Foto: Roberto Stuckert Filho/PR |
Ontem, 24 de setembro de 2013, foi um dia histórico para as relações internacionais brasileiras. O país reafirmou sua soberania e mostrou que não aceita a posição de vassalo frente a grandes potências. O discurso da presidenta Dilma durante a abertura da 68ª Assembleia-Geral das Nações Unidas foi na medida. De modo firme e direto, a nossa presidenta não só cobrou dos EUA respostas e mudanças, como também chamou a comunidade internacional para posicionar-se e assumir responsabilidades frente à espionagem norte-americana.
Dilma ousou ao afirmar que a espionagem dos EUA fere os direitos humanos. Sim, a nossa presidenta falou para líderes do mundo inteiro que a nação que se autoproclama “xerife do mundo” violou os direitos humanos em escala global.
Ousou também ao afirmar que sem o direito à privacidade “não há verdadeira liberdade de expressão e opinião e, portanto, não há efetiva democracia”. Sim, Dilma falou à nação, acostumada a usar seu poderio militar para “defender” a democracia no mundo inteiro, que ela própria interferiu em países democráticos de forma não democrática.
Por fim, Dilma foi propositiva e colocou o Brasil na vanguarda da luta por uma internet de fato livre e democrática. E anunciou que o Brasil vai propor um marco civil internacional que proteja a liberdade de expressão, a privacidade dos indivíduos e a “neutralidade” da rede mundial de computadores.
A presidenta não destilou ódio no seu discurso. Foi objetiva e falou de um problema real, com consequências reais e graves. Além de ter proposto uma ação concreta para uma plateia formada por líderes de muitas nações que também foram vítimas da espionagem dos EUA. A mídia internacional reconheceu isso. Seu discurso foi destaque nos portais dos principais jornais do mundo. Nas manchetes, destaque para firmeza da presidenta frente a espionagem norte-americana. Agora, na nossa “principal” revista semanal….
A Veja afirmou que Dilma fez um discurso “de olho em 2014”. Que aproveitou parte o momento para “desfilar aquilo que classificou como conquistas do seu governo”.
Dilma falou em diminuição da pobreza, da mortalidade infantil, de participação popular. E falou tudo isso para propor uma agenda mundial que caminhe nesta direção. E Veja entende isso como conquistas “do seu governo”. Veja, nesse caso, tem meia razão. São conquistas do governo de Dilma, mas também de Lula. E ponto final. E seria muito bom que outros países se somassem na luta contra a desigualdade social como fez o Brasil na última década.
Mas pelo jeito Veja tem saudades do tempo em que o Brasil falava em medidas de austeridade, pagamento da dívida externa e parcerias estratégicas com as potências que nos espionam. Afinal, quem somos nós, essa república que adora fazer compras em Miami, para bater de frente com o todo poderoso Tio Sam. Veja é veja. Mas os outros veículos internacionais não são. Basta olhar a repercussão do caso na ilustração acima. Por isso a Veja é só uma “gossip magazine” na visão dos gringos.
A pobreza de ideais da Veja impede outro tipo de manifestação.
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