Por Altamiro Borges
As pesquisas indicam que a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) deve ser a grande vencedora das eleições presidenciais deste domingo (2) em El Salvador, mantendo-se no comando desta pequena nação da América Central. Caso elas se confirmem, a tendência é de um reforço das esquerdas no país, que iniciaram uma histórica virada política com a vitória de 2009. De força guerrilheira, que enfrentou a oligarquia local e os mercenários dos EUA, a FMLN ganha musculatura eleitoral e maior capacidade de disputa da hegemonia na sociedade.
Cerca de quatro milhões de salvadorenhos devem ir às urnas. Em comunicado em rede nacional de rádio e tevê, o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Eugênio Chicas, garantiu que as eleições serão “seguras e transparentes”. Também numa mensagem oficial à nação, o presidente Mauricio Funes, da FMLN, conclamou os eleitores a participarem do pleito. “Vamos às urnas com alegria e paz, sem nenhum tipo de temor. Usemos o poder do voto para eleger livremente o próximo presidente e façamos com que ele seja um fiel executor de sua vontade soberana”.
Cinco chapas presidenciais disputam o pleito. A FMLN apresentou como candidato o ex-guerrilheiro Salvador Sánchez Cerén. Sua provável eleição já é tratada pela mídia colonizada como uma vitória das correntes mais à esquerda. Em título sacana, a Folha estampou que “El Salvador deve trocar PT por chavismo”. Segundo a “reporcagem”, o atual presidente “fez uma gestão moderada, influenciada por líderes petistas”; já o ex-guerrilheiro é mais “próximo dos bolivarianos”. A matéria é totalmente descontextualizada e visa desacreditar a provável vitória da FMLN.
Em segundo lugar nas pesquisas surge o candidato da Aliança Republicana Nacionalista (Arena), o direitista Norman Quijano, ex-prefeito de San Salvador. A Arena, uma organização servil aos EUA, governou El Salvador por três mandatos sucessivos. Neste período, ela aplicou o destrutivo receituário neoliberal, o que agravou a crise econômica e as desigualdades sociais. Com a vitória da FMLN, o país começou uma complexa transição. Vários programas sociais foram implantados e o país apostou na integração latino-americana, afastando-se com cautela do império.
Esta será a quinta eleição presidencial desde a assinatura dos Acordos de Paz, em 1992, que encerraram a guerra civil que resultou em mais de 70 mil mortos. Num primeiro momento, a direita salvadorenha, com apoio ostensivo dos EUA e da mídia privada do país, conseguiu explorar o clima de medo contra a guerrilha e venceu as disputas. Desgastada e dividida, ela foi derrotada em 2009. Convertida em partido político, a FMLN deu os primeiros passos para superar o neoliberalismo. A eleição deste domingo será decisiva para a continuidade deste tortuoso projeto mudancista.
*****
Leia também:
- Celac e a agenda da América Latina
- As derrotas da mídia na América Latina
- América Latina: o polo anti-imperialista
- A redução da pobreza na América Latina
- Novo ciclo eleitoral na América Latina
As pesquisas indicam que a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN) deve ser a grande vencedora das eleições presidenciais deste domingo (2) em El Salvador, mantendo-se no comando desta pequena nação da América Central. Caso elas se confirmem, a tendência é de um reforço das esquerdas no país, que iniciaram uma histórica virada política com a vitória de 2009. De força guerrilheira, que enfrentou a oligarquia local e os mercenários dos EUA, a FMLN ganha musculatura eleitoral e maior capacidade de disputa da hegemonia na sociedade.
Cerca de quatro milhões de salvadorenhos devem ir às urnas. Em comunicado em rede nacional de rádio e tevê, o presidente do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), Eugênio Chicas, garantiu que as eleições serão “seguras e transparentes”. Também numa mensagem oficial à nação, o presidente Mauricio Funes, da FMLN, conclamou os eleitores a participarem do pleito. “Vamos às urnas com alegria e paz, sem nenhum tipo de temor. Usemos o poder do voto para eleger livremente o próximo presidente e façamos com que ele seja um fiel executor de sua vontade soberana”.
Cinco chapas presidenciais disputam o pleito. A FMLN apresentou como candidato o ex-guerrilheiro Salvador Sánchez Cerén. Sua provável eleição já é tratada pela mídia colonizada como uma vitória das correntes mais à esquerda. Em título sacana, a Folha estampou que “El Salvador deve trocar PT por chavismo”. Segundo a “reporcagem”, o atual presidente “fez uma gestão moderada, influenciada por líderes petistas”; já o ex-guerrilheiro é mais “próximo dos bolivarianos”. A matéria é totalmente descontextualizada e visa desacreditar a provável vitória da FMLN.
Em segundo lugar nas pesquisas surge o candidato da Aliança Republicana Nacionalista (Arena), o direitista Norman Quijano, ex-prefeito de San Salvador. A Arena, uma organização servil aos EUA, governou El Salvador por três mandatos sucessivos. Neste período, ela aplicou o destrutivo receituário neoliberal, o que agravou a crise econômica e as desigualdades sociais. Com a vitória da FMLN, o país começou uma complexa transição. Vários programas sociais foram implantados e o país apostou na integração latino-americana, afastando-se com cautela do império.
Esta será a quinta eleição presidencial desde a assinatura dos Acordos de Paz, em 1992, que encerraram a guerra civil que resultou em mais de 70 mil mortos. Num primeiro momento, a direita salvadorenha, com apoio ostensivo dos EUA e da mídia privada do país, conseguiu explorar o clima de medo contra a guerrilha e venceu as disputas. Desgastada e dividida, ela foi derrotada em 2009. Convertida em partido político, a FMLN deu os primeiros passos para superar o neoliberalismo. A eleição deste domingo será decisiva para a continuidade deste tortuoso projeto mudancista.
*****
Leia também:
- Celac e a agenda da América Latina
- As derrotas da mídia na América Latina
- América Latina: o polo anti-imperialista
- A redução da pobreza na América Latina
- Novo ciclo eleitoral na América Latina
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: