Por Altamiro Borges
A paralisação, prevista para durar três dias, foi decretada
após o fiasco das negociações com a direção da empresa, que é comandada pelo
carrasco Juan Cebrián, uma das estrelas da máfia midiática no convescote
da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizado em São Paulo no mês
passado. O Grupo Prisa aceitou reduzir o número de demitidos de 149 para 139 e
diminuir o percentual de corte dos salários de 15% para 13%. Diante desta
provocação, os 460 jornalistas do El País decidiram entrar em greve.
A redação do El País, da Espanha, está vazia e o diário
impresso, tão paparicado pela mídia nativa, pode não circular nesta
quarta-feira. Desde ontem, os jornalistas entraram em greve contra o plano de
demissões imposto pela direção do Grupo Prisa, que edita o jornal. Fotos postadas
no twitter confirmam a força da paralisação. Segundo a entidade dos
trabalhadores, 95% dos profissionais aderiram à greve. A direção da empresa
admitiu adesão de 79% e anunciou que a edição impressa poderá não circular
ou terá menos páginas.
Já no Brasil...
Enquanto a coisa esquenta na Espanha, no Brasil ocorre nestes
dias, em Rio Branco (AC), o 35º Congresso Nacional dos Jornalistas. O evento,
organizada pela Fenaj, terá como tema “os desafios do jornalismo e sua
contribuição para o desenvolvimento sustentável”. Ele também deverá se debruçar
sobre os perigos que rondam a categoria no país. Na semana passada, dois veículos
tradicionais, o Jornal da Tarde e o Diário do Povo, foram extintos; também
ocorreram demissões massivas na Rede Record.
Além disso, os impérios midiáticos nativos conquistaram no
Supremo Tribunal Federal o fim do diploma obrigatório para o exercício do
jornalismo, com o único intento de precarizar a atividade profissional. Tramita
agora no Senado Proposta de Emenda Constitucional que visa
restabelecer a obrigatoriedade deste documento. Ou seja: os jornalistas
brasileiros – pelo menos os que se recusam a chamar o patrão de “companheiro” –
têm muitos desafios pela frente. A greve no El País deveria servir de inspiração!
ResponderExcluirPode-se supor que os pitbuls esteja latindo - também - para sobreviver.
TAÍ, ADOREI ESTAS REPORCAGENS!!! Como assim? Enviei para um monte de amigos do meu blog Jenipaponews e nenhum desles (blogueiros) sabiam da existência desta porcaria (PIG)...IMAGINA, MILHÕES DE TRABALHADORES DESFRUTANDO DE MILHÕES DE EMPREGOS EXISTENTES HOJE NO BRASIL? A internet já supera a audiência das TVs, imagina da mídia de esgoto do papel?
ResponderExcluirConcordo plenamente, caro Miro.
ResponderExcluirO que não me entra na cabeça é o fato da nossa classe ainda permitir que isso aconteça.
Cobrimos muitas greves, mas fazemos pouquíssimas, se compararmos a outras categorias, como a dos professores, servidores públicos e até mesmo policiais.
Uma classe que é formadora de opinião, logo nós jornalistas tão donos das verdades... Nos sujeitarmos?
Isso é o que me entra na cabeça.
Parabéns, sua oportuna explanação é mais que pertinente.