Por Vivian Fernandes, no jornal Brasil de Fato:
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo entregou ao Ministério Público Estadual, ao Ministério Público do Trabalho e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego um dossiê com denúncias de irregularidades na linha 3–Vermelha que ocasionaram o descarrilamento de um trem no início deste mês. Os trabalhadores também pedem acesso às investigações internas sobre o caso e alegam que ainda há risco de acidente na linha. O documento, protocolado na segunda-feira (19), foi produzido pelos funcionários que integram a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
O acidente do último dia 5 de agosto ocorreu próximo à estação Palmeiras-Barra Funda, às 11h53. Segundo Alex Santana, vice-presidente da CIPA da linha 3–Vermelha, “o trem K07 estava chegando à estação Barra-Funda (BFU1) e descarrilou, arrancando cerca de 150m do 3° trilho, gerando curto-circuito e fumaça”. Ele aponta que há informação de que a falha foi no truck do carro 5 e que os funcionários estão buscando mais informações sobre o problema.
De acordo com o dossiê produzido pelos metroviários e entregue aos órgãos públicos, as suspeitas iniciais são de falha na barra de torção ou um problema com o trilho que havia sido instalado há pouco tempo por uma empresa terceirizada e que, “por não haver peças para reposição, o trilho foi reposto com peças que ainda não haviam sido instaladas no trecho leste”. O documento ainda ponta que ao menos até o dia 13 agosto a capa isolante desses trilhos não tinha sido reposta, o que geraria “risco de arco voltaico e curto circuito”.
A apuração inicial dos trabalhadores que atuam na CIPA indica que “empregados informaram que todos os trens da frota K tinham reclamações de trepidações, conforme registro de falhas”, que consta no dossiê entregue aos órgãos públicos. Segundo eles, “também nos foi informado que havia registro de SMS de usuário reclamando de trepidação exatamente no trem K07”.
Para participar das investigações da Comissão Permanente de Segurança (Copese) do Metrô, membros da CIPA solicitaram reunião com o presidente da mesma, Antônio Carlos Palácio, que é indicado pela empresa para compor a instância.
Diante da resposta negativa do presidente da CIPA, os trabalhadores expuseram no dossiê que “mesmo tendo em vista o risco grave que envolveu empregados e usuários, todo o transtorno no sistema metroviário, a complexidade na atuação emergencial, a perturbação psicológica, e, sabendo que nunca na história do Metrô de SP ocorreu este tipo de acidente, a Cia do Metrô se negou em realizar uma reunião extraordinária da CIPA para debatermos as possíveis causas e procurarmos propostas de melhorias para evitar que esta situação se repita”.
Cartel
O vice-presidente da CIPA, Alex Santana, eleito por votação direta dos funcionários, também disse que a empresa não havia repassado aos trabalhadores nenhuma informação sobre a sindicância interna que apura o acidente. Ele também relata que os equipamentos envolvidos no caso encontram-se isolados no pátio da estação Jabaquara do Metrô, cobertos por lona e protegidos por segurança patrimonial.
Segundo Santana, os funcionários da manutenção dos pátios de Jabaquara e Itaquera já viram alguns indícios de irregularidades do equipamento e alegam não ter tido uma revisão no mesmo quando este foi para a reforma. “Do jeito que estava no trem antigo, foi para o trem reformado. Então, eu acredito que a intenção da empresa é esconder isso, justamente para não dizer que a reforma foi mal feita ou para criar alguma relação com o fato da empresa ter sido denunciada [no esquema do cartel do Metrô]. Eles estão querendo esconder essas informações”, afirma.
Outro funcionário do Metrô e membro da CIPA da Linha 3–Vermelha, Thiago Honorato, concorda com a avaliação. “Acredito também que tenha um vínculo com o cartel. Acho que o interesse da empresa em não investigar isso é justamente de não alarmar ainda mais a denúncia contra a MTTrens, Siemes, Alstom, CAF, Bombardier e Mitsui”, opina. Honorato ainda acredita que “a empresa não quer vincular o acidente à reforma desses trens, porque uma das empresas envolvidas nesse escândalo é justamente a que fez a reforma do trem, que é a MTTrens”. O Consórcio MTTrens é formado por MPE, Tejofran e Temoinsa.
Para os membros da CIPA, a atitude da empresa em não permitir a investigação com participação dos trabalhadores coloca em risco a segurança dos usuários e funcionários do Metrô. Com opinião contrária, o presidente da CIPA, Antônio Carlos Palácio, afirmou em e-mails trocados com os representantes dos trabalhadores (anexados no dossiê) que “não houve risco ou lesão grave a nenhum funcionário” no acidente do início de agosto e que “todas as medidas emergências necessárias foram tomadas, e não há risco grave e iminente a ser sanado”.
