Por Gilberto Maringoni
Nas duas voltas das eleições presidenciais, há uma tarefa central: derrotar o fascismo e garantir a manutenção da democracia, sem sobressaltos ao longo do próximo governo. E isso só será feito se Fernando Haddad, o possível vencedor, conseguir desarmar algumas armadilhas pelo caminho.
Parece haver duas disputas no interior da direita.
A primeira é o descolamento acelerado que parte dela faz da candidatura Bolsonaro, cujos sinais mais evidentes estão nos ataques por parte da campanha Alckmin na TV e na capa de Veja desta semana. Esse movimento teve seu primeiro sinal semana passada com o manifesto Democracia Sim!, firmado por várias figuras do campo democrático e por tucanos de primeira hora, que há dois anos apoiaram o golpe. No afã de limparem as próprias biografias, fazem um movimento positivo.
A segunda é que parte da direita decidiu disputar por dentro o futuro governo Haddad. Suas linhas de força principais são: manutenção das reformas - com concessões superficiais -, dos contratos do pré sal e da venda da Embraer. Além disso, entram na conta a reforma da previdência e a continuidade do ajuste, de forma um pouco mais branda. O sinal pode ser dado pela nomeação de um ministro da fazenda "simpático ao mercado", como tem sido ventilado pelo próprio candidato petista, segundo notas - não desmentidas - na imprensa.
Desnecessário afirmar que se o tal mercado for "pacificado" dessa maneira, teremos na prática a possibilidade de nova frustração eleitoral e enorme decepção popular. As consequências seriam imprevisíveis.
A campanha petista mostra-se bastante despolitizada. Suas marcas principais são saudades de um passado irrepetível - pelas condições objetivas da cena mundial - e por promessas vagas. Não se refere à extrema direita e nem engrossa a convocação dos atos #elenão! deste sábado, 29. A tática funcionou muito bem até aqui. Pode ser insuficiente para um embate de projetos depois de 7 de outubro.
Um segundo turno com Bolsonaro é o pior cenário para a esquerda que pede mudanças reais. Diante do medo de retrocessos mais visíveis, deixará Haddad de mãos livres para negociar qualquer coisa com o mercado, em nome do combate ao mal maior.
Um embate com Alckmin ou Ciro (pouco provável) forçará o petista a se definir com nitidez, de um.ponto de vista progressista. Fernando Haddad terá de ser claro sobre o que fazer com a herança do golpe.
Assim, o melhor a fazer é combater frontalmente o candidato fascista, para derrotá-lo já, ou para que chegue enfraquecido à segunda etapa da disputa.
Nas duas voltas das eleições presidenciais, há uma tarefa central: derrotar o fascismo e garantir a manutenção da democracia, sem sobressaltos ao longo do próximo governo. E isso só será feito se Fernando Haddad, o possível vencedor, conseguir desarmar algumas armadilhas pelo caminho.
Parece haver duas disputas no interior da direita.
A primeira é o descolamento acelerado que parte dela faz da candidatura Bolsonaro, cujos sinais mais evidentes estão nos ataques por parte da campanha Alckmin na TV e na capa de Veja desta semana. Esse movimento teve seu primeiro sinal semana passada com o manifesto Democracia Sim!, firmado por várias figuras do campo democrático e por tucanos de primeira hora, que há dois anos apoiaram o golpe. No afã de limparem as próprias biografias, fazem um movimento positivo.
A segunda é que parte da direita decidiu disputar por dentro o futuro governo Haddad. Suas linhas de força principais são: manutenção das reformas - com concessões superficiais -, dos contratos do pré sal e da venda da Embraer. Além disso, entram na conta a reforma da previdência e a continuidade do ajuste, de forma um pouco mais branda. O sinal pode ser dado pela nomeação de um ministro da fazenda "simpático ao mercado", como tem sido ventilado pelo próprio candidato petista, segundo notas - não desmentidas - na imprensa.
Desnecessário afirmar que se o tal mercado for "pacificado" dessa maneira, teremos na prática a possibilidade de nova frustração eleitoral e enorme decepção popular. As consequências seriam imprevisíveis.
A campanha petista mostra-se bastante despolitizada. Suas marcas principais são saudades de um passado irrepetível - pelas condições objetivas da cena mundial - e por promessas vagas. Não se refere à extrema direita e nem engrossa a convocação dos atos #elenão! deste sábado, 29. A tática funcionou muito bem até aqui. Pode ser insuficiente para um embate de projetos depois de 7 de outubro.
Um segundo turno com Bolsonaro é o pior cenário para a esquerda que pede mudanças reais. Diante do medo de retrocessos mais visíveis, deixará Haddad de mãos livres para negociar qualquer coisa com o mercado, em nome do combate ao mal maior.
Um embate com Alckmin ou Ciro (pouco provável) forçará o petista a se definir com nitidez, de um.ponto de vista progressista. Fernando Haddad terá de ser claro sobre o que fazer com a herança do golpe.
Assim, o melhor a fazer é combater frontalmente o candidato fascista, para derrotá-lo já, ou para que chegue enfraquecido à segunda etapa da disputa.
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