Por Altamiro Borges
O jornal Estadão, que nasceu no final do século retrasado vendendo anúncios de trabalho escravo, sempre detestou o sindicalismo. No passado, ele atacou sem piedade as lutas dos trabalhadores lideradas pelos anarquistas e comunistas. Atualmente, ele não perde uma oportunidade para tentar satanizar as centrais sindicais. Nesta semana, o Estadão lançou mais dois petardos. O primeiro foi contra a CUT, que completa 30 de existência, distorcendo descaradamente uma entrevista com o fundador e primeiro presidente da entidade, o metalúrgico Jair Meneguelli. Três dias depois, em 23 de agosto, publicou editorial contra o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado ao Conlutas.
Com base na “entrevista” de Jair Meneguelli, o jornalão conservador tentou estimular a cizânia. Ele distorceu as palavras do sindicalista para “demonstrar” que a quinta maior central do mundo “arriou as suas bandeiras, condicionando a sua atuação aos interesses dos governos petistas” – segundo o editorial de terça-feira. “A CUT calou os últimos vestígios que porventura ainda abrigasse das lutas pela autonomia sindical diante do Estado quando, em 2008, Lula assinou lei autorizando o repasse às centrais de parcela do equivalente a um dia de trabalho cobrado compulsoriamente de todos os empregados, sindicalizados ou não - a base material do peleguismo da era Vargas”.
O Estadão, que sempre pregou o fim da unicidade sindical e da contribuição sindical, aproveita o aniversário da CUT para insistir na sua tese de cunho liberal. Para isto, ele não vacila em manipular as opiniões do ex-presidente da central, que atualmente preside o Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria, o Sesi. Diante deste golpe baixo, Jair Meneghelli rapidamente enviou uma carta à direção da CUT rechaçando as mentiras do jornalão. Reproduzo abaixo e volto em seguida:
*****
A CUT merece respeito!
Caro companheiro Vagner Freitas e demais companheiros e companheiras da Central Única dos Trabalhadores:
Fui entrevistado por um repórter do jornal O Estado de São Paulo durante mais de uma hora para falar sobre os 30 anos da CUT e, para minha surpresa, o repórter, além de editar a entrevista destacando frases fora do contexto, usou manchetes onde passava uma ideia negativa do que eu acho da CUT nos dias atuais. Agi de boa fé quando resolvi atender o repórter, mas a entrevista saiu o contrário do que eu pretendia.
Em hipótese alguma, me referiria de forma desrespeitosa, como foi colocada pelo referido jornalista, a qualquer organização representativa da classe trabalhadora e, principalmente, à Central Única dos Trabalhadores, a qual tive a honra de participar da fundação e presidir por mais de 10 anos. Da mesma forma que falei com o repórter do Estadão, em outra oportunidade falei também com uma jornalista do Valor e a matéria saiu bem mais respeitosa.
Verdade seja dita, a CUT é uma das principais, senão a principal instituição social de representatividade dos trabalhadores, com força e capacidade de dialogar e debater de igual para igual com os poderes, setores e personagens públicos e privados que têm o poder de interferir na vida da população. A importância da CUT tanto no nosso tempo, como atualmente nos governos Lula e Dilma, é inquestionável.
Portanto, não a menosprezaria. Nem ontem e, muito menos, na atualidade, quando vivemos um momento de amadurecimento social e de transição da antiga para a nova sociedade brasileira que, assim como os trabalhadores, conhece e luta por seus direitos, por seus familiares e por seu futuro.
Como um dos fundadores e participante ativo desse movimento, quero reforçar para você e todos os militantes sindicais que sempre defenderei os princípios que nortearam a fundação da CUT, e que a regem até hoje. Minha vida serve como testemunho deste meu compromisso com a CUT.
Reafirmo meu respeito e companheirismo à Central Única dos Trabalhadores.
Conto com a compreensão de todos vocês.
Um forte e fraterno abraço, Jair Meneguelli
Brasília, 22 de agosto de 2013.
*****
Já no caso de São José dos Campos, no interior paulista, o Estadão culpou a direção da entidade filiada à Conlutas pelas demissões anunciadas pela multinacional GM. “Os dirigentes sindicais dos metalúrgicos estão colhendo os resultados do radicalismo político e de greves insensatas para sustentar reivindicações irrealistas. Em resposta às dificuldades, a General Motors fechou várias linhas de produção no grande complexo industrial que há mais de cinco décadas mantém na cidade, afetando com isso quase toda a economia do Vale do Paraíba”. A culpa pelas demissões, segundo o jornalão, é exclusivamente do sindicato, “que é dominado por representantes do PSTU e de seu braço sindical, a Conlutas”.
Cínico e mentiroso, o jornalão não aborda o desmonte de várias unidades da GM nos EUA e em outros países. Nada fala sobre a crise da matriz ianque, que tenta salvar seus lucros sugando o suor dos explorados nas suas filiais. Pela mentalidade escravocrata do Estadão, os operários de São José dos Campos deveriam pedir o retorno do trabalho escravo, sem salários ou direitos trabalhistas, como forma de manter seus empregos na “maravilhosa” multinacional estadunidense. Adorador do “deus-mercado”, o falido jornal da famiglia Mesquita garante que não há como “arremeter contra a lógica da economia e das relações trabalhistas modernas”.
