terça-feira, 5 de novembro de 2013

A farsa midiática do Natal na Venezuela

Por Vanessa Silva, no sítio Vermelho:

Ainda era manhã quando um amigo português mandou no bate-papo da internet uma mensagem me questionando a respeito da informação publicada no jornal Público com a seguinte manchete: “Maduro decreta que o Natal na Venezuela é em Novembro”. Curioso tal fato.

Depois, navegando pela rede, a informação estava em toda parte: Presidente da Venezuela decreta Natal para o mês de novembro (Infolatam); Maduro decreta início antecipado do Natal na Venezuela (Portal Terra); Contra amargura, Maduro antecipa as comemorações do Natal na Venezuela (Folha); Maduro decreta "Navidad temprana" en Venezuela (BBC); para citar somente alguns.

“Não é possível que seja realmente isso”, pensei. E realmente não era.

O que Maduro fez foi antecipar as comemorações natalinas. Não assinou “decreto” que antecipa o dia de Natal, como sugere o jornal português e todos os demais. O que ele disse foi “decreto esta sexta-feira [1º de novembro] como o início do natal no país”, assim, literalmente. Queria dizer: antecipo o período do natal... Mas não consta que tenha assinado qualquer papel mudando a data em que o menino Jesus teria nascido.

Espírito natalino
A Venezuela vive um momento difícil, com diversas tentativas de golpes, um intenso esforço de desestabilização feita por setores da direita, que buscam desabastecer o país de produtos essenciais enquanto calúnias difundidas pela mídia colocam membros do governo uns contra os outros. Além disso, diplomatas estadunidenses foram expulsos do país recentemente por envolvimento em atividades da oposição. É neste contexto que Maduro faz tal declaração.

Suas palavras foram proferidas durante a inauguração da Feira de Natal, uma tradição no país, realizada com diversos cultores, artistas e grupos culturais. Tal feito tem como objetivo aumentar a “felicidade dos venezuelanos” e trazer paz para as pessoas, segundo sua própria definição.

Nestas feiras, serão oferecidos serviços de medicina geral, atendimento oftalmológico, venda de alimentos a preços justos, pratos natalinos, brinquedos e, além disso, venezuelanos poderão receber assessoria jurídica, retirar células de identidade e licenças de trânsito. Também serão importadas, até o final de novembro, 400 mil toneladas de produtos alimentares e de higiene para amenizar o desabastecimento econômico levado a cabo contra o governo.

“Que viva a felicidade suprema, que viva a música, que viva o Natal, bem-vindo Natal à Venezuela”. Assim, Maduro saudou a in início das comemorações natalinas no país. Porque é disso que ele está falando.

Um comentário:

  1. Baixaria.
    Antes Chavéz, agora Maduro, odiados pela mesquinha oposição mundial ao humanismo, que só encontra argumento no insulto as pessoas, nunca contestando idéias. A bandeira da Venezuela assumiu uma identidade humanista, carregada por um governo que numa luta desleal combate a miséria, basicamente “moradia, educação e fome”, legando ao mundo o reconhecimento pela FAU, do pais que mais tem feito no mundo no combate a fome. Governo que não esqueceu da riqueza finita do petróleo e busca caminhos para uma vida sustentável para a futura sociedade venezuelana.
    A luta venezuelana é entre o mercado e o humanismo. O mercado com suas armas, agiotagem, acamparamento, sonegação de tudo, boatos. O humanismo com a solidariedade e a vontade de um futuro melhor, solidificando a mudança do paradigma do ter mais, pelo do ser mais. E neste ponto aparece o Natal disputado pelo mercado, compre agora e pague depois, contra o sentimento que para confraternizar só é necessário a vontade de confraternizar.
    #ConMaduroContraLaGuerraEconomica
    #PatriaUnidaContraLaGuerraEconomica

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