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O "rolezinho" pela Europa de Joaquim Barbosa, o “supremo” presidente do STF, não foi nada tranquilo. Além das denúncias de que as suas férias foram bancadas com dinheiro público e dos bate-bocas com outros ministros da casa, ele ainda foi surpreendido com a rápida solidariedade aos condenados no midiático julgamento do “mensalão”. José Genoino e Delúbio Soares já pagaram as injustas multas e, tudo indica, o mesmo deve ocorrer com as doações solidárias a José Dirceu e João Paulo Cunha. Apesar de todas as arbitrariedades – como a prisão em regime fechado de réus com direito ao semiaberto e de outras maldades pirotécnicas –, Joaquim Barbosa não conseguiu silenciar os perseguidos políticos.
Prova deste enfrentamento é a carta publicada neste sábado pelo deputado petista João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara Federal. Ela confirma que o “supremo” não terá paz nas suas posturas autoritárias e de que o STF não ficará livre das críticas. Reproduzo o altivo e corajoso artigo abaixo:
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Carta aberta ao ministro Joaquim Barbosa
O senhor deve explicações e não conseguirá provar a minha condenação, porque jamais pratiquei desvios de recursos públicos
Caro ministro Joaquim Barbosa, há poucos dias, em entrevista, o senhor ficou irritado porque a imprensa publicou a minha opinião sobre o julgamento da ação penal 470 e afirmou que não conversa com réu, pois a este só caberia o ostracismo.
Gostaria de iniciar este diálogo lembrando-lhe de recente afirmação do ex-ministro Eros Grau, do Supremo Tribunal Federal: "O Judiciário tende a converter-se em um produtor de insegurança" e que "o que hoje se passa nos tribunais superiores é de arrepiar". Ele tem razão. E o julgamento da ação penal 470, da qual V. Exa. é relator, evidencia as limitações da Justiça brasileira.
Nos minutos finais do expediente do último dia 6 de janeiro, o senhor decretou a minha prisão e o cumprimento parcial da sentença, fatiando o transitado e julgado de meu caso. Imediatamente convocou a imprensa e anunciou o feito. Desconsiderando normas processuais, não oficializou a Câmara dos Deputados, não providenciou a carta de sentença para a Vara de Execuções Penais, não assinou o mandato de prisão e saiu de férias. Naquele dia e nos subsequentes, a imprensa repercutiu o caso, expondo-me a execração.
Como formalmente vivemos em um Estado democrático de Direito, que garante o diálogo entre o juiz e o réu, posso questionar-lhe. O meu caso era urgente? Por que então não providenciou os trâmites jurídicos exigidos e não assinou o mandato de prisão? Não era urgente? Por que então decretou a prisão de afogadilho e anunciou para a imprensa?
Caro ministro, o senhor pode muito, mas não tudo. Pode cometer a injustiça de me condenar, mas não pode me amordaçar, pois nem a ditadura militar me calou. O senhor me condenou sem me dirigir uma pergunta. Desconsiderou meu passado honrado, sem nenhum processo em mais de 30 anos como parlamentar.
Moro na periferia de Osasco há 50 anos. Trabalho desde a infância e tenho minhas mãos limpas. Assumi meu compromisso com os pobres a partir da dura realidade da vida. Não fiz da fortuna minha razão de existir, e as humilhações não me abatem, pois tatuei na alma o lema de dom Pedro Casaldáliga: "Minhas causas valem mais do que minha vida".
O senhor me condenou por peculato e não definiu onde, como e quanto desviei. Anexei ao processo a execução total do contrato de publicidade da Câmara, provando a lisura dos gastos. O senhor deve essa explicação e não conseguirá provar nada, porque jamais pratiquei desvios de recursos públicos. Condenou-me por lavagem de dinheiro sem fundamentação fática e jurídica. Condenou-me por corrupção passiva com base em um ato administrativo que assinei (como meu antecessor) por dever de ofício.
Por que me condenou contra as provas documentais e testemunhais que atestam a minha inocência? Esclareça por que não aceitou os relatórios oficiais do Tribunal de Contas da União, da auditoria interna da Câmara dos Deputados e da perícia da Polícia Federal. Todos confirmaram que a licitação e a execução do contrato ocorreram em consonância com a legislação.
Desafio-lhe a provar que alguma votação tenha ocorrido na base da compra de votos. As reformas tributária e previdenciária foram aprovadas após amplo debate e acordo, envolvendo a oposição, que por isso em boa parte votou a favor.
Um Judiciário autoritário e prepotente afronta o regime democrático. Um ministro do STF deve guardar recato, não disputar a opinião pública e fazer política. Deve ter postura isenta.
Despeço-me, senhor ministro, deixando um abraço de paz, pois não nutro rancor, apesar de estar convicto --e a história haverá de provar-- que o julgamento da ação penal 470 desprezou leis, fatos e provas. Como sou inocente, dormirei em paz, nem que seja injustamente preso.
* João Paulo Cunha, 55, é deputado federal (PT-SP). Foi presidente da Câmara dos Deputados (2003-04).
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Leia também:
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Pois eu sou muito grato ao Joaquim Barbosa. Equanto tivermos instituicoes e pessos corajosas como ele, a nossa democracia esta a salvo. A esquerda sim que esta usando esses blogs para tentar descredencia-lo. Acho mesmo que este governo e um risco para a democracia no Brasil. Foi exatamente isso que motivou a Marina Silva a se aliar com o Eduardo Campos, e colocar de lado as suas diferencas. As pessoas estao com receio de falar mal fo governo do PT e sofrerem retaliacoes. Por isso sou anonimo aqui ... Que ironico nao? Na Argentina, esse governo que a Dilma veladamente apoia, as empresas que publicam os seus indices de inflacao, desmascarando o governo em sua tentativa de esconder da populacao a hiperinflacao, sao perseguidas.
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ResponderExcluirEnquanto isso o delator do mentirão ROBERTO JEFFERSON, continua livre, leve e solto com o seu mal de grupo.SERÁ QUE A MULTA DELE VAI SER ABONADA PELO STF?... SERÁ QUE O VALOR DA MULTA SERÁ ABONADA PELO STF OU ULTRAPASSARÁ A CASA DOS CENTAVOS SE DECRETADA?....
Falar em mensalão; onde anda o tal de Roberto Jefferson com as suas doenças de grupo?... Quanto vai pagar de multa o RJ?... Será que vai superar a fração de real ou o JB vai abonar a conta daquele energúmeno!... Seria tão bom que fizesse isso!....
ResponderExcluirBilhete Aberto a João Paulo Cunha
ResponderExcluirCaro Deputado João Paulo Cunha, não o conheço pessoalmente; e o senhor sabe disso! Mas, como seu admirador, peço-lhe que não se reduza. Imagino quanto difícil de seja para o senhor passar pela a injustiça e pela a exposição que está passando! Mas, ainda assim, não se reduza à pequenez de seu algoz! Quando este moço, expoente maior da "hescola juridika de Miami", lhe expôs à "execração pública" foi com esse intento: tentar reduzir sua honra e sua história à pequenez da mesquinharia dele!
Leonidas Mendes Filho
(Parauapebas/PA)
Sr "Anônimo" só lamento sua gratidão ao simulacro de ditador.. Pessoas que o adoram ou cultuam o atual presidente do STF têm uma certa identidade e admiração com autoritarismos. Marina Silva não tem diferenças, mas semelhanças. Em que parte do Brasil o sr ou sra está? Ligue as tias mídias, leia os jornalões e com um pouquinho de senso crítico, o sr (a) verá e lerá que ninguém tem medo de falar do PT e do governo, pois a pancadaria é diária. Fale mal, pois vivemos em um regime democrático. Agora, quem não gosta de que falem mal dele é o seu agraciado.
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