quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Mundo-3: os novos ventos na América Latina

Derrubada (1960), Portinari



Por Altamiro Borges

A luta de classes segue movendo o mundo. Na geopolítica internacional, há importantes mudanças em curso. Os EUA já não mandam e desmandam como antes. A potência imperialista está enfiada em uma crise econômica sem precedentes, perdendo o papel de liderança no planeta. A sua hegemonia nas armas, no front militar, também sofre abalos, como ficou evidenciado após 20 anos de ocupação criminosa no Afeganistão.

A degradação acelerada do império explica, inclusive, o trágico governo do fascista Donald Trump – um ser patético e grotesco –, o que só aumentou o isolamento dos EUA no mundo. A tentativa frustrada de manter o poder, com a violenta invasão em janeiro passado do Capitólio – o congresso ianque – confirmou o grau de degradação dessa nação apodrecida.

Mundo-2: neofascismo e ultraneoliberalismo

Descoberta da terra (1941), Portinari
Por Altamiro Borges


Nessa nova fase regressiva e destrutiva do capitalismo, que concentra a riqueza e faz explodir a miséria, há uma combinação perversa entre o ultraneoliberalismo na economia, o fascismo na política e o obscurantismo nos valores e nos direitos humanos. Ocorre um processo de fascistização no mundo.

O neoliberalismo aguçou as contradições do sistema, o que ampliou suas deformações e depravações, como aumento da violência urbana e do drama da imigração. Ele também fragilizou as instituições democráticas do Estado, travou as mudanças mais progressistas na sociedade e fragmentou a capacidade de resistência dos trabalhadores.

Mundo-1: pandemia, desigualdade e resistência

Família (1935), Portinari
Por Altamiro Borges

O mundo do trabalho vive o pior dos mundos. A pandemia da Covid-19 só agravou o cenário de desigualdades sociais, desemprego, queda de renda, regressão trabalhista, desalento e falta de perspectivas – principalmente entre os mais jovens. A crise do capitalismo, que é prolongada, estrutural e sistêmica, ganhou contornos ainda mais trágicos com o novo coronavírus.

Por outro lado, a pandemia acelerou o processo de mudança na geopolítica mundial, com o declínio relativo dos EUA e a ascensão de novas nações, com destaque para a China. A humilhação do império no Afeganistão, após 20 anos de ocupação criminosa e gastos de dois trilhões de dólares, é a prova mais recente dessa mutação do quadro internacional.

A vitimização bolsonarista perdeu o encanto?

Carestia, inflação e o poder do "mercado"

A invasão do Capitólio e o futuro de Trump

Um dos países mais desiguais do mundo

O mundo em 2022: estabilidade ou conflitos?

Brasil entra o novo ano cheio de esperança

Jogo de cena da hospitalização de Bolsonaro

Bolsonaro, racismo ambiental e as enchentes

Os "programas sociais" de quem odeia pobre

Charge: Nando Motta
Por Bepe Damasco, em seu blog:


Sem ser capaz de produzir uma única ideia original sobre programas sociais que contribuam para melhorar minimamente a vida das pessoas mais pobres, Bolsonaro tem se limitado a copiar, não sem antes maquiar, desvirtuar e deformar, políticas vitoriosas dos governos do PT.

A aposta envolve alto risco político. Bolsonaro pode estar por tabela fortalecendo ainda mais no imaginário popular a ideia de que o PT prioriza em seus governos o investimento na inclusão social, o que é reconhecido até por adversários do partido.

É aquela história: entre o original e o arremedo de imitação, a tendência do eleitorado é abraçar a primeira opção.