Por Altamiro Borges
A falsa imagem de ético de Jair Bolsonaro – construída graças à omissão da mídia falsamente moralista – está derretendo. Pesquisa Exame/Ideia divulgada neste final de semana mostra o impacto das denúncias de propina na compra de vacinas. Para 45% dos brasileiros, o genocida não combate a corrupção; 28% ainda acham que ele tenta impedir desvios de grana pública; e 27% têm dúvidas sobre o comportamento do governante.
segunda-feira, 5 de julho de 2021
Bolsonaro perde força nas redes sociais
Por Altamiro Borges
Os últimos dias foram de inferno astral para o presidente Jair Bolsonaro. CPI do Genocídio, escândalos de corrupção na compra de vacinas, abertura de inquérito pela Procuradoria-Geral da República (PGR)... O “capetão” sentiu o baque até no terreno em que mais domina, o das mídias digitais. A milícia bolsonarista encolheu na internet.
Segundo matéria da Folha publicada no sábado (3) – antes de estourar a denúncia de “rachadinhas” da ex-cunhada –, "o turbilhão de acontecimentos atingiu Jair Bolsonaro em seu ponto mais sensível, as redes sociais. O entorno do presidente detectou que, de fácil compreensão, o caso da propina de US$ 1 colou no governo".
Os últimos dias foram de inferno astral para o presidente Jair Bolsonaro. CPI do Genocídio, escândalos de corrupção na compra de vacinas, abertura de inquérito pela Procuradoria-Geral da República (PGR)... O “capetão” sentiu o baque até no terreno em que mais domina, o das mídias digitais. A milícia bolsonarista encolheu na internet.
Segundo matéria da Folha publicada no sábado (3) – antes de estourar a denúncia de “rachadinhas” da ex-cunhada –, "o turbilhão de acontecimentos atingiu Jair Bolsonaro em seu ponto mais sensível, as redes sociais. O entorno do presidente detectou que, de fácil compreensão, o caso da propina de US$ 1 colou no governo".
A farsa da crise hídrica no setor elétrico
Do site do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB):
O governo Bolsonaro e os agentes empresariais que controlam o setor elétrico nacional afirmam que há uma crise de escassez hídrica que levou ao esvaziamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Segundo seus argumentos, a região sudeste passa pela pior seca dos últimos 91 anos.
Para lidar com essa realidade, o governo Bolsonaro publicou a Medida Provisória nº 1.055, de 28 de junho de 2021, que prevê ações emergenciais e regras excepcionais para o uso dos recursos hidroenergéticos. Na mesma lei, autorizou que os custos serão ressarcidos por meio de encargos na conta de luz da população. Ou seja, o povo vai pagar a conta.
O governo Bolsonaro e os agentes empresariais que controlam o setor elétrico nacional afirmam que há uma crise de escassez hídrica que levou ao esvaziamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Segundo seus argumentos, a região sudeste passa pela pior seca dos últimos 91 anos.
Para lidar com essa realidade, o governo Bolsonaro publicou a Medida Provisória nº 1.055, de 28 de junho de 2021, que prevê ações emergenciais e regras excepcionais para o uso dos recursos hidroenergéticos. Na mesma lei, autorizou que os custos serão ressarcidos por meio de encargos na conta de luz da população. Ou seja, o povo vai pagar a conta.
Três lições dos atos de 3 de julho
Por Valerio Arcary, no site Esquerda Online:
Não se deve mudar a tática quando se está ganhando - Sabedoria popular francesa
A jornada nacional de 3 de julho foi uma vitória, e deixou três lições.
A primeira é que a força da Frente Única da Esquerda pode manter nas ruas uma forte pressão pelo impeachment. A queda de Bolsonaro não é para amanhã, mas está colocada como uma possibilidade no horizonte. Não é iminente. Ainda estamos na escala das dezenas de milhares nas grandes cidades, e a derrubada do governo de extrema direita exige a presença de uma massa de milhões.
Não se deve mudar a tática quando se está ganhando - Sabedoria popular francesa
A jornada nacional de 3 de julho foi uma vitória, e deixou três lições.
A primeira é que a força da Frente Única da Esquerda pode manter nas ruas uma forte pressão pelo impeachment. A queda de Bolsonaro não é para amanhã, mas está colocada como uma possibilidade no horizonte. Não é iminente. Ainda estamos na escala das dezenas de milhares nas grandes cidades, e a derrubada do governo de extrema direita exige a presença de uma massa de milhões.