A frota K, em que ocorreu o descarrilamento na Linha 3–Vermelha, não está em circulação no momento. Segundo Alex Santana, o engenheiro responsável por fazer a vistoria dos trens envolvidos no acidente se recusou a assinar a liberação para uso dos mesmos, “porque ainda viu irregularidades”. Ele disse que recebeu informações de que “são 48 trucks com problema na frota K” e que está ocorrendo a troca “de 4 a 5 trucks por noite, então vai algum tempo ainda para liberar a circulação dessa frota”.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo entregou ao Ministério Público Estadual, ao Ministério Público do Trabalho e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego um dossiê com denúncias de irregularidades na linha 3–Vermelha que ocasionaram o descarrilamento de um trem no início deste mês. Os trabalhadores também pedem acesso às investigações internas sobre o caso e alegam que ainda há risco de acidente na linha. O documento, protocolado na segunda-feira (19), foi produzido pelos funcionários que integram a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
O acidente do último dia 5 de agosto ocorreu próximo à estação Palmeiras-Barra Funda, às 11h53. Segundo Alex Santana, vice-presidente da CIPA da linha 3–Vermelha, “o trem K07 estava chegando à estação Barra-Funda (BFU1) e descarrilou, arrancando cerca de 150m do 3° trilho, gerando curto-circuito e fumaça”. Ele aponta que há informação de que a falha foi no truck do carro 5 e que os funcionários estão buscando mais informações sobre o problema.
De acordo com o dossiê produzido pelos metroviários e entregue aos órgãos públicos, as suspeitas iniciais são de falha na barra de torção ou um problema com o trilho que havia sido instalado há pouco tempo por uma empresa terceirizada e que, “por não haver peças para reposição, o trilho foi reposto com peças que ainda não haviam sido instaladas no trecho leste”. O documento ainda ponta que ao menos até o dia 13 agosto a capa isolante desses trilhos não tinha sido reposta, o que geraria “risco de arco voltaico e curto circuito”.
A apuração inicial dos trabalhadores que atuam na CIPA indica que “empregados informaram que todos os trens da frota K tinham reclamações de trepidações, conforme registro de falhas”, que consta no dossiê entregue aos órgãos públicos. Segundo eles, “também nos foi informado que havia registro de SMS de usuário reclamando de trepidação exatamente no trem K07”.
Para participar das investigações da Comissão Permanente de Segurança (Copese) do Metrô, membros da CIPA solicitaram reunião com o presidente da mesma, Antônio Carlos Palácio, que é indicado pela empresa para compor a instância.
Diante da resposta negativa do presidente da CIPA, os trabalhadores expuseram no dossiê que “mesmo tendo em vista o risco grave que envolveu empregados e usuários, todo o transtorno no sistema metroviário, a complexidade na atuação emergencial, a perturbação psicológica, e, sabendo que nunca na história do Metrô de SP ocorreu este tipo de acidente, a Cia do Metrô se negou em realizar uma reunião extraordinária da CIPA para debatermos as possíveis causas e procurarmos propostas de melhorias para evitar que esta situação se repita”.
Cartel
O vice-presidente da CIPA, Alex Santana, eleito por votação direta dos funcionários, também disse que a empresa não havia repassado aos trabalhadores nenhuma informação sobre a sindicância interna que apura o acidente. Ele também relata que os equipamentos envolvidos no caso encontram-se isolados no pátio da estação Jabaquara do Metrô, cobertos por lona e protegidos por segurança patrimonial.
Segundo Santana, os funcionários da manutenção dos pátios de Jabaquara e Itaquera já viram alguns indícios de irregularidades do equipamento e alegam não ter tido uma revisão no mesmo quando este foi para a reforma. “Do jeito que estava no trem antigo, foi para o trem reformado. Então, eu acredito que a intenção da empresa é esconder isso, justamente para não dizer que a reforma foi mal feita ou para criar alguma relação com o fato da empresa ter sido denunciada [no esquema do cartel do Metrô]. Eles estão querendo esconder essas informações”, afirma.
Outro funcionário do Metrô e membro da CIPA da Linha 3–Vermelha, Thiago Honorato, concorda com a avaliação. “Acredito também que tenha um vínculo com o cartel. Acho que o interesse da empresa em não investigar isso é justamente de não alarmar ainda mais a denúncia contra a MTTrens, Siemes, Alstom, CAF, Bombardier e Mitsui”, opina. Honorato ainda acredita que “a empresa não quer vincular o acidente à reforma desses trens, porque uma das empresas envolvidas nesse escândalo é justamente a que fez a reforma do trem, que é a MTTrens”. O Consórcio MTTrens é formado por MPE, Tejofran e Temoinsa.
Para os membros da CIPA, a atitude da empresa em não permitir a investigação com participação dos trabalhadores coloca em risco a segurança dos usuários e funcionários do Metrô. Com opinião contrária, o presidente da CIPA, Antônio Carlos Palácio, afirmou em e-mails trocados com os representantes dos trabalhadores (anexados no dossiê) que “não houve risco ou lesão grave a nenhum funcionário” no acidente do início de agosto e que “todas as medidas emergências necessárias foram tomadas, e não há risco grave e iminente a ser sanado”.
A frota K, em que ocorreu o descarrilamento na Linha 3–Vermelha, não está em circulação no momento. Segundo Alex Santana, o engenheiro responsável por fazer a vistoria dos trens envolvidos no acidente se recusou a assinar a liberação para uso dos mesmos, “porque ainda viu irregularidades”. Ele disse que recebeu informações de que “são 48 trucks com problema na frota K” e que está ocorrendo a troca “de 4 a 5 trucks por noite, então vai algum tempo ainda para liberar a circulação dessa frota”.
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