A menos que esteja preparando uma auto-crítica radical das condenações mais pesadas da Lava Jato, o ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro deveria ser mais cuidadoso nos tuítes sobre os quatro suspeitos de vazar diálogos eletrônicos para o Intercept-Brasil.
Embora tenha se negado a fazer reparos à substância das mensagens quando depôs no Senado ("Quanto ao conteúdo, não vejo nada demais"), assim que a prisão dos russos de Araraquara foi anunciada Moro passou a questionar a credibilidade dos diálogos que lhe foram atribuídos. Referiu-se ao grupo como "pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes." Tentando avançar com ironia sobre o Intercept-Brasil, acrescentou: "Elas, as fontes de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime".
Por uma questão de coerência se Moro tiver razão nos argumentos de hoje, os tribunais superiores deveriam iniciar, desde já, a revisão das condenações que a partir de 2014 como titular da 13a Vara Criminal de Curitiba.
Vamos combinar que, salvo pela conta bancária, até agora não dá para questionar os depoimentos de pessoas "envolvidas em várias espécies de crime" sem pensar como seria possível qualificar os executivos das grandes empreiteiras que produziram o filé mignon da Lava Jato no mercado milionário das delações premiadas.
Para Deltan Dallagnol, parceiro de Moro em todas as horas, a corrupção é um "crime que mata mais do que homicídio. Ela mata quando tira R$ 200 bilhões dos cofres públicos por ano no Brasil. Ela mata quando a estrada fica esburacada porque o administrador corrupto não pode aplicar uma multa na empresa porque está com o rabo preso com aquela empresa."
Ainda que essa opinião do chefe da força-tarefa servisse como slogan para cobrar cachês milionários em palestras pelo país inteiro, a palavra de executivos responsáveis por um crime que "mata mais do que homicídio" jamais foi colocada em questão.
Nunca foi desprezada como uma única opção de quem só queria recuperar uma parte do butim acumulado através de crimes e sair da cadeia para gozar nababescos prazeres da vida. Pelo contrário: a veracidade de suas palavras alimenta imensas sentenças contra os verdadeiros alvos políticos da Operação, a começar por Lula.
Por essa razão, não há motivo para que a veracidade das mensagens recolhidas pelos hackers seja colocada em questão.
Quem tem motivo para isso são autoridades que até agora não mostraram a menor disposição para explicar os diálogos comprometedores em que foram apanhados, a começar por Moro e Dallagnol.
Vamos lembrar as palavras do Ministro da Justiça no Senado: "Quando ao conteúdo, não vejo nada demais".
Alguma dúvida?
Embora tenha se negado a fazer reparos à substância das mensagens quando depôs no Senado ("Quanto ao conteúdo, não vejo nada demais"), assim que a prisão dos russos de Araraquara foi anunciada Moro passou a questionar a credibilidade dos diálogos que lhe foram atribuídos. Referiu-se ao grupo como "pessoas com antecedentes criminais, envolvidas em várias espécies de crimes." Tentando avançar com ironia sobre o Intercept-Brasil, acrescentou: "Elas, as fontes de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime".
Por uma questão de coerência se Moro tiver razão nos argumentos de hoje, os tribunais superiores deveriam iniciar, desde já, a revisão das condenações que a partir de 2014 como titular da 13a Vara Criminal de Curitiba.
Vamos combinar que, salvo pela conta bancária, até agora não dá para questionar os depoimentos de pessoas "envolvidas em várias espécies de crime" sem pensar como seria possível qualificar os executivos das grandes empreiteiras que produziram o filé mignon da Lava Jato no mercado milionário das delações premiadas.
Para Deltan Dallagnol, parceiro de Moro em todas as horas, a corrupção é um "crime que mata mais do que homicídio. Ela mata quando tira R$ 200 bilhões dos cofres públicos por ano no Brasil. Ela mata quando a estrada fica esburacada porque o administrador corrupto não pode aplicar uma multa na empresa porque está com o rabo preso com aquela empresa."
Ainda que essa opinião do chefe da força-tarefa servisse como slogan para cobrar cachês milionários em palestras pelo país inteiro, a palavra de executivos responsáveis por um crime que "mata mais do que homicídio" jamais foi colocada em questão.
Nunca foi desprezada como uma única opção de quem só queria recuperar uma parte do butim acumulado através de crimes e sair da cadeia para gozar nababescos prazeres da vida. Pelo contrário: a veracidade de suas palavras alimenta imensas sentenças contra os verdadeiros alvos políticos da Operação, a começar por Lula.
Por essa razão, não há motivo para que a veracidade das mensagens recolhidas pelos hackers seja colocada em questão.
Quem tem motivo para isso são autoridades que até agora não mostraram a menor disposição para explicar os diálogos comprometedores em que foram apanhados, a começar por Moro e Dallagnol.
Vamos lembrar as palavras do Ministro da Justiça no Senado: "Quando ao conteúdo, não vejo nada demais".
Alguma dúvida?
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