domingo, 12 de setembro de 2021

Bolsonaro desperdiça R$ 240 mi em remédios

Por Altamiro Borges


Na semana passada, a Folha de S.Paulo revelou que o governo federal deixou expirar o prazo de validade de um estoque de remédios avaliado em R$ 240 milhões. Marcelo Queiroga, já batizado de "Quedroga", o quarto ministro da Saúde do "capetão" Bolsonaro, será responsabilizado por mais este crime contra a vida dos brasileiros e contra os cofres públicos?

De acordo com o jornal, "com a quantia desperdiçada seria possível comprar 4,5 milhões de doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19. Perderam-se 820 mil canetas de insulina e 12 milhões de doses de vacina contra gripe, hepatite B e varicela, por exemplo. Os demais remédios aliviariam pacientes com hepatite C, câncer, Parkinson, Alzheimer, tuberculose, doenças raras, esquizofrenia, artrite reumatoide e problemas renais".

Ameaças autoritárias

Por Alexandre Aragão de Albuquerque, no site A terra é redonda:

No clássico As veias abertas da América Latina, o escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015) faz uma análise crítica do processo de conquista e exploração do nosso continente perpassando cinco séculos de nossa história. Desde a chegada dos machos brancos cristãos em nossas terras, tudo se transformou em capital europeu e, mais tarde, estadunidense, permitindo às nações do hemisfério norte um acúmulo permanente de nossas riquezas em suas mãos. O modo de produção e a estrutura de classes de cada lugar têm sido determinados, sucessivamente, pelo poder exógeno, visando à nossa incorporação dependente à engrenagem do capitalismo global.

Instituições mereciam destino melhor

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:


De onde menos se espera é que não sai nada mesmo. A reação dos presidentes da Câmara e do Senado, do Supremo Tribunal Federal e do Procurador Geral da União se resumiu a uma sequência de vexames. As chamadas instituições, por meio de seus representantes, depois de enxovalhadas grosseiramente por Bolsonaro, numa fila de crimes vomitados no 7 de setembro, não reagiram à altura. É preciso ser muito ingênuo para alimentar expectativas com Lira, Pacheco, Fux e Aras.

Bolsonaro foi humilhado por Moraes

Por Moisés Mendes, no site Brasil-247:


Depois de ouvir o pedido de trégua de Bolsonaro, Alexandre de Moraes não precisa perder tempo pensando no que deve fazer.

Não há encruzilhadas. Só há um rumo bem iluminado diante do ministro: seguir em frente.

Moraes não precisa mais provar a ninguém que não teme Bolsonaro e a estrutura militar e miliciana que o sustenta.

Mas não pode oferecer dúvidas aos que possam acreditar que andará para os lados ou que reduzirá o ímpeto do inquérito das fake news e dos atos pró-golpe.

Moraes não deve se preocupar em fortalecer a certeza de que continuará agindo para esclarecer o envolvimento dos filhos de Bolsonaro e dos cúmplices deles na produção de notícias falsas e de difamações e na organização de manifestações pró-ditadura.

O país onde a realidade não importa

Por Fernando Brito, em seu blog:


Fala-se, com razão, todo o tempo sobre a nota de Bolsonaro finge que não aconteceu o que todos viram que aconteceu no Sete de Setembro e que “o calor do momento” tem o condão de fazer evaporar as palavras ditas nos palanques.

Mas não é o presidente da República o único participante deste torneio nacional de cinismo e hipocrisia.

Longos parágrafos, nos discursos do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do Supremo Tribunal Federal, Luís Fux, foram dedicados a destacar o caráter “pacífico e democrático” das manifestações.

Todo mundo viu que centenas, milhares de faixas e cartazes pediam o fechamento do Supremo, da Câmara e do Senado, a cassação de seus integrantes e a “intervenção militar com Bolsonaro no poder”.

Brasil velho de guerra, com STF e com tudo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:


Ontem foi um jorrar de informações jornalísticas, boatos, rumores de toda ordem.

Juntando todos os elementos em uma narrativa lógica, é possível entender o que está por trás das loucuras e do recuo de Jair Bolsonaro.

Peça 1 – Bolsonaro perde os caninos

A peça central dessa ópera bufa são as investigações das fake news, conduzidas pelo Ministro Alexandre de Moraes. Elas continuaram avançando, aparentemente chegaram ao destino final – os financiadores – e colocaram na alça de mira o filho Carlos Bolsonaro e o próprio Jair.

