de “Cartas Ácidas”, por causa do tom intenso e do olhar agudo do seu autor.
Nova paixão
Kucinski contou ao nosso blog que atualmente está se dedicando à literatura de ficção. “Fiquei fascinado. Descobri isso e estou inteiramente voltado a essa experiência”. Em sete dias, escreveu uma novela policial intitulada “Crime de Morte na USP”.
No texto, o assassinato de uma professora serve como ponto de partida para “deslindar o ambiente acadêmico, o carreirismo, as disputas de ego, os roubos de produção intelectual, enfim, os bastidores”, explica. O livro está à espera de uma editora que decida lançá-lo. Enquanto isso, Kucinski continua escrevendo contos e crônicas todos os dias.
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O professor da USP e jornalista Bernardo Kucinski apresenta a proposta de criação de uma iniciativa política intitulada “Jornalismo Ficha Limpa”. Seria uma espécie de frente formada por jornalistas que tenham a reputação de qualidade e honestidade e um histórico de coerência. Outro requisito indispensável é ser identificado com o combate às desigualdades sociais. Ter renome também ajuda.
Esses profissionais de comunicação assinariam um manifesto defendendo que jornais, revistas, rádios, TVs e páginas de internet façam uma cobertura das eleições 2010 com objetividade, sem coloração partidária e fornecendo mais espaço para os projetos e propostas do que para bate-bocas menores, trocas de acusação que desviam o foco do que realmente importa. Quer dizer, ao contrário do que ocorre neste momento.
O manifesto pelo “Jornalismo Ficha Limpa” também deveria explicitar quais ações editoriais e linhas de reportagem devem ser consideradas “ficha suja”, de forma tão didática quanto possível ou necessária, para assim expor quem as pratica.
A idéia também aproveitaria a boa acolhida que a população deu ao projeto “Ficha Limpa”, aprovado recentemente pelo Congresso, para mostrar que o processo eleitoral e a ação política também dependem e são influenciados fortemente pela mídia.
A frente que daria início ao “Jornalismo Ficha Limpa” não deveria, na opinião do próprio, incluir Kucinski, por ele ser muito identificado com o PT. Kucinski apresentou a proposta durante debate da Direção Nacional da CUT na última quinta (29), na capital paulista.
Durante as campanhas de 1994, 1998 e 2002, e ainda durante boa parte do primeiro mandato do governo Lula, do qual foi assessor, o professor escrevia um relato diário, matinal e minucioso, do que a imprensa estava veiculando desde o dia anterior. A partir da sua releitura do noticiário, Kucinski então propunha ações políticas para o comando de campanha e assessores de Lula, a partir de oportunidades vislumbradas ou, especialmente, a partir da identificação de tramas que os adversários estariam traçando tendo a imprensa como pista de decolagem.
Lula era leitor assíduo desse relato e foi quem o batizou de “Cartas Ácidas”, por causa do tom intenso e do olhar agudo do seu autor.
Nova paixão
Kucinski contou ao nosso blog que atualmente está se dedicando à literatura de ficção. “Fiquei fascinado. Descobri isso e estou inteiramente voltado a essa experiência”. Em sete dias, escreveu uma novela policial intitulada “Crime de Morte na USP”.
No texto, o assassinato de uma professora serve como ponto de partida para “deslindar o ambiente acadêmico, o carreirismo, as disputas de ego, os roubos de produção intelectual, enfim, os bastidores”, explica. O livro está à espera de uma editora que decida lançá-lo. Enquanto isso, Kucinski continua escrevendo contos e crônicas todos os dias.
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Racha na ANJ e crise dos jornalões
Por Altamiro Borges
A Associação Nacional de Jornais (ANJ), presidida por Judith Brito – executiva do Grupo Folha que confessou recentemente que a “grande imprensa” exerce a função inconstitucional de partido de oposição ao governo Lula –, sofreu um duro baque na semana passada. Ela foi acusada de ser uma entidade contrária à liberdade de expressão, que se esquiva de “defender os direitos do ser humano, os valores da democracia representativa, a livre iniciativa e a livre concorrência”.
A critica não partiu, como era de se imaginar, de um movimento de luta pela democratização dos meios de comunicação. Ela foi feita por um ex-sócio da ANJ, a Empresa Jornalística Econômico S.A. (Ejesa), responsável pela publicação dos jornais Brasil Econômico, O Dia, Meia Hora e Campeão. Por considerar que a entidade não respeita os princípios que alardeia e defende apenas os interesses dos jornalões O Globo, Folha e Estadão, a Ejesa pediu a sua desfiliação da ANJ.
O falso discurso do “livre mercado”
O racha na entidade confirma a brutal crise vivida pela mídia impressa. Os jornalões tradicionais têm reduzido drasticamente suas tiragens – a Folha, por exemplo, caiu de mais de um milhão de exemplares, nos anos 1980, para menos de 300 mil nos dias atuais –, e temem a concorrência no setor. Numa prova de que a defesa da “liberdade de expressão” e do “livre mercado” é conversa fiada, a ANJ tem feito de tudo para excluir outras empresas do restrito mercado editorial.
