domingo, 11 de julho de 2021

Para 63% dos brasileiros, Bolsonaro é incapaz

Por Altamiro Borges


Para 63% dos brasileiros, Jair Bolsonaro é incapaz de liderar o país. Essa é a constatação da pesquisa Datafolha divulgada neste sábado (10). É o maior índice desde que o “cagão” assumiu a presidência, em janeiro de 2019, e montou o seu laranjal. Na sondagem anterior, de maio passado, 58% o consideravam incapacitado para o cargo.

A percepção da sua total falta de condições para liderar o Brasil se dá em todos os setores da sociedade. Ela é maior entre as mulheres (67%), os mais pobres (68%), os nordestinos (72%) e os pretos (76%). É menos negativa entre os mais velhos (41% de visão positiva), os mais ricos (40%) e entre os moradores das regiões Sul (42%) e Norte/Centro-Oeste (47%).

Até o ex-marqueteiro “caga” para Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Jair Bolsonaro está mesmo "cagado". Até seu ex-marqueteiro, Marcos Carvalho, afirma que ele "não se elege nem para síndico e terá a votação mais inexpressiva da história moderna para um candidato à reeleição na América Latina". Em entrevista à jornalista Consuelo Diegues à revista Piauí, o principal publicitário da campanha do fascista nas eleições de 2018 cita as razões desse possível fiasco:

“O presidente Jair Bolsonaro não entregou nada do que prometeu na campanha. Depois que virou presidente, está fazendo a gestão que estamos vendo, sem qualquer realização. Inaugurando caixa d’água, ponte pronta, e outras obras insignificantes. Foi incapaz de comprar uma vacina que foi oferecida a ele mil vezes, incapaz de tocar as reformas. Nem na área de segurança, que era uma de suas maiores promessas, algo foi feito”.

Desafios para as esquerdas no Brasil

Por Ronaldo T. Pagotto, no site A terra é redonda:

A conjuntura brasileira é complexa e tem exigido análises, respostas e posições em um ritmo cada vez mais acelerado. No último período dois fatores se destacam na situação nacional: a retomada dos direitos político de Lula e o retorno às ruas pela esquerda. Aos dois pontos de destaque também vale considerar um terceiro e anterior: o quadro do governo Bolsonaro em crise e crescendo os índices de desaprovação / rejeição.

Fim da tutela armada

Por Emiliano José, na revista Teoria e Debate:


No dia 5 de julho deste ano, o ex-vereador do MDB, Sérgio Santana, lembrou um dos desafios centrais da democracia brasileira, senão o mais importante um dos primeiros: a tutela militar. Antes de seguir, informar: Santana foi eleito em 1972, preso em 4 de julho de 1975, no exercício do mandato. Pertencia ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), e estava abrigado no MDB. A fala dele deu-se no decorrer de Sessão Especial da Câmara de Vereadores de Salvador, provocada pela vereadora Maria Marighella, do PT, neta do velho comunista Carlos Marighella, filha de Carlos Marighella, preso também em 1975 e, como sabido, filho do revolucionário morto em 1969 pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury.

O horizonte imprevisível de Bolsonaro

Por Igor Felippe Santos

O estouro das denúncias sobre o esquema de corrupção na compra das vacinas para o coronavírus aprofundou a crise do governo Bolsonaro. Diante disso, as forças populares convocaram uma nova manifestação para 3 de julho, em uma reunião extraordinária. A terceira manifestação da campanha "Fora Bolsonaro" teve apenas sete dias para a convocação, agitação, mobilização e organização.

A meta entre os mais realistas era manter o mesmo padrão de mobilização para, em curto espaço de tempo, incidir na conjuntura dentro das condições impostas pela crise política. A aposta era que os depoimentos de Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, e seu irmão Luis Miranda (DEM-DF), deputado federal, na CPI da Pandemia no Senado Federal elevariam a temperatura política e precipitaram uma série de acontecimentos que impulsionariam a mobilização, especialmente pelas redes sociais.

Em queda, Bolsonaro agride, mas é rebatido

Editorial do site Vermelho:


A crescente desaprovação a Bolsonaro, demonstrada em várias pesquisas, impõe mais desafios à oposição. O Datafolha, por exemplo, indica que a rejeição ao presidente, de 51%, teve um salto significativo em relação à pesquisa anterior, de 11 de maio, quando a reprovação era de 45%. Em 8 de dezembro, quando começou a curva da reprovação, o número era de 32%. São vários fatores que determinam essa tendência, mas o essencial é o descaso com os efeitos da pandemia, uma combinação de irresponsabilidade e autoritarismo.

