quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Sergio Moro e o uso político da justiça

Por Gaspard Estrada e William Bourdon, no site Vermelho:

O juiz que conduziu a operação Lava Jato e é hoje ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro, apresentou seu plano de combate ao crime e corrupção ao Congresso Nacional na terça-feira (19). Foi uma coincidência que, no dia anterior, o presidente Bolsonaro demitiu Gustavo Bebianno, seu ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

O novo governo tomou posse há nove semanas e um alto funcionário já caiu por envolvimento em um escândalo de corrupção. Não indica nada de bom para Bolsonaro, que chegou à presidência com uma campanha contra a corrupção

Previdência: Uma reforma iníqua

Por Ricardo Carneiro, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Talvez fosse uma esperança vã imaginar que operadores do mercado financeiro do quilate dos que hoje comandam a economia brasileira seriam capazes de pensar políticas sociais que, de fato, contribuíssem para a redução da desigualdade, ou pelo menos, para não agravá-la. A reforma da Previdência, necessária por conta da transição demográfica e, por que não dizer, para suprimir alguns privilégios, seria um momento crucial para avançar nesta direção. Todavia, a julgar pela proposta encaminhada ao Congresso pela dupla Guedes-Bolsonaro, o sentido é o inverso. Mesmo que se reconheça que a proposta enfrenta alguns privilégios – os de parcela dos funcionários públicos, exclusive os militares –, é forçoso também concluir que a maior parte da conta será paga pelos setores mais vulneráveis da sociedade: idosos pobres, trabalhadores rurais, trabalhadores urbanos de baixa qualificação e renda e pensionistas de todos os gêneros.

O que esperar do STF no governo Bolsonaro?

Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:

Durante a campanha eleitoral de 2018, o vídeo vazado de um dos filhos de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, comentando a possibilidade de fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) com apenas “um soldado e um cabo”, causou desconforto entre os integrantes da Corte.

O atual presidente da mais alta instância do Judiciário, Dias Toffoli, tem falando em “pacto nacional em defesa das reformas”, como a da Previdência, e a retirada da Corte das discussões “políticas”. Ao mesmo tempo, pautou o julgamento, ainda em curso, sobre a criminalização da homofobia, tema que desagrada um dos pilares de sustentação político-ideológica de Bolsonaro: a bancada do fundamentalismo cristão.

O que os militares querem?

Por Rodrigo Perez Oliveira, no site Jornalistas Livres:

Não é de hoje que os militares representam uma força relevante no plano político nacional. Na história do Brasil , as Forças Armadas foram protagonistas nos momentos de crise institucional, sempre promovendo uma pacificação conservadora, violenta e autoritária.

Isso não quer dizer que nessas experiências históricas os militares tenham tido completo controle da situação, que não tenham negociado ou dividido poder com os políticos civis. Erram os que acreditam que os militares têm poder absoluto. Erram também aqueles que acham que quando atuam na política as Forças Armadas são simples marionetes manipuladas pelas elites políticas civis. Aqui, como acontece quase sempre, o ideal está no meio termo.

Por que te cálas, Luis Roberto Barroso

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

E, agora, Barroso? Caiu a ficha geral. Até o Estadão de hoje, em editorial, reconhece os retrocessos da economia brasileira. No bojo da bandeira anticorrupção, destruíram-se setores relevantes da economia brasileira, embalou-se a mais antissocial das políticas econômicas, iniciada por Michel Temer e aprofundada pelo governo Bolsonaro. E todo o processo foi defendido visceralmente por Luis Roberto Barroso, pegando carona no punitivismo para se mostrar simpático aos setores mais atrasados da economia.

Moro, Caixa 2 e corrupção

Por Daniel Zen, no site Mídia Ninja:

Na semana que passou, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, dois supostos ícones da Operação Lava Jato e do combate a corrupção no Brasil, dispenderam um hercúleo esforço retórico para defender que o Caixa 2 seria um delito “menos grave” do que o crime de corrupção, ao contrário de antes, quando afirmavam, no auge da malfadada operação, que o Caixa 2 seria um delito “mais grave”.

A tese que eles sustentam - correta, por sinal - é de que nem sempre o Caixa 2 poderia ser caracterizado como ilícito, posto que, se não houver prova de “contrapartida” dada por quem recebeu e utilizou recursos não declarados/contabilizados a quem doou os recursos, crime não haveria. Ou, ao menos, seria um crime “menos grave”.

Tragédia: 12,7 milhões de desempregados

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Com a pauta única da reforma da Previdência e as crianças cantando o Hino Nacional nas escolas, ninguém mais fala neles, como se tivessem sido apagados do mapa.

São os brasileiros invisíveis e anônimos: 12,7 milhões de trabalhadores que acordam todos os dias sem ir para o serviço.

Além deles, temos hoje 4,7 milhões de desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego.

Nas propagandas oficiais, anunciam que o desemprego vem caindo, mas está acontecendo exatamente o contrário, sem nenhum sinal de melhoria à vista.

Bolsonaro não é causa; é sintoma da loucura

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Bolsonaro não é causa, mas sintoma da loucura que assomou o Brasil.

Uma loucura sintonizada com os mais tenebrosos ventos desse que parece ser um tempo de mudança de época. Desgraçadamente, mudança de época no Brasil e no mundo.

Os áudios estarrecedores de Jair Bolsonaro com o ministro demitido Gustavo Bebbiano mostram a dimensão profunda da desgraça desse Brasil de milícias e milicianos.

Todo e qualquer brasileiro que ouve os áudios – até mesmo os bolsonaristas incautos – não consegue evitar o sentimento de vergonha alheia por ter 1 figura tão torpe, tão leviana e tão estúpida na presidência do nosso país, que está entre as 10 maiores economias do planeta. Nosso vexame, portanto, é não menos que mundial!

Carlos Bolsonaro tuíta por Jair?

Por Alexandre de Santi, no site The Intercept-Brasil:

Às 20h de quarta-feira, Carlos Bolsonaro disparou um tuíte saudando a nova reforma da previdência. Vinte minutos depois, seu pai, Jair Bolsonaro, publicou uma mensagem idêntica sobre a proposta apresentada naquele dia. Palavra por palavra, emoji por emoji. Não era um retuíte: era o mesmíssimo texto, colado e publicado em outra conta.

O tuíte reforçou a minha desconfiança sobre quem de fato dá a letra em @jairbolsonaro. Carlos ou o pai?

Barão de Itararé bate meta e mantém sede

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Enfrentando graves dificuldades devido à conjuntura política, à criminalização e aos ataques contra o movimento social e sindical no Brasil, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé apostou na solidariedade para garantir, pelo menos, mais um ano de existência e de manutenção de sua sede física. Após três meses de campanha, já podemos comemorar: a meta de R$ 50 mil foi superada e o Barão segue na luta, com a casa aberta!