Os Estados Unidos já reconheceram o governo golpista do Paraguai. O Vaticano, hegemonizado por forças conservadoras, também manifestou o seu apoio. A mídia golpista do Paraguai está em festa, com manchetes que enfatizam o "retorno à normalidade democrática" - exatamente como fizeram os jornalões brasileiros no golpe militar de 1964. Os partidos oligárquicos da nação vizinha, Colorado e Liberal, já disputam o motim. E, agora, os poderosos fazendeiros do Paraguai também anunciam o total apoio ao governo golpista.
Em comunicado, a União de Grêmios da Produção (UGP), que reúne os latifundiários paraguaios, saudou o impeachment de Fernando Lugo e anunciou o cancelamento do "tratoraço" que estava agendado para esta semana. O protesto dos ruralistas, com o bloqueio de estradas e o desabastecimento do país, já fazia parte da orquestração da direita para derrubar o presidente democraticamente eleito.
"Esperamos conseguir com Franco [o golpista que assumiu o poder] o que não pudemos com Lugo", disse Héctor Cristaldo, presidente da UGP. Segundo relato da própria Veja, que desde o início apoiou o golpe no Paraguai, os ruralistas "exigem que o governo impeça as invasões de estabelecimentos rurais pelos sem-terra". A entidade reúne os maiores exportadores de soja e muitos pecuaristas. Entre os seus integrantes estão vários latifundiários acusados pelo uso de trabalho escravo e de jagunços assassinos.
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