Por Altamiro Borges
O Ministério Público Federal (MPF) finalmente apresentou nesta sexta-feira (31) denúncia à Justiça contra doze investigados por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso já conhecido como “trensalão tucano” – o bilionário esquema de propinas envolvendo multinacionais do setor de energia e transporte com sucessivos governos do PSDB em São Paulo. O curioso, porém, é que a acusação formal só menciona os “bagrinhos”, os funcionários de uma estatal paulista durante as gestões de Mário Covas e Geraldo Alckmin. Eles são acusados de ter recebido da multinacional francesa Alstom propinas de R$ 40,3 milhões. Já os seus chefes, os secretários tucanos e mesmo os governadores da sigla, não são sequer citados.
Segundo o Estadão deste sábado (1), que também evita destacar os nomes de grão-tucanos – talvez para não prejudicá-los num ano de eleições – essa “é a primeira denúncia de caráter criminal envolvendo uma empresa do cartel por práticas que são investigadas, no Brasil, desde 2008. A Alstom também é alvo de outro inquérito sobre irregularidades em contratos com o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos”. No escândalo denunciado agora, que envolve somente o setor de energia, os valores atualizados dos contratos são de R$ 181,3 milhões. Vários documentos comprovam que a grana da propina decorrente destas negociatas foi desviada para paraísos fiscais.
A procuradoria-geral preferiu deixar de fora os nomes de tucanos famosos, como o vereador Andrea Matarazzo, o secretário Edson Aparecido e o deputado federal José Aníbal. “Forçoso reconhecer a inexistência, pelo menos por ora, de elementos de prova suficientes para a propositura da ação penal pública” contra Andrea Matarazzo, avaliou o órgão. A própria Folha registra, talvez aliviada, que “nenhum político foi denunciado”. Apesar desta bondade do MPF e da mídia, a procuradoria-geral requereu abertura de inquérito policial autônomo para investigar o grão-tucano, que foi secretário de Energia no governo Mário Covas e adora posar de paladino da ética.
Mesmo com a morosidade da Justiça e a cumplicidade da mídia, o “trensalão tucano” ainda poderá dar muita dor de cabeça aos falsos moralistas do PSDB. Até agora, eles se mantêm intocados nos seus postos e juram inocência. O governador Geraldo Alckmin inclusive se nega a afastar os subordinados acusados de envolvimento no bilionário esquema. Na mesma sexta-feira em que a denúncia do MPF foi apresentada à Justiça, o tucano que é candidato à reeleição recusou-se a comentar este novo baque. O pacto de silêncio foi seguido também por seus auxiliares diretos. Até quando eles vão conseguir esconder o bico sujo?
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- Tucanos enfrentarão 2014 com o trensalão
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Segundo o Estadão deste sábado (1), que também evita destacar os nomes de grão-tucanos – talvez para não prejudicá-los num ano de eleições – essa “é a primeira denúncia de caráter criminal envolvendo uma empresa do cartel por práticas que são investigadas, no Brasil, desde 2008. A Alstom também é alvo de outro inquérito sobre irregularidades em contratos com o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos”. No escândalo denunciado agora, que envolve somente o setor de energia, os valores atualizados dos contratos são de R$ 181,3 milhões. Vários documentos comprovam que a grana da propina decorrente destas negociatas foi desviada para paraísos fiscais.
A procuradoria-geral preferiu deixar de fora os nomes de tucanos famosos, como o vereador Andrea Matarazzo, o secretário Edson Aparecido e o deputado federal José Aníbal. “Forçoso reconhecer a inexistência, pelo menos por ora, de elementos de prova suficientes para a propositura da ação penal pública” contra Andrea Matarazzo, avaliou o órgão. A própria Folha registra, talvez aliviada, que “nenhum político foi denunciado”. Apesar desta bondade do MPF e da mídia, a procuradoria-geral requereu abertura de inquérito policial autônomo para investigar o grão-tucano, que foi secretário de Energia no governo Mário Covas e adora posar de paladino da ética.
Mesmo com a morosidade da Justiça e a cumplicidade da mídia, o “trensalão tucano” ainda poderá dar muita dor de cabeça aos falsos moralistas do PSDB. Até agora, eles se mantêm intocados nos seus postos e juram inocência. O governador Geraldo Alckmin inclusive se nega a afastar os subordinados acusados de envolvimento no bilionário esquema. Na mesma sexta-feira em que a denúncia do MPF foi apresentada à Justiça, o tucano que é candidato à reeleição recusou-se a comentar este novo baque. O pacto de silêncio foi seguido também por seus auxiliares diretos. Até quando eles vão conseguir esconder o bico sujo?
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