Por Altamiro Borges
Bravata terrorista do império
No reinado de FHC, com sua política servil do “alinhamento
automático” com os EUA, o império ameaçava e o Brasil afinava. A partir do
governo Lula, porém, houve uma mudança de postura. A política externa, encabeçada por Celso Amorim, passou a ser mais altiva e soberana. No governo
Dilma, os primeiros sinais foram preocupantes, colocando em dúvida a firmeza do
ministro Antonio Patriota. Mas, nos momentos de maior tensão, a política
externa mantém o prumo – como se nota agora em novo confronto com o império.
Na semana passada, a mídia colonizada vazou uma carta assinada
pelo embaixador Ron Kirk, que ocupa um cargo equivalente ao de ministro do
Comércio Exterior nos EUA. Nela, o prepotente serviçal do império ameaçou
retaliar o Brasil em resposta à elevação da tarifa de quase cem produtos
importados. Kirk justificou o ultimato argumentando que as medidas do governo Dilma
de proteção da economia nacional “tem levado os parceiros comerciais a
responderem na mesma moeda”. Pura bravata terrorista!
Diante da ameaça, Patriota reagiu de forma dura. “Nós
consideramos [a carta] injustificável e inaceitável, tanto no conteúdo como na
forma... É descabida e incongruente, porque se tem um país que se beneficia da
ampliação do mercado brasileiro tem sido os EUA”, rebateu o ministro das
Relações Exteriores. A reação de Patriota é justa e revela que é preciso adotar
ainda outros mecanismos para proteger a economia nacional diante das manobras
dos EUA, que tentam exportar sua crise para o restante do mundo.
Enxurrada de dólares no mundo
Segundo recente estudo, os EUA têm despejado trilhões de
dólares no mercado mundial para alavancar as suas exportações e dificultar as
importações. Com base num programa apelidado de “quantitative easing” (QE), o banco
central ianque (Fed) imprime dinheiro para tirar sua economia do buraco. Entre
novembro de 2008 e março de 2009, ele injetou U$ 1,75 trilhão na primeira etapa
do programa. Na QE2, entre novembro de 2010 e junho de 2011, mais US$ 600
bilhões foram “fabricados” para desvalorizar artificialmente o dólar.
Para piorar este cenário, o Estadão revelou na sexta-feira
que “o Fed fará emissão mensal de US$ 40 bilhões, por prazo indeterminado. Se
durar apenas quatro meses, o total de dinheiro impresso nos programas de
afrouxamento quantitativo atingirá a soma de US$ 2,5 trilhões. Em 2011, o PIB
(produto interno bruto) do Brasil somou US$ 2,49 trilhões, segundo o FMI (Fundo
Monetário Internacional)”. Diante desta ação agressiva que atenta contra o
comércio internacional, as ameaças do senhor Kirk soam como pura provocação.
....banco central ianque (Fed) ... diga-se de passagem uma entidade PRIVADA desde 1913 e obviamente capitaneada pelos principais banqueiros
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