Bolsonaro enredado na teia de aranha
Por José Dirceu, no site Poder-360:
Numa semana de tempestade perfeita contra o presidente, Jair Bolsonaro se viu enredado na teia de aranha da corrupção, uma velha senhora conhecida de nossas elites e mesmo dos militares, aqueles que deram o golpe de 1964 contra a corrupção e a subversão. Se os militares tiverem sucesso no combate aos movimentos de esquerda, registraram enorme fracasso no combate à corrupção que se espraiou durante a ditadura. Com o governo Bolsonaro, registra-se o mesmo fenômeno.
Instrumento político de mil usos para abater adversários, o fantasma da corrupção tem sido usado, no Brasil, desde a campanha sobre o mar de lama que envolveria o Palácio do Catete e que levou Getúlio ao suicídio. E só não acabou em golpe de Estado em função da revolta do povo que chorou e pranteou seu líder.
Numa semana de tempestade perfeita contra o presidente, Jair Bolsonaro se viu enredado na teia de aranha da corrupção, uma velha senhora conhecida de nossas elites e mesmo dos militares, aqueles que deram o golpe de 1964 contra a corrupção e a subversão. Se os militares tiverem sucesso no combate aos movimentos de esquerda, registraram enorme fracasso no combate à corrupção que se espraiou durante a ditadura. Com o governo Bolsonaro, registra-se o mesmo fenômeno.
Instrumento político de mil usos para abater adversários, o fantasma da corrupção tem sido usado, no Brasil, desde a campanha sobre o mar de lama que envolveria o Palácio do Catete e que levou Getúlio ao suicídio. E só não acabou em golpe de Estado em função da revolta do povo que chorou e pranteou seu líder.
A CPI tem que tirar o bode da sala
Por Jorge Gregory, no site Vermelho:
Algo que talvez esteja passando despercebido nos desdobramentos dos trabalhos da CPI, é que neste desastre da condução da política sanitária se evidencia a existência de um andar de baixo e um andar de cima no governo. Entre a conduta de um andar e outro há intersecções que devem ser exploradas nos trabalhos de investigação, mas os senadores terão que tomar muito cuidado para não se perderem no secundário, em detrimento do que é central. O que é central diz respeito ao andar de cima, o alto escalão do governo que, ao adotar o negacionismo e a teoria da imunidade de rebanho como política de governo, conduziu milhares de brasileiros à morte, promovendo um verdadeiro genocídio. No andar de baixo, nos escalões médios e inferiores, pouco interessa a política. Interessam, sim, os benefícios pessoais, de forma que a corrupção corre solta.
Algo que talvez esteja passando despercebido nos desdobramentos dos trabalhos da CPI, é que neste desastre da condução da política sanitária se evidencia a existência de um andar de baixo e um andar de cima no governo. Entre a conduta de um andar e outro há intersecções que devem ser exploradas nos trabalhos de investigação, mas os senadores terão que tomar muito cuidado para não se perderem no secundário, em detrimento do que é central. O que é central diz respeito ao andar de cima, o alto escalão do governo que, ao adotar o negacionismo e a teoria da imunidade de rebanho como política de governo, conduziu milhares de brasileiros à morte, promovendo um verdadeiro genocídio. No andar de baixo, nos escalões médios e inferiores, pouco interessa a política. Interessam, sim, os benefícios pessoais, de forma que a corrupção corre solta.
Fora Bolsonaro e a 'reforma administrativa'
Por Thiago Duarte Gonçalves
Desde 1º de janeiro de 2019 parte do campo progressista já levantava a consigna Fora Bolsonaro. Cientes do que representava do ponto de vista autoritário e de política econômica liberal, as jornadas de maio de 2019 pela Educação foram apenas uma sinalização que haveria muita resistência durante o atual Governo.
Em 2020, com a pandemia e o negacionismo em alta, tendo como reflexos mais de meio milhão de vidas interrompidas antes do tempo, a pauta Fora Bolsonaro, Mourão e seus comparsas ganhou mentes e corações de brasileiros e brasileiras. Entendeu-se que para salvar vidas, precisaria tirar do Governo uma política genocida.
Desde 1º de janeiro de 2019 parte do campo progressista já levantava a consigna Fora Bolsonaro. Cientes do que representava do ponto de vista autoritário e de política econômica liberal, as jornadas de maio de 2019 pela Educação foram apenas uma sinalização que haveria muita resistência durante o atual Governo.
Em 2020, com a pandemia e o negacionismo em alta, tendo como reflexos mais de meio milhão de vidas interrompidas antes do tempo, a pauta Fora Bolsonaro, Mourão e seus comparsas ganhou mentes e corações de brasileiros e brasileiras. Entendeu-se que para salvar vidas, precisaria tirar do Governo uma política genocida.
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