Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Comoção na mídia americana. Nova Orleans, com 350 000 habitantes, passou a ser a maior cidade dos Estados Unidos sem um jornal diário.
O Times-Picayune, aos 175 anos, dobrou os joelhos. Só vai circular três vezes por semana na versão impressa. Parece ser uma das possibilidades de sobreviver – ao menos parcialmente – para os jornais diários na Era Digital: reduzir o número de edições de papel.
O Picayune – o nome deriva de uma antiga moeda espanhola, que era quanto custava o exemplar do jornal quando foi lançado, na época em que a região pertencia à Espanha – fez história ao cobrir epicamente o furacão Katrina, em 2005. Numa manchete antológica naqueles dias, o Picayune instou: “Nos ajudem, por favor!” (É uma frase estranhamente atual quando você pensa no próprio Picayune.)
Pensei no jornal agora há pouco, ao ver no teatro Ambassador um espetáculo do grupo Stomp. Os integrantes do Stomp extraem sons interessantes de vassouras, cabos de borracha, sacos plásticos – e de jornais.
Num dos melhores números, o pessoal do Stomp começa a ler e, aos poucos, os jornais vão se transformando de objetos de leitura em instrumentos de percussão. Fenfacional, como diz Caco, o homem que salva a todos nós no comando do Planeta Sustentável.
Será este o destino final dos jornais, servir para números do Stomp? É bom o grupo acumular jornais para futuras apresentações, reflito. Os jornais impressos são hoje, para fazer um paralelo, as carruagens quando os carros já começavam a ganhar as ruas.
Tenho uma certa nostalgia. A família Nogueira é de papel: papai trabalhou 33 anos na Folha e eu 25 na Abril.
Mas.
Mas fico feliz ao ver meu filho Pedro, também jornalista, militar no lugar certo para sua geração: o jornalismo digital. (Militar não: empreender. Pedro montou um site masculino, El Hombre, que imagino que vá sustentar a família Nogueira no futuro.) Se eu tivesse que dizer uma única palavra para os jovens jornalistas, seria: “Internet.”
Comoção na mídia americana. Nova Orleans, com 350 000 habitantes, passou a ser a maior cidade dos Estados Unidos sem um jornal diário.
O Times-Picayune, aos 175 anos, dobrou os joelhos. Só vai circular três vezes por semana na versão impressa. Parece ser uma das possibilidades de sobreviver – ao menos parcialmente – para os jornais diários na Era Digital: reduzir o número de edições de papel.
O Picayune – o nome deriva de uma antiga moeda espanhola, que era quanto custava o exemplar do jornal quando foi lançado, na época em que a região pertencia à Espanha – fez história ao cobrir epicamente o furacão Katrina, em 2005. Numa manchete antológica naqueles dias, o Picayune instou: “Nos ajudem, por favor!” (É uma frase estranhamente atual quando você pensa no próprio Picayune.)
Pensei no jornal agora há pouco, ao ver no teatro Ambassador um espetáculo do grupo Stomp. Os integrantes do Stomp extraem sons interessantes de vassouras, cabos de borracha, sacos plásticos – e de jornais.
Num dos melhores números, o pessoal do Stomp começa a ler e, aos poucos, os jornais vão se transformando de objetos de leitura em instrumentos de percussão. Fenfacional, como diz Caco, o homem que salva a todos nós no comando do Planeta Sustentável.
Será este o destino final dos jornais, servir para números do Stomp? É bom o grupo acumular jornais para futuras apresentações, reflito. Os jornais impressos são hoje, para fazer um paralelo, as carruagens quando os carros já começavam a ganhar as ruas.
Tenho uma certa nostalgia. A família Nogueira é de papel: papai trabalhou 33 anos na Folha e eu 25 na Abril.
Mas.
Mas fico feliz ao ver meu filho Pedro, também jornalista, militar no lugar certo para sua geração: o jornalismo digital. (Militar não: empreender. Pedro montou um site masculino, El Hombre, que imagino que vá sustentar a família Nogueira no futuro.) Se eu tivesse que dizer uma única palavra para os jovens jornalistas, seria: “Internet.”
Quatro problemas que o texto aponta. Trabalhar para Folha, Abril, o Stomp é uma porcaria e Deus não existe.
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