Por Breno Altman, no sítio Opera Mundi:
Vamos imaginar que, às vésperas de sua prisão pela Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira tivesse fugido para Brasília e se abrigado na embaixada boliviana, alegando perseguição política do governo brasileiro por suas notórias ligações com a oposição de direita e a imprensa conservadora. Mais ainda: que a chancelaria do país vizinho, em nome de tradição humanitária, concedesse asilo ao bicheiro.
Pois foi exatamente isso, com os sinais trocados, que fez o Itamaraty, dando proteção diplomática ao senador Roger Pinto Molina, do partido Convergência Nacional. Além de participante em conspirações ilegais para a derrubada do presidente Evo Morales, o parlamentar responde a processos de corrupção quando era governador na província de Pando, além de ser acusado pela matança de índigenas em 2009 e ligações com o narcotráfico.
Temeroso por seu futuro, e no afã de criar um fato que lhe fosse favorável, Pinto bateu às portas da representação brasileira em La Paz, solicitando formalmente status de asilado político. Não é uma operação inédita. Diversos representantes da oligarquia boliviana, cujos laços com o crime organizado são históricos, apelam para o autoexílio e declaram-se “perseguidos”.
Decisão brasileira
A surpresa reside na decisão do Itamaraty. Ao atender pedido do Cachoeira boliviano, concede-lhe impunidade contra processos judiciais previstos na Constituição de um país sob a vigência do Estado de Direito. O oposto do caso Zelaya, em Honduras, quando um presidente legítimo havia sido derrubado por um golpe institucional, na calada da noite.
Para piorar, além da cumplicidade de fato com um possível criminoso, tal resolução da chancelaria foi tapa na cara do governo boliviano, na prática se alinhando com o discurso reacionário que questiona o caráter democrático do governo de Evo.
A efetivação do asilo, no entanto, depende da Bolívia conceder salvo-conduto para Pinto sair da embaixada e atravessar a fronteira. Mas La Paz não aceita, negando-se a afiançar fuga de um possível delinquente. O Brasil fica, por obra e graça do Itamaraty, em posição escocha.
Agora, quem pariu Mateus que o embale.
Vamos imaginar que, às vésperas de sua prisão pela Polícia Federal, Carlinhos Cachoeira tivesse fugido para Brasília e se abrigado na embaixada boliviana, alegando perseguição política do governo brasileiro por suas notórias ligações com a oposição de direita e a imprensa conservadora. Mais ainda: que a chancelaria do país vizinho, em nome de tradição humanitária, concedesse asilo ao bicheiro.
Pois foi exatamente isso, com os sinais trocados, que fez o Itamaraty, dando proteção diplomática ao senador Roger Pinto Molina, do partido Convergência Nacional. Além de participante em conspirações ilegais para a derrubada do presidente Evo Morales, o parlamentar responde a processos de corrupção quando era governador na província de Pando, além de ser acusado pela matança de índigenas em 2009 e ligações com o narcotráfico.
Temeroso por seu futuro, e no afã de criar um fato que lhe fosse favorável, Pinto bateu às portas da representação brasileira em La Paz, solicitando formalmente status de asilado político. Não é uma operação inédita. Diversos representantes da oligarquia boliviana, cujos laços com o crime organizado são históricos, apelam para o autoexílio e declaram-se “perseguidos”.
Decisão brasileira
A surpresa reside na decisão do Itamaraty. Ao atender pedido do Cachoeira boliviano, concede-lhe impunidade contra processos judiciais previstos na Constituição de um país sob a vigência do Estado de Direito. O oposto do caso Zelaya, em Honduras, quando um presidente legítimo havia sido derrubado por um golpe institucional, na calada da noite.
Para piorar, além da cumplicidade de fato com um possível criminoso, tal resolução da chancelaria foi tapa na cara do governo boliviano, na prática se alinhando com o discurso reacionário que questiona o caráter democrático do governo de Evo.
A efetivação do asilo, no entanto, depende da Bolívia conceder salvo-conduto para Pinto sair da embaixada e atravessar a fronteira. Mas La Paz não aceita, negando-se a afiançar fuga de um possível delinquente. O Brasil fica, por obra e graça do Itamaraty, em posição escocha.
Agora, quem pariu Mateus que o embale.
A politica externa tem sido um ponto fraco do governo Dilma, que cedeu a pressoes americanas na questao do Irã e tem sido ofuscada por uma visao mais contundente dos outros paises do mercosul na defesa dos seus direitos. As acusaçoes sobre este pilantra ja eram conhecidas pela blogosfera brasileira, que dirá pelo governo. Vao ter que construir um puxadinho pra abrigar o ilustre conspirador. E pra finalizar, sugiro a leitura do texto do prof. Francisco Carlos Texeira na carta maior sobre este assunto
ResponderExcluirCoisas, no mínimo, estranhas...
ResponderExcluirComo se fosse bonito perante o resto do mundo dar abrigo a bandido conspirador.
Mas parece que por aqui nossas autoridades têm medo de agir com firmeza e justiça.
No Congresso, tá mais do que provado que tem revista associada ao crime organizado, mas querem nos convencer de que "jornalista" tem imunidade ampla, geral e irrestrita graças à tal da liberdade de imprensa.
Talvez o Itamaraty esteja com medo de que a revista vexame diga que o Brasil entregou um herói da democracia a um governo tirano.
Enquanto esse governo não perde o medo das mentiras da imprensa golpista, coisas estranhas vão acontecendo.