sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Os casos Moro e Dreyfus

A escalada de Bolsonaro contra a democracia

Por Jandira Feghali

“Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós.” O ano era 1989, e a Imperatriz Leopoldinense empolgava o povo pedindo liberdade e igualdade. Estávamos em festa com a democracia! Esfuziantes com as conquistas cidadãs, com a definição do papel do Estado, tudo impresso na Carta Magna. Tínhamos vivido a redemocratização quatro anos antes, e a Constituição engatinhava no seu primeiro ano de existência.

Os ventos mudaram. O autoritarismo constante do atual presidente, Jair Bolsonaro, é um balão de ensaio para a mudança do regime e a morte desta jovem democracia, outrora festejada. É o filho que cospe o AI-5 e zomba do STF. É o ministro da Economia que naturaliza o fechamento do Parlamento, o cerceamento de direitos e a agressão à imprensa.

Bolsonaro vai virar "Rainha do Planalto"

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Bolsonaro não governa, ele se vinga” (Fabio Porchat, no Porta dos Fundos).

Como aconteceu em 1969, durante o impedimento do marechal Costa e Silva, o Brasil vem sendo governado desde janeiro por uma junta.

Sim, só que desta vez é uma junta formada por civis.

Em lugar dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, o triunvirato que governa o Brasil de fato é integrado pelo banqueiro Paulo Guedes, que cuida da Economia, o xerife Sergio Moro, responsável pela Segurança Pública, e o aloprado astrólogo Olavo de Carvalho, que lá do seu exílio nos Estados Unidos manda na Educação e Cultura, nas Relações Exteriores, e no resto.

Se for verdade, enfim uma boa notícia!

Por Eric Nepomuceno

Neste fim de um ano especialmente nefasto, que termina pior, muito pior do que começou (e começou mal), finalmente surge uma notícia que, se for confirmada, será bem-vinda: tudo indica que uma das mais aberrantes aberrações do governo mais abjeto da história da República será devidamente catapultada da poltrona onde nunca deveria ter assentado o traseiro.

Estou me referindo a Abraham Weintraub, o ministro de Educação – Educação! – que comete erros de concordância quando fala e de ortografia quando escreve.

Não é o único, verdade seja dita, nem o mais perigoso.

O que os militares não falam, mas pensam

Por Antonio Barbosa Filho

Em plena ditadura (a anterior) o brigadeiro comandante do Centro Tecnológico Aeroespacial, em São José dos Campos, dizia-me numa daqueles lautos almoços, regados a scotch 18 anos e vinhos franceses, com caviar de abertura: "Veja, a FAB tem 168 brigadeiros, e o Exército tem 300 generais!. Na hora da guerra, somos nós que vamos atacar, não será a infantaria!". E mais: "Agora a Marinha que só tem o porta-aviões Minas Gerais, sucata da II Guerra, não permite que nossos caças pousem nele".

Presentes para o presidente Bolsonaro

Mulheres no Chile: "A canção da rebeldia"

Conservadores vencem no Reino Unido

Charge: Olivier Ploux
Por Luana Forlini, no site da Fundação Perseu Abramo:

Na quinta-feira, dia 12 de dezembro, ocorreram eleições gerais no Reino Unido para formar um novo Parlamento. O Partido Conservador, do atual primeiro-ministro Boris Johnson, foi o vencedor tendo conquistado pelo menos 364 cadeiras das 650 que estavam em disputa, o que o coloca com uma ampla maioria para governar sem precisar de alianças. O Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, ficou em segundo lugar com cerca de duzentas cadeiras.

Aumento do preço da carne e o livre mercado

Por Juliane Furno, no jornal Brasil de Fato:

O aumento do preço da carne tem sido um tema recorrente nos noticiários brasileiros. Não somente a carne bovina, mas a sua substituição por outras fontes de proteína – frango, porco e até o ovo – também aumentaram de preço.

Isso ocorre porque o preço dessas mercadorias funciona nas leis econômicas das sociedades de mercado, a tão falada lei da “oferta e da procura”. Assim, o preço da carne vermelha inviabiliza sua compra e, ao recorrem às carnes mais baratas, eleva-se a demanda por esses produtos, o que os torna mais caro.

O desmonte da política ambiental

Os governos estão presos pela polícia

Por Fernando Brito, em seu blog:

Longa reportagem no El País conta como a mera atitude de afastar do serviço de rua os policiais que atuaram na noite fatídica onde nove adolescentes morreram pisoteados na comunidade de Paraisópolis provocou reações hostis dentro do extremismo de direita, capitaneadas pelo próprio filho do Presidente, Eduardo Bolsonaro, que exigiu que se culpem “os bandidos” e “a população, que não coopera com as autoridades” pela tragédia.

Já havia dito aqui, desde o primeiro post que fiz sobre a tragédia que o caso tinha cheiro de uma ação de vingança de grupos policiais, mais de que alguma ordem destrambelhada de João Dória.

Mundinho exclusivo do mercado de luxo

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Carta Maior:

O vício de desejos materiais resulta em um estado de insatisfação contínua em lugar de uma boa vida. Quem continuamente almeja mais riqueza e status, comparando-se com outros (e “quem compara sempre perde”), tem sintomas de comportamento viciado: esse estado psicológico não melhora com maior capacidade de gastar e exibir.

Para a Economia da Felicidade, são necessárias políticas públicas para diminuir os índices de divórcio, desemprego, saúde física e mental. Eles dão mais pistas sobre o bem-estar social em lugar do PIB. Descobriu uma separação conjugal ter efeito tão negativo sobre o bem-estar quanto a perda de 2/3 de seus rendimentos. Quando eu disse isso, um aluno me retrucou: – O que é isso, professor?! É perda total!

SUS: terra de ninguém

Por Paulo Capel Narvai, no site A terra é redonda:

O dinheiro do SUS está sendo “disputado a bala” em muitos municípios. Não se trata de metáfora. Os recursos do orçamento da União destinados ao financiamento das ações de saúde pública são transferidos do Fundo Nacional de Saúde para os fundos correspondentes nos Estados e Municípios. Segundo regras definidas em leis e normas infralegais, esses recursos, somados às transferências estaduais e aos recursos próprios, devem ser aplicados no pagamento de salários, investimentos e demais despesas com materiais, medicamentos e equipamentos das unidades da rede de saúde. Na maioria dos municípios, é isto o que ocorre, mas em vários têm sido constatados graves desvios de finalidade.

Para excluir o PT, falta combinar com o povo

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Da mesma forma que o hegemonismo de alguns setores do PT, o maior partido da esquerda brasileira, não contribui para a formação das frentes políticas essenciais para o enfrentamento do fascismo, penso que também estão fadadas ao fracasso eventuais costuras progressistas que visam excluir o partido ou relegá-lo a uma condição incompatível com sua importância.

Digo isso porque vez por outra deparo nas redes sociais com manifestações, em sua maioria de ciristas assumidos ou escamoteados, mas também de simpatizantes e militantes de outros partidos do campo democrático-popular, menosprezando o papel do PT na conjuntura política atual.