A reportagem do Último Segundo (do iG) “Investigação tira da sombra lobista tucano” – de Vasconcelo Quadros (http://glurl.co/cj7) – lança luz sobre um dos mais preparados e influentes lobistas brasileiros, José Amaro Pinto Ramos.
Colega de Fernando Henrique Cardoso na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo, Ramos gozava da intimidade dele e do ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta, de quem se aproximou ainda no governo Montoro.
É um senhor afável, refinado, bem informado, apresentado na reportagem como lobista da Alston. Desde 1995, sua atuação vinha sendo investigada pelo Ministério Público.
Já em 1995, teve atuação estreita em defesa da Thomson, a empresa francesa que perdeu para a norte-americana Raytheon a licitação do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). Em depoimento na Câmara dos Deputados, Ramos alertou que o financiamento que seria dado pela Raytheon poderia comprometer a capacidade de endividamento do país.
Na mesma ocasião, o “Le Monde” o apontou como ligado à Thomson (http://glurl.co/cj2).
Em 1996, a atuação de Ramos envolveu o próprio Secretário de Estado Ron Brown, que atuou em favor da Raytheon.
Apesar de lobista da Raythom, em 1995 Brown foi acusado de ter recebido um empréstimo de Ramos para aquisição de um imóvel.
Brown morreu logo em seguida, mas seus negócios foram alvo de investigação do promotor Daniel Pearson. Pouco antes de morrer, tornou-se proprietário de uma rede de hotéis no leste europeu, em associação com investidores brasileiros, em negócio intermediado pelo Citibank.
Em 1998, o nome de Ramos apareceu no Dossiê Cayman, o dossiê cuja autenticidade jamais foi comprovada. (http://glurl.co/cj4)
Representou também outras empresas francesas, como a EDF (Eletricité de France), integrante do consórcio que venceu a licitação de venda da Light.
No episódio – segundo a reportagem – aparece outro personagem polêmico, José Luiz Alquéres, que também presidiu a Alston.
No governo Itamar, Alquéres foi responsável por um dos maiores golpes já ocorridos na privatização. Vendeu parcela considerável do capital da Eletrobras com uma regra de fixação de preços que derrubou o valor para um percentual desprezível em relação ao valor real.
Em um período de inflação acelerada, o preço foi fixado na cotação média do valor da ação em bolsa durante o mês de abril de 1993, mantido congelado até 1ode junho. Saindo do governo, Alquéres assumiu posto de chefia na Bozzano Simonsen, principal beneficiário da operação.
Nos últimos anos dos governo FHC, Ramos atuou em favor das francesas Tales (fabricante de radares) e da Dassault, fabricante dos Mirage.
Em 2008, Pinto Ramos concedeu entrevista à Folha, para explicar seu envolvimento com a Alston
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Colega de Fernando Henrique Cardoso na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo, Ramos gozava da intimidade dele e do ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta, de quem se aproximou ainda no governo Montoro.
É um senhor afável, refinado, bem informado, apresentado na reportagem como lobista da Alston. Desde 1995, sua atuação vinha sendo investigada pelo Ministério Público.
Já em 1995, teve atuação estreita em defesa da Thomson, a empresa francesa que perdeu para a norte-americana Raytheon a licitação do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia). Em depoimento na Câmara dos Deputados, Ramos alertou que o financiamento que seria dado pela Raytheon poderia comprometer a capacidade de endividamento do país.
Na mesma ocasião, o “Le Monde” o apontou como ligado à Thomson (http://glurl.co/cj2).
Em 1996, a atuação de Ramos envolveu o próprio Secretário de Estado Ron Brown, que atuou em favor da Raytheon.
Apesar de lobista da Raythom, em 1995 Brown foi acusado de ter recebido um empréstimo de Ramos para aquisição de um imóvel.
Brown morreu logo em seguida, mas seus negócios foram alvo de investigação do promotor Daniel Pearson. Pouco antes de morrer, tornou-se proprietário de uma rede de hotéis no leste europeu, em associação com investidores brasileiros, em negócio intermediado pelo Citibank.
Em 1998, o nome de Ramos apareceu no Dossiê Cayman, o dossiê cuja autenticidade jamais foi comprovada. (http://glurl.co/cj4)
Representou também outras empresas francesas, como a EDF (Eletricité de France), integrante do consórcio que venceu a licitação de venda da Light.
