terça-feira, 10 de janeiro de 2023

O bloqueio de bens de Bolsonaro e Ibaneis

Invasão do prédio do Congresso Nacional: objetos quebrados,
cadeiras jogadas e vidros estilhaçados, além de extintores
e mangueiras contra incêndio espalhadas pelo local.
Foto: 
Jefferson Rudy/Agência Senado
Por Altamiro Borges


Diante dos atos de vandalismo em Brasília, que causaram “inúmeros prejuízos ao erário federal", o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União pediu nesta terça-feira (10) o bloqueio de bens de Jair Bolsonaro – comandante-em-chefe dos terroristas –, do governador Ibaneis Rocha e do seu ex-secretário Anderson Torres. A solicitação formal foi feita pelo subprocurador Lucas Rocha Furtado ao presidente do TCU, ministro Bruno Dantas, e aguarda resposta. Um dos objetivos da medida é ressarcir os danos ao patrimônio público.

Chega de conciliar com militares golpistas

Charge: Jota Camelo
Por Rodrigo Vianna, no site Brasil-247:

A história republicana brasileira, a começar da própria derrubada da Monarquia, é recheada de crises políticas, golpes e autogolpes - em geral, comandados pelas Forças Armadas: 1889, 1937, 1945, 1951, 1954, 1955, 1961, 1964, 1968, 2018. Mas nunca, jamais, houve um dia como o 8 de janeiro de 2023.

Ao contrário do golpismo clássico, o que vimos no movimento terrorista liderado pelo bolsonarismo contra os 3 poderes da República em Brasília foi algo inédito: a horda extremista assumiu diretamente o controle das ações. Dessa vez, não havia oficiais da Aeronáutica a intimidar Vargas (1954), nem aviões militares a ameaçar Brizola de bombardeio no Palácio do Piratini (1961), nem tampouco blindados de Juiz de Fora ou colunas do general Mourão (1964) a marchar sobre o Rio. Não. Dessa vez, não houve nem tuítes de general, como no infame impedimento de Lula em 2018.

Três respostas ao golpe fracassado

Charge: Quinho
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:


A devastação nacional promovida pelo bolsonarismo tem agora uma metáfora imagética adequada. As paredes de vidro estraçalhadas do Palácio do Planalto. A fogueira ateada no Salão Verde do Congresso. O busto de Ruy Barbosa destruído no STF. As obras de arte perfuradas a golpes de estilete – tudo é símbolo de um projeto que tentou tirar proveito da crise brasileira para convocar ressentimentos e recalques, e fazer aflorar o que o país tem de pior.

Golpe abortado

Charge: Latuff
Por Frei Betto, em seu site:


Ao destruir os palácios dos três poderes no domingo, 8 de janeiro, em Brasília, os terroristas bolsonaristas mostraram as caras e as garras. Trumpistas miméticos, reproduziram aqui em dimensões mais amplas o vandalismo ocorrido no Capitólio, em Washington, há dois anos, numa demonstração cabal de que seu lema é “ditadura sim, democracia não!”

A segurança falhou por cumplicidade do governador de Brasília, Ibaneis Rocha, e seu secretário de Segurança, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. A Polícia Militar da capital federal, responsável pela defesa do patrimônio nacional, facilitou a ação dos criminosos e só prendeu alguns vândalos após Lula decretar intervenção federal na segurança pública de Brasília.

O mundo se solidariza com Lula

"Trumpismo no Brasil". Charge: Emad Hajjaj/BBC
Por Flavio Aguiar

As notícias e as cenas do ataque contra os prédios do três poderes constitucionais por partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro estão correndo o mundo.

De todos os quadrantes e de governantes de diferentes tendências ideológicas estão chegando mensagens de solidariedade com o presidente Luis Inácio Lula da Silva e com a democracia brasileira. Editoriais e comentários na mídia mundial repudiam os atos de vandalismo.

Ao mesmo tempo questionam se não houve no mínimo negligência ou até cumplicidade por parte de autoridades responsáveis pela segurança do Distrito Federal, apontando a lentidão e ineficiência das primeiras atitudes das forças policiais.

Plataformas são o embrião do golpismo

Imagem divulgada dia 8/01/23, incentivando os golpistas
Por Renata Mielli, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O Brasil e o mundo assistiram perplexos, neste domingo, a ação terrorista na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Mas a perplexidade não deveria ser acompanhada da surpresa. O que aconteceu neste dia 08 de janeiro estava sendo gestado há meses em grupos bolsonaristas no Telegram, WhatsApp e em vídeos e lives promovidas por canais de extrema-direita no Youtube e Instagram. Todos os sinais estavam explícitos. Pior, a esmagadora maioria dos conteúdos que estavam circulando – ou melhor ainda estão – viola os termos de uso das plataformas e a própria legislação brasileira, por atentaram abertamente contra o Estado Democrático de Direito.