terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Alckmin corre atrás do prejuízo

Por Altamiro Borges

Um fantasma ronda o ninho tucano – e não tem nada a ver com a cambaleante candidatura de Aécio Neves. Após quase duas décadas de hegemonia em São Paulo, o PSDB teme perder o estratégico governo estadual. Segundo matéria publicada no Estadão, que nunca reclamou da ausência de alternância no governo paulista, o sinal de alerta já soou no Palácio dos Bandeirantes. “Alckmin corre para dar uma marca à sua gestão”, alardeia o título da reportagem assinada por Julia Duailibi e Bruno Boghossian.

"Seria a maior derrota da oposição"

O desespero começou a bater logo após o encerramento das eleições municipais de outubro. O PSDB foi derrotado na capital paulista, o maior colégio eleitoral do país, nas mais importantes cidades da região metropolitana e em vários municípios de peso do interior do estado. As urnas confirmaram a tal “fadiga do eleitorado”, conforme já havia reconhecido o próprio FHC. Diante desde resultado preocupante, os tucanos agora procuram analisar as causas do declínio num estado considerado a fortaleza da sigla.

“O governador Geraldo Alckmin (PSDB) entra na segunda fase do seu mandato sem uma marca forte na administração, com obras em ritmo lento e uma crise na área da segurança para administrar”, conclui o próprio Estadão. “Integrantes do governo Alckmin admitem reservadamente que precisarão aprimorar a gestão e marcar gols até 2014 para evitar que o sentimento de mudança que marcou a eleição na capital se repita - e o governo de São Paulo, comandado pelo PSDB desde 1995, passe às mãos dos petistas”.

O jornalão, que anunciou em editorial o apoio ao tucano José Serra, é taxativo: “Seria a maior derrota da oposição no país”. Ele ainda lista algumas das razões do declínio do PSDB em São Paulo. “Aliados do governador afirmam que a administração é muito dependente da figura de Alckmin – que já enfrenta desgastes por causa do aumento de assassinatos na Grande São Paulo. Pesquisa Datafolha feita apenas na capital mostrou que caiu de 40% para 29% a taxa dos que consideram o governo ótimo ou bom”.

Falta de dinamismo e desespero

O Estadão lembra que “os principais projetos tocados pela equipe do Palácio dos Bandeirantes, que deveriam ser apresentados como vitrine na campanha à reeleição, em 2014, ainda patinam. O trecho leste do Rodoanel, por exemplo, deveria ficar pronto em 2014, mas, segundo integrantes do governo, só 20% das desapropriações necessárias e 5% da terraplenagem foram realizadas até agora”. Os investimentos na expansão e modernização do Metrô também estão bem abaixo do prometido e esperado.

A falta de dinamismo da gestão inclusive tem irritado Geraldo Alckmin, que abandonou a insossa figura do “picolé de chuchu”. No final do ano passado, ele prometeu “pisar no acelerador” e anunciou investimentos de R$ 22 bilhões em 2012. “Integrantes do governo já admitem que apenas 65% desse valor deve ser alcançado até o fim do ano. Insatisfeito com o desempenho, o governador cobra que sua equipe entregue ‘medalhas’, ou seja, marcas em suas áreas”. Alckmin já nem esconde as ácidas críticas aos seus secretários.

Um comentário:

  1. Tá reclamando do que?! Pela teoria do "domínio do fato" ele devia saber do marasmo de seu desgoverno e é reonsável sim. Aliás, por qualquer teoria ele seria condenado, pois governa São Paulo desde que era vice do Mario Covas... Ele conhece bem pois participa da ditadura demotucana em SP há quase 20 anos! Não fez nada porque o PSDB não faz nada pelo povo, pela cidade. Só praticam a doutrina higienista...

    ResponderExcluir

Comente: