terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Universidades federais contra o 'Future-se'

O pior presidente eleito do mundo

Como funciona o fascismo no Brasil

Bolsonaro, o pirralho que fala fino com Trump

Greta se chama de “pirralha”, mas pirralho é o presidente do Brasil
Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

Fabio Porchat é autor de uma das melhores frases do ano.

“Bolsonaro não governa, ele se vinga”, disse o humorista do Porta dos Fundos.

A gestão bolsonarista se destaca por esse tipo de comportamento destrutivo com relação a velhos ressentimentos.

Chamado de racista a vida toda, ele escala um ativista negro que odeia o movimento negro para a Fundação Palmares.

O sujeito oculto das candidaturas avulsas

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Enquanto o ministro Luiz Roberto Barroso organiza audiências públicas sobre a possibilidade de candidaturas avulsas disputarem cargos eletivos, o sujeito oculto dessa discussão, Jair Bolsonaro, permanece em silêncio do outro lado da Praça dos Três Poderes.

Vivemos num país onde a "filiação partidária" é "condição de elegibilidade"( artigo 14, parágrafo 3o da Constituição).

Isso quer dizer que, salvo uma mudança na própria Constituição, com base no ritual necessário para alterações na carta de 1988, as candidaturas avulsas estão proibidas -- um fato tão evidente que, embora este debate seja assunto recorrente nos jornais e mesmo tribunais, até agora a discussão jamais avançou.

Mudança silenciosa na política econômica

Por Paulo Nogueira Batista Jr., na revista CartaCapital:

Desde a grande recessão de 2015-2016, a economia brasileira tem patinado lamentavelmente. De 2017 a 2019, o crescimento ficou sempre abaixo do projetado pelos economistas. E o PIB per capita permaneceu estagnado.

Comprovou-se uma vez mais a nossa incapacidade de antecipar o futuro. Apesar disso, não há quem não nos pergunte: 2020 será diferente?

Arrisco responder na afirmativa. Se não houver choques de grande magnitude – por exemplo, uma crise financeira internacional ou, ainda, uma crise política no Brasil que desorganize tudo –, parece perfeitamente possível, até provável, que a economia nacional consiga finalmente sair da casa de 1% para algo como 2% a 2,5% de crescimento, talvez um pouco mais.

Para a elite, nem toda pessoa é gente

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Quando se fala em apartheid social, fica muito claro que o Brasil é um país dividido entre quem merece viver e quem apenas atrapalha o projeto dos donos da vida. Tem gente que importa e gente que é descartável. O massacre em Paraisópolis é mais um exemplo dessa constatação. Nove jovens foram mortos de forma criminosa pelo fato de frequentarem uma festa numa região pobre. Não faltou quem acusasse a festa, a música e até os pais dos jovens assassinados por permitirem que cometessem o desatino de serem jovens cheios de vida.

Extrema-direita e elite empresarial se unem

Por José Dirceu, no site Metrópoles:

Vivemos um novo ciclo político, podemos mesmo afirmar um novo período histórico: a coalizão de centro-direita, a Aliança Democrática – que elegeu Tancredo, governou o país, sobreviveu a Collor, reorganizada depois sob a hegemonia do PSDB nas vitórias e nos governos FHC –, não existe mais.

Ela foi derrotada quatro vezes pelo PT, apoiado e aliado aos partidos de esquerda, no sentido amplo, e na eleição e na reeleição de Dilma ao PMDB, força política hegemônica no governo Sarney e parceira também de FHC.

Essa coalizão de centro-direita não existe mais, foi substituída pela aliança entre Bolsonaro, representando a extrema-direita, Moro e a Lava Jato, Guedes e o capital financeiro bancário, sob tutela e vigilância dos militares. Não vê quem não quer.

Bolsonaro e a contagem regressiva

Por Marcos Nobre, no site da Fundação Maurício Grabois:

Jair Bolsonaro sempre teve clareza de que chegou ao poder por uma confluência única de circunstâncias, uma janela no tempo difícil de se repetir. Desde que se elegeu, tem apenas duas preocupações: evitar o impeachment e se reeleger. A tática para atingir suas metas é a mesma: manter o sólido apoio de uma parcela do eleitorado que não é maioria, mas que é grande o suficiente tanto para resistir a um impeachment como para chegar ao segundo turno em 2022.

Necropolítica: Matar e deixar que se matem

Por Evandro Cruz Silva, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O sociólogo Mitchell Duneier conta em seu livro “Ghetto: the invention of place, the history a idea” a história de como a palavra “ghetto” chegou ao vocabulário dos negros pobres dos Estados Unidos da América. O termo foi apreendido pelos soldados norte-americanos durante a ocupação da Alemanha nazista ao fim da Segunda Guerra Mundial. Os praças, com uma parcela relevante de negros, observaram as condições de vida dos judeus nas áreas de confinamento e as identificaram com os bairros pobres de suas origens na América. As áreas de concentração de judeus na Alemanha nazista eram chamadas de “Jhetos”, palavra balcânica-judia equivalente “bairro”. Diante da busca por pureza da raça ariana através do isolamento e extermínio judeu, os negros norte-americanos viram grandes semelhanças com o isolamento e extermínio de seus semelhantes nas periferias da América.

A deriva medieval da Internet

Por Max Read, no site Outras Palavras:

No final de agosto, um barco de velas pretas apareceu no porto, carregando uma visionária de 16 anos, uma garota que navegara do norte distante através de um grande oceano. Uma multidão de moradores e viajantes, encantados por suas profecias, reuniu-se para lhe dar boas vindas. Ela viera para falar às nações da Terra, para advertir-nos de nossas vaidades e da catástrofe que se aproxima. “Havia quatro gerações saudando-a e dizendo, em cânticos, que a amavam”, observou o escritor Dean Kissick. “Quando ela pisou em terra, pareceu algo messiânico”.

Ajuste fiscal acima de tudo

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

O slogan de campanha do presidente da República refletiria melhor a prática governamental se tivesse substituído o “Brasil” pelo “ajuste fiscal” e “Deus” pelo “mercado”, considerando as medidas que propôs ao Congresso recentemente, que incluem: 1) o plano “Mais Brasil”, com três Propostas de Emendas à Constituição (PEC); 2) a nova reforma trabalhista, apelidada de plano “verde e amarelo”; e 3) o projeto de lei que desobriga as empresas de contratar pessoas com deficiência.

Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo

Da Rede Brasil Atual:

O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) de 2019, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostra que a desigualdade no Brasil está piorando a cada ano. Ainda sem avaliar o impacto das medidas do governo Bolsonaro, o estudo coloca o país como o 7º mais desigual do mundo, atrás apenas de algumas nações africanas. O documento, intitulado Além da renda, além das médias, além do hoje: desigualdades no desenvolvimento humano no século XXI, está disponível no site da ONU Brasil. Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, a situação já deve ser pior.