quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

O modus operandi do governo Bolsonaro

Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:

Saber o que pensa, como está estruturado e o modus operandi de qualquer governo são condições fundamentais para se relacionar com ele, tanto de modo propositivo quanto de maneira reativa. Com o governo Bolsonaro não será diferente. Se a sociedade civil e os cidadãos não entenderem essas dimensões, as chances de êxito em eventuais disputas com o governo serão praticamente nulas.

Sobre o pensamento do governo Bolsonaro, parece não haver dúvida de que se trata de um governo:

A melhor Previdência para o povo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Depois que Bolsonaro foi ao Congresso entregar um projeto de reforma da Previdência, iniciando aquela que será a grande luta política deste período, é bom não esquecer o ponto fundamental: o repúdio da maioria dos brasileiros e brasileiras aos projetos de enfraquecimento e mudança de sistema público de aposentadorias. 

Todos sabem que a Previdência precisa ser aperfeiçoada - mas funciona, é sustentável e deve ser defendida.

A incrível omissão do governo no caso da Ford

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

É inacreditável a inércia do governo brasileiro no caso do anunciado fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo.

Para entender a importância disso basta imaginar o inverso: a festa que os governantes estariam fazendo se a montadora, em lugar de fechar, estivesse abrindo uma fábrica.

Mas não temos Ministro do Trabalho para defender os 3 mil trabalhadores que, de boa-fé, fizeram um acordo em maio do ano passado para ter, entre outras vantagens, estabilidade no emprego.

Também não temos ministro da Indústria e Comércio, que pressione a empresa pelos benefícios tributários que recebeu a fim de funcionar e crescer.

Brasil, um país em busca de inimigos

Por Marcelo Zero

Até pouco tempo, o Brasil era um país sem inimigos. Mantínhamos boas relações com todos os países, independentemente das ideologias políticas de seus governos circunstanciais, como são todos os governos.

Lula se relacionava bem com Chávez e Evo Morales, mas também tinha excelentes relações com Bush, Sarkozy e com Juan Manuel Santos, o conservador colombiano.

Nosso soft power era respeitado no mundo inteiro.

O Brasil era visto como um país moderador, negociador, pacificador, que contribuía de forma muito positiva para a conformação de uma ordem mundial multipolar, menos assimétrica e mais justa.

A dor e o prazer da velha direita brasileira

Por Rodrigo Perez Oliveira, no site Jornalistas Livres:

Não basta dizer que o governo de Jair Bolsonaro é de direita. Pra entender a dinâmica interna do governo é necessário um esforço maior de adjetivação. É necessário dividir a direita brasileira em dois grupos: a velha direita e a nova direita. O sucesso eleitoral de Bolsonaro significou a vitória da nova direita. A velha direita até foi chamada para compor o governo, mas ainda não conseguiu vencer as disputas internas e se tornar hegemônica.

Mas quem são os jovens? Quem são os velhos?

Os mais velhos primeiro.

Os principais pontos do golpe da Previdência

Por Juca Guimarães, no jornal Brasil de Fato:

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6/2019 de Jair Bolsonaro (PSL) e do ministro da Economia Paulo Guedes, apresentada ontem na Câmara dos Deputados, desmantela as garantias mínimas de direitos dos trabalhadores previstas na Constituição de 1988. Além disso, deixa a porta aberta para reformas futuras, que podem tirar ainda mais direitos.

Confira, abaixo, alguns dos pontos mais polêmicos da reforma da Previdência:

- A reforma estabelece no artigo 201-A, a adoção do modelo de capitalização, com contas individuais, para o regime de Previdência, ou seja, uma ruptura radical com o atual modelo de participação, onde o trabalhador da ativa e as empresas financiam os beneficiários. Isso deve gerar um aumento do gasto público durante o período de transição entre os dois modelos e um futuro incerto sobre o valor das aposentadorias.

O desalento político no Brasil

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Não é só no campo do desemprego que o Brasil tem alguns milhões de desalentados – algo em torno de 4,8 milhões. No campo político o número de desalentados deve ser muito maior. Talvez a metade da população ou mais. O capital político do presidente Bolsonaro está evaporando de forma rápida e bem antes do que se esperava. Claro que em política sempre é possível começar de novo, se refazer. Mas os sinais que emanam do Planalto não são estes. São de confusão, desatino, atabalhoamento, arruaça política, falta de noção, de compostura, de decoro e de equilíbrio.

Bolsonaro é peão de Trump contra Venezuela

Por Renata Mielli, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A criminalização da política e a promessa de eliminar a “ideologia de esquerda” resultou na vitória da anti-política. Se fosse possível resumir em uma única frase o que levou à vitória de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018, talvez essa fosse a mais abrangente e emblemática. Claro, há muito mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar a nossa vã filosofia, como disse William Shakespeare há mais de 400 anos.

Sergio Moro, o serviçal do clã Bolsonaro

Por Mariana Serafini, no site Carta Maior:

O atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, comandou a Operação Lava Jato durante quatro anos e ao longo deste período sempre negou ter motivações políticas em suas decisões – muitas vezes – direcionadas apenas aos partidos da esquerda. Considerado por alguns o “herói” do combate à corrupção, também afirmou em diversas ocasiões que não tinha intenção de ser candidato ou ocupar cargos executivos. Hoje integra um governo que em menos de dois meses já está atolado em denúncias de esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro, coincidência ou não, a especialidade do juiz.

Bolsonaro vai à guerra: TV Globo é "inimiga"

Por André Cintra, no site Vermelho:

Como num juramento típico das máfias do sul da Itália, o clã Bolsonaro declarou guerra à família Marinho. Quem ouve os áudios revelados nesta terça-feira (19) das conversas entre o presidente da República e seu ex-ministro deduz que a vendeta do governo contra a TV Globo está encomendada. É possível concluir, também, que a emissora, como adversária poderosa que é, já se infiltrou no front adversário. É uma guerra sem volta.