Militares com o mesmo cacoete dos anos 1960

Por João Vicente Goulart, no site do Instituto João Goulart:

Segundo informações fidedignas da imprensa brasileira, a nota dos militares encabeçada pelo ministro da Defesa Braga Netto e endossada pelos três comandantes militares, do Exército, Marinha e Aeronáutica, foi discutida, engendrada e parida no seio orgânico do Palácio do Planalto.

O encontro ocorreu um dia antes da nota, que iria ser emitida com críticas ao senador Omar Aziz, que preside a CPI da Covid, e que bravamente a conduz com legitimidade, coragem e desprendimento, como forma de informar à nação o desrespeito com os recursos públicos.

Papel dos militares nas quadrilhas da vacina

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:


Mais importante que a prisão de Roberto Dias pela CPI da Covid foi a nota do Ministro da Defesa e comandantes das Forças Armadas, desproporcionalmente agressiva em reação ao comentário do senador Omar Aziz, de que autoridades militares devem estar envergonhadas pelo envolvimento de tantos fardados com a corrupção no Ministério da Saúde.

Aziz repudiou a intimidação mas o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não fez a defesa da soberania e da independência do Senado como tantos senadores lhe cobraram.

Ontem ele se esmerou no equilibrismo.

A nota termina dizendo que as Forças Armadas "não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro".

O Partido Militar e as eleições de 2022

Por Rodrigo Lentz e Ana Penido, no jornal Brasil de Fato:

À luz do crescimento de Lula nas pesquisas que pautam as eleições de 2022, diversas análises políticas têm abordado a permanência ou não de Bolsonaro na presidência, e seus reflexos nas diferentes estratégias de poder que classes sociais e agrupamentos políticos têm adotado.

Neste breve artigo, não exaustivo, discutiremos algumas projeções para o comportamento de um segmento social específico, hoje coordenado pelo Partido Militar.

Pressupostos:

a) O que definirá o posicionamento do Partido Militar diante das eleições são as definições políticas de duas elites em particular: o sistema bancário-financeiro e do agronegócio brasileiros. No caso do segundo, as relações com o Partido Militar são sólidas e antigas, e se manifestam, por exemplo, na política indigenista, políticas de ocupação territorial, comércio internacional de commodities, etc.

Militarização da Saúde resultou na tragédia

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Em sua inquirição ao ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) afirmou que a gestão do ex-ministro e general Eduardo Pazuello representou “verdadeira intervenção militar” na pasta.

O senador quis saber se essa “ocupação” levou algum beneficio ao serviço e se, com a militarização, o Ministério da Saúde passou a trabalhar melhor. A resposta de Dias foi que “não teve nenhuma melhora”.

O depoimento do primeiro ouvido da CPI que acabou detido, na quarta-feira (7), deixou claro, segundo senadores, que as principais decisões do ministério, inclusive em relação às vacinas, eram tomadas pelo coronel da reserva Élcio Franco, secretário-executivo do ministério na gestão Pazuello, o número 2 na hierarquia.

Bolsonaro e chefes militares apostam no caos

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Os comandantes das Forças Armadas se viram obrigados a sair das sombras.

No momento em que o governo militar é flanqueado por escabrosas denúncias de corrupção e é responsabilizado pelo morticínio e pela catástrofe econômica nacional, os militares “saem da toca” e partem para a ofensiva política. Fazem isso acirrando e incendiando o clima político.

Se a impunidade do general transgressor Eduardo Pazuello removeu o véu que recobria a imagem de falso-moralismo, falso-legalismo e falso-profissionalismo das Forças Armadas, a nota infame de ataque ao Senado [8/7] evidenciou o total desvirtuamento desta instituição de Estado, convertida em facção político-partidária de extrema-direita.

A elite e o uso perverso do falso moralismo

Por Jair de Souza


Recentemente, fomos surpreendidos pela notícia de que Eduardo Leite, um político até então associado ao bolsonarismo, declarou publicamente sua condição homossexual. Tal feito ganhou enorme repercussão na mídia corporativa, que tratou de redesenhar a imagem de Eduardo Leite de modo a que seus vínculos anteriores com Jair Bolsonaro (o campeão da homofobia e da intolerância sexual no Brasil) se vissem atenuados.