sábado, 12 de novembro de 2016
O mundo e o enigma Trump
Ilustração: Alfredo Martirena/Cartoon Movement |
Diante de dois péssimos candidatos, o eleitorado norte-americano, dividido ideologicamente como jamais esteve, escolheu, após campanha do mais baixo nível, aquele que lhe pareceu a negação do establishment, exatamente Donald Trump, figura heterodoxa do sistema (não fôra ele um bilionário de Walt Street), o único ‘não político’, multimilionário desde o berço, outsider na política, devedor do fisco e ao mesmo tempo defensor de menos impostos para os ricos, e militante contra a política de saúde social de seu antecessor.
Congresso e Judiciário perto da trombada
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:
Alguns fatos desta semana elevaram novamente a temperatura entre o Congresso e o Judiciário, reforçando receios (e possibilidades) de um choque mais sério entre os dois poderes, estabelecendo uma crise institucional real. Há duas semanas o conflito mudou de patamar, com a invasão do Senado pela Polícia Federal para prender policiais legislativos, e com a decorrente troca de farpas entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e a presidente do STF, Carmem Lúcia. A ofensiva foi do Judiciário. Agora é o Legislativo que responde ao fogo com algumas iniciativas: a retomada do projeto sobre abuso de poder, a instalação da comissão sobre supersalários, os ensaios para introduzir mudanças no projeto do Ministério Público de “dez medidas contra a corrupção”, que podem incluir uma anistia aos que praticaram o caixa dois, e a proposta de uma lei sobre acordos de leniência que desagrada profundamente o comando da Lava Jato. Nesta sexta-feira, com as reações de entidades do Judiciário e do Ministério Público, o conflito voltou a mudar de patamar.
Alguns fatos desta semana elevaram novamente a temperatura entre o Congresso e o Judiciário, reforçando receios (e possibilidades) de um choque mais sério entre os dois poderes, estabelecendo uma crise institucional real. Há duas semanas o conflito mudou de patamar, com a invasão do Senado pela Polícia Federal para prender policiais legislativos, e com a decorrente troca de farpas entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e a presidente do STF, Carmem Lúcia. A ofensiva foi do Judiciário. Agora é o Legislativo que responde ao fogo com algumas iniciativas: a retomada do projeto sobre abuso de poder, a instalação da comissão sobre supersalários, os ensaios para introduzir mudanças no projeto do Ministério Público de “dez medidas contra a corrupção”, que podem incluir uma anistia aos que praticaram o caixa dois, e a proposta de uma lei sobre acordos de leniência que desagrada profundamente o comando da Lava Jato. Nesta sexta-feira, com as reações de entidades do Judiciário e do Ministério Público, o conflito voltou a mudar de patamar.
A "fraude golpista" e os movimentos sociais
Foto: Felipe Bianchi |
A invasão policial à Escola Nacional Florestan Fernandes, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a autorização judicial para uso de técnicas de tortura a fim de forçar a desocupação de escolas no Distrito Federal são alguns exemplos do Estado de exceção em curso no país. O jurista Pedro Estevam Serrano, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) Carina Vitral e Joaquim Piñero, do MST, debateram o tema nesta sexta-feira (11), na sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo.
Ódio e intolerância no Brasil e nos EUA
Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:
Tanto a eleição presidencial brasileira de 2014 quanto o recente pleito que escolheu Donald Trump presidente dos Estados Unidos podem ser vistos como momentos nos quais a frágil costura dos plurais e contraditórios retalhos sociais de ambos os países se rompeu.
Como detesto esse linguajar de sociólogo de botequim, traduzo para o vernáculo: momentos que deu ruim.
O ódio e a intolerância não foram criados nessas horas, mas fermentam há muito tempo, talvez desde sempre, nessas que ''foram'' as duas maiores sociedades escravistas modernas. E que seguem seus genocídios de jovens pobres e negros pela ação direta ou pela anuência do Estado.
Como detesto esse linguajar de sociólogo de botequim, traduzo para o vernáculo: momentos que deu ruim.
O ódio e a intolerância não foram criados nessas horas, mas fermentam há muito tempo, talvez desde sempre, nessas que ''foram'' as duas maiores sociedades escravistas modernas. E que seguem seus genocídios de jovens pobres e negros pela ação direta ou pela anuência do Estado.
