Por Altamiro Borges
Durante o 11º Concut, que ocorre nesta semana em São Paulo,
vários líderes cutistas criticaram a oposição demotucana e sua mídia, que têm feito de
tudo para que o julgamento do caso no STF seja político e não técnico. O
objetivo da pressão seria desgastar as forças de esquerda, em especial o PT, e
alavancar as candidaturas da direita nas eleições de outubro. Para
desmascarar essa manobra eleitoreira, Vagner Freitas foi enfático. “Não pode
ser um julgamento político. Se isso ocorrer, nós iremos para as ruas”.
Merval e a "república sindicalista"
A direita tem medo do povo nas ruas. Bastou o bancário
Vagner Freitas, futuro presidente da Central Única dos Trabalhadores, afirmar que
a entidade mobilizará suas bases contra qualquer manipulação no julgamento do
chamado mensalão do PT para a mídia direitista dar chilique. Autoritária, ela rejeita
a “pressão da CUT”. Só vale o seu escancarado lobby sobre o Supremo Tribunal
Federal (STF) pelo fuzilamento prévio dos réus do processo. A mídia hegemônica se acha
mesmo o primeiro poder no Brasil – e não o quarto!
Agressividade da "massa cheirosa"
De imediato, num coro bem articulado, jornalões e emissoras
de televisão tentaram deturpar as palavras do futuro presidente da CUT. Na sua
versão distorcida, Vagner Freitas teria desafiado o Poder Judiciário – quando,
na verdade, ele criticou exatamente a pressão da direita sobre o STF. Eliane
Cantanhêde, sempre ela – a da “massa cheirosa” do PSDB –, foi a mais agressiva
nas críticas à entidade sindical. Na sua arrogância elitista, a colunista da
Folha insinuou que a CUT é a “Central Única dos Aloprados”.
Para ela, “a maior central sindical do país não se mobilizou
para protestar contra nenhum dos escândalos pós-2003”. Ela gostaria muito que o
sindicalismo tivesse se unido ao tucano Marconi Perillo, ao ex-demo Demóstenes
Torres e aos ricaços do movimento “Cansei” na campanha pelo impeachment de
Lula. Mas as centrais, preservando sua autonomia, não reforçaram a
ação dos golpistas. Agiram com inteligência política. Daí a revolta da “cheirosa”,
tão íntima dos tucanos de alta plumagem.
Num atentado à ética jornalística, Cantanhêde também insinua
que o sindicalismo não lidera mais as greves – logo ela que sempre se opôs ao
movimento grevista. Bastava ela ler a própria Folha para constatar que a maioria
das paralisações dos últimos anos – inclusive a dos servidores federais em
curso – tem o apoio de várias centrais sindicais. “A dúvida, hoje, é se a CUT
vai para as ruas a favor dos mensaleiros de Lula, contra o Supremo, ou se vai a
favor dos trabalhadores, contra Dilma” – destila o seu veneno.
Na mesma batida, Merval Pereira, o “imortal” da ABL e da Globo,
também criticou as “ameaças” de Vagner Freitas. “Ameaçar o Supremo,
especialmente com a truculência dos sindicalistas, não é a melhor posição para
os réus”, afirma o colunista. Para ele, a “truculência dos sindicalistas”
decorre do poder alcançado pelas centrais durante o governo Lula. Ele chega a citar
a existência de uma “verdadeira república sindicalista no país”, lembrando o
bordão dos golpistas de 1964.
Merval insinua que a CUT irá às ruas defender os “mensaleiros”
para manter os seus privilégios. Entre eles, o da unicidade sindical, o da
contribuição compulsória e o da legalização das centrais, que “atualizam o peleguismo
e o corporativismo”. O seu ódio à estrutura “varguista” até deveria servir de
alerta para muitos líderes sindicais que participam do 11º Concut. Na prática,
Merval, Cantanhêde e outros “calunistas” não toleram a participação dos
trabalhadores na luta política e temem a pressão das ruas.
Não fosse o suado dinheiro dos trabalhadores via tributos estaduais e esses caluniadores estariam passando fome.Vide NaMariaNews.
ResponderExcluirA história da CUT é uma história de construção da democracia, com a mobilização dos trabalhadores; a história da ABERT é escusa, operada, nos idos de 1961, por empresários parlamentares ligados ao setor da radiodifusão, vinculados a militares interessados em efetivar o golpe de estado de 1964, em nome da "segurança nacional". Há 50 anos a ABERT rechaçou (no Congresso) os vetos dados por Jango ao projeto que contemplava irrestritamente os interesses econômicos e políticos dos parlamentares da radiodifusão. Foram vencedores, então, prepararam a opinião pública para o golpe de 64. Em detalhes, isto pode ser apreendido e estudado no excelente Post de Venício A. de Lima, no Observatório da Imprensa, linkado por Altamiro Borges. Hoje, passados 50 anos, a ABERT continua se opondo a "construção democrática de um novo Marco Regulatório para as comunicações, que tenha como horizonte o interesse público, a consolidação ao direito à comunicação no Brasil" (V.A.L). A História da CUT é transparente e a defesa dos interesses do trabalhador já rendeu muitas conquistas. A luta na rua apavora os encastelados nas redações, apavora o próprio "quarto poder". Os/as Cantanhêdes da vida temem a Democracia. Nós vamos defendê-la até os dentes!
ResponderExcluirUma ideia para a CUT: Ir as ruas em apoio a imparcialidade do supremo com cartazes e palavras apoiando uma decisão tecnica e imparcial, demonstrando assim que os trabalhadores estão atentos as tentativas do PIG de politizar a justiça.Os catarzes poderiam ser assim:
ResponderExcluir"Quem julga é o supremo não o PIG"
"TV e Jornal não são opinião puplica, nós somos"
"A justiça serve ao povo, não ao PIG"
Porque se forem com cartazes de apoio ao Zé, vai ser munição para que se uma decisão tecnica for tomada a Grobo conteste, e grite e espernei, Dai vai aparecer todos os seus paladinos, os que sobraram, e os novos criticando e blablablablabla... É bem possivel ver mais alguma aberração do supremo do supremo Gilmar"Dantas",do Farol de Alexandria,do Padim, etc,etc,etc,...
Fica a dica ai para a CUT, espero que ajude.