Por Altamiro Borges
Segundo Marcos Damiani, do sítio Brasil 247, “o
constrangimento foi geral, a ponto de o presidente do Grupo Abril, Roberto
Civita, no melhor estilo dos jogadores de futebol que reprovam o técnico ao
serem preteridos, sair do salão de eventos do hotel Unique, em São Paulo, na
sexta-feira 15, meneando a cabeça. Pela manhã, por volta das 10h00, sob a
elegante justificativa de não ter um membro de sua família para acompanhá-la, a
presidente Dilma Rousseff cancelou compromisso pré-agendado com Civita para o
almoço”.
A revista Exame promoveu ontem (14) um fórum para discutir “O
Brasil e as empresas brasileiras no novo cenário mundial”, reunindo executivos
das megacorporações. Paul Krugman, prêmio Nobel de Economia, e
o ministro Guido Mantega foram alguns dos expositores no evento que visa recauchutar
as propostas da elite patronal para o enfrentamento da grave crise capitalista.
Mas o “fórum” parece que foi abalado com o anúncio da nova edição da Veja, do
mesmo Grupo Abril, que ataca o ex-presidente Lula.
Guido Mantega também se retira
Ainda segundo o jornalista, “pouco mais tarde, durante o
evento Maiores e Melhores, da revista Exame do mesmo Civita, o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, levantou-se sem prévio aviso da mesa de debates da qual
participava, ao lado do prêmio Nobel de Economia Paul Krugman e, outra vez, do
próprio Civita, para se retirar em definitivo do recinto, diante de dezenas de
empresários. Os dois gestos foram imediatamente compreendidos como um protesto
do governo pela matéria de capa da revista Veja”.
A presidente Dilma e seus ministros têm prestigiado vários
eventos do Grupo Abril – isto para não falar da generosa publicidade oficial
nas publicações da famiglia Civita, principalmente na Veja. Há boatos de que
setores do governo até toparam um “acordo” para evitar que Policarpo Junior,
editor-chefe da revista, e Bob Civita, chefão do grupo, fossem convocados
para depor na CPI do Cachoeira, acusados de ligação com o crime
organizado. Se o “acordo” existiu, ele foi de uma ingenuidade – ou burrice –
descomunal.
Fim do "namorico com a mídia"?
Agora, a Veja parte para o tudo ou nada na reta final das eleições
municipais. Visa beneficiar os candidatos da oposição demotucano e, numa visão
mais estratégica, alvejar o ex-presidente Lula, “o chefe do mensalão”, satanizando
o conjunto das forças de esquerda no país. A nova edição da revista lembra a fábula
do sapo e do escorpião e prova que não há acordo possível com um império
midiático que sempre foi um bastião da direita nativa. Será que a presidenta Dilma
acordou e decidiu encerrar seu “namorico com a mídia”? Duvido!
Podes crer, du-vi-de-ó-dó.
ResponderExcluirSerá que Dilma acordou?
ResponderExcluirCom esta gente não se brinca.
Miro,
ResponderExcluirQuem entende essas relações sadomasoquistas do governo com a mídia?
Somente Freud explica. Mas, você, pelo menos, tenta!
Da mesma forma que a Dilma deu uma chance para FHC, para não dizer que ela era a intransigente, deu essa chance para mídia PIG. Como eles não mudaram, ela pode agir com mão pesada que eles nem devem reclamar. Se sede até um ponto, depois disso passa a ter prejuizo maior. Pra mim essa mídia travessa está sendo comandada por patrões de outros rincões, há décadas.
ResponderExcluirAcho que ela acendeu o sinal amarelo. Só mais uns minutos e vai aparecer o vermelho. Assim ela fez com FHC!
ResponderExcluirO governo deveria deixar de anunciar nessa revista e em todas do Grupo Abril, já que seus leitores estão doutrinados a odiar o governo. Está havendo um desperdício de dinheiro com propaganda que deveria ser realocado para outros meios de comunicação.
ResponderExcluirAcho que a paciência de Dilma se esgotou. Rebateu firme a fhc sobre a "herança" de Lula e agora deu um sinal forte ao Capo teleguiado da veja. Estou ansioso para ver os próximos movimentos deste jogo.
ResponderExcluirQuando uma pessoa tem sono muito pesado, pra acordar só dando um belo tranco. Qual o tranco que o PT precisa para acordar? Um golpe de estado?
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