Recentemente, a entidade moveu pedido ao Ministério Público para que investigasse a origem da Ejesa, alegando que ela fere o limite de 30% de capital estrangeiro autorizado para o controle dos meios de comunicação no país. A ANJ acusou o grupo de ser controlado por capital português. A reação da empresa foi pedir sua desfiliação da entidade e escancarar a sujeira existente no setor. Na sua nota, a Ejesa afirma que é vítima da perseguição implacável dos monopólios midiáticos e que a ANJ defende unicamente os interesses das Organizações Globo e do Grupo Folha.
Disputa fratricida e cinismo
O grupo editorial também reafirmou que “apóia de forma incondicional toda e qualquer ação que vise assegurar a manifestação do pensamento, a criação, a expressão, a educação e o livre fluxo informativo”. Em sua defesa, a Ejesa argumentou que os “documentos societários se encontram devidamente registrados na Junta Comercial” e garantiu que não fere a legislação brasileira. Para ela, o que ocorre é uma ação mesquinha dos monopólios para restringir a concorrência no setor.
Nesta briga de titãs é difícil tomar partido. A apuração da origem do capital é necessária para se evitar qualquer ilegalidade que dê brechas à invasão estrangeira. O que chama atenção, porém, é a disputa fratricida neste setor e a hipocrisia dos contendores. A “patriótica” ANJ sempre defendeu a criminosa desnacionalização da economia brasileira. Já o jornal O Globo, que agora também pousa de nacionalista, parece que se esqueceu das razões do enriquecimento deste império.
A origem ilegal da Globo
O grupo burlou a legislação brasileira ao se associar ilegalmente à empresa estadunidense Time-Life, em 1962, garantindo acesso a cerca de US$ 6 milhões, o que era proibido pela Constituição. Com esse capital ilegal, a TV Globo montou toda sua infra-estrutura e o Time-Life passou a ter influência direta na emissora brasileira, inclusive indicando o suspeito ianque Joseph Wallace para o cargo de diretor-executivo. O cinismo dos barões da mídia é realmente impressionante.
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A Associação Nacional de Jornais (ANJ), presidida por Judith Brito – executiva do Grupo Folha que confessou recentemente que a “grande imprensa” exerce a função inconstitucional de partido de oposição ao governo Lula –, sofreu um duro baque na semana passada. Ela foi acusada de ser uma entidade contrária à liberdade de expressão, que se esquiva de “defender os direitos do ser humano, os valores da democracia representativa, a livre iniciativa e a livre concorrência”.
A critica não partiu, como era de se imaginar, de um movimento de luta pela democratização dos meios de comunicação. Ela foi feita por um ex-sócio da ANJ, a Empresa Jornalística Econômico S.A. (Ejesa), responsável pela publicação dos jornais Brasil Econômico, O Dia, Meia Hora e Campeão. Por considerar que a entidade não respeita os princípios que alardeia e defende apenas os interesses dos jornalões O Globo, Folha e Estadão, a Ejesa pediu a sua desfiliação da ANJ.
O falso discurso do “livre mercado”
O racha na entidade confirma a brutal crise vivida pela mídia impressa. Os jornalões tradicionais têm reduzido drasticamente suas tiragens – a Folha, por exemplo, caiu de mais de um milhão de exemplares, nos anos 1980, para menos de 300 mil nos dias atuais –, e temem a concorrência no setor. Numa prova de que a defesa da “liberdade de expressão” e do “livre mercado” é conversa fiada, a ANJ tem feito de tudo para excluir outras empresas do restrito mercado editorial.
Recentemente, a entidade moveu pedido ao Ministério Público para que investigasse a origem da Ejesa, alegando que ela fere o limite de 30% de capital estrangeiro autorizado para o controle dos meios de comunicação no país. A ANJ acusou o grupo de ser controlado por capital português. A reação da empresa foi pedir sua desfiliação da entidade e escancarar a sujeira existente no setor. Na sua nota, a Ejesa afirma que é vítima da perseguição implacável dos monopólios midiáticos e que a ANJ defende unicamente os interesses das Organizações Globo e do Grupo Folha.
Disputa fratricida e cinismo
O grupo editorial também reafirmou que “apóia de forma incondicional toda e qualquer ação que vise assegurar a manifestação do pensamento, a criação, a expressão, a educação e o livre fluxo informativo”. Em sua defesa, a Ejesa argumentou que os “documentos societários se encontram devidamente registrados na Junta Comercial” e garantiu que não fere a legislação brasileira. Para ela, o que ocorre é uma ação mesquinha dos monopólios para restringir a concorrência no setor.
Nesta briga de titãs é difícil tomar partido. A apuração da origem do capital é necessária para se evitar qualquer ilegalidade que dê brechas à invasão estrangeira. O que chama atenção, porém, é a disputa fratricida neste setor e a hipocrisia dos contendores. A “patriótica” ANJ sempre defendeu a criminosa desnacionalização da economia brasileira. Já o jornal O Globo, que agora também pousa de nacionalista, parece que se esqueceu das razões do enriquecimento deste império.
A origem ilegal da Globo
O grupo burlou a legislação brasileira ao se associar ilegalmente à empresa estadunidense Time-Life, em 1962, garantindo acesso a cerca de US$ 6 milhões, o que era proibido pela Constituição. Com esse capital ilegal, a TV Globo montou toda sua infra-estrutura e o Time-Life passou a ter influência direta na emissora brasileira, inclusive indicando o suspeito ianque Joseph Wallace para o cargo de diretor-executivo. O cinismo dos barões da mídia é realmente impressionante.
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