Lava-Jato visa liquidar soberania no Brasil
Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:
O show de mentiras da Lava Jato não pára.
Eu não tenho mais complacência ou paciência nenhuma com esse festival de arbítrios, tanto por parte dos meganhas da Lava Jato quanto por parte da mídia.
Para mim, são um bando de bandidos, ainda piores do que aqueles que roubaram a Petrobrás, porque estes cometeram crimes que podem ser punidos. Os bandidos que conduzem a Lava Jato estupram valores e instituições que não podem ser recuperados, não por muito tempo. Além de entregar nossa principal riqueza aos maiores ladrões de todos: os abutres internacionais.
O show de mentiras da Lava Jato não pára.
Eu não tenho mais complacência ou paciência nenhuma com esse festival de arbítrios, tanto por parte dos meganhas da Lava Jato quanto por parte da mídia.
Para mim, são um bando de bandidos, ainda piores do que aqueles que roubaram a Petrobrás, porque estes cometeram crimes que podem ser punidos. Os bandidos que conduzem a Lava Jato estupram valores e instituições que não podem ser recuperados, não por muito tempo. Além de entregar nossa principal riqueza aos maiores ladrões de todos: os abutres internacionais.
Temer tenta sufocar o movimento estudantil
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:
O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé realizou, na noite de ontem (11), o debate "O Estado de exceção e a criminalização dos movimentos sociais", com a participação da presidenta da União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral, do jurista Pedro Serrano e de Joaquim Pinheiro, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O coordenador da entidade, João Pedro Stédile, não pôde comparecer.
O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé realizou, na noite de ontem (11), o debate "O Estado de exceção e a criminalização dos movimentos sociais", com a participação da presidenta da União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral, do jurista Pedro Serrano e de Joaquim Pinheiro, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O coordenador da entidade, João Pedro Stédile, não pôde comparecer.
Trump pode nos causar um Bolsonaro?
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
As coincidências entre Donald Trump e Jair Bolsonaro podem parecer muitas ou poucas, a depender do ângulo que se olhe. É muito difícil, porém, desprezar as coincidências, porque, à exceção da grana, são muitas. E não se resumem aos topetes esquisitos.
De qualquer forma, se a história recente nos ensina alguma coisa sobre geopolítica é que continentes encerram ondas político-ideológicas em direção similar.
As coincidências entre Donald Trump e Jair Bolsonaro podem parecer muitas ou poucas, a depender do ângulo que se olhe. É muito difícil, porém, desprezar as coincidências, porque, à exceção da grana, são muitas. E não se resumem aos topetes esquisitos.
De qualquer forma, se a história recente nos ensina alguma coisa sobre geopolítica é que continentes encerram ondas político-ideológicas em direção similar.
Os juízes, Renan e os "super-salários"
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Renan Calheiros foi hostilizado ontem pelos juízes federais porque, segundo o Estadão, "mandou instalar uma comissão para identificar quem ganha acima do teto no Legislativo, no Executivo e no Judiciário'. Dizem os repórteres Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo que para os magistrados, a iniciativa do peemedebista – alvo da Lava Jato e de onze inquéritos no Supremo Tribunal Federal -, significa "retaliação".
Com a devida vênia aos doutores juízes, receber dos cofres públicos acima do teto constitucional é ilegal, imoral e apropriar-se, indevidamente, de dinheiro que pertence ao povo brasileiro. Em matéria de retirar recursos públicos daquilo a que deveria servir, é exatamente igual à praticar corrupção no Estado.
Renan Calheiros foi hostilizado ontem pelos juízes federais porque, segundo o Estadão, "mandou instalar uma comissão para identificar quem ganha acima do teto no Legislativo, no Executivo e no Judiciário'. Dizem os repórteres Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo que para os magistrados, a iniciativa do peemedebista – alvo da Lava Jato e de onze inquéritos no Supremo Tribunal Federal -, significa "retaliação".
Com a devida vênia aos doutores juízes, receber dos cofres públicos acima do teto constitucional é ilegal, imoral e apropriar-se, indevidamente, de dinheiro que pertence ao povo brasileiro. Em matéria de retirar recursos públicos daquilo a que deveria servir, é exatamente igual à praticar corrupção no Estado.
