segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Liberalismo e fascismo: afinidades eletivas

Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

Se fascismo e liberalismo não são iguais, tão pouco existe entre eles uma muralha intransponível. Diria mesmo que existem mais pontos de convergência do que sonha a nossa vã filosofia. Foi na América Latina que o conluio liberalismo e fascismo tornou-se mais evidente. Os liberais constituíram-se em vanguarda ideológica e política da maior parte dos golpes militares ocorridos ao longo do século 20. Por aqui, em 1964, os muito liberais Estadão, Folha e UDN conclamaram abertamente a intervenção militar e aplaudiram a repressão que se seguiu à autodenominada “redentora”. O mesmo fenômeno se repetiu no Chile, Argentina, Uruguai, Bolívia, Paraguai etc. O fenômeno voltou a se repetir no século 21.

Dá para virar no segundo turno

Por Marcelo Zero, no site Brasil Debate:

Os resultados do primeiro turno, embora chocantes para alguns, face ao crescimento de última hora da candidatura fascista, não chega a ser surpreendente, se levarmos em consideração alguns fatores básicos:

1) O principal candidato transformou-se em preso político e foi impedido de concorrer e de falar.

De fato, caso Lula pudesse ter concorrido, como exigiu a ONU, a eleição já poderia ter sido definida em primeiro turno, a favor do PT. Lula, nas últimas pesquisas tinha cerca de 44% das intenções voto. Com ele na disputa, Bolsonaro não passava dos 20%. Lula poderia ter facilmente ganhado a eleição em primeiro turno, “puxando” consigo muitos candidatos a outros cargos eletivos. A situação seria hoje completamente diferente. O Judiciário, dessa forma, deu contribuição inestimável para ascensão do fascismo no Brasil.

Filho acusa Frota, o queridinho de Bolsonaro

Do site Jornalistas Livres:

Filho de Alexandre Frota, Mayã Frota, de 18 anos, chama o pai, eleito deputado federal por São Paulo, com 153 mil votos, de “ex-ator pornô e ex-viciado em cocaína”, além de acusá-lo em uma série de posts no twitter de não pagar a pensão alimentícia requerida na Justiça. Por fim, Mayã sugere também que o pai queria que ele fosse abortado.


Frente ampla para derrotar o fascismo

Por Jeferson Miola, em seu blog:

É preciso evitar o impressionismo para analisar o resultado do primeiro turno. É certo que o desempenho da direita foi impressionante, e trouxe surpresas com a eleição de figuras marcadamente identificadas com o bolsonarismo, além de outros fenômenos que devem ser criteriosamente apurados no seu momento próprio.

O resultado do primeiro turno repetiu, em termos matemáticos, o cenário observado nas últimas semanas de ataques brutais contra Haddad e da campanha fascista, integrada inclusive pelo stf, que instaurou a censura e suprimiu a liberdade de expressão para silenciar Lula e não permitir que sua pregação a favor de Haddad chegasse ao povo.

Haddad lidera a luta democrática

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O segundo turno da campanha de 2018 começa com uma constatação desoladora. Na sete eleições realizadas pelo sistema de dois turnos, que passou a funcionar em 1989, após a democratização, as viradas nunca ocorreram. Ainda assim, é possível pensar numa vitória de Fernando Haddad, vencido no primeiro turno por Jair Bolsonaro por uma diferença de 46,7% dos votos contra 28,3%.

Em pelo menos duas ocasiões, o segundo classificado na primeira fase esteve próximo de mudar o jogo. Uma dessas ocasiões tem pouco a ensinar para a campanha de 2018, pois não guarda a menor semelhança com o imenso esforço de resistência democrática que o país irá realizar a partir desta segunda-feira para impedir a vitória de uma candidatura ruinosa como Jair Bolsonaro.

Virar o jogo para salvar país do fascismo

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

“O PT tem o dever, tem uma responsabilidade com o país e com o povo brasileiro de não deixar que ele [Jair Bolsonaro] vença as eleições mentindo para o povo. Isso é o triste, porque ele induz a população a erro ao mentir, ao ter uma máquina de mentiras. Estamos firmes, com muita determinação de fazer essa campanha e conclamando todos aqueles que lutaram pela democracia – e que sabem o valor que tem a democracia para o povo e para o futuro do Brasil–, pelos nossos direitos e pela nossa soberania que venham juntos nessa luta. Temos certeza de que podemos, sim, ganhar essa eleição, virar esse jogo e salvar o Brasil do fascismo”.