Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
A saída de Gugu da Record é um marco no mundo da mídia, menos por ele e mais pelas circunstâncias.
O que está dito, ali, é que a Era Digital, depois do massacre da mídia impressa, vai avançar ferozmente sobre a televisão.
A lógica é a mesma, e o roteiro também.
A internet reduz a audiência da tevê e, com isso, deixa insustentáveis os patamares de receitas publicitárias com os quais as emissoras se habituaram.
Lembre. Se a mídia impressa tinha outra fonte de receita – os assinantes – a tevê aberta depende da publicidade.
E o crescimento avassalador da internet levou num primeiro momento os anunciantes a deslocar seus investimentos da mídia impressa para o universo digital.
Concluída essa transição, a próxima vítima do deslocamento das verbas é a tevê. Não há BV, não há nada capaz de convencer anunciantes a colocar dinheiro em programas de tevê que ninguém mais vê.
Alguns anos atrás, a queda da tiragem dos jornais e das revistas prenunciavam o desastre publicitário. Agora, é o colapso generalizado das audiências de televisão.
Parece que as audiências de 60%, 70% da Globo pertencem a uma passado remoto. Quase todos os campeões de Ibope da emissora são uma fração do que foram.
Repare quantas vezes você lê que uma novela teve o pior Ibope da história, ou que o Faustão desceu ao abismo da audiência lado a lado com o Fantástico e outras marcas que vão sumindo das conversas e se tornando anacronismos na Era Digital..
Recentemente, vimos o esforço da Globo para promover o novo programa de humor. O resultado do empenho se traduziu numa medíocre audiência de 12%, e que aponta para baixo.
Num artigo publicado na última edição da revista americana GQ, o jornalista e escritor Michael Wolff prestou um tributo a um ‘mundo morto’ em sua Nova York – aquele em que a capa da Time era esperada com ansiedade, e em que os figurões da mídia tradicional eram reverenciados.
“Acabou”, lamentou ele. Ninguém mais na cidade conhece os jornalistas que causavam sensação. Quanto à Time, a empresa proprietária tentou se desfazer dela, mas não encontrou comprador.
Uma visita ao imperial prédio da revista mostrou a Wolff que a redação estava com aparência desoladora. Ele notou, melancólico, até a sujeira provocada por restos de fast food.
O sentimento de fim dos dias de que fala Wolff é facilmente percebido também no Brasil.
Quem ainda lê revista, quem ainda assina jornal — quem reserva a noite de domingo para ver o Fantástico?
As demissões que se estão sendo feitas nas empresas de mídia apenas refletem esse cenário.
Não se trata de enxugar para se curar. Trata-se, isso sim, de enxugar para adiar a morte.
É dentro desse quadro fúnebre que se deve entender a saída de Gugu da Record.
Não cabe, nele, um salário de 3 milhões de reais, fora as despesas de produção. Onde a audiência para convencer os anunciantes a comparecer, onde o dinheiro para honrar a folha de pagamentos?
Onde a esperança de qualquer melhora no futuro?
A desintegração do mundo da mídia tal como o conhecemos vai ser um processo longo, sangrento, sofrido.
Com o tempo, as coisas vão se ajustar digitalmente. O jornalismo não está morrendo, por exemplo, ao contrário do que alguns dizem: está migrando de plataforma, apenas.
Mas até que a nova ordem se estabeleça, no espaço de alguns anos transientes que serão turbulentos para os velhos protagonistas, muito drama ocorrerá sob nossos olhos.
A saída de Gugu da Record é um marco no mundo da mídia, menos por ele e mais pelas circunstâncias.
O que está dito, ali, é que a Era Digital, depois do massacre da mídia impressa, vai avançar ferozmente sobre a televisão.
A lógica é a mesma, e o roteiro também.
A internet reduz a audiência da tevê e, com isso, deixa insustentáveis os patamares de receitas publicitárias com os quais as emissoras se habituaram.
Lembre. Se a mídia impressa tinha outra fonte de receita – os assinantes – a tevê aberta depende da publicidade.
E o crescimento avassalador da internet levou num primeiro momento os anunciantes a deslocar seus investimentos da mídia impressa para o universo digital.
Concluída essa transição, a próxima vítima do deslocamento das verbas é a tevê. Não há BV, não há nada capaz de convencer anunciantes a colocar dinheiro em programas de tevê que ninguém mais vê.
Alguns anos atrás, a queda da tiragem dos jornais e das revistas prenunciavam o desastre publicitário. Agora, é o colapso generalizado das audiências de televisão.
Parece que as audiências de 60%, 70% da Globo pertencem a uma passado remoto. Quase todos os campeões de Ibope da emissora são uma fração do que foram.
Repare quantas vezes você lê que uma novela teve o pior Ibope da história, ou que o Faustão desceu ao abismo da audiência lado a lado com o Fantástico e outras marcas que vão sumindo das conversas e se tornando anacronismos na Era Digital..
Recentemente, vimos o esforço da Globo para promover o novo programa de humor. O resultado do empenho se traduziu numa medíocre audiência de 12%, e que aponta para baixo.
Num artigo publicado na última edição da revista americana GQ, o jornalista e escritor Michael Wolff prestou um tributo a um ‘mundo morto’ em sua Nova York – aquele em que a capa da Time era esperada com ansiedade, e em que os figurões da mídia tradicional eram reverenciados.
“Acabou”, lamentou ele. Ninguém mais na cidade conhece os jornalistas que causavam sensação. Quanto à Time, a empresa proprietária tentou se desfazer dela, mas não encontrou comprador.
Uma visita ao imperial prédio da revista mostrou a Wolff que a redação estava com aparência desoladora. Ele notou, melancólico, até a sujeira provocada por restos de fast food.
O sentimento de fim dos dias de que fala Wolff é facilmente percebido também no Brasil.
Quem ainda lê revista, quem ainda assina jornal — quem reserva a noite de domingo para ver o Fantástico?
As demissões que se estão sendo feitas nas empresas de mídia apenas refletem esse cenário.
Não se trata de enxugar para se curar. Trata-se, isso sim, de enxugar para adiar a morte.
É dentro desse quadro fúnebre que se deve entender a saída de Gugu da Record.
Não cabe, nele, um salário de 3 milhões de reais, fora as despesas de produção. Onde a audiência para convencer os anunciantes a comparecer, onde o dinheiro para honrar a folha de pagamentos?
Onde a esperança de qualquer melhora no futuro?
A desintegração do mundo da mídia tal como o conhecemos vai ser um processo longo, sangrento, sofrido.
Com o tempo, as coisas vão se ajustar digitalmente. O jornalismo não está morrendo, por exemplo, ao contrário do que alguns dizem: está migrando de plataforma, apenas.
Mas até que a nova ordem se estabeleça, no espaço de alguns anos transientes que serão turbulentos para os velhos protagonistas, muito drama ocorrerá sob nossos olhos.
Resta apenas a SECOM acordar para isso e redirecionar suas verbas de comunicação
ResponderExcluirQuando essa "onda" da Internet passar, tudo vai voltar ao seu devido lugar. Eu sou bem informado, eu assisto o Jornal Nacional.
ResponderExcluirSem contar a péssima qualidade dos programas oferecidos nas telinhas. João Kléber que o diga; nem Portugal Aguentou.
ResponderExcluirSônia concorrente - SP
o que eu vejo, é o que esta ocorrendo comigo e minha família. antes voce tinha uma programação que se viam variedades, humor, filmes, futebol, etc. hoje, voce não tem opção, é religião (da pior espécie, aquela que mostra falastrões, fazendo milagres ou o que fez com que Lutero fizesse a revolta protestante, ou seja a venda da entrada nos Céus. voce paga dízimo, tributo, carne gidetrouxão, e o escambau. É massificante. No outro lado, a Globo, só tem novela e só fala nisto. ex. Logo cedo, tem o vale a pena ver de novo (novela antiga0. AI VEM o videoshow, que tambem, é o tempo todo falando de novela ou da vida dos artistas das novelas. A tarde tem uma novela para jovens, Malhação, depois vem a outra enchurrada. Em todos, programas de auditório, com exploração da miséria humana, de mulheres que topam mostrar ou fazer de tudo, etc.
ResponderExcluirdepois, como esporte, 99% futebol.
o que salva são os canais da cultura, univesp (maravilhoso), etc. nos canais públicos, sempre tem matérias interessantes (para nerds, como jo). uma programação, como o Panico, onde se permite a exploração das moças, com imagens quase papanicolais, degradação das mulheres, pois não passa disto, e tiração de sarro.
Para mim, salva pouca coisa, gosto dos programas de entrevista, como o do Danilo, do Jó, Maria gabi. e só. ps. da cultura tambem, outros como rodaviva, etc.
ai eu descobri, a internet. coneto, na minha tvsona e assisto, somente o que quero.
Alem do que a programação da tv. ficou muito abaixo do que deveria. é só ver como os ÂNCORAS da Globbo e outras falam. ]"a gente ama voce" salve nosso portuguès.
ou as tvs mudam e pensam em qualidade. ou com o maior acesso a rede, vão dançar e estes apresentadores, de "AMENIDADES" vão ter que chorar pela perda dos seus salários milionários. WL