A vitória de Trump e o Brasil
Ilustração: Bart van Leeuwen/Cartoon Movement |
Um dado relevante da conjuntura aberta pela vitória de Donald Trump consiste na resposta daquela parcela globalizada da elite brasileira diante na nova situação.
Vamos combinar. Não há dúvida de que é necessário condenar o discurso de Donald Trump pelo caráter anti democrático, pela violência contra imigrantes e minorias. Apoiado oficialmente pelos remanescentes da organização terrorista Ku Klux Klan, alguns dos partidários de Trump comemoraram a vitória carregando a suástica nazista. Inaceitável. E é preocupante, do ponto de vista dos direitos civis, que uma hegemonia conservadora - no Congresso e na Suprema Corte - possa produzir retrocessos na democracia. O fato de Trump ter sido vencido no voto popular não tem maiores consequências práticas numa disputa a ser resolvida no Colégio Eleitoral, mas é um sintoma de uma decisão precária.
Trump, Hitler e a desumanização da política
Adolf Trump. Ilustração: Marian Kamensky/Cartoon Movement |
O crescimento da violência como forma de solução de conflitos, sejam pessoais ou sociais, é um fato. As mídias em geral promovem uma violência simbólica diária, banalizando ações extremas e fomentando ódios e preconceitos. O clima de medo e guerra favorece a concordância com ações extremas.
E quando além disso se tem no Congresso parlamentares que usam o púlpito para defender ações de preconceito e ódio, além de ofender minorias, passa-se a se ter um aval institucional para opiniões preconceituosas e de extermínio.
Como se colocou Donald Trump no poder
Ilustração: Bart van Leeuwen/Cartoon Movement |
Eles irão culpar, pelo derrota de Hillary Clinton, o FBI e seu chefe, James Comey [que reabriu o caso sobre os emails possivelmente criminosos da candidata]. Vão culpar a supressão de eleitores e o racismo. Vão por a culpa na atitude Bernie or bust (ou Bernie Sanders ou nada) e na misoginia. Vão apontar para candidatos independentes e terceiros: a mídia corporativa, por dar a Trump uma tribuna; a mídia social por ser um megafone; e o WikiLeaks por expor a roupa suja em público.
Mas estas avaliações deixam de fora o maior responsável por criar o pesadelo em que agora nos encontramos: o neoliberalismo. Essa visão de mundo – totalmente incorporada por Hillary Clinton e sua máquina – não é páreo para o estilo extremista de Trump. O fato de a disputa ter colocado um contra o outro é o que selou nossa sorte. Se não aprendermos mais nada, podemos por favor aprender com esse erro?
Mas estas avaliações deixam de fora o maior responsável por criar o pesadelo em que agora nos encontramos: o neoliberalismo. Essa visão de mundo – totalmente incorporada por Hillary Clinton e sua máquina – não é páreo para o estilo extremista de Trump. O fato de a disputa ter colocado um contra o outro é o que selou nossa sorte. Se não aprendermos mais nada, podemos por favor aprender com esse erro?
As mentiras que nos contam sobre a economia
Por Gustavo Noronha, no site Brasil Debate:
“Numa época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário”. (George Orwell)
“Todo mundo mente”. Muitas pessoas lembram-se da série televisiva House ao ouvir esta assertiva. Na verdade, a mentira nos acompanha desde a infância, e aqui não nos referimos aos personagens dos contos de fadas e lendas. Quase todas as pessoas aprendem quando criança que se fizerem xixi na piscina a água muda de cor e todos vão saber. Uma vez, quando eu tinha uns oito ou nove anos, perguntei à minha mãe o que era um motel e sua resposta foi “é um hotel onde se estaciona o carro”. Demorei anos para descobrir que isso não era verdade.
“Todo mundo mente”. Muitas pessoas lembram-se da série televisiva House ao ouvir esta assertiva. Na verdade, a mentira nos acompanha desde a infância, e aqui não nos referimos aos personagens dos contos de fadas e lendas. Quase todas as pessoas aprendem quando criança que se fizerem xixi na piscina a água muda de cor e todos vão saber. Uma vez, quando eu tinha uns oito ou nove anos, perguntei à minha mãe o que era um motel e sua resposta foi “é um hotel onde se estaciona o carro”. Demorei anos para descobrir que isso não era verdade.
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