sexta-feira, 18 de outubro de 2019

PSL, Bolsonaro e a linguagem de bandidos

Por Wevergton Brito Lima, no site Vermelho:

Para decifrar o que está acontecendo na briga do Clã Bolsonaro contra parte do PSL é preciso, fazendo uma analogia, entender a linguagem de bandidos. Bandido, pra começo de conversa, em público, nega ser bandido. E se um bandido poderoso decide matar algum antigo aliado no crime ele, em primeiro lugar, para evitar suspeitas e pegar o novo inimigo de surpresa, vai se desdobrar em gentilezas para com a futura vítima.

Não é segredo para ninguém em Brasília que Bolsonaro foi avisado sobre (ou ele mesmo orientou) a investida da Polícia Federal contra o presidente do seu partido, PSL. Investida que aconteceu no dia 15/10.

Isolado, Bolsonaro pode tentar golpe

Charge: Luc Descheemaeker
Por Rodrigo Vianna, em seu blog:

O que nós, seres normais (e talvez ingênuos) enxergamos como “caos” no governo e implosão do PSL, para o bolsonarismo é combustível de golpe.

Bolsonaro vai tentar sair dessa como a freira no bordel:

“Só tem safado na política; não se pode confiar em ninguém”.

Foi ele, Bolsonaro, quem vazou o #vouimplodiropresidente, dito pelo tresloucado Delegado Waldir…

Bolsonaro vai jogar pro povo dele. A lógica dele sempre foi a de “um governo sitiado”, contra “tudo que está aí”. O caos no PSL favorece esse discurso.

Disputa no PSL vai parar na Justiça

Por Fernando Brito, em seu blog:

O grupo de deputados do PSL ligados ao presidente Jair Bolsonaro está preparando um recurso judicial para anular a convenção de hoje, na qual Luciano Bivar reforçou o seu controle sobre o partido e prepara o afastamento dos filhos do capitão do controle das suas seções paulista e fluminense.

O argumento é que não houve a convocação pessoal dos convencionais, prevista no parágrafo 5° do artigo 31 da Lei Orgânica dos Partidos Políticos.

Olavo de Carvalho deve ser levado a sério

Por Valério Arcary, no jornal Brasil de Fato:

Na hora mais escura da noite, mais intenso será o brilho das estrelas no céu - sabedoria popular persa

A hora mais escura do dia é a que vem antes do sol nascer - sabedoria popular árabe


A convocação de Olavo de Carvalho a Bolsonaro para assumir plenos poderes, se apoiando nas Forças Armadas e na mobilização de sua base social, depois ecoada nas redes bolsonaristas como um chamado a um novo AI-5, não deve ser subestimada. Trata-se de um escândalo.

Revela que o bolsonarismo tem como estratégia a subversão do regime político. Um governo de extrema-direita com projeto bonapartista é contraditório com um regime político eleitoral. Não é, necessariamente, incompatível, mas é antagônico.

A derrota do neoliberalismo na Bolívia

Por Leonardo Wexell Severo, de El Alto, Bolívia, para o ComunicaSul:

“A vitória do povo boliviano nas eleições do próximo domingo será a derrota do imperialismo e dos vende-pátria, será a derrota do neoliberalismo, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, da sua cartilha de privatizações. Será a vitória dos que se unem, organizam e mobilizam contra a submissão ao estrangeiro, contra a pobreza e a desigualdade”, afirmou o presidente Evo Morales, no discurso de encerramento do multitudinário comício de encerramento realizado na noite de quarta-feira (16) na cidade de El Alto, vizinha à capital, La Paz.

Tem PEC de dar com o pau

Por João Guilherme Vargas Netto

Não me entendam mal, eu não disse que era para dar um pau em uma PEC qualquer, mas sim que existem PECs em demasia, no dito popular.

Tomemos um exemplo recente e façamos as contas. Em menos de uma semana a PEC 161 do deputado Marcelo Ramos ao ser reapresentada passou a ter o número 171. Portanto, entre uma apresentação e outra houve nove PECs. Como são numeradas sequencialmente durante o ano vê-se que o ritmo de apresentações tornou-se frenético e nesta toada pode-se chegar a mais de 250 em 2019.

Janot e Moro abraçados como náufragos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num abraço de náufragos, Moro e Janot aguardam decisão do STF

Enquanto aguardam decisão sobre trânsito em julgado no Supremo, Moro enfrenta os diálogos comprometedores divulgados pelo Intercept e Janot encara juizes que rejeitaram denúncias contra Lula, Dilma e Temer

Quando faltam poucos dias para o plenário do STF iniciar um debate necessário sobre a presunção da inocência e o transito em julgado, o país assiste a cenas típicas de um sistema de Justiça que deixou de obedecer aos fundamentos da Constituição.

