segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Lula deve romper relações com Israel?

Carta da Quaresma 2024 e Escola Paulo Freire

Por Frei Betto

Queridos amigos e amigas,

Minha Campanha de Quaresma, promovida há mais de 20 anos, é dedicada este ano à Escola Nacional Paulo Freire. Ela vem ao encontro de uma de minhas principais preocupações atuais: a educação política de nosso povo.

A escola opera, desde 2018, na capital paulista, no Alto do Ipiranga, em local cedido por nós, frades dominicanos. Ali funcionavam, no passado, a Unilabor, fábrica de móveis cujos operários integravam a diretoria (iniciativa de frei João Batista dos Santos); o Centro Pastoral Vergueiro; e a Escola Dominicana de Teologia, todas iniciativas de nossa comunidade religiosa. No local, tombado pelo patrimônio histórico, se destacam o jardim projetado por Burle Marx e a Capela do Cristo Operário, que reúne obras de nomes do modernismo brasileiro, como Alfredo Volpi, Yolanda Mohalvi, Geraldo de Barros e Moussia Pinto Alves.

É hora de passar a caserna a limpo

Charge: Rafael Costa/Brasil de Fato RS
Por Roberto Amaral, em seu blog:


A história de nosso país, na qual o povo não tem o registro de agente, é a história da casa-grande e de seus herdeiros – os filhos da lavoura do açúcar e do café e do escravismo que hoje habitam a Faria Lima como sócios menores do grande capital –, atravessada pela erva daninha da conciliação, que é sempre a concertação dos interesses da classe dominante: deixar tudo como está para ver como fica.

Quando o desenvolvimento das forças sociais reclama a ruptura, as conveniências de classe impõem a negociação rasteira (ou o recuo histórico), o diktak que vem de cima, como foi construído o país. Sai de cena o estadista e as luzes iluminam os procuradores do statu quo. Vence a “pequena política”, anatematizada por Gramsci. Assim o poder evita as mudanças, sejam econômicas ou políticas, e se assegura de que a natureza do mando continuará incólume.

Itamaraty está correto no caso Navalny

Alexéi Navalny. Foto: Sefa Karacan/Anadolu Agency
Por Marcelo Zero, no site Viomundo:


Era previsível. Assim que Navalny faleceu, começaram as cobranças raivosas para que o Itamaraty e Lula se juntassem ao coro de acusações contra Putin.

Obviamente, os EUA e os países europeus (o chamado Ocidente) não pestanejaram em acusar imediatamente Putin de “assassinato”. O Sul Global, contudo, preferiu ter um mínimo de cautela e aguardar os acontecimentos decantarem.

É o caso do Brasil. O Itamaraty não saiu correndo para acusar Putin, como exige, praticamente aos berros, boa parte da nossa mídia.

Ora, acusar o presidente russo é fácil, mas resulta difícil identificar o que Putin e seu governo teriam a ganhar, agora, com a morte de Navalny.

Ao contrário, podem ser identificados grandes e claros prejuízos.

O impacto mundial da declaração do Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Por Jeferson Miola, em seu blog:

A analogia que o presidente Lula estabeleceu entre o Holocausto judeu e as práticas de limpeza étnica do governo de Israel para o extermínio do povo palestino teve uma estrondosa repercussão na mídia internacional.

A declaração foi repercutida com destaque nos principais meios hegemônicos de comunicação dos EUA, Canadá, México, Europa, Austrália, Índia, África, América do Sul. Além, claro, dos veículos da imprensa brasileira, israelense, árabe e dos meios progressistas de todas regiões do mundo.

O assunto foi destacado tanto no noticiário online no dia da declaração do Lula [18/2], como em matérias publicadas nas edições impressas de jornais do dia seguinte, neste 19/2. Um levantamento parcial, não exaustivo, identifica publicações pelo menos nos seguintes veículos de grande circulação e audiência [tabela]: