Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
É insólita recente matéria do colunista da Veja Augusto Nunes sobre episódios igualmente recentes em que a presidente Dilma Rousseff teria sido “vaiada”. O colunista insultar a presidente não chega a espantar, pois, quando escreve sobre políticos petistas ou seus aliados, esse fenômeno é recorrente. O que espanta é a tese sobre os institutos de pesquisa.
Dilma é recorrentemente chamada por esse jornalista de “neurônio solitário”, ou seja, teria apenas um neurônio. A figura de linguagem pretende vender a idéia de que a primeira mandatária da República seria estúpida. Nada demais. É regra esse e outros colunistas da Veja usarem xingamentos como se fossem argumentos.
Impressionante mesmo é a tese de Nunes que afirma que Ibope, Sensus e Vox Populi falsificam a popularidade da presidente da República, apesar de que o único grande instituto de pesquisa não citado, o Datafolha, também confere a ela alta aprovação – segundo pesquisa Datafolha de abril, 64% consideram desempenho de Dilma bom ou ótimo.
O alvo principal da ira que os fatos despertam no colunista da Veja, no entanto, parece ser o Ibope. Visivelmente enraivecido, Nunes considera incompatível o recorde de popularidade da presidente com o fato de ela ter sido vaiada duas vezes em 24 horas pelo mesmo grupo de estudantes e professores universitários.
De repente, para aumentar o espanto que o tal de Nunes provoca, o mensalão entra na história. A tese é a de que vaias de grupos descontentes com Dilma combinados com o julgamento “do maior escândalo de corrupção da história” acabariam com a credibilidade de Ibope, Sensus e Vox Populi – e, por tabela, do Datafolha.
Os quatro grandes institutos estariam a serviço da presidente da República por detectarem alta aprovação. A pergunta é se essa premissa vale quando detectam alta aprovação do governador Geraldo Alckmin, por exemplo, ou se pesquisa positiva só é falsa quando é sobre Dilma e outros petistas.
Detalhe: essa tese também induz à crença de que não só as pesquisas são forjadas para favorecer Dilma e outros governantes, mas, também, os processos eleitorais pelos quais esses políticos se elegem, processos que acabam se coadunando com as pesquisas…
Vale a pena ler, a seguir, a tese insólita desse colunista. Ela dá a medida de um planejamento meio destrambelhado para as ações políticas de certa mídia no segundo semestre, que coincidirão com a campanha eleitoral que tomará o país. A aposta na burrice do público parece ser bem alta, assim como foi em todas as eleições anteriores.
*****
Dilma, duas vaias em 24 horas
Augusto Nunes
Ainda convalescendo da vaia em São Bernardo do Campo, Dilma Rousseff voltou a ouvir no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, o mais desconcertante dos protestos sonoros. O neurônio solitário deve estar pálido de espanto com o enigma .
No fim de junho, uma pesquisa do Ibope informou que apenas 8% dos brasileiros reprovam o desempenho da presidente. E comunicou à nação que o recorde estabelecido pela chefe de governo colocou Dilma Rousseff à frente de todos os seus antecessores desde a Proclamação da República.
Como combinar as duas informações do Ibope com duas vaias separadas por apenas 24 horas? Se o preço da encomenda for suficientemente estimulante, o comerciante de porcentagens escolhido para o serviço conseguirá decifrar o enigma com uma pesquisa restrita aos participantes das manifestações.
Ficará provado que os mesmíssimos 8% de eternos descontentes, disfarçados de estudantes, juntaram-se ─ para fingir que são muitos ─ tanto no ato de protesto em São Bernardo quanto na reprise ocorrida no Rio.
A pesquisa provaria que esses inimigos da pátria resolveram piorar o péssimo humor da presidente e, sobretudo, atrapalhar a vida mansa dos fabricantes de estatísticas com a invenção de outra brasileirice: a vaia ambulante. E Dilma ficaria feliz ao saber que a vaia desta sexta-feira saiu das mesmas gargantas que a hostilizaram na véspera. E já se preparam para a terceira rodada de apupos.
Mas convém apressar o serviço. Se o bando de manifestantes continuar perturbando as aparições públicas da recordista, e se a temporada de protestos estender-se até o ínício do julgamento do mensalão, nem o mais crédulo dos devotos da seita vai levar a sério a usina de pesquisas convenientes administrada em conjunto pelos ibopes, sensus e voxpopulis que prosperam no Brasil Maravilha. Em todas, o vitorioso é sempre quem está no poder.
É insólita recente matéria do colunista da Veja Augusto Nunes sobre episódios igualmente recentes em que a presidente Dilma Rousseff teria sido “vaiada”. O colunista insultar a presidente não chega a espantar, pois, quando escreve sobre políticos petistas ou seus aliados, esse fenômeno é recorrente. O que espanta é a tese sobre os institutos de pesquisa.
Dilma é recorrentemente chamada por esse jornalista de “neurônio solitário”, ou seja, teria apenas um neurônio. A figura de linguagem pretende vender a idéia de que a primeira mandatária da República seria estúpida. Nada demais. É regra esse e outros colunistas da Veja usarem xingamentos como se fossem argumentos.
Impressionante mesmo é a tese de Nunes que afirma que Ibope, Sensus e Vox Populi falsificam a popularidade da presidente da República, apesar de que o único grande instituto de pesquisa não citado, o Datafolha, também confere a ela alta aprovação – segundo pesquisa Datafolha de abril, 64% consideram desempenho de Dilma bom ou ótimo.
O alvo principal da ira que os fatos despertam no colunista da Veja, no entanto, parece ser o Ibope. Visivelmente enraivecido, Nunes considera incompatível o recorde de popularidade da presidente com o fato de ela ter sido vaiada duas vezes em 24 horas pelo mesmo grupo de estudantes e professores universitários.
De repente, para aumentar o espanto que o tal de Nunes provoca, o mensalão entra na história. A tese é a de que vaias de grupos descontentes com Dilma combinados com o julgamento “do maior escândalo de corrupção da história” acabariam com a credibilidade de Ibope, Sensus e Vox Populi – e, por tabela, do Datafolha.
Os quatro grandes institutos estariam a serviço da presidente da República por detectarem alta aprovação. A pergunta é se essa premissa vale quando detectam alta aprovação do governador Geraldo Alckmin, por exemplo, ou se pesquisa positiva só é falsa quando é sobre Dilma e outros petistas.
Detalhe: essa tese também induz à crença de que não só as pesquisas são forjadas para favorecer Dilma e outros governantes, mas, também, os processos eleitorais pelos quais esses políticos se elegem, processos que acabam se coadunando com as pesquisas…
Vale a pena ler, a seguir, a tese insólita desse colunista. Ela dá a medida de um planejamento meio destrambelhado para as ações políticas de certa mídia no segundo semestre, que coincidirão com a campanha eleitoral que tomará o país. A aposta na burrice do público parece ser bem alta, assim como foi em todas as eleições anteriores.
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Dilma, duas vaias em 24 horas
Augusto Nunes
Ainda convalescendo da vaia em São Bernardo do Campo, Dilma Rousseff voltou a ouvir no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira, o mais desconcertante dos protestos sonoros. O neurônio solitário deve estar pálido de espanto com o enigma .
No fim de junho, uma pesquisa do Ibope informou que apenas 8% dos brasileiros reprovam o desempenho da presidente. E comunicou à nação que o recorde estabelecido pela chefe de governo colocou Dilma Rousseff à frente de todos os seus antecessores desde a Proclamação da República.
Como combinar as duas informações do Ibope com duas vaias separadas por apenas 24 horas? Se o preço da encomenda for suficientemente estimulante, o comerciante de porcentagens escolhido para o serviço conseguirá decifrar o enigma com uma pesquisa restrita aos participantes das manifestações.
Ficará provado que os mesmíssimos 8% de eternos descontentes, disfarçados de estudantes, juntaram-se ─ para fingir que são muitos ─ tanto no ato de protesto em São Bernardo quanto na reprise ocorrida no Rio.
A pesquisa provaria que esses inimigos da pátria resolveram piorar o péssimo humor da presidente e, sobretudo, atrapalhar a vida mansa dos fabricantes de estatísticas com a invenção de outra brasileirice: a vaia ambulante. E Dilma ficaria feliz ao saber que a vaia desta sexta-feira saiu das mesmas gargantas que a hostilizaram na véspera. E já se preparam para a terceira rodada de apupos.
Mas convém apressar o serviço. Se o bando de manifestantes continuar perturbando as aparições públicas da recordista, e se a temporada de protestos estender-se até o ínício do julgamento do mensalão, nem o mais crédulo dos devotos da seita vai levar a sério a usina de pesquisas convenientes administrada em conjunto pelos ibopes, sensus e voxpopulis que prosperam no Brasil Maravilha. Em todas, o vitorioso é sempre quem está no poder.
Esse Nunes pra uma besta somente falta as duas peninhas na cabeça! Ele e seu amigo, tio Rei (tio da pqp), conversam uma m.... que dá pra encher muitos penicos!
ResponderExcluirPor vêzes, as personalidades sociopatas se manifestam de forma inesperada. Ficam incubadas e, de repente, afloram em busca do extermínio. Uns pegam armas e fuzilam jovens socialistas, como o caso psicopata neonazista suiço; outras,esquartejam, e utilizam sacos para dar sumiço nos retalhados; as polícias ditatoriais usavamm fornos crematórios; outros se valem de golpes-brancos (parlamentares) para eliminar/excluir os adversários e, por fim, está na moda, alguns sociopatas preferem vestir roupagens profissionais - no caso, de jornalista - para destilar sua sociopatia, em pornográficos meios midiáticos. Augusto Nunes, Merval, Hipólito, Cantanhêde, Kamel, etc. em seu medo insano da conjuntura - que consideram adversa - expõem toda sua doença, na mídia. No dia em que perceberem que esta exposição pode lhes causar conseqüências, talvez escondam novamente suas sociopatias. Ética jornalística, ou qualquer traço de civilidade não são argumentos válidos, pois os doentes, em suas mentes obnubiladas, só conhecem o sentimento destruidor do ódio. Não há medicina que os cure. Quem conhece alguma lei, no Brasil, que possibilite algum enquadramento desses "jornalistas" sociopatas e de seus "instrumentos de trabalho" particulares: rádio, TV, jornais, internet? A mídia patrimonialista e oligárquica tornou-se um brinquedo para eles "tratarem" sua cólera ressentida. Afinal, o cidadão tem direito de manifestar seu repúdio à publicação dessas insanidades, dessas sociopatias.
ResponderExcluirA oposição está desesperada!
ResponderExcluirNão eh para menos
Nunca mais subirão a rampa do planalto....
Quem conhece alguma lei, no Brasil, que possibilite algum enquadramento desses "jornalistas" sociopatas e de seus "instrumentos de trabalho" particulares: rádio, TV, jornais, internet?
ResponderExcluirBoa pergunta, até que ponto alguém pode dizer tais coisas sem precisar provar?