segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Barão da mídia defende Mussolini

Do blog: http://humorchic.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Em plena cerimônia em memória às vítimas do Holocausto, ocorrida neste domingo em Milão, o ex-primeiro-ministro da Itália, Sílvio Berlusconi, teve o desplante de defender o legado do líder fascista Benito Mussolini. “As leis raciais foram a pior falha dele, que, em outros aspectos, se saiu bem... Mussolini fez muitas coisas boas”, afirmou o bilionário imperador da mídia italiana, que cogita disputar novamente as eleições para o governo, marcadas para fevereiro.

A declaração gerou reação imediata. O Partido Democrata, de centro-esquerda, que lidera as pesquisas eleitorais no país, classificou-as de “repugnantes” e exigiu explicações do ex-governante. “É simplesmente asqueroso que justamente no dia da memória, Berlusconi reabilite a ação do ditador que colocou a Itália na II Guerra Mundial", retrucou Débora Sarracchiani, deputada do Partido Democrata. A televisão italiana, boa parte dela controlada pelo fascistóide, preferiu dar pouco destaque à declaração desastrada.

Berlusconi é dono da corporação Mediaset, que controla as três maiores emissoras privadas de televisão do país. Ele também é dono de bancos e presidente do clube Milan. Segundo a revista Forbes, o admirador de Mussolini é a segunda pessoa mais rica da Itália e o 74º homem mais rico da Europa, com uma fortuna estimada em 9 bilhões de dólares. Graças ao seu poder na mídia, ele já foi eleito três vezes primeiro-ministro do país e é acusado de desvio de recursos públicos, de evasão de divisas e de orgias nababescas.

A postura fascista de Berlusconi lembra a trajetória de outros famosos barões da mídia, que hoje exercem forte influência na política e colocam em risco a democracia – como Rupert Murdoch, dono do maior império midiático do planeta; o Grupo Clarín, na Argentina; e a famiglia Marinho, no Brasil. Todos estes barões da mídia já estiveram envolvidos em golpes militares, apoiaram ditaduras e ergueram seus impérios nas sombras. 

E ainda tem gente que se ilude quando ouve estes admiradores de Mussolini bravatearem sobre “liberdade de expressão” e democracia.

Um comentário:

  1. A prósito, os Marinho são mais bilionários, do que o Berlusconi.

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