quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Na "justiça" da Lava-Jato não há surpresas

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“Após ouvir relator e revisor, anulei qualquer dúvida sobre o caso”.

Quando o terceiro desembargador da 8ª Turma do TRF-4, Vitor Laus, começou a dar o seu voto, o placar já estava definido: 3 a 0 pela condenação de Lula em segunda instância.

A Bolsa subiu, o dólar caiu e, às quatro da tarde desta quarta-feira, os militantes que foram a Porto Alegre para apoiar o ex-presidente começaram a levantar acampamento.

Na avenida Paulista, os manifestantes contra Lula começaram a gritar, buzinar e soltar rojões.

Luta agora é fora da institucionalidade

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Com a desmoralização completa do poder Judiciário, inteiramente degradado depois de assumir de vez a condição de correia de transmissão dos interesses da elite mais retrógrada e antipovo do planeta, resta à esquerda a radicalização.

Não existe democracia com um Judiciário capaz de condenar sem provas e sem crime a maior liderança popular do país. Não é possível seguir respeitando as regras do jogo de uma democracia que já virou pó.

Há juízes no Brasil, o que falta é justiça

Por Joan Edesson de Oliveira, no site Vermelho:

“Ainda há juízes em Berlim!”

A frase é retirada do conto de François Andrieux, “O moleiro de Sans-Souci”, e narra um diálogo entre Frederico II, da Prússia, e um moleiro seu vizinho. Pressionado pelo imperador, que quer ampliar o seu castelo, e negando-se a vender-lhe a propriedade, o moleiro é ameaçado por Frederico, que afirma que pode tomar-lhe as terras, se a recusa em vendê-las persistisse. O moleiro não acredita que isso seja possível, retrucando:

- Tomar-me o moinho? Só se não houvesse juízes em Berlim.

MST rechaça "julgamento" e prega greve geral

Do site do MST:

Nos últimos anos, a sociedade brasileira tem tido seus direitos fundamentais atacados sistematicamente pelos poderes legislativos e por aquele que deveria zelar pela Constituição e os direitos: o Judiciário. A condenação sem crimes e sem provas se tornou o parâmetro para afastar a presidenta eleita Dilma Rousseff e, agora, para condenar o Presidente Lula. Em ambos os casos, o objetivo foi o de impedir que o verdadeiro poder estabelecido no artigo 1º da Constituição Federal seja exercido: Todo poder emana do Povo.

A elite cansou da democracia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A história, se não é sempre a mesma, é bem semelhante.

O Brasil vive ciclos: sai das ditaduras, com o apoio da classe média, e experimenta a democracia mas quando esta começa a se aprofundar, um pouquinho que seja, no sentido de trazer as massas populares para a cena política, ela – a começar pelas elites que a balizam – “cansa da brincadeira”.

O povo é, para ela, um amor fugaz.

Quem delatou o Lula se deu muito bem

Vamos lutar por Lula e pela democracia

Por Dilma Rousseff, em seu site:

Mesmo quando nos golpeiam, como hoje, vamos lutar ainda mais.

A consciência da razão jurídica e a convicção da razão histórica são motivos fortes para que a luta continue. Vamos lutar em todas as instâncias do Judiciário pelo direito do ex-presidente Lula ser candidato. Mas vamos lutar por Lula e pela democracia em todos os recantos, nas ruas, na cidades e no campo do nosso Brasil.

PCdoB: Condenação de Lula é novo golpe

Por Luciana Santos e Manuela D´Ávila

A condenação do ex-presidente Lula em segunda instância pelo TRF-4 nesta quarta-feira (24) é um arbítrio, o ponto culminante de um verdadeiro processo de exceção. Desde a primeira instância, o processo foi conduzido sem levar em conta o princípio básico do juiz natural; em nenhum momento foram apresentadas provas de qualquer tipo de que o tal tríplex é de propriedade ou esteve em posse do ex-presidente. Não há qualquer ato de ofício que demonstre que ele beneficiou a empresa em questão, dentre muitas outras inconsistências largamente demonstradas pela defesa.

Não à toa o processo movido contra Lula despertou a consciência jurídica nacional e internacional. Alguns dos mais renomados juristas do mundo se pronunciaram sobre o assunto, denunciando o caráter político do processo.

PSOL: Sobre a condenação de Lula

Por Juliano Medeiros

A confirmação da condenação do ex-presidente Lula é mais um capítulo dos ataques recentes à democracia brasileira.

Apesar da ausência de provas, os desembargadores do TRF-4 aumentaram a pena estabelecida pelo juiz Sérgio Moro para mais de 12 anos de prisão - enquanto figuras como Temer e Aécio, mesmo com abundantes indícios de crime, continuam livres.

O PSOL guarda importantes diferenças com Lula e terá candidatura própria nas eleições. Mas repudiamos a condenação sem provas e defendemos seu direito de concorrer.

PT: Não nos rendemos diante da injustiça

Do site do PT:

O dia 24 de janeiro de 2018 marca o início de mais uma jornada do povo brasileiro em defesa da Democracia e do direito inalienável de votar em Lula para presidente da República.

O resultado do julgamento do recurso da defesa de Lula, no TRF-4, com votos claramente combinados dos três desembargadores, configura uma farsa judicial. Confirma-se o engajamento político-partidário de setores do sistema judicial, orquestrado pela Rede Globo, com o objetivo de tirar Lula do processo eleitoral.

Continuaremos nas ruas pela democracia

Foto: Ricardo Stuckert
Da Frente Brasil Popular

Durante toda essa semana, em todo o Brasil e em várias partes do mundo, fomos centenas de milhares de pessoas mobilizadas em panfletagens, aulas públicas, vigílias, marchas, atos, paralisações de estradas e ocupações buscando dialogar e alertar a sociedade para a farsa, travestida de julgamento, que se armava em Porto Alegre e sobre o seu significado: a continuidade do golpe iniciado em 2016.

Hoje, o país acordou se perguntando sobre as provas do processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E, mesmo sem elas, os juízes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região decidiram seguir divorciados da justiça e da verdade, mantendo uma condenação injusta.

Lula é condenado. A luta vai se radicalizar

Imagem: Revista Forum
Por Altamiro Borges

A Band, da falida e deprimente famiglia Saad, chegou a antecipar o resultado do “julgamento” no Tribunal Regional Federal da 4ª Região em seis horas: 3 a 0, “Lula é condenado por unanimidade”. Não foi uma simples mancada do seu departamento de “jornalismo”. Todos já sabiam que a sessão no TRF-4 era um jogo de cartas marcadas. O golpe dos corruptos, que depôs a presidenta Dilma Rousseff e alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer, não estaria completo sem o impedimento legal do líder petista, que aparece disparado nas sondagens de intenção de votos. A decisão dos “juízes”, porém, não significa o fim nem o esmorecimento da luta pela democracia no Brasil. A tendência é que ela se radicalize nos próximos meses.