No episódio – segundo a reportagem – aparece outro personagem polêmico, José Luiz Alquéres, que também presidiu a Alston.
No governo Itamar, Alquéres foi responsável por um dos maiores golpes já ocorridos na privatização. Vendeu parcela considerável do capital da Eletrobras com uma regra de fixação de preços que derrubou o valor para um percentual desprezível em relação ao valor real.
Em um período de inflação acelerada, o preço foi fixado na cotação média do valor da ação em bolsa durante o mês de abril de 1993, mantido congelado até 1ode junho. Saindo do governo, Alquéres assumiu posto de chefia na Bozzano Simonsen, principal beneficiário da operação.
Nos últimos anos dos governo FHC, Ramos atuou em favor das francesas Tales (fabricante de radares) e da Dassault, fabricante dos Mirage.
Em 2008, Pinto Ramos concedeu entrevista à Folha, para explicar seu envolvimento com a Alston
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'Nunca fiz intermediação de negócios', afirma Ramos
Entrevista - José Ramos Pinto: empresário; O empresário José Amaro Pinto Ramos assume que trabalhou para a Alstom, mas diz que parou há oito anos
Eduardo Reina
O empresário José Amaro Pinto Ramos admite que trabalhou para a Alstom no Brasil, na elaboração de projetos para captação de crédito externo, mas nega a existência de propina. Em entrevista por e-mail, ele assumiu que organizou jantar nos EUA em que estiveram presentes FHC e o ex-diretor mundial da Alstom Jacques Cizain.
Como foi o seu trabalho para a Alstom no Brasil?
É preciso esclarecer que nunca fiz intermediação de negócios. Minha empresa, a Epcint, trabalhou para diversas empresas brasileiras, européias, japonesas, americanas e soviéticas. A Epcint foi contratada no início dos anos 90 pelo consórcio Mafersa/Villares, para estruturar um complexo crédito externo, que viabilizaria a produção nacional de trens para a Linha 2 do Metrô de São Paulo. Posteriormente, a Mafersa foi arrendada pela Alstom. Nesse período trabalhamos com a Alstom e vários de seus concorrentes. Com a evolução positiva do crédito brasileiro, esse tipo de operação deixou de ser interessante. Há oito anos não temos atividades nesta área, nem com a Alstom especificamente.
Como foi o jantar em Washington oferecido para FHC?
Após assistirmos à posse do presidente Bill Clinton, em janeiro de 1993, combinamos - naquele momento, sem pré-agendar - um jantar do qual participaram nosso amigo comum Sérgio Motta, o então ministro das Relações Exteriores, Fernando Henrique, o então diretor de Operações do BID, Paulo Renato, eu e nossas esposas. Ao nosso lado na cerimônia estava Jacques Cizain, meu conhecido, que foi convidado a se juntar a nós, num grupo que chegou a 14 ou 15 pessoas. Vale lembrar que Cizain conhecera Fernando Henrique em palestra no Medef, equivalente à Confederação Nacional da Indústria na França.
Como conheceu FHC?
Conheci o ex-presidente no tempo em que ele era professor da USP. Não o vi nem falei com ele em nenhum momento durante seus dois mandatos presidenciais.
O senhor foi investigado pelo FBI por ter intermediado empréstimo para um ex-secretário de Bill Clinton, Ron Brown?
Desconheço qualquer investigação do FBI sobre mim. Ron Brown era meu amigo. Eu o conheci fora do contexto de suas funções públicas, quando era um influente advogado nos EUA.
E então?
ResponderExcluirQual o político do PSDB que tenha algum dinheiro desta origem?
Com tanta investigação e vontade, porque você não faz um retrato dos secretários dos governos anteriores do estado de São Paulo.
Eles tem fortunas, fazendas, gastos astronômicos, viajam de aviao particular?
Uma coisa é mostrar, outra é tentar desviar a atenção.
O fato de voce dizer que o lobista era amigo íntimo de FHC é prova de crime cometido pelo FH, certo? Essa lógica tambem vale para os crimes cometidos pelo josé dirceu, que é amigo íntimo de lula? Provavelmente não né!!! Afinal voces não costumam medir a todos com a mesma régua.
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