quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Catedral de Campinas e as armas de Bolsonaro

Por Altamiro Borges

As cenas do tiroteio na Catedral Metropolitana de Campinas, no interior de São Paulo, seguem gerando angústia e indagações na sociedade. O que explicaria uma ação tão bárbara, que resultou na morte de cinco pessoas inocentes que tinham acabado de assistir a uma missa? O que teria levado o analista de sistema Euler Fernando Grandolpho, de 49 anos, a disparar duas armas de fogo e depois se suicidar? Segundo o delegado José Henrique Ventura, não há registro de antecedentes criminais do rapaz de classe média, morador de um condomínio fechado na vizinha Valinhos. “Uma pessoa fora de qualquer suspeita em circunstâncias normais", afirmou estarrecido o policial.

A realidade como medida de todas as coisas

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Em período profícuo de análises bem-vindas sobre os fatores que concorreram para a derrota do candidato do PT, e de grande parte do conjunto da esquerda, Fernando Haddad, e acerca das correções de rumo necessárias ao enfrentamento do fascismo, tenho sentido falta de alguns dados da realidade.

Por exemplo: mesmo tendo feito uma campanha atípica, que o levou a ser lançado a três semanadas da realização do primeiro turno, Haddad ficou a escassos cinco pontos percentuais da vitória, a despeito do poderoso vendaval midiático-judicial visando o aniquilamento das forças progressistas.

Lula esbofeteia Globo e Moro de novo

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Os principais responsáveis pela prisão de Lula para fraudar a eleição de 2018 tiveram que se conformar, de novo, com o apoio e o respeito que ele conquistou no coração e na alma dos brasileiros. Globo e Sergio Moro, responsáveis pela fraude eleitoral de 2018, continuam sendo desafiados pelo ex-presidente e por uma infinidade dos que são gratos por sua obra.

A coragem de Lula enlouquece seus inimigos e algozes. O ex-presidente já poderia ter sido solto. Para tanto, precisaria, apenas, submeter-se aos seus inimigos. Se baixasse a cabeça, seria solto porque, preso, acirra o clima político no país. Mas Lula é foi forjado na luta, na resiliência e é basicamente impossível que se renda. Morrerá lutando.

Bolsonaro já é um jacaré sem dentes

Por Renato Rovai, em seu blog:

Domingo, pé de cachimbo. E foi neste dia que o presidente eleito da República deu o definitivo sinal de sua fraqueza.

Bolsonaro foi ao banco pra ver o saldo. Deixou-se fotografar e disse que transferência de 800 reais é bobagem.

Esqueceu-se o esperto que milhões de brasileiros não têm 800 reais pra passar o mês. Esqueceu-se que corrupção independe da quantia. E que por menos de 800 reais os presídios estão superlotados.

Os três pilares do governo Bolsonaro

Escândalos e fogo morro acima

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

“A cadeira vai ajeitando a pessoa”, disse em recente entrevista o ex-ministro petista e senador eleito Jacques Wagner, afirmando que é ainda cedo para saber se o presidente eleito Jair Bolsonaro representará risco para a democracia.

Ao ser diplomado ontem pelo TSE, juntamente com seu vice, general Mourão, Bolsonaro deu mostras de que o peso do cargo também amolda o eleito às circunstâncias, antes mesmo de sentar-se na cadeira.

Enfrentando um escândalo de precocidade inédita, ele fez ontem o discurso mais conciliador de que se tem notícia. Institucionalizou-se, finalmente.

Capitalismo usa o fascismo para se salvar

Por Tiago Pereira, na Rede Brasil Atual:

Reunidos para celebrar os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em São Paulo nesta segunda-feira (10), representantes da esquerda latino-americana e europeia defenderam o aprofundamento da democracia, para além dos tradicionais marcos liberais, como forma de combater o avanço da extrema-direita fascista em todo o mundo. 