É esse fato que gerou todos os desequilíbrios de Bolsonaro e induziu-o aos desafios à democracia, nos eventos de 7 de Setembro, e à sua tentativa de antecipar o golpe de Estado marcado para 2022.

O dia depois da farsa

Por Roberto Amaral, em seu site:


O 7 de setembro de Jair Bolsonaro vai para a história como o 18 Brumário que não deu certo. A farsa grotesca, pré-anunciada pelo desfile das relíquias da marinha no último 30 de agosto, afastou o temido trago da tragédia prometida, mas não deve ser vista como ameaça de todo debelada: continuará conosco por um ainda largo tempo, pois durará enquanto não for alterada a presente correlação de forças e removido o atual polo hegemônico, em cujo diretório têm assento os fardados, os herdeiros da casa grande, os procuradores do grande capital e os delegados do império do norte: o 1% de brancos ricos e milionários que nos governa, sem alternância desde a remota origem colonial.

Lula é o pano de fundo da “operação Jucá”

Por Jeferson Miola, em seu blog:


1.

É razoável aventar-se a possibilidade de Lula ter sido o fator gerador da “operação Jucá” deflagrada pelas classes dominantes e seu bando armado para blindar Bolsonaro.

Lula funciona como uma assombração para os poderosos. Ele é a principal ameaça à continuidade do empreendimento de saqueio do Brasil inaugurado com o golpe contra Dilma.

O establishment, incapaz de vencer Lula dentro das regras da democracia, não abdica nem mesmo da pior das vilanias, que é a destruição da própria democracia, para impedir o retorno dele à presidência da República.

Como anda a indicação de Mendonça ao STF

Por Naian Lopes, no Diário do Centro do Mundo:


Depois que Bolsonaro ameaçou colocar fogo na república no 7 de setembro e voltou atrás ninguém falou nada.

Mas o fato é que ainda não se sabe o que vai acontecer com a indicação de André Mendonça para o STF. Por culpa do próprio presidente, o nome vem encontrando resistência em vários segmentos, inclusive no Supremo e no Senado.

O DCM conversou com atores políticos ontem (10) e questionou em que pé está a indicação de André Mendonça.

A resposta foi unânime: “do mesmo jeito, parada”.

Bolsonaro frustra sua base. ‘O mito murchou’

Charge: https://www.instagram.com/jorgeomau/
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

A “Declaração à Nação” de Jair Bolsonaro, divulgada nesta quinta-feira (9), virtualmente pedindo desculpas – inclusive ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal – pelo seu comportamento no dia 7 de setembro é considerada por analistas e parlamentares uma capitulação.

“O mito murchou”, diz o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG). Para ele, o recuo inesperado contido na carta de Bolsonaro causa sensação de frustração e decepção nas hostes bolsonaristas. “Eles queriam um deus. Fizeram até uma estátua de madeira para ele, e o deus deles arregou.”

Na opinião de Delgado, Bolsonaro “ficou empolgado” com os gastos de dinheiro dos empresários amigos da soja e de igrejas. “Falou besteira, e o maior prejudicado de tudo o que aconteceu nos dias 7, 8 e 9 foi ele mesmo. Tanto que reconhece, ao murchar”, diz o deputado.

Os tutores da República vestem verde-oliva

Por Leneide Duarte-Plon, no site Carta Maior:


"O Exército vai deixar Lula voltar ao poder?" (Libération, 7 de setembro de 2021)

"Cúpula militar garante posse se PT ganhar" (Relatório Reservado, 30 de outubro a 5 de novembro de 1989)

"Leônidas com Collor, faz tudo contra Lula" (Relatório Reservado, 20 a 26 de novembro de 1989)

"Sarney temia forte reação militar à vitória de Lula" (Relatório Reservado, 1 a 7 de janeiro de 1990).

Entre o título do jornal de esquerda francês, "Libération", e os outros três do "Relatório Reservado" - uma newsletter brasileira de negócios, finanças e política – se passaram mais de 30 anos.

Mas a especulação sobre a possível interferência militar nas eleições presidenciais brasileiras permanecem. E revela um país tutelado desde o golpe de Estado militar que proclamou a República.