O jornal Estadão, que nasceu no final do século retrasado vendendo anúncios de trabalho escravo, sempre detestou o sindicalismo. No passado, ele atacou sem piedade as lutas dos trabalhadores lideradas pelos anarquistas e comunistas. Atualmente, ele não perde uma oportunidade para tentar satanizar as centrais sindicais. Nesta semana, o Estadão lançou mais dois petardos. O primeiro foi contra a CUT, que completa 30 de existência, distorcendo descaradamente uma entrevista com o fundador e primeiro presidente da entidade, o metalúrgico Jair Meneguelli. Três dias depois, em 23 de agosto, publicou editorial contra o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado ao Conlutas.
Com base na “entrevista” de Jair Meneguelli, o jornalão conservador tentou estimular a cizânia. Ele distorceu as palavras do sindicalista para “demonstrar” que a quinta maior central do mundo “arriou as suas bandeiras, condicionando a sua atuação aos interesses dos governos petistas” – segundo o editorial de terça-feira. “A CUT calou os últimos vestígios que porventura ainda abrigasse das lutas pela autonomia sindical diante do Estado quando, em 2008, Lula assinou lei autorizando o repasse às centrais de parcela do equivalente a um dia de trabalho cobrado compulsoriamente de todos os empregados, sindicalizados ou não - a base material do peleguismo da era Vargas”.
O Estadão, que sempre pregou o fim da unicidade sindical e da contribuição sindical, aproveita o aniversário da CUT para insistir na sua tese de cunho liberal. Para isto, ele não vacila em manipular as opiniões do ex-presidente da central, que atualmente preside o Conselho Nacional do Serviço Social da Indústria, o Sesi. Diante deste golpe baixo, Jair Meneghelli rapidamente enviou uma carta à direção da CUT rechaçando as mentiras do jornalão. Reproduzo abaixo e volto em seguida:
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A CUT merece respeito!
Caro companheiro Vagner Freitas e demais companheiros e companheiras da Central Única dos Trabalhadores:
Fui entrevistado por um repórter do jornal O Estado de São Paulo durante mais de uma hora para falar sobre os 30 anos da CUT e, para minha surpresa, o repórter, além de editar a entrevista destacando frases fora do contexto, usou manchetes onde passava uma ideia negativa do que eu acho da CUT nos dias atuais. Agi de boa fé quando resolvi atender o repórter, mas a entrevista saiu o contrário do que eu pretendia.
Em hipótese alguma, me referiria de forma desrespeitosa, como foi colocada pelo referido jornalista, a qualquer organização representativa da classe trabalhadora e, principalmente, à Central Única dos Trabalhadores, a qual tive a honra de participar da fundação e presidir por mais de 10 anos. Da mesma forma que falei com o repórter do Estadão, em outra oportunidade falei também com uma jornalista do Valor e a matéria saiu bem mais respeitosa.
Verdade seja dita, a CUT é uma das principais, senão a principal instituição social de representatividade dos trabalhadores, com força e capacidade de dialogar e debater de igual para igual com os poderes, setores e personagens públicos e privados que têm o poder de interferir na vida da população. A importância da CUT tanto no nosso tempo, como atualmente nos governos Lula e Dilma, é inquestionável.
Portanto, não a menosprezaria. Nem ontem e, muito menos, na atualidade, quando vivemos um momento de amadurecimento social e de transição da antiga para a nova sociedade brasileira que, assim como os trabalhadores, conhece e luta por seus direitos, por seus familiares e por seu futuro.
Como um dos fundadores e participante ativo desse movimento, quero reforçar para você e todos os militantes sindicais que sempre defenderei os princípios que nortearam a fundação da CUT, e que a regem até hoje. Minha vida serve como testemunho deste meu compromisso com a CUT.
Reafirmo meu respeito e companheirismo à Central Única dos Trabalhadores.
Conto com a compreensão de todos vocês.
Um forte e fraterno abraço, Jair Meneguelli
Brasília, 22 de agosto de 2013.
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Já no caso de São José dos Campos, no interior paulista, o Estadão culpou a direção da entidade filiada à Conlutas pelas demissões anunciadas pela multinacional GM. “Os dirigentes sindicais dos metalúrgicos estão colhendo os resultados do radicalismo político e de greves insensatas para sustentar reivindicações irrealistas. Em resposta às dificuldades, a General Motors fechou várias linhas de produção no grande complexo industrial que há mais de cinco décadas mantém na cidade, afetando com isso quase toda a economia do Vale do Paraíba”. A culpa pelas demissões, segundo o jornalão, é exclusivamente do sindicato, “que é dominado por representantes do PSTU e de seu braço sindical, a Conlutas”.
Cínico e mentiroso, o jornalão não aborda o desmonte de várias unidades da GM nos EUA e em outros países. Nada fala sobre a crise da matriz ianque, que tenta salvar seus lucros sugando o suor dos explorados nas suas filiais. Pela mentalidade escravocrata do Estadão, os operários de São José dos Campos deveriam pedir o retorno do trabalho escravo, sem salários ou direitos trabalhistas, como forma de manter seus empregos na “maravilhosa” multinacional estadunidense. Adorador do “deus-mercado”, o falido jornal da famiglia Mesquita garante que não há como “arremeter contra a lógica da economia e das relações trabalhistas modernas”.
Miro o Estadão não é dos Civita, mas da famiglia Mesquita.
ResponderExcluirAbraços
Corrigido.
ResponderExcluirMuito obrigado e um abraço