segunda-feira, 10 de setembro de 2018

O 'jornalismo' não vê o salto de Haddad

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Jair Bolsonaro passou de 22 a 24% no Datafolha. Estatisticamente, como já se disse, nada diante da megaexposição depois da facada recebida em rede nacional de TV.

Ciro Gomes, de 10 para 13%, um resultado por certo expressivo, que muito tem a ver com a guinada de seu discurso para a defesa de Lula.

Mas Fernando Haddad dá um salto espetacular, passando de meros 4% para 9% e empatando estatisticamente com o “bolo” formado em segundo lugar pelo próprio Ciro, Marina Silva e Geraldo Alckmin.

Bolsonaro é candidato do setor financeiro

Por Joana Rozowykwiat, no site Vermelho:

“Bolsonaro é uma contradição”, diz a economista Leda Paulani. O motivo está no fato de o candidato do PSL ser alguém de origem militar, mas que abriu mão de pautas em defesa da soberania e do desenvolvimento nacional para agradar o mercado. Ao aproximar-se do guru Paulo Guedes, ele abraça o liberalismo econômico, mas ignora valores liberais, como respeito à individualidade e às crenças. “Juntou o pior dos dois mundos”, resume. Uma combinação que o financismo não rejeita, ao contrário.

“Eu não tenho nenhuma dúvida de que agora todo o setor financeiro vai cair de boca no Bolsonaro”, aposta Leda, que é professora da USP.

Toga e farda irmanadas na escalada fascista

ONU acusa Brasil de ‘má-fé’ contra Lula

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Pela segunda vez o Comitê de Direitos Humanos da ONU exorta o Brasil a respeitar o Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos e acusa o país de violar os direitos humanos de Lula, a quem chama de vítima, e de violar a Convenção de Viena sobre Tratados internacionais. A ONU reafirma, em nota, que o Brasil tem obrigação de cumprir o tratado que assinou.

Veto militar a Lula é um risco para o país

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao colocar as Forças Armadas no papel de guarda armada da Operação Lava Jato, o general Villas Boas compromete a função da instituição num regime democrático e prepara uma armadilha para o futuro dos militares brasileiros.

O veto a Lula representa um retorno ao projeto tacanho e autoritário de várias gerações de comandantes militares que tiveram um triste papel em nossa história política. Tentaram impedir a candidatura de Juscelino em 1955 e a posse de Jango em 1961, quando colocaram o país às portas de uma guerra civil. Organizaram o golpe de 64, pressionaram pelo AI-5 em dezembro de 1968 e, como se não fosse suficiente, em 1969 assumiram o governo num golpe dentro do golpe, entrando para o anedotário com o apelido divertido e corajoso de Três Patetas, criado por Ulysses Guimarães, primeira liderança civil da redemocratização.

Vamos conversar sobre fascismo e ódio?

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Todos, independentemente da opinião que têm sobre este ou aquele político ou partido, precisam parar, respirar fundo e recompor suas posturas e comportamentos, sem precisar abrir mão de suas opiniões, antes que seja tarde demais para o convívio entre diferentes. Ter uma visão crítica sobre os acontecimentos - mesmo sobre aqueles que vão ao encontro das suas opiniões - é fundamental neste momento.

Ao longo desse conturbado processo político que o Brasil vive, pelo menos desde 2013, um fenômeno perigoso tem sido o protagonista: o discurso de ódio. Ele emergiu das profundezas para se tornar o principal ingrediente da acirrada disputa entre dois projetos antagônicos de país, de sociedade.

Globonews e a miséria do jornalismo

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A entrevista de Fernando Haddad à bancada da Globonews é reveladora de um dos vícios mais entranhados no jornalismo brasileiro: a incapacidade dos entrevistadores de analisar realidades complexas.

Eles fazem um tipo de pergunta padrão e esperam uma resposta padrão para a qual já tem engatilhada uma tréplica padrão. Quando o entrevistado sofistica um pouco a análise e inclui outros elementos na resposta, provoca um curto-circuito nas cabeças dos entrevistadores. E eles não sossegam enquanto não receber a resposta padrão, para poderem rebater com a tréplica padrão.

O esgotamento da Nova República

Por Gustavo Zullo e Jaime León, no site Brasil Debate:

Entendemos que a crise que atravessa o país vá para muito além de uma “mera” crise política ou de uma crise econômica iniciada a partir da atuação de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. Apresentamos brevemente a hipótese de que a crise atual expressa um estágio avançado do esgotamento da Nova República, período histórico de conciliação de classes que se assentou sobre uma base econômica já em declínio - o que, economicamente, deve ser compreendido desde duas perspectivas.

O desafio de pacificar o país

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Nos dias que precederam o impeachment da ex-presidente Dilma, justificando a medida que lhe presentearia com o governo, a pretexto de punir corriqueiras pedaladas fiscais, o presidente Temer fez pregação correta que não teria capacidade de cumprir. “Alguém precisar ser capaz de pacificar e reunificar o país”.

Se ela não foi, ele, muito menos. Mas já não importa, porque será de todos, e sobretudo do futuro presidente, o desafio de pacificar um pais que, tal como indicado pelo atentado contra o candidato Bolsonaro, segue marchando para a radicalização e a cisão, vizinhas da barbárie.

Bolsonaro e o antagonismo político

Por Pedro Estevam Serrano, na revista CartaCapital:

O lamentável ataque ao deputado e candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) nos impele a uma imprescindível reflexão sobre a fragilidade do momento político e social que atravessamos.

Chantal Mouffe, uma das mais importantes teóricas da política contemporânea, observa muito precisamente que, diferentemente do que gostaríamos, a política não é mero debate racional de ideias pelo qual se chega ou se pretende chegar a um consenso. A ação política é também orientada por afetos, paixões e sentidos de diversas naturezas, ou seja, é muito mais ambiente afetivo do que de consenso racional e, justamente por isso, é feita de disputas.

Bolsonaro, Amoêdo e Alckmin são perigo

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“Temos que fugir como o diabo da cruz não apenas do Bolsonaro, mas também do Amoêdo e do Alckmin. Essa gente é um perigo muito grande para o Brasil. Eles vão nos condenar ao subdesenvolvimento de longo prazo”.

A advertência é de Luiz Carlos Bresser-Pereira em entrevista ao Tutaméia [confira os detalhes no vídeo]. Para ele, existem hoje “dois candidatos muito bons: Lula/Haddad e Ciro”. Ambos, diz, adotam em seus programas propostas do novo desenvolvimentismo e “têm condições de governar o Brasil”.