Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
A confusão e a falta de perspectivas do conservadorismo brasileiro estão criando situações que lembram o velho ditado de que em casa onde falta o pão, todo mundo briga e ninguém tem razão.
Um fato absolutamente lateral – embora deprimente – como a instalação de Reinaldo Azevedo no panteão de colunistas da Folha, ganhou uma importância que, absolutamente, não tem.
Mas os que acharam que podiam se conservar com um rótulo de “progressista” ou até “social-democratas” dentro da grande mídia se sentiram de tal forma incomodados que passaram recibo da companhia incômoda daquele ícone do obscurantismo.
Semana passada, a ombudswoman da Folha, Suzana Singer, chamou-o de “rottweiler”. Hoje, Miriam Leitão, em sua coluna, o chama de “indigente mental”.
É louvável que ainda se incomodem de estarem “dividindo o barco” com Azevedo.
Mas isso não elide o fato de que estão no mesmo barco.
Miriam, por exemplo, tem se dedicado à previsão diária da catástrofe, aquilo a que Lula chamou de “atração pela desgraça”.
Os blogs de esquerda deram-lhe o apelido de “urubóloga”, por isso. Uma critica política, revestida de uma acre ironia, é certo.
Mas nunca se a chamou de “a que ronca e fuça” como faz Azevedo hoje, em seu blog.
No entanto, o epíteto de “blogueiros sujos” foi dado a nós, não a ele.
O que falta a Miriam e a Singer é a coragem básica de fazer o que nós fazemos: questionar os impérios empresariais, como a Veja, que legitimam e dão repercussão, há anos, a tal tipo de gente.
Quem cria e solta os cachorros, cuida que eles defendam algo que lhe é patrimonialmente caro.
É por isso que Azevedo nada “de braçada”, na sua grosseria, sobre ambas.
Ele compreende muito melhor que suas adversárias de que há um embate no Brasil, onde o “vale-tudo” é não apenas permitido como praticado diariamente.
Ele apenas o faz de modo explícito e grosseiro. Tanto que promete, para logo, algo mais elaborado, talvez na linha de seu mestre José Serra: “Que bobagem, Miriam”
O essencial, porém, quando se escreve, não é o estilo, a forma.
A forma de Azevedo é abjeta.
Muito mais abjeto, porém, é conteúdo e o propósito.
E este, lamentavelmente, prende as críticas de Reinaldo no mesmo barco de suas críticas.
Seria melhor se assim não fosse, mas o Brasil tem dois lados.
E cada um tem de suportar , no seu lado, os companheiros de viagem...
A confusão e a falta de perspectivas do conservadorismo brasileiro estão criando situações que lembram o velho ditado de que em casa onde falta o pão, todo mundo briga e ninguém tem razão.
Um fato absolutamente lateral – embora deprimente – como a instalação de Reinaldo Azevedo no panteão de colunistas da Folha, ganhou uma importância que, absolutamente, não tem.
Mas os que acharam que podiam se conservar com um rótulo de “progressista” ou até “social-democratas” dentro da grande mídia se sentiram de tal forma incomodados que passaram recibo da companhia incômoda daquele ícone do obscurantismo.
Semana passada, a ombudswoman da Folha, Suzana Singer, chamou-o de “rottweiler”. Hoje, Miriam Leitão, em sua coluna, o chama de “indigente mental”.
É louvável que ainda se incomodem de estarem “dividindo o barco” com Azevedo.
Mas isso não elide o fato de que estão no mesmo barco.
Miriam, por exemplo, tem se dedicado à previsão diária da catástrofe, aquilo a que Lula chamou de “atração pela desgraça”.
Os blogs de esquerda deram-lhe o apelido de “urubóloga”, por isso. Uma critica política, revestida de uma acre ironia, é certo.
Mas nunca se a chamou de “a que ronca e fuça” como faz Azevedo hoje, em seu blog.
No entanto, o epíteto de “blogueiros sujos” foi dado a nós, não a ele.
O que falta a Miriam e a Singer é a coragem básica de fazer o que nós fazemos: questionar os impérios empresariais, como a Veja, que legitimam e dão repercussão, há anos, a tal tipo de gente.
Quem cria e solta os cachorros, cuida que eles defendam algo que lhe é patrimonialmente caro.
É por isso que Azevedo nada “de braçada”, na sua grosseria, sobre ambas.
Ele compreende muito melhor que suas adversárias de que há um embate no Brasil, onde o “vale-tudo” é não apenas permitido como praticado diariamente.
Ele apenas o faz de modo explícito e grosseiro. Tanto que promete, para logo, algo mais elaborado, talvez na linha de seu mestre José Serra: “Que bobagem, Miriam”
O essencial, porém, quando se escreve, não é o estilo, a forma.
A forma de Azevedo é abjeta.
Muito mais abjeto, porém, é conteúdo e o propósito.
E este, lamentavelmente, prende as críticas de Reinaldo no mesmo barco de suas críticas.
Seria melhor se assim não fosse, mas o Brasil tem dois lados.
E cada um tem de suportar , no seu lado, os companheiros de viagem...
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