O euro-deputado pelo Partido Comunista Português, João Pimenta, o deputado do Parlasul e ex-chanceler da Argentina Jorge Taiana, o integrante do departamento internacional do Syriza (partido do campo democrático da Grécia) Nektarios Bougdanis, e a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) identificaram o crescimento de formas políticas autoritárias como uma nova etapa, mais violenta e agressiva, da ofensiva capitalista, que se alimenta do ódio decorrente do agravamento das desigualdades criadas por essas mesmas estruturas.

Até Merval Pereira passa ‘pito’ em Moro

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O estrago feito pela conta milionária do amigo-assessor-caixinha Fabrício Queiroz não está custando caro apenas a Jair Bolsonaro.

Sérgio Moro também começa a colher os frutos amargos do sumiço inexplicado de Fabrício e sua “história plausível” que não pode ser contada.

Até Merval Pereira, o incondicional defensor do ex-juiz, depois de admitir que o provável no caso fosse um esquema de “caixinha” montado com contribuições de servidores – onde um parlamentar costuma “cobrar um pedágio de seus funcionários” -, passa o “pito” no “Eliot Ness” de Curitiba, invocando Catão, o Moço, o romano que ficou famoso por sua intolerância com a falta de integridade moral.

Taxa de juros e o interesse dos bancos

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Durante os dias 11 e 12 de dezembro está prevista a realização da última reunião do Copom de 2018. Como sempre ocorre na sistemática desse tipo de encontro especial dos diretores do Banco Central (BC), muito deverá ser discutido a respeito da conjuntura econômica nacional e internacional, bem como a respeito dos impactos de tal quadro para as perspectivas futuras da economia brasileira. E, a partir daí, quais seriam as recomendações mais adequadas para balizar a política monetária, ou seja, qual o nível recomendado para posicionar a Selic - a nossa taxa oficial de juros.

Bolsonaro e a era da comunicação virtual

Por Sergio Araujo, no site Sul-21:

O episódio envolvendo o motorista Fabrício Queiroz, amigo da família Bolsonaro, serve de alerta para a ameaça que o uso das redes sociais como meio de comunicação direta entre governantes e políticos com a população pode gerar à necessária transparência de seus atos. Passada uma semana da denúncia feita pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), de que Fabrício havia realizado uma movimentação financeira suspeita de R$ 1,2 milhão, onde parte significativa da arrecadação veio de depósitos realizados por nove assessores do gabinete do deputado Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, nada se ouviu de parte do envolvido. Até porque misteriosamente ele sumiu do mapa. Encontra-se em local incerto e não sabido.

A mais árdua das tarefas

Por Maister F. da Silva, no site Jornalistas Livres:

As mutações do mundo do trabalho trouxeram implicações irreversíveis no cotidiano das pessoas e interferência direta na política e na economia. A grande crise do setor financeiro que abalou o mundo em 2008 começa a atingir seu clímax no que tange a alteração profunda “imposta” aos estados nacionais de reformulação da ordem social das coisas.

O capital necessita para sua sobrevivência e aprofundamento nessa nova fase acumulatória, de regimes autoritários, legitimados em primeira instância pelo voto direto, em segunda instância por golpes brandos, aplicados sumariamente por congressos que sofrem forte influência e coerção do capital financeiro e interesses corporativos, alinhados ao poder judiciário.

A principal lição do AI-5 está na cara

Por Mário Magalhães, no site The Intercept-Brasil:

Era muita perversidade informar ou insinuar no começo de dezembro de 1968 que o presidente Arthur da Costa e Silva se preparava para editar um quinto ato institucional. É o que dizia o ditador. Ele se queixava de notícias “infundadas e até maldosas”, publicou a Folha de S. Paulo. Os quatro primeiros atos, baixados pela ditadura, espingardearam a Constituição de 1946. A Carta sucessora, talhada pelo regime inaugurado com a deposição de João Goulart, vigorava desde 15 de março de 1967, data da posse do marechal entronizado sem voto popular.