Nos últimos dias, o ex-PGR Rodrigo Janot, que autorizou Deltan Dallagnol a criar a força tarefa da Lava Jato e por quatros anos foi responsável por investigar autoridades com prerrogativa de foro, encontra-se em situação de calamidade pública.

Sobre as revelações do jornal El País

Por Dilma Rousseff, em seu site:

As novas revelações da Vaza Jato que vieram a público nesta sexta-feira, 18 de outubro, por intermédio do El País Brasil, em parceria com The Intercept Brasil, confirmam o caráter político e persecutório dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato no suposto combate à corrupção.

A alegada “falta de interesse público”, que levou os integrantes da República de Curitiba a descartarem por conveniência política a colaboração de um delator, reforça a trama e desmascara o conluio de procuradores para interferir no cenário político nacional, corroborando o Golpe de Estado que me tirou da Presidência da República há três anos.

O extremismo avança sobre a democracia

Por Cida de Oliveira, na Rede Brasil Atual:

O triunfo da extrema-direita no Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) e centenas de nomes antidemocráticos aos governos estaduais e nos legislativos é a vitória do extremismo religioso, sobretudo evangélico, alimentado pelo conservadorismo do brasileiro. Pautada por uma agenda de ataques aos direitos da mulher, da população negra, indígena, quilombola e a toda a diversidade sexual, supostamente em defesa da família e dos fundamentos da fé, da moral e dos bons costumes, essa combinação nefasta segue dando as cartas nos espaços de poder, nas políticas, ações, projetos e nos discursos. E tem como objetivo se fortalecer, se ampliar e se perpetuar como instrumento político e de controle social e econômico.

A eleição mais árdua de Evo Morales

Por Pablo Stefanoni, no site Outras Palavras:

Nos primórdios da campanha eleitoral argentina, rumo às eleições do dia 27 de outubro, um programa de televisão dedicou uma de suas transmissões para responder uma pergunta: A Argentina poderia mirar-se na Bolívia em busca de inspiração econômica? A questão, ainda que um pouco exagerada, não deixa de ser sugestiva, especialmente ao observar que Evo Morales faz parte do mesmo clube ideológico regional que a Venezuela, pais com resultados econômicos catastróficos. Mas a verdade é que os bons indicadores macroeconômicos da Bolívia têm sido amplamente refletidos na imprensa internacional.

O extermínio do servidor público

Foto: Luiza Castro/Sul21
Por Sergio Araujo, no site Sul-21:

“De boas intenções o inferno está cheio”

O governador Eduardo Leite, um jovem político que se preparou para ser um gestor diferenciado, tem usado a transparência e o diálogo, marcas da sua curta e profícua carreira política, para justificar os sacrifícios que pretende impor aos servidores públicos estaduais. E faz isto expondo os números da crise financeira do erário para deputados, sindicatos e imprensa. “É hora de mudar”, diz o documento publicitado pelo Palácio Piratini e denominado de Reforma Estrutural do Estado. E o material não deixa dúvidas sobre o foco de interesse e forma de atuação: o equilíbrio das contas públicas mediante a redução dos gastos com a folha de pagamento dos servidores públicos estaduais ativos e inativos e o aumento das suas alíquotas previdenciárias.

O governo Bolsonaro é fascista

Por Armando Boito, no site A terra é redonda:

Como caracterizar o movimento de extrema direita que chegou ao poder no Brasil? E como caracterizar o governo Bolsonaro? Neoliberal? Neocolonial? Neofascista? Todas as anteriores?

Intelectuais e dirigentes políticos socialistas e progressistas têm afirmado que não se deve caracterizar o Governo Bolsonaro e o movimento que o apoia como fascistas ou neofascistas. Argumentam contrapondo tal movimento e tal governo a uma caracterização a nosso ver errônea do fascismo original. Ao contrário do que pensam aqueles que recusam o conceito de fascismo ou de neofascismo para caracterizar o bolsonarismo, não é correto caracterizar o fascismo pela fração burguesa que deteve a hegemonia política no fascismo original – a grande burguesia monopolista italiana e alemã – e tampouco é correto caracterizá-lo fazendo referências genéricas ao nacionalismo, ao militarismo e às práticas imperialistas característicos da política dos Estados fascistas originais.