Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
Quando se trata de tucanos, a média das denúncias é de vinte anos de idade. Pois bem, vinte anos depois, a Folha conseguiu um “documento” que talvez já estivesse disponível dez anos atrás, comprovando (mais uma vez) que tucanos graúdos receberam propina da Alstom.
De qualquer forma, antes tarde do que nunca, embora saibamos que a imprensa e o nosso Judiciário apenas se mobilizaram porque o caso se tornou um vexame internacional, com autoridades suíças lamentando publicamente que nossos procuradores, durante anos, se recusaram a colaborar.
Os esquemas de corrupção dos tucanos têm número das contas, valor exato, dia dos saques, assinaturas, documentos, testemunhos, cartas, emails.
Domínio do fato, condenações na base do “a literatura assim me permite”, ilações, e palhaçadas similares, só valem para petistas. Para acusar tucanos, é preciso haver todas as provas do mundo, em duplicata, em papel, em vídeo, em áudio, além dos testemunhos.
Só que, com os tucanos, não teremos procuradores fazendo discursos políticos histéricos, falando em “patrimonialismo”, “golpe”, “mais atrevido esquema não-sei-das-quantas”. O MP não vai mandar fazer uma “trensalão para crianças” para publicar no site da instituição, como fez com o mensalão.
Os ministros do STF também não darão entrevistas furibundas falando sobre ética, nem a mídia publicará ameaças ao Supremo dizendo que ficará “desmoralizado” se não apurar e julgar em tempo recorde. Também não teremos, nem de longe, a profusão de charges que acompanhou as denúncias do mensalão.
Duvido também que algum ministro do STF irá assinar prefácios ou mesmo ir a lançamentos de livros que tratem do trensalão. Em se tratando de denúncias de corrupção, o paraíso é tucano.
Ninguém é achinchalhado pela mídia, ninguém é preso, ninguém passa aperto na ponte-aérea São Paulo-Brasília porque os passageiros ainda não assistiram, no Jornal Nacional, nenhuma reportagem mais enfática sobre o caso. É o mundo encantando dos “inocentes inclusive quando há provas”.
Quando se trata de tucanos, a média das denúncias é de vinte anos de idade. Pois bem, vinte anos depois, a Folha conseguiu um “documento” que talvez já estivesse disponível dez anos atrás, comprovando (mais uma vez) que tucanos graúdos receberam propina da Alstom.
De qualquer forma, antes tarde do que nunca, embora saibamos que a imprensa e o nosso Judiciário apenas se mobilizaram porque o caso se tornou um vexame internacional, com autoridades suíças lamentando publicamente que nossos procuradores, durante anos, se recusaram a colaborar.
Os esquemas de corrupção dos tucanos têm número das contas, valor exato, dia dos saques, assinaturas, documentos, testemunhos, cartas, emails.
Domínio do fato, condenações na base do “a literatura assim me permite”, ilações, e palhaçadas similares, só valem para petistas. Para acusar tucanos, é preciso haver todas as provas do mundo, em duplicata, em papel, em vídeo, em áudio, além dos testemunhos.
Só que, com os tucanos, não teremos procuradores fazendo discursos políticos histéricos, falando em “patrimonialismo”, “golpe”, “mais atrevido esquema não-sei-das-quantas”. O MP não vai mandar fazer uma “trensalão para crianças” para publicar no site da instituição, como fez com o mensalão.
Os ministros do STF também não darão entrevistas furibundas falando sobre ética, nem a mídia publicará ameaças ao Supremo dizendo que ficará “desmoralizado” se não apurar e julgar em tempo recorde. Também não teremos, nem de longe, a profusão de charges que acompanhou as denúncias do mensalão.
Duvido também que algum ministro do STF irá assinar prefácios ou mesmo ir a lançamentos de livros que tratem do trensalão. Em se tratando de denúncias de corrupção, o paraíso é tucano.
Ninguém é achinchalhado pela mídia, ninguém é preso, ninguém passa aperto na ponte-aérea São Paulo-Brasília porque os passageiros ainda não assistiram, no Jornal Nacional, nenhuma reportagem mais enfática sobre o caso. É o mundo encantando dos “inocentes inclusive quando há provas”.
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